Moonshine escrita por Carool Black


Capítulo 8
Capítulo 07


Notas iniciais do capítulo

Mais um pra vocês! :D



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Abri os olhos sem pressa. Estava com uma preguiça do cão. Estiquei-me toda e pude ouvir meu corpo todo estalar. Opa, peraí... Joguei a coberta longe e me levantei subitamente. Tive de me apoiar na parede, pois fiquei tonta. Olhei para o meu tornozelo sem bandagem. Pulei, rodopiei e pulei mais. Fiz até uma dancinha! Finalmente!! Finalmente meu tornozelo sarou de vez. Também, depois de três semanas encalhada em casa que nem baleia na praia, não era pra menos. Troquei de roupa sem a menor pressa. Era sábado. Desde o dia do acidente, eu tenho estado na casa do avô de Nessie, Charlie. Ele tem me tratado muito bem, parece até meu próprio avô. Se eu me lembrasse dele pelo menos acho que seria como o Charlie! Bem, ele sempre me traz lanchinhos e me conta das suas tardes de pesca. Mas bem, Nessie vem me visitar todos os dias, mas disse que não viria nos fins de semana porque iria ficar com o Jacob. Sério, ela fala tanto desse garoto que eu estou realmente curiosa para conhecê-lo. Ela disse que logo iria apresentá-lo, queria muito que eu o conhecesse também. Enfim, hoje é fim de semana... dia do Jacob. Conclusão: Natasha vai passar o dia sozinha. Bem no dia em que poderíamos sair porque meu pé está melhor!

Terminei de me arrumar e desci correndo as escadas. Estava com saudades de correr desse jeito. Cheguei na porta da cozinha e anunciei em alto e bom som.

- BOM DIA, SR. SWAN!

Ele se sobressaltou. Seu café quase foi parar inteiro no seu colo e o jornal caiu. Tive até pena dele, o café devia estar quente.

- Bom dia, Natasha! Você me assustou - ele colocou a caneca de café em cima da mesa e limpou a calça com um guardanapo.

- Desculpe senhor Swan! É que eu estou feliz por poder andar normalmente de novo. - olhei por toda a cozinha e parecia que ele não havia preparado café da manhã devidamente. Bem, acho que estava na hora de realmente devolver a gentileza dele! - Para me desculpar farei um delicioso café para o senhor!

- Não é necessário! Eu...

- Sem mais! - disse já pegando a frigideira e arregaçando as mangas da blusa. – O senhor não vai se arrepender! O senhor gosta de gema mole?

Preparei o café no maior capricho. O senhor Swan trocou de roupa e ficou apenas sentado na cadeira lendo seu jornal, de vez em quando ele lançava alguns olhares pra mim, acho que pra verificar que eu não estava colocando fogo na cozinha. Ora, eu não seria capaz disso! Não racionalmente, pelo menos! Coloquei o prato na sua frente. Havia preparado ovos, bacon e torradas. Okay, não era o melhor café do mundo, mas eu não ia revelar meus dotes assim de bandeja, né?!! E o meu bacon era o melhor do mundo! Ele comeu um pedacinho com suspeita.

- Nossa, está realmente gostoso! - ele sorriu com gosto. Claro que estava bom! Só eu sabia a técnica secreta do ponto certo do bacon e da torrada! Eu lhe sorri em resposta e me sentei para comer também. - Aonde você vai hoje? Nessie não vai vir não é? É sábado.

- Não, ela não virá hoje. É o dia do Jacob. - percebi que ele suspirou, mas ignorei esse fato. - Acho que vou ao cinema da cidade vizinha. Está passando um filme bem legal.

- Bem, eu vou sair para pescar, mas não devo voltar tarde. - Tirou uma chave do bolso da camisa e me entregou. - Fique com isso, é uma chave reserva, se você chegar mais cedo não precisará ficar na rua.

- O-obrigada senhor Swan! - eu estava comovida. Ele confiava em mim a ponto de entregar a chave da casa dele! Sorri em contentamento e o abracei.

- Tudo bem. – disse constrangido. - E pare de me chamar de senhor, já disse que pode me chamar de Charlie! - ele sorriu maroto e limpou a boca no guardanapo. - Vou indo, senão não encontro os meus colegas a tempo.

