Four Seasons escrita por Karol Oliveira


Capítulo 15
As duas irmas


Notas iniciais do capítulo

Intrigado, Keisuke decide investigar sozinho os motivos que levavam Natsumi a agir de modo tão estranho. Capitulo sem muito sentidos só pra vocês matarem as saudades do Kei =D



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Natsumi era de fato uma moça misteriosa. Por mais que o tempo passasse, Keisuke não conseguia compreende-la bem, e isso o incomodava muito. Afinal, pra que manter tantos segredos ? Depois do que acontecera no dia em que ele a levou em casa, nenhum dos dois tocou mais no assunto, mas o rapaz sentia que precisava falar com ela.

- Natsu-chan, posso lhe perguntar uma coisa ?

- Claro.

- Er...bem...È sobre aquela historia da sua mãe... – Ela baixou a cabeça ao ouvir aquela palavras. – O que aconteceu naquele dia ?

- Keisuke...eu não gosto de falar sobre isso, por favor entenda. 

- Ta legal então. – Respondeu ele a contragosto. Aquela atitude só aumentava sua curiosidade, logo, resolveu ele mesmo ir ver a mãe da amiga. 


...


Era sábado, nesse dia, a amiga nunca ia para o serviço, mas sempre passava as tardes fora, e só voltava pra casa tarde da noite.

- Senhora Ritsuka, er, eu sou amigo da Natsumi e... – Disse ele, ao ser recebido.

- Natsumi...? Mas eu não tenho nenhuma filha chamada Natsumi...

- Como ? Claro que sim, nos trabalhamos juntos ! Como pode não se lembrar seu sua própria filha Senhora ? – Indagou o jovem.

- Escute aqui rapaz, minha única filha é minha querida Kaoru, e ela não está, sinto muito...

- Então, eu espero ela chegar ! – Respondeu decidido.

- Tudo bem, entre...- Disse a mulher, a contragosto.

Ele observou atentamente toda a casa. Era simples, porém com muitos objetos de valor. Havia pelas paredes inúmeros porta-retratos de uma garotinha de no maximo dez anos de idade. Curiosamente, usava as mesmas marias-chiquinhas e vestidos rendados que Natsumi costumava usar. 

Então...é a Natsumi...er Kaoru ? – Perguntou, apontando para uma fotografia. 

- Oh sim, ela tem dez anos...não é linda ? 

- “Essa mulher só pode ser maluca, eu não to entendendo mais nada”

- Mamãe...cheguei. – Anunciou alguem ao abrir a porta. – K-keisuke, o que faz aqui ?

O rapaz, sem ter o que dizer, e mais do que confuso com aquela historia toda, decidiu ir pra casa. Yukari prometera ligar aquela noite, e pensou que pelo menos ouvir a voz dela fosse acalmar seus nervos.


...


- Estou com tantas saudades, quando virá á Tokyo Yuu-Chan ? 

- Hum...sinto muito, estou cheia de problemas agora, mas prometo que vou visitar vocês dois assim que puder. Hei, como está se saindo trabalhando na loja ?

- Seu pai contratou dois empregados pra ajudar. 

- Claro, você sozinho não daria conta nunca. – Risos.

- Hei ! Olha quem fala ! Olha, vou passar pro seu pai, ele ta aqui me fuzilando com os olhos .

- Ok...Te amo.
- Também te amo Yukari-chan. Boa noite. – Se despediu, passando o telefone.


... 


Uma semana depois, Natsumi veio para o trabalho extremamente desanimada, e era visível que chorara, e muito, na noite anterior. 

- Precisamos conversar. Você está passando por algum problema com a sua mãe Natsu ?

- Que é, virou psicólogo agora ? 

- Ow, também não precisa falar assim comigo. Só fiquei preocupado com as coisas que a sus mãe me disse. 

- Você nunca entenderia!

- Estou tentando entender! – Falou, irritado. 

- ... – Naquele instante, as lágrimas já cortavam o rosto da jovem – Pra minha mãe...eu nunca existi, sempre fui tratada como um nada, ela nunca se deu bem com meu pai então, quando se casou de novo, e a Kaoru nasceu, as coisas pioraram bastante. A garotinha que você viu na minha casa era ela. 

- Natsumi...

- A Kaoru e o pai dela morreram em um acidente. Mas...na cabeça da minha mãe, quem morreu fui eu. – A menina encolheu os oubros e começou a chorar desesperadamente, Keisuke não sabia o que fazer. – E é por isso, que me visto como a minha irmãzinha...não quero ver minha mãe sofrendo...

- Mas, qual o sentido em assumir a aparência e vida de outra pessoa ? Isso só vai te fazer sofrer mais ainda . 

- Droga, eu disse que você não ia entender ! Minha mãe é tudo o que me restou no mundo, mesmo que eu precise ser a Kaoru, pra que ela possa me amar, que assim seja . Eu só...quero ser feliz...

Não havia o que dizer. O rapaz ficou mudo. De certo modo, compreendia o sofrimento da amiga, pois sabia o que era a solidão. Nunca mais ele tocou naquele assunto, ia ser melhor assim, afinal, cada um escolhe sozinho seus meios para encontrar a felicidade, mesmo que eles pareçam estranhos aos olhos dos outros. 


