Capítulo 47 - O campeões são escolhidos!

No dia seguinte tivemos outra aula de DCAT. Moody usou aquela aula para explicar um pouco sobre outras maldições. Ele entregou uma lista pequena de maldições para nós e pediu para escrevermos qual era o efeito que cada uma delas possuia durante a aula.

Fomos divididos em grupos, alunos da Grifinória misturados com alunos da Sonserina e a questão das séries não importava. Draco, Alexia, Melanie, Harry, Rony, Hermione e eu formamos um grupo.

- Por que eu tenho que ficar com vocês? - Draco reclamou se sentando ao meu lado e olhando feio para o trio grifinório. - Uma sangue-ruim e um traidor do sangue! - ele sussurrou para que eu não escutasse.

- Draco, cuidado com o que você fala. - eu falei baixo.

- Katherine, você conhece essas maldições? - Hermione perguntou indicando as duas primeiras.

- Página 16. - falei para ela e os outros cinco abriram os livros e começaram a procurar.

Não precisava de livro, conhecia todas aquelas maldições decor e salteado. A pena corria pelo pergaminho descrevendo cada uma delas, Alexia consultava o livro apenas algumas vezes, ela também conhecia várias daquelas maldições. Draco também conhecia algumas maldições, mas só tinha escutado falar sobre elas, não sabia o efeito delas.

Terminei de escrever e ajudei os outros.

- Como você conseguiu escrever tudo aquilo? - Harry e Rony perguntaram no final da aula.

- Não precisava dos livros, conhecia todas aquelas maldições. - eu respondi dando de ombros, Hermione bufou irritada e saiu na frente.

- Ela só está irritada por não ter conseguido escrever tudo. - Rony revirou os olhos. - Ela vai se recuperar.

- Kath, vamos! - Alexia me chamou da porta.

- Nos vemos na aula amanhã. - falei para os dois indo até onde elas estavam.

- Alexia e Mel falaram que você conseguiu escrever tudo. - Bianca falou quando descíamos as escadas para voltarmos para as Masmorras.

- Era de se esperar isso da Kate. - Júlia falou rindo.

Senti uma pontada em minha cabeça e parei no meio do corredor.

- Kate? - Rachel me chamou.

- Vão na frente. - eu falei fechando os olhos e dando meia volta. Que merda estava acontecendo? Abaixei o escudo de minha mente para saber quem tentava invadí-la com tanta força. - Pai. - murmurei entrando na primeira sala vazia que encontrei e tranquei a porta atrás de mim. - O que quer?

- Fui informado sobre suas habilidades em maldições. - ele falou simplesmente. - Tinha que lhe dar os parabéns. - ele falou com um tom sarcástico.

- Obrigada. Poderia se retirar agora? - eu pedi, não estava esperando por essa invasão e já me sentia fraca. A força que ele emanava mentalmente era forte demais para que eu conseguisse aguentar.

- Treine mais sua mente ou ela poderá ser controlada facilmente. - ele falou antes de se retirar.

Me deitei no chão da sala para controlar minha respiração que estava descompassada.

- Use um pouco da força das jóias para se recuperar, Katherine. Precisa colocar um escudo ao redor de sua mente. - Salazar falou, quer dizer, praticamente gritou em minha mente.

Usei a força deles para me recuperar apenas o suficiente para colocar um escudo ao redor de minha mente como Salazar falou. Foi só quando percebi que alguém batia na porta. Me levantei para abri-la, dei de cara com Snape ao abrir a porta.

- O que aconteceu com você? O que estava fazendo sozinha aqui? - ele perguntou entrando e me segurando antes que eu atingisse o chão. Estava com a cabeça latejando e meu corpo doía como se eu tivesse acabado de ser atingida com a Cruciatus.

- Meu pai... - murmurei fechando os olhos e apoiando a cabeça na parede cansada. - Como me encontrou aqui? - perguntei abrindo os olhos e encarando-o.

- Escutei a Nott falar que você ficou estranha de repente e que parecia estar perturbada com alguma coisa, foi só seguir sua mente. - ele respondeu. - O que o Lorde das Trevas queria?

- Não me disse, parecia apenas querer se certificar que eu estava bem e saber como estavam as coisas aqui em Hogwarts. - menti, se falasse que Bartô Crouch Jr. estava no castelo teria que dar muitas explicações e sabia que aquela não era a hora certa para isso.

- Então por que está tão fraca agora?

- Ele está bem mais forte agora, por não possuir um corpo próprio, toda sua força está concentrada em sua mente sem contar com o fato de que eu não esperava essa invasão, não estava preparada para tanta força. - respondi.

- Deveria ir jantar e depois descansar, amanhã será a escolha das campeões e vamos precisar de todos os monitores. - ele disse me ajudando a levantar.

