Meu Diário, Seu Diário escrita por All StarCherry


Capítulo 1
Querido Caderno Otário


Notas iniciais do capítulo

Pois é, essa historia me veio do nada na cabeça
Tomara que esteja melhor do que eu imagino...
ao cápitulo...



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Querido caderno otário, eu já devo ter perdido a conta de quantas vezes minha mente voa para os mesmos olhos cinzas e o sorriso que tanto anseio ver.

Não devia ser assim, devia? Não importa aonde vá, é como levar seu olhar perdido pela tela de seu laptop por todos os cantos.

Tudo que anseio ver é um sorriso meu e somente meu saindo de seus maravilhosos lábios, tudo que quero é um tímido olhar em minha direção, mas quando chego perto disso tudo que faço é fitar meu caderno com um interesse tão profundo e sem sentido quanto este próprio sentimento.

Como Percy Jackson, o garoto mais pegador e cobiçado da escola foi ser subjugado a um simples garoto confuso e apaixonado?

Apaixonado? Não. De jeito algum Percy Jackson seria um mero apaixonado. Curiosidade, convenceu-se Percy, apenas isso: curiosidade.

Mesmo que ele viesse a persegui-la teria de ser isso: curiosidade.

Todos os dias na mesma hora e sem falta ela vem ao mesmo ponto de café e sempre com seu maldito laptop.

Olhos cinzas, ele pode perceber, como o mar mais tempestuoso de todos os tempos, o qual ele queria se perder.

E eu nem sabia o nome dela quando isso começou.

Era para ser um dia como outro qualquer, com Percy tentando formular rimas em letras de músicas que se encaixassem a banda, mas no momento em que ela pôs os pés naquela cafeteria que o mundo do garoto tornou a virar-se do avesso.

Garotas quaisquer, líder de torcida, fácil ou difícil, isso já não importava. Seus únicos pensamentos que lhe ocupavam a mente eram as lembranças de como ela passava calma e resplandecente ao celular.

Seus olhos.

Cheios de uma mistura orgulhosa e perfeitamente magnífica de conhecimento. Um rosto angelical, o qual Percy teve de se conter para não suspirar, pele tão macia e sedosamente delicada em um bronzeado fino que ele tanto almejava tocar e cabelos de um loiro beijado pelo sol encaracolados a cachos em seu belo rosto escultural.

Os olhos tempestuosos percorriam o lugar, curiosos, e sempre sentada a mesma cadeira ela se punha ocupada em abrir seu laptop.

Toda manhã era igual. Percy acordava cedo com o mesmo pensamento com o qual dormia – ela e somente e ela. Das 17h até 21h, de segunda a sexta, e das 08h até 12h em finais de semana na mesma mesa de número 4.

O mesmo laptop com símbolo delta...

E como ele queria que ela ao menos lhe disparasse um olhar. Qualquer olhar. Confuso, chateado, impressionado... Apaixonado.

Mas eu nunca tenho coragem de ir até ela, eu nunca tenho coragem de me pôr a sua frente e me apresentar. Já não sei o que houve com Percy Jackson e muito menos sei quem é este que toma agora seu corpo em seu lugar, mas... Se seria para morrer a procura de um simples olhar seu... Eu... Eu morreria.

Percy Bufou.

Letras se misturavam ao caderno/diário dado por seu pai no começo do ano.

– É importante guardar suas lembranças dessa época, ou logo ficará velho demais para se lembrar de algo.

Diário nunca fora a palavra para qual usara para o caderno.

– Que mané teria um diário? – diriam seus amigos.

Ele sempre o chamara apenas de caderno. Ok. Querido caderno otário também entrava na lista, mas... Ele nunca pensara que seu caderno seria o único modo de fugir e esconder tal confusão.

Nico deve ter razão. Estou misturando letras a baboseiras quaisquer.

– Annabeth! – uma voz se fez ouvir.

Annabeth, Annabeth, Annabeth. Seu nome pareceu ecoar aos ouvidos de Percy.

Uma garota de cabelos rebeldes em pretos entrou apresada. O garoto mal pode acompanhar seu percurso.

– Thalia... – a voz do anjo de olhos cinzas saia melodiosa mesmo a tamanha pressão dada ao abraço de urso de Thalia. – Vai me matar assim... – e a garota finalmente a soltou.

Percy a olhou curioso. Não deu atenção as conversas das amigas que a muito tempo não se viam. Tudo que Thalia fazia era brigar.

