Quando acordei já era tarde, havia passado das duas da tarde com certeza. Ao meu lado Jason era a escultura de Adônis, dormindo relaxado comigo sobre seu peito escultural.

Levantei sem querer acordá-lo e fui para o banheiro, estava descansada e feliz. Não, estava exuberante. Nunca fui tão feliz quanto ontem a noite. 

Escovei os dentes e fui para a cozinha, arrumar café da manha na cama para o meu anjo. Era o minimo que eu devia fazer para agradecer por ter me levado nas nuvens tantas vezes na noite anterior...

Depois que as panquecas e o chocolate quente estavam prontos levei para o quarto sem fazer barulho, Jason ainda dormia tranquilamente. Coloquei o nosso café da manha na minha mesinha de cabeceira e subi na cama para acordá-lo.

Beijei primeiro o seu ombro exposto, subindo preguiçosamente para seu pescoço perfeito, a linha do maxilar e finalmente, finalmente seus lábios macios, que se distorceram em um sorriso antes de retribuir o beijo.

“Bom dia Amor!”

“Bom dia Gata. Bom não, ótimo.”disse ele ainda me beijando agora de olhos abertos.

“Trouxe café da manha para você!”

“Deu para sentir pelo cheiro... mas o que eu fiz para merecer tudo isso?”

“Depois te mostro...”disse cheia de malícia enquanto o beijava apaixonadamente. “Mas agora café da manha.”

“Não é torta de maçã do McDonald´s mas eu gosto.”

“Eu adorei, você é uma cozinheira e tanto amor... mas acho que não deveria me surpreender, afinal você é boa em tudo...” esse foi o fim da nossa conversa... 

Já estava quase anoitecendo e eu e Jason tínhamos acabado de sair do banho.

“Amor... já que vamos mesmo para Boston, acho melhor arrumarmos s passagens não?”

“Tem razão... será que ainda tem?”

“Espero que sim senão a Baixinha me mata!”

Liguei para a companhia aérea.

“Companhia aérea. Ricardo pois não.”

“Olá, sou Leah Wolfe, gostaria de duas passagens para Boston.”

“Claro, a senhora pode me passar o seu CPF?”

Falei o numero rapidamente confirmando o cadastro.

“Pronto, a senhora vai viajar com quem se me permiti a pergunta.”

“Meu namorado.”

“Ele é maior de idade?”

“Sim, senhor. E tem passaporte também.”

“Ótimo. Para quando é as passagens?”

“O mais rápido possível. Quando é o próximo embarque?”

“Tem um agora 19:30 e outro as 22:00.”

“A de 22:00 parece ótima para mim.”

“Tudo bem, lembrando que a senhorita tem que passar uma hora antes para pegar as passagens no check-in.”

“Tudo bem, muito obrigada Ricardo.”

“Obrigada a senhora, tem uma boa noite.”

Desliguei o telefone indo para a sala que era onde Jason estava. 

“Amor... acabei de comprar as passagens, o voo decola às 22:00 tá?”

“Tudo bem... mas temos que sair mais cedo, tenho que pegar dinheiro e meu passaporte, além de fazer as minhas malas...”

“Eu estava pensando... que tal sairmos agora? A gente passa na sua casa, faz as suas malas, pega as coisas e depois ficamos no shopping porque tenho que comprar muitos presentes ainda.”

“Soa perfeito para mim.”

“Você pode ir com a moto que você deixou na garagem e deixá-la em casa, eu fico arrumo as minhas malas e depois te pego de táxi.”

“Ótimo. Te amo.” e ele se foi, me dando um selinho de despedida, com um 'Não demore muito', na porta.

Fui para meu quarto revirando meu closet arrumando as minhas duas malas e mais uma dentro da mais vazia para a que eu sabia que ia usar com os presentes.

Arrumei tudo em tempo recorde, falei com o porteiro e deixei a chave com ele, dando um 'Feliz Natal e ótimas festas' na despedida chamei um táxi e fui para a casa do Jason.