- Tenho que monitorar os corredores depois do toque de recolher. - eu falei.

- Pode descansar antes disso, não? - assenti. - Vamos.

Olhei irritada e com ódio para Moody na manhã seguinte, eu deveria matá-lo! Por culpa desse verme estava com uma dor de cabeça insuportável.

- Vou ensiná-los como lutar contra a Imperius hoje. - ele disse parando em frente a sala. - Srta. Jolie?

- Como exatamente, professor? - Jolie perguntou. Ela era uma quintanista da grifinória.

- Usando ela em vocês. - ele respondeu simplesmente.

- Mas isso é ilegal! O senhor não pode fazer isso, não em uma sala de aula! - Hermione falou interrompendo Moody.

- Esse é o meu método de ensinar, se a senhorita não está satisfeita ou não quer concordar com os meus métodos, retire-se. - Hermione olhou para o chão. Ele bateu a varinha na lousa fazendo com que nossos nomes aparecessem ali em uma ordem. - Essa é a ordem em que vou usar a Maldição em vocês. - a primeira era Parvati Patil.

- Senhor, isso é ilegal! - Hermione falou novamente.

- Retire-se srta. Granger! - não era um pedido nem uma sugestão era uma ordem.

Hermione pegou a mochila e saiu de cabeça baixa da sala. Meu nome era o último da lista, Harry era o penúltimo.

Ninguém, ninguém mesmo tinha sido capaz de lutar contra a Imperius. Ninguém era forte e nem disciplinado o suficiente para isso, nem mesmo Alexia, Draco ou os outros filhos de comensais que estavam naquela sala, alvos fáceis.

O próximo seria Harry, ele andou com passos temerosos até o meio da sala.

- Imperio! - Moody ordenou com a varinha apontada para ele. - Pule sobre a mesa! - era a mesma ordem que ele dava a todos, mas Harry não se moveu, ele estava lutando contra a ordem, lutando contra a Imperius.

Moody continuou insistindo na mesma ordem com mais força e no final Harry pulou sobre a mesa como era ordenado.

- Vocês viram isso? - Moody perguntou com um brilho interessado nos olhos. - Potter, quando eu terminar com a senhorita Riddle, vamos treiná-lo até você conseguir resistir totalmente à maldição. - então um brilho maligno e ao mesmo tempo temeroso passou pelos olhos de Moody ao olhar para mim.

Parei no meio da sala e me virei para o professor.

- Imperio! - ele ordenou com a varinha apontada na minha direção.

Senti sua mente tentando tomar conta da minha, mas isso não aconteceria facilmente. Deixei que ele pensasse que eu estava sob o efeito da maldição.

- Pule sobre a mesa! - ele mandou e eu não me mexi. A pressão sobre minha mente retornou. - Pule sobre a mesa! - fechei os olhos, meu pai estava me testando, ele estava tentando derrubar meu escudo ao mesmo tempo que Crouch lançava a Imperius em mim. - Pule sobre a mesa! - escutei a ordem pela terceira vez.

- Não! - eu falei abrindo os olhos com raiva. Abaixei meu escudo completamente e deixei que meu pai entrasse na minha mente. - Pare com isso! - eu gritei mentalmente e concentrei meus poderes na minha mente como ele fazia. Poderia deixá-lo fraco o suficiente por alguns meses, pelo menos não teria que lutar contra ele por um tempo. Percebi o dano que causei quando ele se afastou de minha mente e voltei a criar o escudo ao redor dela. Não tinha percebido que Crouch continuava querendo que eu pulasse sobre a mesa. - Não vou pular na maldita mesa. - eu me irritei e cortei a ligação falsa que tinha criado, além de cortar tal ligação, lancei um protego forte o suficiente para fazê-lo cambalear.

E ele começou a rir.

- Professor, o senhor está bem? - Lilá Brown perguntou olhando para ele e depois para mim.

- Por alguns minutos, pensei que nem a filha do Lorde das Trevas seria capaz de lutar contra a Imperius. Acho que estava enganado, não srta. Riddle? - sorri falsamente para ele. - Estão dispensados! - ele falou para a sala. - Riddle, você fica!

- Kate... - Alexia começou ao parar ao meu lado.

- Vá, Alexia. Não sei quanto tempo ele vai me segurar aqui, então se eu me atrasar fale para o Snape. - eu pedi ela assentiu e puxou Mel, Bianca e as outras meninas junto com ela para fora da sala.

Quando o último aluno saiu da sala e fechou a porta ao passar, Moody se virou para mim.

- O que queria comigo, professor? - perguntei.

- Como conseguiu me enganar?

