Four Seasons escrita por Karol Oliveira


Capítulo 17
Capítulo 17 - Capitulo XVII - Ameaças




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/11003/chapter/17

Eu estava realmente confusa. Me sentia mal pelo que tinha feito, mas se dissesse que não gostara daquela noite, estaria mentindo. Sei que deveria ter ligado pra casa, mas realmente, não sabia como dirigir a palavra a Keisuke depois de tudo. 
Fui pra faculdade extremamente desanimada aquela manhã, chegando lá vi que uma pequena multidão se formava ao redor do mural de recados dos alunos, o mais estranho era que as pessoas que passavam por mim pareciam me olhar de forma estranha. Depois de um tempo consegui finalmente ver o motivo da confusão.
- … - Eu olhava fixamente para aquelas fotos coladas ali, meu rosto queimava como fogo e eu realmente não sabia o que fazer. Eram fotos minhas e…do Yoshi. Mas como ? Eu sequer me lembrava de te-las tirado. Será que alguem nos vira aquela noite ?  Derrepente alguem me veio a cabeça : Akane. A esta altura concerteza ela já estava sabendo de tudo. – Droga !
- Akane-chan ! – Corri ao ve-la sentada em um banco um pouco longe dali. – Eu…eu…
- EU TE ODEIO ! – Ela gritou, se levantando para me encarar. – È por isso que disse pra eu me afastar do Yoshi ? Por VOCÊ estava saindo com ele ? Pensei que era minha amiga…
- Akane eu sou sua amiga, e quando disse que o Yoshi era um idiota , era verdade ! Eu sei muita coisa sobre ele .
- CALA A BOCA ! Eu…sabia que ele nunca ia olhar pra mim…sabia que o Motoharu me via como uma imbecil , mas não importava, eu o amo mesmo assim. 

Foi a ultima coisa que disse antes de sair dali chorando mais ainda. Akane não era a única a quem eu havia traido. O Kei, que não tinha nada a ver com a historia toda, e até mesmo  a Aya-chan e a Tomoko, já que foi por elas que eu jurei me vingar do Yoshi. 

- …Alô ? Yukari-chan? Que surpresa você me ligando.
- Sabe Yoshi, é tão ridiculo quando você faz essa voz de bom moço, coisa que definitivamente você não é. 
- Pelo seu tom de bom humor e ironia, suponho que esteja sabendo da minha “brincadeirinha” não é ? – Ele disse rindo, e me deixando ainda mais irritada.
- Chama “aquilo” de brincadeirinha ? Eu nunca passei por uma humilhação maior em toda a minha vida…POR QUE FEZ ISSO IDIOTA ? 
- Calma, calma, querida…Quero te encontrar hoje, no mesmo lugar de sempre ok ? Estarei te esperando…
Tu tu tu
Ele desligou na minha cara. Òtimo. Até quando vou ter que continuar com isso ? Será que vale mesmo a pena arriscar tanta coisa para descobir onde está a Tomoko ? Mas enfim, eu não tinha escolha.

- Você demorou… pensei que não vinha mais. 
- … - Virei emburrada. Não queria se quer olhar para ele. Yoshi porém, segurou meu rosto com as mãos, e fez mensão de beijar-me. 
- Não encosta em mim! – Protestei empurrando-o. 
- Ora Yukari, quanta indelicadeza, já sei ! È por causa do namoradinho não é ? Tem medo que ele descubra ? Não se preocupe, Tókyo fica muito longe daqui.
Maldito. Uma lágrima silenciosa cortou meu rosto…ele já sabia do Kei.
- Eu não fiquei nada feliz em saber a minha Yukari estava comprometida. Sabe…eu sou muito ciumento…
- Termine com ele. – O que ? Eu só podia estar ouvindo coisas. 
- Nunca. – Retruquei decidida. Eu já havia perdido minha mãe, minha melhor amiga, até mesmo Akane-chan, eu não podia perde-lo também.
- E quem falou que você tem poder pra decidir alguma coisa garota !? – Ele me segurou pelos ombros com violência, me chacoalhando e depois me empurrando em direção ao chão . – Eu só vou repitir mais uma vez…termine com aquele cara. 
Ele se virou e saiu andando. Eu fiquei ali, no chão, chorando desesperadamente, Keisuke estava correndo perigo, eu sabia, e a culpa era toda minha. 