– Sua Nerd, quer dizer que é aqui aonde se esconde todos dias quando eu te procuro? – Annabeth se encolheu sorrindo. Thalia meio zangada dava medo, mesmo que de brincadeira.

Cabelos repicados rebeldes e pretos com pele alva misturados a roupas pesadas variadas entre preto e roxo era o seu estilo, ele observou.

Os olhos verdes de Percy continuavam entre uma mistura de confusão e curiosidade, perdendo-se em seguida em orbes tão tempestuosos quanto sua própria mente.

E eu já não sei o que há comigo, mas quando olho em seus olhos cinzas é como se mais nada importasse. Eu me sinto livre e completo, acho... Acho que é por isso que venho aqui todos os dias.

Como que para pegar minha dose diária de Annabeth.

– Annabeth?

– Hm? – a loira soltou em pergunta. – O que?

Annabeth.

E agora esse é o único nome e a única coisa que parece pairar por minha mente.

– O que você esta olhan... – Thalia cortou sua própria voz ao encarar os olhos verdes de Percy. Verdes como o mar, pode notar. Seu queixo pendeu em direção ao chão, recuperando-se em seguida. Aquele garoto não era apenas um rapaz, era o rapaz. Dono de um bronzeado perfeito a cabelos negros e perfil másculo adocicado a confusão notável.

Os orbes verdes fixaram-se a algo atrás dela fazendo-o corar e voltar sua atenção ao seu caderno que jazia solitário a mesa.

– Entendo. – Terminou falhando pela falta de ar causada por tal deus grego. E que deus!

Thalia esperou curiosa pelo olhar de Annabeth, que não veio, esta se concentrava de modo extremo a fitar seja lá o que houvesse ao seu lado.

– Quem é? – finalmente a pergunta da garota de olhos azuis elétricos saiu de seus lábios.

– Um garoto qualquer. – Respondeu ríspida. Suas bochechas, contudo, continham um tom avermelhado.

– Qualquer? – Thalia controlou-se para não rir. – Annabeth, minha amiga – sua voz era dócil e sarcástica ao mesmo tempo em que era convencida e impressionada –, sem querer ofender, mas você precisa de óculos.

Mas a garota parecia não querer responder. Annabeth era uma das pessoas que levavam o orgulho ao extremo e garotos como Percy Jackson não valiam a pena. Valiam? Garotos como Percy Jackson escolhiam entre milhares e milhares de garotas convencidas de um amor à primeira vista inexistente para traí-las no minuto seguinte em que as mesmas dobrassem a rua. Eles simplesmente escolhiam e seguiam em frente, garotos como ele magoavam todo tipo de garotas. Garotas como ela.

Ela não sabia nem tinha ideia do por que o garoto a continuava seguindo, mas não se importava. Annabeth não cairia em nenhuma de suas cantadas baratas. Nunca, prometeu a si mesma, Nunca e nem em sonhos choraria por garotos como ele. Nunca. Não depois do que acontecera com sua amiga de quarto e muito menos seria como as líderes de torcidas da escola. Descartáveis, eles as chamavam, Boas de pegar, fáceis de largar. Elas também não se importavam, pareciam gostar tanto como considerar tudo um simples joguinho.

Mas eu não.

Depois de Shayne nada mais sumiria de suas vistas. Seus olhos inchados, as olheiras evidentes e gradualmente crescendo abaixo de seus olhos. Olhos que um dia a fitavam com tanta vida a respeito de um amor praticamente impossível...

Impossível.

Essa era a palavra.

Se houvera ou não chances de tal amor ela não sabia. Todas as informações das quais dispunham eram aquelas as quais Shayne se lembravam após a festa, o que não lhe eram informações muito úteis já que seu estado demonstrava mais significados do que suas próprias palavras.

As únicas poucas palavras que Annabeth conseguiu identificar foram “David”, “Mentira”, “Amor” e “Falso”, desabando em seguida envolta por seus braços, em busca de proteção, chorando e chorando até o sono chegar.

Aquela fora uma longa noite, Annabeth recordava. Jamais esqueceria dos incontáveis segundos que passara alisando os cabelos de Shayne, assim como jamais esqueceria de seus soluços entrecortados entre outros e de suas tentativas nunca conquistadas de explicar tais acontecimentos.

Annabeth de fato nunca soubera o que realmente acontecera na festa. Não era muito seu estilo, assim como agora, sair para festas quando dispunha de um livro de arquitetura a sua mesa.

Mas aquelas horas intermináveis ela jamais esqueceria.

