Was Never Enough escrita por Yunaangel, Sara Caetano


Capítulo 13
Face The Truth


Notas iniciais do capítulo

Não sei se esse capítulo ficou bom... Eu achei ele meio "meloso" demais, mas não consegui pensar em nada melhor.
Espero que gostem ^^



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13. Face The Truth

I thought, that I was right

But I've made a big mistake

I am changing myself to good

Because I have understood

I feel like a grain of sand on the empty desert

Every man is special, every man

Feel like a grain

I have changed myself

Growing up every day

Face the truth about yourself

You and I, we're all the same

Eu pensei que estava certa

Mas eu cometi um grande erro

Eu estou mudando para o bem

Porque eu tenho entedido

Eu me sinto como um grão de areia no deserto vazio

Todo homem é especial, todo homem

Eu me sinto como um grão

Eu mudei

Crescendo a cada dia

Encare a verdade sobre você mesmo

Você e eu somos todos iguais

Fiquei esperando que ele tivesse alguma reação, mas Matthew apenas me observava com um sorriso bobo. Queria me aproximar dele, abraçá-lo e pedir desculpas, mas não sabia se devia.

- Vai ficar parada aí me olhando? - ele riu.

Aproximei-me dele com cuidado, como se ele pudesse escapar se eu fizesse algum movimento brusco. Agachei-me de frente para ele e pude sentir o cheiro de álcool ainda mais forte, mas naquele momento aquilo não importava.

- Você insiste em usar essas roupas, não é?

- Na verdade não... Foi Holly que sugeriu. - não conseguia decifrar direito o que eu sentia naquele momento. Remorso, alívio, confusão, raiva, felicidade... Amor. Era uma mistura estranha.

- Aquela sua amiga tinha me dito que aquele garoto que você estava brigando era seu namorado. Parece que vão bem, não? - ele provocou.

- Terminei com ele naquele mesmo dia.

- Por que?

- Pára com isso Matthew. - disse séria.

- Pára com isso o que?

- Pára de tentar mudar de assunto e me fazer esquecer o que realmente é importante. Não importa porque eu terminei com o Luke e sei que você nem está interessado em ouvir também. Por que você fugiu?

Matthew desviou o olhar para baixo e seu sorriso bobo logo desapareceu. Ele parecia estar lembrando de tudo o que aconteceu, assim como eu fazia o tempo todo.

- Parece que você sabe mais do que eu gostaria que soubesse. - ele tentou sorrir, mas não conseguiu esconder seu nervosismo.

- Você sabe o quanto sua família estava preocupada com você? Sabe o quanto EU estava preocupada? - quase gritei.

- Como se você se importasse. - ele murmurou irritado.

Senti meu sangue ferver. Depois de praticamente enlouquecer quando descobri que ele havia fugido ele ainda pensa que eu não me importo!

- Se não me importasse não estava aqui conversando com você, ainda mais por eu detestar cheiro de álcool. - tentei não ser grossa, mas acho que só consegui deixar minha expressão emburrada ao invés de furiosa.

- Você disse que me odeia, lembra? Pelo que sei, ninguém se importa com quem odeia. - ele se encolheu um pouco.

Fiquei olhando um tanto perplexa para ele. No início fiquei irritada por pensar que ele estava fazendo tudo por birra, mas longo o sentimento de culpa veio ao perceber que era isso que o havia incomodado e que talvez por isso ele tivesse fugido.

Levantei e sentei do lado dele. Ele me olhou confuso, mas eu só sorri.

- Você sabe que eu não te odeio, não sabe? - deixei minha cabeça cair em cima do ombro dele. Achei que Matthew fosse reclamar, mas ele apenas ficou olhando para mim. - Você sabe que eu gosto de você. Muito mais do que deveria até. - continuei.

Fechei os olhos. Estava com vergonha de encarar Matth depois do que eu havia feito e dito. Na verdade, nem sabia direito o que eu estava fazendo.

Quando abri meus olhos novamente vi que ele me olhava de um modo estranho. Dei um sorrisinho fraco para ele, que retribuiu meio sem jeito.

- Sophie.

- Sim?

- Poderíamos sair daqui? Estou começando a passar mal. - ele colocou uma das mãos na cabeça, que devia estar doendo.

De má vontade, desencostei minha cabeça do ombro dele e fiquei de pé. Estiquei minha mão e o puxei, ele levantou, mas quase caiu no chão novamente por causa da tontura.

