A Little Bit Longer escrita por Clara B Gomez Sousa


Capítulo 12
Surdez temporária, Jessica e Gabby




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/108501/chapter/12

Eu não sei o que aconteceu depois, fiquei totalmente surdo. Só sei que fui fazer um raio-x, coisa e tal, depois eu e minha mãe voltamos pro consultório. A doutora falou alguma coisa para minha mãe, escreveu uma receita e fomos embora.

Já no carro, eu ainda tava boiando maneiro sobre o que estava acontecendo. Minha audição voltou um pouco, me livrando do "PÍÍÍÍÍ" desgraçado que estava me aporrinhando, mas uma dor de cabeça do cão invadiu minha cabeça.

-Mãe, o que aconteceu comigo?  - Tipo, eu tenho asma e nem sabia?

-Aparentemente você tem asma. Que estranho, você nunca teve algo parecido...

-Eu? Asma? Espera, asma não é de nascença?

-É, por isso mesmo é estranho... - Tá, né...

Voltamos para casa, e eu me deitei na cama. Ah, graaande maravilha o dia que eu estava tendo... E olha que ainda eram nove da manhã...

Pelo menos, para minha felicidade, meu celular tocou.

-Alô... - Respondi friamente, sem nem olhar no visor quem era.

-Eita, Justin, que humor é esse?! - Eu reconhecia aquela voz.

-Jess? - Jessica Jarrel, minha namorada. Eu sei, soa estranho.

-Eu mesma. Soube que você está doente.

-Soube? - Droga, ela ia me dar um toco!

-É bronquite, né? - Jessica perguntou. Ufa...

-É... - Respondi.

-Olha, eu estou numa manhã sem aulas - Sorte a dela! -, sem nada pra fazer! Você aceitaria se eu fosse pra aí, pra gente ficar junto?

-C-claro... 

A minha lista de erros estava aumentando cada vez mais...

A Jessica é uma gata, sim. E ela é mais nova que eu e me humilha no tamanho, ela é um ano mais nova que eu e parece ser muito mais velha! Jess chegou em minha casa (graças aos céus que minha mãe tinha ido para a gravadora. Ela trabalhava com Scooter, administrando minha carreira)

-Oi, Jess... - Disse, abrindo a porta para ela, ainda um pouco ofegante.

-Oi, Jus... - Ela disse, e, me beijou na bochecha. 

Sentamo-nos no sofá, e começamos a conversar sobre coisas de adolescentes comuns. Não artistas mega-famosos e ricos.

-O quê houve com você? - Ela disse, olhando para mim. Estávamos sentados um ao lado do outro, no sofá de veludo da mamãe.

-O quê? - Entendi lhufas.

-É,você está meio abatido, o quê aconteceu?

-N-nada, só estou cansado... - Respondi. - Você quer beber alguma coisa, eu vou na cozinha, e...

Levantei-me, e dei uns passos para trás.

-Justin, já falei o quanto você é charmoso? - Ela disse, se levantando e tocando meu rosto.

-Já, mas… - Não consegui terminar de falar. Ela chegou mais perto de mim, senti seu hálito fresco bater em meu rosto, e me hipnotizei. Até hoje não sei por que isso acontece. – Mas... Mas...

-Você fala demais... – Ela juntou nossos lábios,sua língua pediu passagem e eu dei, e nosso beijo começou calmo, mas logo se tornou voraz, eu tomei as rédeas, um beijo cheio de pressa e sentimentos descontrolados.

Ela começou a me conduzir pela sala, encostamos-se à parede texturada vermelha, onde minha mãe pendurava fotos de família, e comecei a sentir a pressão que ela fazia contra mim, e toquei sua cintura e comecei a senti-la.Ah, que curvas perfeitas... 

*Dando tapa na própria cara*

Cala a boca, imbecil! Não pareça um completo tarado na frente das suas fãs!

Voltando ao beijo, ela tocou meus cabelos com as duas mãos e ficou acariciando-os, eu retribuí o carinho segurando-a pela cintura e puxando-a para mais perto de mim. De repente, num ato automático, ela tocou na minha camisa, e desabotoou-a, ainda quando nos beijávamos, deixando-me com o tórax à mostra.

Fomos andando para o meu quarto, e ela deitou-se na cama. Me pûs em cima dela, apoiando parte do meu corpo em um dos braços. Quando ia abrir a sua camisa, eu acordei para a vida. Abri os olhos, surpreso com o que estava prestes a fazer, e saí de cima dela num susto, me encostando-me à parede.

