A Little Bit Longer escrita por Clara B Gomez Sousa


Capítulo 44
Eu Sou Um Azarado!




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Voltei para casa no dia seguinte. Escola, normal, uma coletiva, cama. Passei dois dias assim. No terceiro, tive uma recaída quanto ao quesito álcool. Ainda estava brigado com Gabby, mas lembrei de devolver a ela seu celular. Era incrível, ela quase havia me beijado, e agora nem olhava na minha cara!

Enquanto eu andava pela rua, pensava nisso, e, se era certo mesmo beber. Mas, eu deixei o lado do politicamente correto de lado e segui meu vício.

Eu não sei como, mas, eu entrei num lugar vazio com uma garrafa de Vodca nas mãos, era o meu jeito de beber sem ninguém saber, mas aí eu encontrei o homem mais alto da clareira. Ele pareceu surpreso ao me ver, e eu quase dei um infarto. Aquele homem era o meu maior medo.

-O-o quê você quer? – Perguntei.

-O quê está fazendo aqui? Quer que eu faça a mesma coisa de antes?

Nisso eu travei totalmente. Não conseguia nem falar, me mexer, nem nada.

-Bom... Quem cala consente. – Ele começou a se aproximar de mim, eu fui recuando até bater de costas na parede.

-Não... Não... – Fui falando, até me bater a brilhante idéia de ameaçá-lo.

Peguei meu celular e mostrei para ele.

-Mexa mais um músculo e eu chamo a polícia!!

-Como se eu tivesse medo disso! – Ele disse, irônico. Eu estava suando.

-E-eu acho bom ter. – Falei. O homem se mexeu um pouco. – Mais um movimento!

Ele fez uma aproximação rápida para me testar, e eu peguei o celular. Ia começar a teclar, mas ele arrancou meu celular das minhas mãos e me derrubou. Ele travou minhas mãos, sentando-se em cima de mim, e disse:

-O quê você vai fazer agora? Hein?

-Isso!! – Cuspi um cuspe muito bem cuspido (uaaau) bem na cara dele, e ele ficou tipo “Ah... Se prepara, moleque, por que agora eu te mato!”. Depois, começou a me encher de socos e tapas na cara. Tentei me proteger com as mãos, mas eu nem conseguia ver direito o que vinha para me atacar.

Quando consegui me livrar dele, a primeira coisa que pensei foi “CORREEE!!”. Mas eu também nem consegui pensar, ele me agarrou pela cabeça e me jogou contra a parede. Bati com tudo com o rosto na parede e caí no chão.

-Agora você vai lutar como um homem!

-Eu sou um homem... – Apesar de minha voz estar fraca, eu tinha ira na voz. Levantei-me e ergui os punhos. Má idéia. O homem fez a mesma coisa de antes. Duas vezes seguidas. Caí no chão, mas ainda assim consegui me pôr de pé. Saí correndo em disparada para fugir, mas o homem começou a me perseguir. Quando estávamos perto de uma escada, eu tropecei em algo que estava jogado por lá e saí rolando por escada abaixo. Pelo menos consegui proteger minha cabeça e minha face.

Saí quase que ileso, só uma dorzinha aqui ou ali, mas nada tão grave, nada que me impedisse de correr. Caramba, ele não desistia! Continuava me perseguindo!

De repente eu caí no chão. O homem se jogou em cima de mim, se fazendo de freio. Esse foi o motivo da minha queda. Eu caí, mas protegi meu rosto com as mãos. Assim que vi que não conseguia mais correr, disse, ofegante:

-Ok! Ok! Eu desisto! – Abaixei a cabeça, chorando de dor por causa das batidas na parede e no tombo da escada. Meu corpo estava todo dolorido. – Você ganhou! – O homem me pegou pelo cabelo, e começou a me puxar, me erguendo. Vocês devem saber que puxar o cabelo de um garoto dói muito mais do que puxar o de uma garota. Por que as garotas estão mais acostumadas, por causa dos nós que os cabelos delas dão, aí tem que desembaraçar e talz. Nós não estamos acostumados a isso, então dói. Muito, tenho que dizer. Quando eu estava mais ou menos de joelhos, erguido somente pelo meu cabelo, eu disse, chorando:

-O quê você quer de mim?! Me matar?!

-Seria bastante prazeroso, mas não! Quero que esqueça tudo o que aconteceu! Como se nada tivesse acontecido!

-Nunca! Não vou esquecer! Você ainda vai ficar por trás das grades! – Ele deu um puxadão mais forte, o que me fez gritar de dor. Um grito misturado á soluços.

-Vai esquecer? – Ele disse.

-Não!!

-Você tem um gênio forte... Mas não tanto assim! – Ele puxou meu cabelo de novo. Mais forte. – Esqueça!

-Ok! Ok, eu esqueço! Nada aconteceu! Mas, me solta! – Gritei. O homem me jogou no chão com tudo, caí de frente, por cima do braço direito, soluçando. Ainda recebi um chute nas costelas, e depois o homem fugiu. Continuei chorando por mais um tempo, minha cabeça parecia que iria explodir, sangrando, meu corpo estava dolorido... E meu braço estava me matando. Até que eu apaguei.

Gabby POV:

Eu ainda estava brigada com o Justin, mas sabia que algo tinha acontecido a ele. Eu não sei, Justin sempre se mete em encrenca desde que nos conhecemos, mas ultimamente as encrencas que ele se metiam eram sérias. Abuso, brigas... Bebedeiras... Tá certo que ele continuava meigo, simpático e fofo comigo, mas... Ele tinha mudado.

Eu não fazia idéia pra onde eu ia, eu estava entrando em becos escuros, todo tipo de lugar procurando ele. Já faziam horas que eu não via, a última vez que o vi foi de longe, num bar. Sim, ele estava entrando num bar.

Justin POV:

Quando eu acordei já estava escuro. Eu não conseguia me mexer, parecia que algo tinha desabado em cima de mim. Eu tinha pouco ar, não estava com força o suficiente pra me levantar. A surra que eu ganhei foi das boas... O ar que eu tinha eu usei para gritar por ajuda. Era o que eu mais precisava.

-Socorro!!! Alguém me ajude!! – A minha voz ecoou pelo lugar vazio, como numa caixa de ressonância.

Gabby POV:

De repente eu ouvi uma voz. “Socorro!!!”, ela dizia. Eu sabia de quem aquela voz era. Sabia bem.

-Sabia que ele tinha se metido em encrenca!! – Disse, tentando seguir os ecos.

Fui andando pela rua estreita, e ouvi novamente a mesma voz. “Socorro!!”. Era mesmo o Justin. Dessa vez a voz estava mais alta, e vinha da mansão abandonada que estava logo atrás de mim. Não hesitei e adentrei a casa.

-Justin!! É você? – Perguntei, em alto e bom som.

Justin POV:

De repente eu ouvi alguém perguntando por mim. Era Gabby. Eu não conseguia mais respirar, meu pulmão ansiava por oxigênio, o que eu não tinha no momento. Tudo começou a girar ao meu redor, e começou a escurecer. E escurecer... Escurecer... Até que tudo apagou. Quase morri de novo, olha que original. Minha história é realmente trágica.


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