Aquilo era muito... estranho se assim posso dizer, eu só tinha nove anos.

Fiquei observando no lado direito um monte de gente aparentemente comum no computador como se aquilo fosse uma "lan house" e do lado esquerdo umas três portas. Não tinha plena certeza se aquilo era o subterrâneo do prédio, mas estava escrito em uma placa em cima da porta do meio. Em falar em meio, a coisa que me fez dar um berro foi o que estava na minha frente. Até hoje eu não sei descrever bem aquilo, mas brilhava e era meio azul. Estava dentro de um tubo gigantesco, eu achava que era uma pedra. Inventei várias teorias na minha cabeça para a existência daquilo em menos de dois minutos. Mas claro, como sempre alguém tinha de interromper meus pensamentos... 

  - Olá Lienda Scholosser - sorriu Carlos

  - Meu nome não é Lienda, devem estar enganados, meu nome é... - fui interrompida novamente.

  - Sim, sabemos seu nome verdadeiro,mas não podemos usá-lo aqui. Sabemos onde você estuda, o que faz, conhecemos tudo o que faz.

  - Pensando assim vocês não são tão idiotas, mas sabe, essa corda está machucando meu braço e aquela coisa estranha é... muito estranha - eu tentava me soltar mas não conseguia. Eles sabiam de mais sobre mim, achei que deveria apagar minhas contas na internet e usar só meu diário para conversas pessoais.

  - Não se preocupe, aquilo é só uma lâmpada natural, é uma rocha sim... Mas com esses computadores todos precisavamos dela. Sabe, Lienda, temos muito para falar com você. - disse Ricardo.

  - Se querem falar alguma coisa falem logo, eu preciso ir pra casa - continuei tentando me soltar, mesmo percebendo que se tornava inútil.

  - Querida, você vai passar a se chamar Lienda Schlosser. Por ser nova e por parecer inocente achamos que seria fácil trabalhar com você. Não vai ser uma ocupação... - quem falava desta vez era um homem mais velho que apareceu por ali. Ele era alto e tinha uma expressão gélida.

  - Nem vem,isso é trabalho infantil, eu vou denunciar essa coisa aqui e vocês vão ver, nem tentem me subornar, eu ... - Ricardo tampou minha boca com as mãos um pouco irritado.

  - Viu, eu sabia que chamar uma criança ia dar nisso - cochichou Carlos para Ricardo.

  O velho olhou para nós três e deu um suspiro.

  - Ela vai ser útil, acreditem. Lienda, você vai ter que pesquisar a vida de algumas pessoas que precisamos ... deter - ele tirou um papel do bolso e me entregou.

  Menos irritada, peguei o papel e percebi que tinham alguns rostos e nomes neles. Do lado estava escrito algumas informações pessoais e alguns intens em branco.

  - Creio que esteja vendo essas partes em branco. Esse é seu dever, só deve ver os lugares onde essas pessoas frequentam e segui-las. Se nós, adultos os seguissemos seria duvidoso, eles sabem da existência de Retsam, mas estamos quebrando uma das regras colocando uma criança nisso. Então ...

(Tenho que sair, gomen >