POV Rick

Se havia algo que minha linda Eliza não sabia fazer era ficar quieta, era simplesmente impossível para ela não fazer nada em um vôo. Ou seja, era a quinta vez em que a aeromoça pedia a ela para se sentar e se acalmar que o vôo estava perfeitamente bem. Eu a calaria, claro, se ela permitisse, eu sei que no fundo ela tem sentimentos por mim, mas sua incrível teimosia e seu orgulho fazem com que ela me trate mais como um irmão do que um “namorado”.

– Ricky? – Me chamou dengosa. – Quanto tempo ainda?

– Liz... ainda teremos que pegar um carro para chegarmos a Forks, dá pra se acalmar? -Perguntei olhando-a.

– Mas.. mas.. – então sussurrou – Porque não corremos? – Se ela estava ansiosa? Qual é! Até parece que ia tirar o irmão da forca, ou algo parecido.

– Eliza.. precisamos manter as aparências e além do mais comprei um carro novo, aquele que você tanto queria.

– Você comprou o Camaro?? Eu te amo sabia?

– Se era tudo isso que eu precisava fazer pra você admitir, podia ter me dito antes. – Ela então deu um tapinha em meu ombro, e eu sorri, eu sabia que estava falando da boca pra fora.

– Você é muito convencido Derrick! – Fui obrigado a gargalhar e segundos depois ouvimos o comandante dizer que estávamos pousando em Seattle. Mas três horas de carro com a garota que eu amo, e que ama implicar comigo.

Peguei as malas e as chaves do carro, joguei as malas no bagageiro e entrei no carro, ela logicamente ia dirigindo. Eu nem me atreveria a discutir isso com ela.

POV Bella

Havia aprendido a tocar guitarra em dois meses, segundo Jake eu levo jeito para música. Agora estava plantada, sim, exatamente isso plantada na frente da loja de instrumentos musicais para comprar um violão, queria notas diferentes e mais suaves, por enquanto eu não podia arranjar um piano, mas eu ia assim que pudesse.

Mamãe havia me ligado para ver como andam as coisas, ela parece incrivelmente feliz ao lado de Phil, apesar de que quando falei de papai ela pareceu desconversar, é como se no fundo ela ainda se sentisse atraída por ele.

Estava cantarolando quando vejo Jones, o filho do proprietário vindo em minha direção, era um rapaz bonito de cabelos castanhos, olhos azuis e um sorriso encantador, algo que me lembrava um anjo travesso.

– Olá Bella! – Falou sorridente. – Que bom te ver aqui! Você não acredita, mas eu consegui um violão para você, quero dizer, na verdade eu o escolhi, - falou abrindo a porta da loja, mordendo suavemente os lábios, ele parecia nervoso por algum motivo. – Se você quiser é claro. – E lançou seu melhor sorriso em minha direção. Como eu – mera mortal - supostamente poderia viver com caras como ele e Jake ao meu lado? Era praticamente um convite para ser uma devassa. Esquecer o mundo e aproveitar o dia. *Carpe Diem! Minha nossa! O que Alice pensaria disso?

– Obrigada Jones – Falei sorrindo, era incrível como rapidamente me sentia segura ao lado dele, como se já o conhecesse há anos e não só alguns meses. Empurrou a porta soltando um “Primeiro as damas” e entrei.

– Me dê um momento, vou só ascender às luzes e a ventilação depois podemos ver o seu violão, e você poderia cantar para mim.. – Falou em um fio de voz ao pedir que eu cantasse para ele.

– Bem, e porque não? Jake está pensando em montar uma banda, e você toca bateria né? – Ele virou não acreditando em minhas palavras, rapidamente fui envolvida em seus braços e ele me rodopiou, me senti como uma criança ele me soltou e beijou meu rosto estralado.

– Então onde está o tão famoso violão? – ele me puxou pela mão e foi me carregando para uma parte especifica do estoque.

– Relaxa Bella – disse brincalhão – por mais que eu queria te beijar eu respeito e admiro você demais para tentar isso. – Senti meu rosto corar e pensei em quão diferente deveria ser ter lábios quentes como os de Jones me beijando, involuntariamente passei a língua sobre meus lábios. Senti-o parar e ficar á minha frente cobrindo minha visão era como se a qualquer momento lentamente ele se aproximaria e beijaria minha boca.

– Dê uma olhada – falou docemente se postando atrás de mim, colocando as mãos em meus ombros me empurrando convidamente ao violão.

– É tanto acústico quanto elétrico, o que acha Bella?

– É perfeito! – Falei tocando no violão e me levantando para abraçá-lo, era aconchegante abraçar ele, ainda que fosse diferente de Jake, Jones não era tão quente quanto meu Sol particular, mas seu cheiro era inebriante, suave, algo que lembrava brisa de verão, limões e mar. Afastei-me devagar dele enquanto o mesmo sorria, subitamente antes que desse conta do que estava acontecendo realmente seus lábios tocavam os meus gentilmente, um beijo doce que lentamente se aprofundou, abracei sua cintura e uma de minhas mãos acariciou seus cabelos, ele me segurava da mesma forma, algo que nunca pude fazer com Edward. Ele terminou o beijo dando pequenos selinhos e eu sorri mordendo meus lábios, travessa.

– Desculpe Bella, mas você não facilita! – E deu uma risada gutural, a qual eu segui, conversamos animadamente, sem falar no beijo, eu não esperava nada de Jones, ele era meu amigo e beijava muito bem, mas eu não me via apaixonada por ele, apesar de todo o seu carisma.