Ele já estava pronto com uma mala preta perto dele, sorriu quando me viu e colocou a mala no porta mala, já empanturrado. 

Ficamos de mãos dadas enquanto seguíamos para o shopping. O taxista, um senhor de idade gente boa com um forte sotaque italiano ia ficar esperando por nós no estacionamento.

Voltamos quase duas horas depois, Jason só com uma sacola enquanto eu tinha mais de cinco sacolas. Em cada mão.

Jason tinha me ajudado, como cavalheiro que é, e quando chegamos perto do táxi que estávamos o senhor veio ajudar também.

Seguimos para o aeroporto, o senhor nos ajudou a descer as malas e o pagamos sem aceitar o troco, passamos no check-in arrastando as malas e pegando as passagens, que não deixei Jason pagar, indo nos sentar em cima do carrinho mesmo porque era alta temporada em Londres e simplesmente não tinha onde sentar no aeroporto internacional de Londres. Aproveitei a uma hora que ainda tinha até embarcar e foi colocar as compras com os presentes de todos dentro da mala que eu havia trago de reserva.

Agora eu tinha 3 malas empanturradas de milhares de coisas. Teria de pagar por excesso de bagagem.

Foi liberado e embarcamos as nossas malas rapidamente no avião, Jason não deixou eu pagar o excesso de bagagem pagando ele mesmo. Embarcamos e foi tranquilizante substituir o carrinho de carregar mala pela poltrona de primeira classe do avião. Acabei dormindo deitada sobre o peito do Jason...

Quando acordei foi com a voz de uma aeromoça daquelas de filme, loira, toda siliconada, com os cabelos esvoaçantes.

“Ora senhor, ela está dormindo... não vai fazer mal algum... o banheiro é espaçoso...” quase voei no pescoço daquela vaca por dizer aquilo. Quase. Continuei fingindo que dormia, esperando a reação do Jason.

“Desculpe, minha senhora...mas você está perdendo o bom senso. Ela pode estar dormindo mas isso não muda o fato que eu a amo e não vou traí-la. Agora dá licença.” Jason não foi grosso com a vagaba mas foi frio o suficiente para mim.

“Olhe para mim...” senti aquela criatura pegando no queixo do MEU homem. “Não tem nem comparação.”

“Tem razão. Ela é 1000 vezes melhor que você. Agora, se não der licença terei que chamar o seu supervisor.”

A siliconada saiu batendo o pé, indo arranjar alguém que a quisesse.

“Que mulher louca... se soubesse o que a Leah é não ficaria nem no mesmo avião que ela.”disse ele a meia voz, suspirando, se aconchegando mais na poltrona e balançando a cabeça.

Depois dessa eu tive que rir.

“Oi amor, não sabia que tinha acordado...” ele disse, mas parecia receoso. Da minha reação talvez. Ri mais ainda.

“Eu tive de rir depois daquilo...”

“Eu sinto muito. Tem gente que não desconfia.”

“Eu sei.” disse olhando para o corredor vendo a vaca me olhando. “Que ela fique sabendo que você é SÓ meu!” disse e depois o beijei com amor, com paixão. 

“Eu acho que isso já ficou bem claro para ela agora.” disse ele depois que o beijo acabou.

“Ou talvez não...” disse começando o beijo de novo.

“Posso mostrar para ela e para quem quiser ver que nós pertencemos um ao outro o dia todo...” disse ele com os lábios nos meus.

“Isso soa perfeito para mim.”

E foi assim que fomos desembarcar em Boston. 

Pegamos outro táxi e paramos em um hotel que eu tinha ficado da outra vez. 

Jogamos as malas em um canto qualquer e ficamos entretidos durante a noite toda... se é que me entende... mostrando para quem quisesse ver e ouvir que pertencíamos um ao outro e nada mais.