Foi até a porta da sala e colocou o casaco e o boné. Em seguida pegou uma chave que estava em cima da estante e, antes de abrir a porta, virou-se pra mim.

- Tome cuidado por aí, tranque tudo antes de sair e... divirta-se. - ele sorriu simpático e eu retribuí com sinceridade.

- O se... você também Charlie! Traga muitos peixes.

O sorriso dele se alargou e ele saiu. Arrumei-me e sai também, tomando cuidado em verificar se a casa estava bem trancada. Fui de ônibus até a cidade vizinha. Digamos que era estranho ir ao cinema sozinha, todo mundo te olha como se você fosse alguém meio doido, mas eu não liguei muito. Deixei de ligar para esses olhares a muito tempo. Assisti a um filme de ficção em que o protagonista se transformava em lobisomem. Esse povo de Hollywood tem uma criatividade! Saí da sessão e o céu já começava a mudar de cor, cheguei em casa já havia estrelas no céu. O vento soprava forte e gelado. Estava louca pra tomar um banho quente e até em ouvir as histórias de pescador de Charlie! Assim que cheguei perto o suficiente de casa notei que a porta estava entreaberta. Pelo jeito Charlie chegara mais cedo do que eu esperava. Entrei fechando a porta atrás de mim.

- Charlie, cheguei! Conseguiu muito peixes hoje ou serão só histórias?! – gritei enquanto tirava o meu casaco.

Olhei na sala e nada do Charlie. Será que estava na cozinha? Não. Onde será que ele estava? Já estava cogitando a hipótese de alguém ter invadido a casa. Mas antes de entrar em desespero total eu precisava ter certeza. Subi as escadas. Olhei no meu quarto e nada. Faltava o banheiro. A porta estava entreaberta, assim como a da entrada, e a luz estava acesa.

- Charlie? – chamei incerta.

O que vi fez meu sangue gelar e me coração dar um salto. Charlie estava caído de bruços no chão do banheiro, desmaiado. Corri até ele e o amparei em meus braços. Senti seu pulso extremamente fraco. Chamei seu nome algumas vezes tentando acordá-lo, mas nada. Desci as escadas correndo e peguei o telefone com as mãos trêmulas. Aquilo não era bom, não era nada bom.

 *Rennesme PDV*

Todos estavam agitados. Há pouco mais de 10 minutos, Nat ligara do hospital dizendo que vovô Charlie estava lá. Mamãe não deixou que ela explicasse o resto, logo saiu correndo de casa e já estava lá. Papai fora me buscar. Eu estava em La Push com Jake curtindo um ótimo dia (meu pai nos pegou bem quando eu e Jacob estávamos sozinhos e deitados no sofá. Dispenso a descrição da cara dele!). Jake queria ir até o hospital comigo, mas disse que primeiro avisaria seu pai da situação de vovô. Prometeu passar lá mais tarde. Agora estou no carro vendo papai e Alice no banco da frente conversando sobre vovô Charlie. Parecia que ele estava fora de perigo, mas teria que ficar em observação já que tivera uma parada cardíaca. Apoiei minha cabeça na janela. Chovia fracamente e a noite estava escura. Eu estava preocupada com Nat. O que será que tinha acontecido? Será que ela também estava bem?

Logo chegamos ao hospital. Ao entrar, avistamos Nat sentada em uma cadeira na sala de espera. Sua cabeça estava apoiada na parede e seus olhos estavam fechados. Parecia cochilar. Me aproximei lentamente dela e toquei seu ombro. Ela abriu os olhos sem se sobressaltar, parecia que havia sentido que era eu. Assim que me viu levantou em um salto e me abraçou. Ela parecia realmente abalada.

- Nat, está tudo bem?

- Nessie eu não sabia o quê fazer! Eu o vi caído no chão e pensei em ligar pra tanta gente, mas eu sabia que tinha de trazê-lo pro hospital rápido afinal nem sabia o que ele tinha e... - tapei a boca dela. Ela começou a falar sem nem parar pra respirar. Olhou pra mim alguns instantes, confusa, mas depois relaxou.