- Consegue andar? - perguntei preocupada.

- Não muito, mas o bastante para sair desse inferno. - ele deu um sorriso fraco.

Peguei na mão dele que me olhou confuso. Provavelmente ele deve ter se lembrado daquele dia que fugimos da escola. Pelo menos eu me lembrei disso.

Ajudei Matthew a sair da mansão e logo estávamos no lindo jardim vazio. Percebi que ele não ia aguentar ficar andando mais, então sentei-me em um banco e ele se sentou do meu lado.

- Você não precisa fingir. - ele disse depois de um curto silêncio.

- Fingir o que?

- Que não está me ajudando só por pena ou remorso. Com as roupas sujas e o cheiro de álcool eu não devo estar lá uma das pessoas mais agradáveis do mundo para ficar perto. Não se preocupe ok? Eu sei me virar, não preciso da sua ajuda. - ele respirou fundo irritado.

- Sei que não precisa... A pergunta é se você quer ou não. - olhei-o triste.

- O que? - ele me olhou confuso.

- Depois de tudo que te disse aquele dia eu sei que você deve estar com raiva de mim. Eu... Só queria pedir desculpa. - comecei a tremer. - Tudo que aconteceu foi tão... Estranho. Você sabe, foi uma mudança muito grande para mim. Em especial a briga com a Kaitlin. Eu vou compreender se você não quiser mais ser meu amigo ou se a Kaitlin não quiser que você seja.

- Eu terminei com ela. - ele disse calmo.

Olhei um tanto assustada para ele. Parece que os boatos eram verdade no final. Isso explicava o mau humor de Kaitlin.

- Por que?

Ele olhou para mim e ficou fitando meus olhos. Eu fiz o mesmo. Estávamos extremamente próximos um do outro.

- Não sei. Eu simplesmente acabei percebendo que ela não me importa tanto assim. - ele começou a me olhar de um modo parecido com o de Luke, o que me assustava. Porém, por algum motivo eu sabia que ele jamais me machucaria.

- Para ter fugido parece que mais nada importava para você. - suspirei.

- Isso não é verdade. Algumas coisas importam. - ele sorriu.

- Como o que?

Antes que eu pudesse perceber as intenções dele com aquela frase, ele passou seu braço em volta de mim e me beijou, dessa vez mais calmamente e bem mais... Romântico do que da última vez. Dessa vez não tive nem que me dar ao trabalho de fazer com que ele não mudasse de idéia. Ele que fazia o mesmo comigo.

Depois de um tempo nos separamos, ambos ofegantes. O cheiro de álcool agora era muito mais forte e o gosto também, mas eu simplesmente ignorei. Apenas fiquei olhando confusa para ele, que dessa vez já parecia saber melhor o que estava fazendo pois apenas sorriu.

Ele se aproximou novamente de mim e chegou bem perto da minha orelha, fazendo com que eu me arrepiasse.

- Isso parece um teste para você? - ele sussurrou.

- Não. - murmurei ainda ofegante. Ele se afastou rindo um pouco. - Mas...

- Mas? - ele suspirou e me olhou derrotado.

- Você está bêbado. Não sabe o que está fazendo.

Matthew me olhou desanimado e se afastou mais ainda, passando a mão por seu cabelo. Eu já havia notado que ele só fazia aquilo quando estava nervoso ou estava tentando esconder ou dizer alguma coisa complicada. Apenas fiquei observando sua expressão que ele apenas deixava com um leve sorriso. Talvez ele, talvez a bebida.

- Por que você sempre arruma uma desculpa? - ele me olhou triste.

- O que?

- Da última vez você disse que eu só tinha feito aquilo porque tinha ouvido meus irmãos e queria saber se era verdade. Dessa vez é porque estou bêbado. - ele suspirou.

Ficamos em silêncio. Não sabia onde ele queria chegar e estava me sentindo meio nervosa. Respirei fundo e tentei me acalmar, mas sem sucesso.

- Posso te fazer uma pergunta? - ele se aproximou um pouco mais novamente.

- Sim... Eu acho.

- Da última vez que eu perguntei se você gostava de mim você respondeu... "Mais ou menos". Disse que estava confusa. E agora, que já se passou um tempo, qual é a sua resposta?

Senti meu corpo praticamente congelar. Não podia dizer que não gostava dele ou que ainda não sabia, podia magoá-lo. Mas se eu dissesse que gostava dele... Teria que me mudar para bem longe depois.