- Sou filha de quem sou, não achou que eu fosse uma garota sem treinamento mas que possui o sangue do Lord das Trevas correndo nas minhas veias, achou? - ele ficou em silêncio então continuei. - Sei quem você é, Bartolomeu Crouch Jr., você pode enganar a todos aqui, mas não a mim. Tome cuidado com o que faz, porque eu estarei vigiando seus passos assim como meu pai. Esteja avisado.

- Quando descobriu?

- No momento que você colocou os pés nesse castelo. - eu respondi. - Eu preciso ir para a próxima aula. - olhei o relógio, chegaria atrasada para Poções.

- Vá, nos vemos na próxima aula. E milady, o Lorde das Trevas também está vigiando a senhorita. - ele falou quando eu estava com a mão na maçaneta.

- Eu sei. - respondi por cima do ombro e saí da sala.

Desci as escadas correndo até as Masmorras, chegaria atrasada do mesmo jeito. Virei o corredor que dava na sala de Poções ao mesmo tempo que o sinal tocava.

- Entre. - Snape falou secamente mas podia ver a curiosidade em seus olhos. - O que Moody queria com você? - ele perguntou apenas para que eu escutasse quando passei ao seu lado.

- Depois. - eu respondi e tomei meu lugar ao lado de Alexia.

O resto do dia correu muito bem se meu querido pai não tivesse voltado a entrar na minha mente quando estava com a guarda baixa na aula de Transfiguração.

Tinha conseguido enfraquecê-lo o suficiente para que ele não causasse nenhuma fraqueza diferente em mim, apenas as coisas que eu estava acostumada a sentir quando ele invadia minha mente ou ao contrário.

- Quero saber quem foram os escolhidos para o Torneio Tribruxo. - ele falou e logo depois saiu de minha mente.

Deveria ter percebido os planos dele naquele momento, mas eu não desconfiei de nada. Pensei que fosse uma simples curiosidade.

A hora do jantar chegou, a hora mais esperada por todos os alunos, principalmente pelos alunos do sétimo ano.

- Quem você acha que será o escolhido de Hogwarts? - Melanie perguntou curiosa e animada.

- Não sei. - respondi compartilhando sua curiosidade.

Logo depois do jantar, Dumbledore se levantou, ao seu lado, Madame Maxime e Karkaroff pareciam tão tensos e ansiosos quanto os demais.

- Bem, o Cálice de Fogo está quase pronto para decidir. - Dumbledore começou. - Acho que ele só precisa de mais um minuto. Quando o nome dos campeões forem anunciados, peço que esse venham até aqui, passem diante a mesa dos professores e entrassem na câmara ao lado do salão, onde receberão as primeiras intruções.

Dumbledore puxou a varinha e todas as velas do salão perderam um pouco o brilho, agora a maior fonte de luz ali era as chamas azuladas que saíam da borda do Cálice. De repente as chamas azuladas se tornaram vermelhas e começaram a faíscar, no momento seguinte, uma língua de fogo saiu do meio das chamas e expeliu um pedaço de pergaminho um tanto chamuscado. Dumbledore pegou o pergaminho e leu o que estava escrito nele.

- O vencedor de Durmstrang é Vítor Krum! - ele falou voz alta para todos escutarem. As chamas do Cálice tinham voltado a ser azuladas.

Uma pequena comemoração tomou conta da mesa da Sonserina onde os alunos da Durmstrang estavam sentados. Krum se levantou e andou até a mesa dos professores recebendo cumprimentos dos mesmos e depois sumiu ao passar pela porta. Os aplausos e comentários morreram, novamente a atenção de todos estava no Cálice de Fogo. As chamas voltaram a ficar avermelhadas e uma nova lígua de fogo expeliu um segundo pergaminho.

- A campeã de Beauxbatons é Fleur Delacour!

Depois que ela também sumiu ao passar pela porta da câmara ao lado, o silêncio tomou conta do salão, mas dessa vez o ar estava pesado de excitação que todos podiam sentir. O campeão ou campeã de Hogwarts seria o próximo.

O Cálice voltou a soltar chamas e faíscas avermelhadas, a língua de fogo se elevou e Dumbledore tirou o terceiro pedaço de pergaminho da ponta e leu:

- O campeão de Hogwarts é Cedrico Diggory!

A algazarra na mesa da Lufa-Lufa foi demais, Diggory quase não conseguiu chegar até a mesa do professores, era como se todos os alunos da Lufa-Lufa quisessem cumprimentá-lo.

- Excelente! - exclamou Dumbledore quando os aplausos e comentários cessaram. - Agora nós temos os nossos três campeões. Estou certo... - ele foi interrompido quando as chamas do Cálice voltaram a ficar vermelhas, alguma coisa não estava certa e pela primeira vez entendi parte do plano de meu pai, só precisava saber o nome que sairia daquelas chamas.