- Natasha, onde está Bella? - perguntou meu pai. Percebi o olhar admirado que ela lhe lançou, parecendo ficar em transe por um tempo, mas respondeu-lhe brevemente.

- Ela está no quarto com o Charlie.

Meu pai saiu atrás de minha mãe e Alice foi junto. Fiz Nat se sentar e sentei ao seu lado.

- Respire fundo e fale devagar. O que aconteceu?

- Eu não sei. - ela suspirou com pesar. Seus olhos pareciam vermelhos de quem chorara, mas ela nunca demonstrava isso na minha frente. - Eu fui ao cinema, Charlie disse que ia pescar. Íamos chegar no mesmo horário, mas acho que ele chegou mais cedo. Quando entrei em casa o encontrei caído no chão do banheiro.

- Está tudo bem, Nat. Ele vai ficar bem. - não sabia quem tentava convencer, a ela ou a mim. Ela pelo menos pareceu mais tranqüila.

- Ela está certa, Natasha. - Carlisle sentou-se na cadeira a nossa frente. - Ele teve uma parada cardíaca, mas você o trouxe a tempo pra cá. Ele precisa de repouso agora. Vou ficar aqui essa noite. Porque não esperam lá fora? Vou falar com Edward e Bella para irem pra casa com vocês.

Levantamos e saímos. Era realmente um alivio sair daquele local. O cheiro de sangue fresco era intenso. Por mais que eu tivesse me acostumado, às vezes era difícil resistir. A chuva fina caía insistente. Avistei vovó Esme, tio Emmett e tia Alice na porta do hospital conversando preocupados. Provavelmente tia Rose ficara em casa com tio Jasper, eles detestavam hospitais. Nos aproximamos deles e, antes que pudéssemos explicar algo, meus pais apareceram.

- Ele vai ter que ficar aqui por um tempo, mas está bem agora. - anunciou meu pai. Minha mãe parecia um tanto abatida com o ocorrido. Ela realmente não esperava por isso, acho que ás vezes esquecia que vovô Charlie era humano ainda. - Carlisle ficará esta noite, nós podemos ir pra casa e vir vê-lo amanhã.

Caminhamos até o carro e quando estávamos a poucos passos dele notei que faltava alguém. Olhei pra trás e percebi que Nat não se mexera. Permanecia parada onde tínhamos encontrado os outros. Parei e segurei meu pai pelo braço. Ele me olhou confuso e eu apontei para Nat. Os outros também pararam e olharam para onde eu apontei. Encarei meu pai com cara de cachorro pedinte. Aprendi com Jacob, ele era realmente bom nisso. Ele me encarou. "Você sabe que ela não pode ficar aqui. Só por hoje, por favor?!" Ele fez que não com a cabeça.

- Não podemos deixá-la aqui. Muito menos podemos deixar que durma sozinha na casa de Charlie. - disse vovó Esme. Sorri em contentamento. Já tinha alguém do meu lado! Voltei a encarar meu pai que parecia considerar a hipótese. Ele perguntou incerto.

- Mas será que é... seguro levá-la pra casa? - encarou minha mãe. Ele fazia tudo o que ela queria. Se ela dissesse sim, ele iria aceitar. Minha mãe o encarou de volta. Rapidamente toquei seu braço e lhe mostrei o mesmo que mostrara a meu pai. E ainda lhe disse que me responsabilizava por mantê-la segura. Ela me encarou também, me analisando. Suspirou e olhou para o meu pai, que fez umas caretas. Eles estavam conversando mentalmente. Depois de um tempo, meu pai também suspirou resignado e fez que sim com a cabeça. Quase gritei em contentamento.

- Acho que teremos de arriscar não é?! - exclamou Alice com um sorriso. Ela já gostava de Nat sem nem mesmo conhecê-la. Devia ter sido alguma visão. Eles se entreolharam e pareceram chegar a um acordo mudo. Meu pai apenas me olhou e eu sorri levemente. Olhei novamente para Nat que nem se mexera ainda, parecia que esperava o consentimento de todos. Fiz um sinal pra ela e ela veio correndo até nós. Ia ser uma noite bem diferente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse capítulo! Logo as coisas vão ficar mais interessantes! :D Quero reviews, senão já sabem, faço greve! .q Beijos e até o próximo!



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