A Little Bit Longer escrita por Clara B Gomez Sousa


Capítulo 17
Turnê




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O tempo passou tão rápido... Eu mal fechei os olhos e já tinha que arrumar minhas malas e escolher minha melhor guitarra pra ir em turnê com a Katy... E ainda ninguém da mídia descobriu ainda que eu tinha Aids. E ninguém que eu contei que tinha caguetou.

Ok, aquela terça foi muito cansativa. Acordei cedo, escola, voltei, almoço, comida, Dra. Barbie, voltei, arrumei as malas, mal consegui me jogar no sofá e já tinha que ir tomar banho, depois tive que ir correndo pro aeroporto senão perdia o voo pra NY, além de não conseguir me encontrar com Katy no aeroporto.

Sim, eu ia sozinho pra turnê. Iriam ser só quatro semanas, nada muito estrondoso. Só consegui relaxar os músculos quando me joguei no banco do avião. Já deviam ser umas meia-noite, onze horas, por aí.

Quando me joguei no banco, soltei um suspiro e me espreguicei longamente.

-Ahmmmm... - Gemi, fechando os olhos. Katy me olhou com cara de "#OiSouUmBolinhoDeArroz".

-Está cansado? - Ela disse.

-Aham... 

-Ok, haha... - Ela se concentrou em ler o livro que ela estava nas mãos, e me deixou quieto. E eu apaguei.

Alguns minutos depois, ela olhou para mim, e se surpreendeu ao me ver dormindo. Lembrando que eu não sou o tipo de pessoa que dorme no voo.

Acordei quando o avião já estava sobrevoando Nova York. Tossi algumas vezes para liberar a voz em minha garganta, e olhei para a janela. 

-Bom dia, Justin! – Senti alguém me cutucar.

-O quê? – Olhei pra trás e fui fitado pelos olhos verdes penetrantes de Katy, e cocei os olhos. – Quanto tempo dormi?

-Bastante. Você está magrinho... - Ela reparou.

-Tenho perdido peso... 

-Tem que comer mais... - Katy disse, sorrindo. Retribuí o sorriso e voltei a olhar a cidade. Só fui pra NY uma vez, e nem consegui olhar para a paisagem. Só fiz o show e ralei pra terminar de vez com a minha agenda. Esse é o ponto ruim da fama. Você não consegue aproveitar muito onde está. 

-É muito bonito... - O sol das sete da manhã já brilhava sobre o Central Park, era uma visão bem nice.

http://www.cynthiaerafael.com.br/wp-content/uploads/2010/09/central-park-new-york-wallpaper.jpg

-Não é lindo?

-É...

-Eu adoro o Central Park. Vinha aqui sempre quando morava aqui.

-Hm... - Ela percebeu que eu ainda estava cansado, e disse, mexendo no meu cabelo:

-Volte a dormir, teremos um dia cheeeio... - Sorri e afundei a cabeça no banco.

Eu queria sonhar com algo bom, que me fizesse rir, não implorar pra ficar vivo ou chorar de tristeza . 

[Sonho FlashBack]

Era a primeira semana minha em Stratford já famoso. Bom, eu ia esperar Scooter acertar os últimos toques e poderia ir morar em Atlanta. Bom, eu ia ficar em Stratford por pouco tempo, então era melhor aproveitar bem.

Chris iria ficar na minha casa por um tempo, a casa dele estava em obras e eu ofereci o meu lar para ele dormir. Ok, eu exagerei. Ele ia ficar lá até a casa dele ficar pronta, pronto. Só isso.

Meu primeiro dia na escola já famoso foi bastante estranho. Antes eu era Justin Drew Bieber, ou "baixinho", "magrelo" e "voz de menina", o baixinho do time de basquete que era zoado por todo o pessoal mais velho e pá.

Agora eu era o mega astro teen. E eu podia apostar que Chris estava se aproveitando de mim. Mas nem me importei, até eu estava me aproveitando de mim mesmo.

Quando chegamos na escola, atraímos muito olhares que denunciavam surpresa e descrença. Mas os gritos, os inacabáveis autógrafos e talz aconteceram no pátio da escola.

Não durou muito, logo os guardinhas nos levaram para a sala, isoladamente, mas eu e Chris quase morremos sufocados. Quer dizer, eu sofri mais, por que eu era o astro, eu tinha que autografar tudo e eu que estava sem respirar por causa da claustrofobia e do pânico de multidão.

-Epa, quem que passou a mão no meu bumbum?! - Ouvi Chris falar, segurando o boné dele, quase sendo arrancado por uma menina.

-O que importa?! Eu estou quase morrendo aqui! - Falei.

-Naaada, eu até gostei, ahah - Ele disse. Não conti o riso. 

Depois do tumulto, fomos pra aula, eu tive cinco tempos seguidos de história, morri de tédio, quase, depois disso fomos embora. Pelo menos eu fui, eu esqueci Chris lá. Foi sem querer.

Estava me concentrando mais em discutir com uma garota que começou a me estapear por que eu olhei pra calça verde neon dela. Ela que pediu pra chamar a atenção, poxa!