- Por que quer saber tanto isso? - tentei mudar de assunto.

- Porque eu quero descobrir porque você sempre tenta fugir de mim. - ele deu um sorriso sarcástico.

- Você tem que admitir que você não ajuda também. Todas as vezes que você me beija sempre tem alguma coisa estranha acontecendo simultaneamente. - resmunguei.

- E se amanhã eu te beijar de novo Sophie? Vai ser por que? Por que eu estou de ressaca? Ou será que é um pedido de agradecimento? Você disse que eu só fiz isso porque não sei o que estou fazendo, mas eu te garanto que faria a mesma coisa se estivesse sóbrio. Será que é tão difícil você simplesmente entender que eu terminei com a Kaitlin, fugi e te beijei simplesmente porque gosto de você? - ele praticamente gritou.

Fiquei olhando totalmente abobada para ele. Meu coração estava extremamente disparado e eu sentia que podia desmaiar a qualquer instante. Por um segundo tudo o que Arielle disse veio na minha cabeça para criar várias dúvidas, mas eu logo esqueci tudo isso. Depois de tudo que havia acontecido talvez fosse bom encarar uma coisa simplesmente como é ou parece ser, com o tempo eu descobriria se era verdade ou não.

Matthew ficou extremamente nervoso ao perceber o que tinha dito. Pude perceber que ele tentou se afastar disfarçadamente, mas sem sucesso.

- Eu... Eu... - ele tentava encontrar uma justificativa.

- Só está bêbado e precisa descansar. - sorri para ele que me olhou bem confuso. Não sei se ele percebeu que eu estava brincando ou não. Deixei por conta dele pensar o que queria.

- Acho que não... Aguento voltar para casa.

- Então vamos passar a noite aqui. - sorri.

- Você está falando sério?

- Qual o problema? É mais fácil do que te arrastar por aí. - ele deu uma risadinha.

Ia dizer para ele deitar no meu colo, mas ele rapidamente me puxou para perto dele e me abraçou, fazendo com que eu praticamente deitasse nele. Abracei ele também, fechei os olhos e dei um sorrisinho.

- Tem certeza que é uma boa idéia você dormir abraçada com um bêbado que conhece há pouco tempo? - ele riu. Fiquei na dúvida se isso queria dizer que ele havia entendido o que eu havia dito ou ele apenas estava me provocando como sempre.

- Estou tão cansada que dormiria abraçada até mesmo com um que conheci agora. - dei um sorrisinho.

- Obrigado, assim você faz com que eu me sinta especial mesmo. - ele riu de novo.

- Bem que dizem que bêbados só dizem besteiras. - suspirei.

Ficamos em silêncio durante algum tempo. Pensei que Matth já estava dormindo, mas comecei a sentir uma mão mexendo no meu cabelo. Comecei a ficar ainda mais sonolenta.

- Matth. - chamei baixinho.

- O que?

- Obrigada por ter ficado olhando meu "querido namorado" quase bater em mim e depois ainda rir. - abri os olhos e dei uma piscadinha.

- Deixa de ser chata. Se eu realmente achasse que ele ia te bater e não estivesse passando mal de não comer, nem dormir, durante diversos dias eu teria te ajudado.

- Oh, obrigada. - disse irônica e revirei os olhos. Depois os fechei novamente.

- Você ainda não me respondeu.

- Não te respondi o que? - nem me dei ao trabalho de abrir os olhos.

- Por que você terminou com seu ex-namorado? - abri meus olhos um pouquinho.

- Por causa de você. - disse calmamente e sorri. Primeiro sua expressão se tornou surpresa, mas logo vi um sorrisinho abobado em seu rosto.Fechei meus olhos tranquila.

- Era tão difícil ter me dito isso antes? - ele perguntou já sonolento.

- Não foi fácil dizer agora também, mas acho que foi o certo. - sorri.

O vento estava forte e fazia com que eu tremesse um pouco. Matthew me abraçou mais forte. Pude perceber ele se aproximando de minha orelha novamente e sussurrar algo pouco antes de adormecer.

- Espero que não precise de mais desculpas Sophie, ou terá que arrumar mais várias. - ele tentou provocar, mas sua voz estava um tanto alegre demais para isso.

Acabamos adormecendo juntos, abraçados no banco de um jardim na frente daquela mansão estranha e com o vento bem forte.

Estranhamente, essa foi uma das melhores noites da minha vida.


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Notas finais do capítulo

Reviews, please? *-*