Quando Shayne deixou-se levar pelo sono Annabeth não se mexeu. Continuava a acariciar seus cabelos de modo protetor com um único pensamento em mente. Nunca, mas nunca se deixaria destruir por tão pouco. Garotos como Percy Jackson definitivamente não valiam a pena.

Thalia pigarreou exigindo uma resposta.

– Não é ninguém. – insistiu Annabeth – Sério. Ninguém.

Sua amiga sorriu.

– Annie, querida – sua voz era macia –, você não sabe mentir, não para mim – completou.

Annabeth suspirou.

– Ele é apenas um garoto que frequenta aqui tanto quanto eu.

– Muito gato esse garoto por sinal. – A loira deu de ombros. – Você não fica curiosa? – seus olhos azuis fitavam o garoto com curiosidade ao mesmo tempo em que pareciam distantes.

– Ahn?

– Com o que ele tanto escreve naquele caderno.

– Eu... – o coração de Annabeth falhou uma batida. Ela nunca se dera o luxo de notar que Percy estava sempre com o mesmo caderno todos os dias olhando-a entre uma espiada e outra. O que ele tanto escrevia naquele caderno? – Não. – Forçou-se a dizer.

– Mentirosa. – A amiga sorriu maliciosa.

– Não é mentira! – ela voltou-se para encarar a amiga, tentando reforçar sua não verdade.

– Tanto faz – deu de ombros –, eu estou.

– Thalia, você é tão... – os olhos azuis elétricos a fitaram desafiadores, o ar escapou de seus pulmões – previsível? – saiu mais como uma pergunta.

Ela sorriu.

– Talvez. – Admitiu – Talvez.

Olhos de um cinza sem igual. Olhos os quais quero me afogar, mas ao mesmo tempo tenho medo de encarar.

Annabeth.

Ela me fitava curiosa, mas agora... Seja lá quem for esta sua amiga não deve estar me ajudando.

Se ela ao menos soubesse que...

Suas últimas palavras saíram riscadas pelo susto provocado por seu celular que agora tocava impaciente. A tela piscava agitada, Rhoda.

Percy não tardou em atender, mas poucos foram os segundos seguintes os quais ele quase largou o aparelho. Com as mãos nervosas e trêmulas pelo choque de tal noticia ele demorou alguns minutos para acreditar que era verdade.

A pouco era para ser um dia como outro qualquer, com Percy tentado captar tal beleza e reações da loira em palavras, mas bastara uma chamada e logo seu coração fora baleado de tiros desesperados e silenciosos. Era como sangrar sem sangue. Como se sua alma vazasse em uma direção qualquer. Mas o garoto não se deu tempo para digerir as informações, como que em um estalar de dedos Percy pôs-se a arrumar suas coisas apressadamente pondo os cadernos de modo qualquer em sua mochila e fechando do modo mais rápido que pode.

Thalia o olhou curiosa quando o garoto, de tão apressado ao passar pela porta, deu de encontro com uma jovem qualquer. Percy murmurou desculpas rápidas e assim, foi-se pela mesma. A jovem pareceu não ligar. Afinal quem reclamaria ao dar-se de encontro com um deus grego como ele? Mas não foi isso que chamou sua atenção.

O caderno que Percy a pouco escrevia encontrava-se jogado no chão.

Se havia sido um acidente ou não Thalia não ligava, ela levantou-se ignorando os protestos e perguntas de Annabeth enquanto tirava o caderno do chão sentando-se novamente ao lado de sua amiga ela abriu na primeira página.

– Thalia, o que raios... – a loira estava exaltada

– Está tão curiosa quanto eu Annie, admita. – Seus olhos azuis nem ao menos saíram do caderno ao dizer – e ainda mais, você não é obrigada a ler.

– Mas não é certo! – insistiu.

– Ótimo – a loira suspirou aliviada quando Thalia o fechou com raiva. – Se vai ficar com remorso vire para o lado e finja que não estou aqui – ela o abriu-o novamente. – É simples.

– Thalia!

A morena rolou os olhos.

– Quer saber? Vou ler no meu quarto.

– Vai mesmo levar isso para casa? – perguntou a loira quando Thalia o pôs na mochila.

– E por que não? – soou desafiante.

– Curiosidade mata.

– Então – ela esticou a mão cumprimentando-a rapidamente –, foi bom te conhecer – e passou correndo pela porta antes que Annabeth pudesse ao menos pensar em o que dizer.

End of chapter 01.


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Notas finais do capítulo

Reviews? Aumentos na minha popularidade?Indicações?Não?Ah, bem... Eu tentei né? >.