Céu e Lua escrita por Izumi Misha


Capítulo 4
I would not die




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/109715/chapter/4

“Oh, so this trial of guts is for ME?

But nothing can make me afraid.

For no matter how many swift arrows pierce my flesh,

no matter if flames consume my body,

I would not die.”

            Não sei que cara a professora fez depois daquilo que eu havia dito, no final não importava. Ela iria continuar naquele colégio, eu sabia onde encontra-la. No final, meus sentimentos iram alcança-la, como antes.

            Cheguei em casa, me surpreendi ao notar que a Neet não estava em casa. Apenas deixou um bilhete falando que havia saido para comprar roupas. Certo, certo.

            Comi qualquer coisa que achei por lá e fui ver TV.

            Não era o MELHOR passatempo, mas quando eu não tinha muito o que fazer eu simplesmente me jogava no sofá e ficava vendo os canais. Principalmente os que a Kaguya assistia, era divertido vê-la defender esses programas idiotas enquanto eu só apontava defeitos neles.

            Queria que o tempo passasse logo e que amanhã chegasse. Iria para a escola, e mesmo que ela me evitasse, eu poderia ver seu sorriso ao passar pelas outras classes.

            Claro que eu e o tempo temos uma certa richa, então ele nunca iria colaborar comigo.

            Acabei dormindo, como sempre e quando acordei devia ser por volta das 2h da manhã.

            Primeiramente fui comer alguma coisa, e depois fui ler. Isso iria me ajudar a passar o tempo.

            Depois de ler uns dois livros, já era hora de ir para a escola. Nunca fiquei tão empolgada para ir para a escola. Acabei me arrumando mais do que o normal, mas nem liguei.

            A Neet devia estar dormindo... bem tanto faz.

            Corri. É, eu corri para chegar logo no colégio. No final acabei chegando bem cedo.

            Fui para a minha classe, deixei minhas coisas lá e fui para o terraço.

            - Keine-Sensei? – Disse surpresa em encontra-la lá.

            - Mokou! – Ela derramava um pouco de suco na blusa, surpresa em me ver provavelmente.

            - Como vai Sensei? Te assustei? – Andei até ela.

            - Não, está tudo bem, não se preocupe. – Ela limpava a blusa.

            - Desastrada? Que estranho. – Eu sorria.

            - Você fala como se me conhecesse. – Ela suspirava.

            - Mas eu te conheço.

            - Você me conhece a menos de uma semana.

            - Eu te conheço a milênios. – Eu a olhei seriamente. – Você não sabe como eu te esperei Keine.

            - Pare de falar desse jeito! – Dava para notar o tom sério da voz dela.

            - Eu te esperei Keine. – Eu peguei na mão dela. – Pode não acreditar, mas eu te esperei. Eu tenho estudado história para manter você viva dentro de mim. É por isso que eu só vou nas aulas de história. Era a única disciplina que eu podia ver você sorris sinceramente enquanto dava aula.

            Ela apenas me olhou surpresa.

            - Você está mentindo não é?

            - Sinceramente, o que eu ganharia mentindo? – Eu suspirei. – Você pode não lembrar, mas eu me lembro. Se isso não for suficiente para você, eu irei criar novas lembranças junto de você.

            - Mokou...

            - Eu irei dedicar a minha vida inteiramente a você. Tempo não é problema para mim. Irei ficar com você para sempre.

            - Você sabe que “para sempre” é muito tempo não é? – Ela olhava para mim decepcionada.

            - É...mas não é um problema.

            - Como assim? Um dia eu e você iremos morrer. – Ela olhava seriamente para mim.

            - Você é tão ingênua.

            Segui até a janela da entrada para o terraço e a quebrei. Conseguia ouvir a Keine se surpreendendo com o meu ato. Peguei um pedaço de vidro e me aproximei dela, mantando uma distância segura ainda.

            - Eu simplismente não morro.

            Cortei meu pulso com o pedaço de vidro, Keine olhava desesperada para mim. O sangue escorria, mas eu não me sentia fraca. Mesmo que doesse, a morte não vinha para mim. Depois de alguns minutos, simplesmente cicatrizou.

            - O que foi isso agora? – Ela se afastava lentamente de mim.

            - Eu sou imortal, Keine. – Olhei para ela com um sorriso. – Quando eu disse que esperei milênios por você, eu não estava brincando.

            Keine me olhava confusa e desesperada, conseguia ver um pouco de dó em seus olhos. Não me olhe assim, por favor. É esse olhar que eu não quero ver. Ela começava a chorar, não me pergunte a razão.

            - Então, aquilo que você disse sobre me amar era verdade? – Ela enxugava as lágrimas com a mangá da blusa.

            - Não é mentira.

            - Sabe, quando eu te encontrei pela primeira vez, eu pensei “Que pessoa estranha.” – Obrigada pela informação. – mas mesmo assim eu sentia que já havia te visto. Depois de novo, aquele sentimento continuava a me perturbar. Quando me lembrava de você, acabava me recordando de um sorriso gentil e acolhedor, que eu simplesmente amava. – Ela olhava para baixo. – Eu simplesmente não sei o que dizer.

            - Keine-Sensei. – Eu me aproximei dela pegando sua mão. – Eu só quero ficar ao seu lado, é pedir demais? – Enxuguei suas lágrimas com a manga da minha blusa.

            Keine acabou me abraçando. Ficamos lá, durante algum tempo.

            - Céu cinza. – Ela murmurava.

            - Antes eu odiava esse céu cinza. Além da chuva e de tudo, ele parecia jogar na minha cara que eu estava sozinha. Mas agora não importa mais. – Segurei firme a sua mão, como eu já havia feito e sorri para ela.

            E como presente, ela mostrou aquele sorriso que eu amava, e que poderia admirar novamente.

“Todo o ser vivo deve morrer, esta é a lei deste mundo.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!