Mais, voltando. Só percebi que esqueci Chris quando cheguei em casa.

-Mãe... - Abri a porta, rogando para que ela estivesse esquecido que tínhamos discutido de manhã, por que ela joga a raiva na comida, eu estava morrendo de fome.

-Na cozinha. - ela gritou de volta.

-Como foi a aula? - Ela disse, mexendo algo numa panela. Ela não estava mais zangada comido, ela sempre me perdoa, coisa de mãe... O amor mais humilde que existe. Bom, melhor pra mim.

-Uma chatice! - Respondi, ainda meio mal-humorado.

-Vocês adolescentes, sempre de mal humor... Sinto falta de quando era bebê! - Ela sempre disse isso.

-Você sempre fala isso. – Falei.

-Pois é a verdade, e, falando em bebês, cadê o Chris?

-Poxa, mãe, que susto, pensei que você ia dizer que estava grávida!

-E estou. – Fiquei sério. – E o pai é a vassoura.

Percebi a brincadeira sem graça. Minha mãe caiu na gargalhada.

-Não teve graça!

-Teve sim! Você precisava ver sua cara - Ela limpou as lágrimas provocadas pelo riso.

-Hum – Resmunguei.

-Ah, você não respondeu! Cadê o Chris? – Foi só aí que eu me dei conta...

-Esqueci o Chris na escola!

-Você o esqueceu na escola?!

-Sabe o que é mãe? É que eu estava com pressa e estava irritado demais pra perceber que ele não estava me seguindo!

-Meu Deus, ele não conhece direito essa parte da cidade! E se algo acontecer?!

-Calma, mãe, elejá tem 12 anos! Já é grandinho o bastante!

-Eu sei, mas a idade mental dele é de seis anos!

-Concordo. – Falei.

-Justin Drew Bieber, vai procurá-lo agora mesmo!

-Ah, mas eu tô cansado,pode ser depois do almoço não?

-A-G-O-R-A!

-Tá bom, ta bom, eu tô indo! – Peguei as chaves de novo e fui para o carro novamente. Ia dar a partida e vi Chris lá no portão. Um Chris furioso e... Molhado.

-Eu... Vou... Te... Matar! – Minha reação inicial foi correr e gritar.

-MANHÊÊ... O CHRIS QUER ME MATAR!!

Corri em alta velocidade em voltada piscina e em volta do pequeno jardim da minha mãe e quando meus pulmões começaram a queimar e as pernas doerem eu parei.

-Tá bom! – Falei, ofegante, me ajoelhando. – Pode parar, você pode me matar!

- Eu tive que... – Ele agarrou a gola da minha blusa – ir à secretária pegar o endereço daqui, tive que pegar dois ônibus lotados porque não me restava grana o suficiente para pegar um táxi.

-Não? E o dinheiro da aposta da gente?

-Não interessa! – Ele gastou com doces.. Tsc, tsc... - No primeiro ônibus tinha uma garota que ficava me chamando de thcuthcuco e me chamando para ir a casa dela, teve um cara que bateu na minha bunda e dessa vez eu não gostei. No segundo ônibus tinha uma velhinha que ficou me tarando e derramou suco de groselha em mim e continuou tomando o suco, agora me pergunta como? Ela ficou me lambendo, sim me lambendo! E um cara durão cheio de tatuagem me dizendo que sabia cantar “baby, baby, baby...”

-Tchutchuco, é?

-Cala a boca!

E ele me empurrou na piscina. Perdi meu celular, ele estava no meu bolso. Mas eu consegui tirar proveito disso. Quando caí na piscina, agarrei Chris pelo braço, e ele caiu junto comigo.

[Fim do FlashBack sonho]

Um sobressalto me acordou. O sobressalto que o avião dá quando pousa. Abri os olhos e percebi que Katy se preparava para me acordar.

-Dormiu bem? - Eu estava meio dorgado de sono, é, dorgado mesmo, então só assenti.

-Vamos, chegamos. - Olhei para a janela e me levantei. Eu e Katy saímos do avião, e só naquele momento que eu notei a não presença de Russell.

-Cadê o Russell?

-Está na outra ala. Ele já deve ter saído.

-Hum... Quanto mais longe, melhor.

-Olha o que fala... Esqueceu que ele é meu noivo? A gente vai se ver algum momento...

-Não corta meu barato não, poxa... – Ela riu e saímos do portão de desembarque. Só lá encontramos Russell. E ele quase amassou meu cérebro de tanto bater na minha cabeça. Euodeio quando fazem isso.

Eu pareci um completo idiota balançando a cabeça repetidas vezes, no intuito de arrumar meu cabelo. Não, eu não uso a mão. Só uso quando me dá na telha. Resumindo, quase nunca.

Ok, nem preciso falar que deu vontade de terminar com a raça dele com as próprias mãos. E eu até tentei. Mas, com um homem de duas vezes a minha idade e tamanho, a única coisa que consigo é ficar tentando bater nele, mas ele me trava colocando a mão na minha cara. Imagina a cena.

E tiraram fotos da cena, ainda por cima. Nem um pouco humilhante, né?




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