-O quê foi, Jus? – Ela disse, se sentando.

-Eu... eu... Eu não posso fazer isso!

-Por quê? –Ela vai te ouvir, sei que vai, mas de qualquer forma,nãoconta!

-Por que eu... Eu...

-Você...

-Eu... – Fechei os olhos. – Eu estou com Aids! Pronto, falei!

-O quê?! – Ela se levantou e chegou perto de mim. – Você... Aids?

-É... – Ela tocou meu rosto delicadamente, parecia ter aceitado direito.

Não, não parecia. Ela transformou aquilo em um mega-tapa. Quase caí no chão com tanta força. Na verdade caí na cadeira.

-Seu tarado! E você queria transar comigo!

-Não, eu não queria!

-Eu vou embora! – Ela se virou, e eu disse:

-Jess, Jess! Deixa eu explicar!

-Eu não posso ficar com você...

-Por quê?!

-Adeus, Justin. – Me levantei e toquei seu braço.

-Jess, por favor, não me deixe, eu amo você!

-Eu sinto muito... – Ela tirou minha mão de seu braço e foi embora. Fiquei com uma cara de panaca olhando para a porta do meu quarto.

-Volta... – Falei. – Por favor... Volta pra mim...

Curto e rápido, para ser indolor. Que indolor que nada, aquilo doeu mais que uma facada!

Realmente eu não tinha boas aventuras amorosas. A Aids só ajudou mais...

-Eu me odeio... - Disse para mim mesmo, batendo a porta e me jogando na cama, chorando. É, eu estava chorando, qual o problema?

Sougay por que estou chorando por ter levado um fora da minha namorada por causa da droga da Aids que eu tenho? Eu sou fraco por causa disso?

Pois eu digo uma coisa, só quem é forte de verdade chora, só quem é forte de verdade tem coragem pra assumir suas emoções.

Fiquei lá, deitado de bruços até adormecer. Chorar dá sono, isso é um fato. Acordei lá pelas três e meia da tarde, também só acordei por que minha mãe me acordou.

-Justin... Justin...- Ela disse, cutucando-me.

-Nhumm... Quem morreu? -Abri os olhos de leve, sem me mexer.

-Justin, telefone... -Ninguém merece...

-Quem é?

-Gabby.

-Como?! - Levantei num sobressalto e arranquei o telefone da mão dela. Foi sem querer, Gabby sempre me tirou do normal.

Se você boiou maneiro, eu explico:

Gabriella, ou Gabby, é a minha melhor amiga. Tipo, a gente se conheceu ainda pequeno, e nunca mais nos largamos, brigamos, coisa do tipo. Ela é um ano mais nova que eu, espanhola, veio para os USA com seis anos, eu a conheci com oito anos. Bom, pra mim parece a Hayley Williams, ela é a minha irmãzinha. É o tipo de pessoa com quem eu me identifico. Lê-se:Ela é muito doida.

Pois é. E eu sempre perco a linha quando fico com ela. Lê-se:Fico mais doido do que já sou.

Momento explicando quem a Gabby é em off, voltando ao telefone:

-Gabby?

-Justin?

-Não, pô, Michael Jackson.Você ligou pro meu celular, ué!

-Ok, calma... Eu só queria saber... Você está com Aids?

-Q-quem te contou?

-Jessica. -As duas eram amigas -Ela está dizendo que vai falar para a imprensa!

-Como?! Ah, não, isso já é demais!

-Vocês terminaram?

-Sim.

-Sinto muito.

-A gente pode se encontrar na Papa Louie's*? Pra conversar? -Pizzariam-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a (Nota mental: Não fazer mais isso de soletrar palavras. Pareço boiola fazendo isso) perto da minha casa e da dela. O chefe era meu amigo (minha conta lá estava ENOOOORME, mas deixa quieto, eu ia pagarquando me lembrasse).

-Claro. -Minha mãe estava atrás de mim, já com uma cara de "UHMMMMM..."

-Ok. Obrigado. 

-A gente se encontra daqui a pouco, ok?

-Ok. Tchau. -Desliguei. Quando me virei, lá esta a minha mãe, com cara de desconfiança.

-Quê foi? Ela é minha amiga!

-Uhm... Temcerteza?

-Argh! - Me levantei e fui trocar de roupa. Depois peguei as chaves da Lisa (RangeRover, me chame de louco but I don’t care) e fui pra lá. =)



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Little Bit Longer" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.