– Nos vemos depois Jon! A eu vou falar com Jake sobre a banda, vai pensando num nome, valeu? – Falei entrando em minha Pick-up.

POV Jones

Se existia alguém mais perfeita do que a Isabella eu certamente desconhecia. Seus lábios sobre os meus foram simplesmente mágicos, porém ela tinha aquele índio gigante ao lado dela, era impossível se aproximar realmente, eu quero dizer ele é enorme até parece uma espécie de lobisomem, aquele cabelo ridículo, ainda bem que ela estava sozinha hoje, pude usar todo meu charme, de alguma forma não parece ter sido tão importante assim para ela. Talvez ela esteja só querendo se divertir, depois de terminar com aquele outro namorado perfeitinho e sua família indubitavelmente linda.

– Queria tanto que ela me desse uma chance. – Murmurei para o vento. – Agora estaríamos juntos em uma banda e eu podia pelo menos tentar conquistá-la.

POV Desconhecido

Nova cidade, novas pessoas, novas presas, hum.. consigo sentir o gosto do perigo. Já não era tempo é claro, vampiras não podiam ficar em um lugar somente, levantariam suspeitas, olhei-me no espelho no meu novo quarto, assim que cheguei à pacata cidade de Forks, aluguei um pequeno apartamento, e honestamente eu adorava isso, ter minhas próprias escolhas e vida. Era solitário sim, mas necessário, de forma alguma eu iria viver como uma assassina.

Meus cabelos loiros caíam sobre meus ombros, meus olhos verdes-azulados me observavam do espelho perfurando minha alma, meu corpo magro e esguio, e um vestido, sim, eu queria paz e sossego antes de me aventurar a escola local.

Sentei e comecei a ler o meu exemplar batido de Romeu e Julieta, não me cansava da história épica. Às vezes é bom ter a capacidade de dormir, pois a solidão é no mínimo cansativa.

POV Jake

Era bom ter Bella por perto, por momentos era como se minhas irmãs houvessem retornado e eu não estivesse vivendo com meu pai Billy e seus amigos, ultimamente ando me sentindo um pouco estranho, ontem estava nervoso como se algo estivesse prestes a acontecer e hoje meus hormônios e meus sentidos estão à flor da pele, resolvi caminhar um pouco para ver se me sentia melhor, mas quando estava prestes a sair senti minha pele arder por dentro como se tivesse entrado em combustão instantânea, meu corpo tremia e meus ossos pareciam se contorcer, senti-me tonto mas quando cai pousei sobre patas castanhos avermelhadas gigantes, levante minha cabeça e vi meu pai vindo em minha direção. O que diabos estava acontecendo?

– Jake, filho está tudo bem. – Falou acalmando-me – Preciso que se acalme e controle o lobo em você.

LOBO? Porque cargas d’água ninguém, ninguém sequer mencionou que eu poderia me tornar um LOBISOMEM?

Senti meus músculos relaxarem, estenderem e novamente eu era um garoto de dezesseis anos nu na sala de estar, vi alguns móveis quebrados e meu pai estendendo sua mão para mim. Eu estava confuso e assustado, mas ele me transmitia paz, sossego e segurança.

– Venha filho, eu tenho muito a lhe contar.

Ele me entregou uma camisa e um shorts e me pediu para sentar. E começou a história de minha família, todas as lendas eram verdadeiras, nos éramos protetores dos seres humanos contra os frios, os vampiros, os seres na noite, ao contrário do que eu havia imaginado, não sou um lobisomem e sim um transmorfo, só que elegemos o lobo como nosso animal. Ou seja, novos vampiros estavam chegando na cidade, pois não havia sido só eu que havia transformado mais sim Embry e Quil, amanhã teria que mentir para minha melhor amiga, pois, devido ao pacto do bando eu jamais poderia contar isso a Bella ao menos que já soubesse! É isso, eu só preciso dar um jeito de lembrar nossa conversa para ela, ficaria tão mais fácil conviver com Bells sem ter que mentir ou magoar ela, prometi que estaria sempre ao seu lado e não pretendo quebrar essa promessa.

POV Eliza

Estacionei e olhei Rick que parecia dormir no banco do carona, só parecia, pois eu sabia muito bem que ele somente estava ouvindo a música e o movimento ao redor, fazendo um reconhecimento.

Olhei para a casa ao lado que deveria ser mais o menos do mesmo tamanho da nossa para encontrar uma garota saindo de sua pick-up incrivelmente laranja e linda com um violão em suas mãos, como se fosse um sexto sentido ela virou em minha direção e acenou, eu esperava que ela começasse uma conversa, mas parece que não. Tentei usar meu poder de ler mentes e senti um bloqueio momentâneo antes de escutar claramente em sua mente:

– Quem serão os novos vizinhos? A moça parece agradável apesar de ser tão branca, me lembra Alice... será possível que eles também sejam..

Ricky tocou meu braço tirando minha concentração.

– Ei a vizinha é gata, hum? – Disse sorrindo. Dei-lhe um tapa na cabeça e peguei as minhas malas de sua mão, como ele se atreve a olhar para outra pessoa! Ainda mais uma humana! Que RAIVA!

POV Rick

Lá estava ela irritada, com certeza isso era fácil de entender, afinal eu só havia mencionado que a humana era bonita e ela já estava com as garras afiadas, não duvido nada que faça amizade com a tal garota só para não criar concorrência, Lizzie é tão cega que não nota o quanto eu a amo.