...


- Escute filha, não quero que você trabalhe mais . Não acho que tenha idade pra isso.

- Mas...- Natsumi não sabia o que dizer.Claro que já tinha idade suficiente para ganhar seu próprio dinheiro, mas seria pra sempre uma criança de 10 anos. Naquele momento, pela primeira vez ela parou pra pensar em como seria sua vida no futuro, até quando aquilo duraria ? - ...

- Chega de “Mas” mocinha. Aliás, e a escola ? – 

Escola? A mulher nunca se dera conta de que a filha se formara a mais de dois anos, pois ela sempre saia de cada bem cedo e voltava só à noite. 

- Quero falar com sua professora. 

- CHEGA MÃE ! – Explodiu. Eu não sou a Kaoru droga, não sou ! A minha irmã está morta, meu nome é NATSUMI ! ouviu ? NATSUMI !  

TAP! 

Sentiu a face arder violantamente com o tapa. A Ritsuka a olhava furiosamente. 

- Chega, nunca mais ouse dizer estas palavras garota. Eu não suporto ouvir esse nome. Se não fosse a maldita Natsumi, Satoshi não teria sumido no mundo. Ainda estaria aqui. O seu pai também querida Kaoru, ainda estaria vivo. A culpa é toda dela !
Ela saiu de casa batendo a porta. Não importava mais nada aquele momento. Tinha vontade de morrer, lembrou-se de Keisuke, e sentiu mais vontade ainda de chorar. Ele também amava outra, também não havia lugar no coração dele para ela. 

 Caminhava pelas ruas vazias da cidade naquela noite, nem sabia mais onde estava, de repente, distraída, esbarrou com alguem. 

- M-me perdoe senhor...eu não vi... – O Homem aparentava ums quarenta e poucos anos, cabelos levemente grisalhos, alto, e bem vestido. 

- Fuyumi...? È você mesma ? 

- Hã ? 

- Sou eu Fuyumi, Satoshi, não se lembra ? Também, já fazem quase vinte anos não é ? È inacreditável como você continua linda...

- S-Satoshi Ritsuka ? – Indagou. Não é possível, seria mesmo ? Seu pai, que nunca conhecera, ali, na sua frente ? 

- Sim, sou eu ! Mas...você é mesmo ela ?

- Papai...eu sou...eu sou...- As palavras não saiam. – Natsumi...sua filha...

- ...- As lagrimas começaram a rolar. O homem não sabia o que dizer. Apenas a abraçou com força. 

Naquela mesma madrugada, Satoshi contou os motivos que o levaram a abandonar a mulher e a filha, e por que voltara depois de tanto tempo . Não havia lugar pra remorço entre os dois. Talvez, finalmente, a vida lhe houvesse lhe dado a chance de ser feliz.

... 





Na semana seguinte...

- Bom dia Keisuke, bom dia Atsushi! – Anunciou sorridente uma jovem de cabelos ruivos e cacheados, mas diferente das outras vezes, estes estavam mais curtos e soltos. Suas roupas também estavam mudadas, não lembrando em nada os vestidos infantis de antes.

- Natsu-chan , é você mesma ? – O rapaz perguntou espantado.

- Nossa, ela ta mais gata que antes... – Comentou o outro. 

- È, aconteceram algumas coisas desde de a ultima vez que nós falamos uns dias atrás né ? Mas eu conto tudo pra vocês outra hora rapazes. Agora...vamos trabalhar se não daqui a pouco vai ser todo mundo demitido ! - Brincou rindo. 

- Ah, Ô cara, eu esqueci, chego essa carta pra você. – Disse Atsushi .

- Quer dizer que agora você também fuça nas nossas correspondências é ? – Riu. 

Querido Keisuke,
Desculpe não ter ligado, estou com pouco dinheiro e minhas “colegas” confiscaram o telefone. Por isto estou escrevendo esta carta. Mandei uma só pro papai também, por que não é interessante seu pai ler as coisas que se escreve pro seu namorado não acha ? *risos*. Como vão as coisas por ai? Ainda estou atrás de um trabalho, mas ta difícil.

Olha, eu não disse naquele dia, mas está sendo extremamente duro viver sem você. Eu estava tão acostumada com a sua presença. Sinto falta das nossas conversas, enfim, de todos os momentos que passamos juntos. Por favor, me responda assim que der,ta bom ? 

Mil Beijos, 
  Yuu

- Ow, que é vocês dois pendurados no meu ombro hein ? È muito bonito ler a carta dos outros sabiam ? – Reclamou brincando, o garoto saiu dali rapidinho com medo de apanhar, mas Natsumi continuou lá, quieta.

- Ta tudo bem com você ?

- Sim, sim...é que eu...fico muito feliz em saber que essa menina te ama tanto Keisuke. Eu jamais gostaria de te ver sofrendo por causa de alguem...

- Natsu...

- Ah, é não se esqueça viu ? Hoje você vai me levar na minha nova casa de bicicleta. E não é mais tão perto. Se prepara !


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