Dumbledore pegou o pergaminho quando esse foi expelido, seus olhos se arregalaram ao ler o nome escrito ali.

- Harry Potter!

O começo de um quebra-cabeça começou a se juntar, não fazia sentido mas sem dúvida nenhuma era parte dos planos de meu pai.

Um zunido começou com os comentários e murmúrios, aquilo não estava certo.

Segui Harry com os olhos, vi ele se levantar e andar, sem saber o que fazer, até a mesa dos professores e depois sumir ao passar pela porta.

Dumbledore voltou a falar mas os murmúrios e o ar pesado do Salão não tinha sumido ainda. Eu não escutava o que o diretor falava, tentava compreender o que meu pai planejava.

- Katherine, vamos! - Lexi me chamou já de pé. Pelo visto todos tinham sido dispensados e eu nem tinha percebido.

Eu tinha quatro opções, ir para o Salão Comunal da Sonserina e escutar todos darem seus palpites sobre como Harry tinha colocado o próprio nome do Cálice, essa era a primeira opção. A segunda, ir para meu dormitório particular no sétimo andar, invadir a mente de meu pai e fazê-lo confessar seu plano até que não tivesse mais forças. Terceira, esperar Harry sair da "reunião" e perguntar a ele o que tinha acontecido. Quarta, ir para a sala de Snape e esperá-lo por lá.

A segunda opção descartei logo de cara, assim como a primeira. Harry deveria estar perdido em pensamentos agora, deveria deixá-lo sozinho. Fiquei com a terceira opção.

- Eu vou mais tarde para o Salão Comunal. - falei para as meninas e me afastei delas.Quando o corredor ficou vazio, entrei na sala de Snape e me sentei no chão. Minha cabeça latejava de forma irritante, fechei os olhos e levei minha mente até a de meu pai.

- Harry foi um dos escolhidos, não sei qual é seu plano mas gostaria de saber. - falei e me afastei.

Snape demorou quase meia hora para voltar.

- O que faz aqui Katherine? - ele perguntou ao me ver no chão.

- Não parece óbvio? Quero saber o que foi decidido. Harry... ele vai competir? - perguntei temendo a resposta.

- Vai. - ele respondeu simplesmente sentando-se ao meu lado.

- Severo, isso não está certo. - eu falei me virando para ele.

- Do que você sabe, Katherine? - ele perguntou tentando entrar na minha mente e conseguindo sem dificuldade. - Por que está deixando eu entrar na sua mente?

- Estou sem forças para criar um escudo ao redor dela. - respondi apoiando a cabeça na pedra fria.

- Vai me contar o que sabe?

- Meu pai, ele de alguma forma está por trás disso, o fato do nome de Harry ter saído do Cálice não é coincidência. Não sei o plano dele, mas ele quer matar o Harry para algo maior.

- O que você acha?

- Talvez um ritual para que ele voltar a possuir um corpo próprio. Eu não sei. - falei fechando os olhos. - Harry não deveria participar desse Torneio não apenas por causa que isso contraria as regras, mas meu pai estar de volta ao país e estar mais forte não é algo muito bom.

- Acha de deveríamos colocar feitiços protetores ao redor do Potter? - ele perguntou debochadamente.

- Sabe que não é isso que eu queria dizer. - o repreendi com os olhos. - Vou ajudá-lo no que eu puder, Severo.

- É contra as regras.

- É contra as regras receber ajuda de fora durante as provas. Não pretendo fazer isso, vou ajudá-lo fora das provas. Sei que provavelmente Madame Maxime e até Karkaroff vão tentar ajudar a Delacour e o Krum antes das provas e talvez até mesmo depois. Diggory é inteligente e tudo o mais, mas até mesmo ele vai receber ajuda dos amigos. - parei esperando uma negação ou coisa parecida, mas como ele permaneceu calado continuei. - Harry poderia receber ajuda dos amigos, se todos não estivessem desconfiando dele agora, Severo.

- Faça o que achar melhor, Katherine, mas tome cuidado. Se o Lorde das Trevas está por trás do Potter ter entrado no Torneio, alguém dentro de Hogwarts está sendo controlado ou poderia ser um comensal disfarçado o que significa que até mesmo você está sendo vigiada. - ele me alertou e a preocupação tomou conta de seus olhos.

- Eu sei que estou sendo vigiada. Meu pai entra na minha mente uma vez por dia para saber o que está acontecendo por aqui. - falei percebendo que quase tinha deixado escapar que Moody era Crouch disfarçado.

- Por isso está exausta para colocar um escudo em sua mente? - afirmei. - Deveria descansar. Vou ajudá-la no que puder Katherine, mas eu ainda não gosto nem um pouco do Potter.

- Sei disso. - sorri. - Obrigada Severo. - me levantei cambaleando e saí da sala indo para o Salão Comunal.