...Tokio.
- Droga Keisuke ! Você quase mata a gente agora ! – Gritou um Natsumi desesparada, enquanto tentava desesperadamente se acalmar depois que a bicicleta onde estavam quase foi de encontro a um caminhão .  – Desse jeito, é melhor eu vir sozinha amanhã . 
- Desculpe, eu realmente não consigo aprender a andar nesta coisa. – Resmungou. Gostava de acompanhar a amiga em casa depois do trabalho, e parecia determinado a dominar aquele “monstro”. Ah se sua namorada soubesse o estado em que se encontrava a bicicleta dela. 
- Você é um idiota mesmo. – Ela zombou, os dois começaram a rir. Mas de repente, o rapaz ficou sério, como se algo o preocupasse. – Keisuke...algum problema ?
- Natsu-chan...acalme-se, e não olhe para trás...mas acho que estamos sendo seguidos . A garota ficou desesperada. Assaltantes ? Só podiam ser. Dois rapazes em uma moto passaram por eles, mandando que os seguissem. E assim o fizeram, como medo. 
- O que querem com a gente ? – O jovem perguntou, quando finalmente chegaram a um beco afastado. 
- Com a mocinha...nada. Mas queremos ter uma conversinha com você...Keisuke. – Um deles tirou o capacete, revelando ser alguem conhecido. 
- “Suji” – Lembrou-se do dia em que aquele brigara com aquele cara, sim...agora tudo estava claro, um acerto de contas. – Natsumi, você continua sozinha. 
- QUÊ ? Não seja idiota ! Eu não te deixaria sozinho. – Protestou. 
Começaram a brigar. A menina começou a chorar, não acreditava que ele fosse capaz de lidar com aqueles caras. Mas surpreendeu-se, Keisuke se revelou extremamente habilidoso, e parecia que se livraria dos dois facilmente. 
- Imbecis...vocês realmente são muito fracos. – Resmungou. Ora, para quem teve que aprender a matar youkais para sobreviver, o que eram dois humanos do mundo de Yukari ? - ...AHH !
- Não seja preciptado. – Um golpe pelas costas, Suji lhe acertara um facada. O jovem caiu no chão, inconsiente. Podia ser covardia atacar alguem daquela forma, mas não estava interessado em moralismos. 
- KEISUKE ! – Natsumi correu para ajuda-lo. 
- Eu realmente queria matar você...
- Vamos embora...Yoshi mandou deixa-lo vivo...por enquanto. – Dizendo isto, ambos subiram na moto e desapareceram entre os carros. 
...
- As coisas definitivamente não podiam estar piores... ! – E lá estava eu, jogada na cama de cara pra cima. Realmente, precisava deixar de ser boba e encarar a realidade...mas esta não era uma missão muito fácil. 
“Eu amo você...Yukari-chan” 
Eu estava sendo egoísta. Por mais que amasse o Kei, não era justo colocar sua segurança em risco. Yoshi não estava brincando aquela hora. 
- Hei Yukari, telefone ! – Haruka gritou . – È seu pai. 
...
- Alô...
- Filha...o Keisuke ele...- Meu coração disparou. Uma sensação horrivel tomou conta de mim. – se envolveu em uma briga durante um assalto e está ferido. 
- ... – Comecei a chorar, não estava acreditando...- Não pode ser...DROGA !
- Acalme-se querida...
- Papai, eu vou pra Tokyo hoje mesmo, depois me acerto com a faculdade. 
- Mas...
- Te amo. Tchau ! – Desliguei o telefone.
Cai no chão. Minha cabeça girava, as lágrimas não paravam de rolar. Era culpa minha. Se o Keisuke morresse, EU seria responsável. Eu estava sozinha, não havia ninguem com quem desabafar, encolhida, eu abraçava meu corpo, como se tentasse conformar a mim mesma. Dor, angustia, solidão. Era tudo o que eu sentia naquele momento. 
Agora sim, não dava mais para piorar. Havia chegado ao limite.
- Akane-Chan... – Fui a faculdade avisar da minha viagem de ultima hora, ainda atordoada, nem sei como consegui chegar lá, já que minha cabeça só pensava em uma coisa : Ele. Liguei também para a senhora Tsukuno, me senti mal por faltar o trabalho, mas não tinha opção.
- ... – Ela me ignorou prontamente. Não a culpava, afinal, eu a traira. 
- Eu...só vim dizer que estou indo para Tokyo hoje...aconteceram alguns problemas...
- Isto não é da minha conta. Seria, se ainda fossemos amigas.
....


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Four Seasons" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.