Hoje será o dia mais importante da minha Roza, hoje ela vai fazer os testes finais e receber sua marca da promessa. Hoje enfim ela será uma guardiã. Eu estava próximo a Corte, cerca de quinze minutos. Resolvi escrever uma carta desejando boa sorte, pena que assim que ela sair eu vou ter que matá-la, já que ela tinha feito muitos inimigos entre nós. E se alguém iria matá-la, esse alguém sou Eu. Apesar de eu ser um Strigoi, é estranho o jeito como eu me sinto atraído por ela, por mais que me doa eu terei que matá-la. Pelo bem dela, já que ela não quer se juntar a mim.

“Minha querida Rose,

Uma das poucas desvantagens de ter despertado é que não precisamos mais dormir; portanto nós não sonhamos mais. É uma pena porque se eu pudesse sonhar, eu sei que sonharia com você. Eu sonharia com o seu cheiro e com a sensação do seu cabelo negro entre meus dedos. Eu sonharia com a suavidade da sua pele e o poder de seus lábios quando nos beijamos.

Sem sonhos, eu tenho que me contentar apenas com minha imaginação – que é quase tão bom quanto. Eu posso imaginar todas essas coisas perfeitamente, assim como consigo imaginar como será quando eu tirar sua vida desse mundo. É algo que eu me arrependo de ter que fazer, mas você tornou minha escolha inevitável. Sua recusa de se juntar a mim numa vida de amor eterno não me deixa outra opção, e eu não posso permitir que alguém tão perigoso quanto você viva. Além do mais, mesmo que você seja transformada contra sua vontade, você agora tem tantos inimigos entre os Strigoi que um deles iria te matar. Se você deve morrer, que seja por minhas mãos. De mais ninguém.

Mesmo assim, eu te desejo sorte hoje enquanto você faz suas provas – não que você precise. Se eles estão fazendo você fazer os testes – e eu não tenho duvidas que eles fizeram – é uma perda do tempo de todos. Você é a melhor no grupo, e nessa noite você vai merecer sua marca da promessa. É claro, isso significa que você será um desafio muito maior quando nos reencontrarmos – o que eu vou gostar, definitivamente.

E nós vamos nos encontrar de novo. Com a formatura, você partirá da Academia, e assim que você estiver do lado de fora das wards, eu vou encontrar você. Não existe lugar nesse mundo que você possa se esconder de mim. Estou observando. “

Amor,

Dimitri.

O que eu mais queria era que ela mudasse de idéia e viesse comigo viver para sempre juntos, eu a queria tanto ou até mais do que quando eu era um Dhampir, não sei explicar o que eu sinto por ela. A única coisa que eu sei é que eu preciso, na verdade eu necessito tê-la ao meu lado.

Um mês se passou desde que Roza tinha conseguido sua marca da promessa, como eu disse a encontraria onde quer que ela fosse. Eu a encontrei em Las Vegas, quando ela me viu seu olhar de surpresa, saudade e amor estava lá.

“Eu te disse,” eu disse a ela. Eu estava observando todos os seus movimentos, cada um de nós subconscientemente espelhando o outro enquanto esperávamos uma abertura para atacar. “Eu te disse que te encontraria.”

“yeah”- ela disse, se tentando não se preocupar com a luta entre Charlie e Eddie, mesmo eu sabia que Eddie era muito melhor que o Strigoi, não entendia muito bem esse lado protetor de Rose. – “ Eu recebi os memorandos.”

Eu sorri para ela, que mostrou ter certo medo assim que viu as minhas presas, e como se ela estivesse lutando para ter algum controle sobre seus sentimentos, percebi que ela dessa vez não iria hesitar que agora ou ela morria ou eu.  Dessa vez era pra valer, mesmo que me doía fazer isso, eu a ataquei.  Brilhantemente ela se esquivou. Ela ainda não acreditava que poderia ser melhor do que eu, que com certeza não era. Mas por tê-la ensinado, ela conhece meus movimentos melhor do que qualquer um, apesar da rapidez e da força que eu tinha ganhado depois que eu fui despertado. Eu ainda tinha uma fraqueza que eu não poderia demonstrar, o meu ponto fraco era Rosemarie Hathaway.

“Ainda sim, aqui está você,” eu disse, ainda sorrindo. “Tolamente saindo das proteções quando deveria ter ficado segura na Corte. Eu não consegui acreditar quando meus espiões me contaram.”

A única coisa que eu ainda não entendia era porque ela estava aqui e ainda mais com Lissa, Adrian  e Christian. Eu entendia que ela não ligava para a própria vida, mas sabendo que eu estava atrás dela, pelo menos poderia ter vindo sozinha e não ter trazido Moroi juntos. Eu vi Lissa próximo a saída de emergência, foi quando eu resolvi distraí-la, talvez eu conseguisse matar Lissa, assim ela poderia ser somente minha.

“E o mais estranho de tudo,” eu continuei. “Você não veio sozinha. Você trouxe Moroi. Você sempre se arriscou com sua própria vida, mas eu não esperava que você arriscasse a deles.”

Ela deve ter percebido algo, então gritou:

“Lissa!” ela gritou. “Saia daqui! Tire todos daqui.”

Ela ainda estava parada, como se estivesse em choque. Talvez seja por me ver. Apesar de Rose estar olhando para mim, e percebi que ela estava distraída, aproveitei o momento e empurrei-a para a parede. Prendi suas mãos fortemente para que ela perdesse o aperto e soltasse a estaca.

Eu me aproximei eu queria sentir seu cheiro, seu gosto. Nossas testas se tocaram, então eu sussurrei: “Roza...” Eu sabia que essa aproximação, era tão dura para ela quanto para mim, ela queria que eu tivesse morto, então eu continuei. “Por quê? Por que você tinha que dificultar tanto? Poderíamos ter passado a eternidade juntos...”

Eu esperei a sua resposta, não sei por que eu simplesmente não acabava com isso ali mesmo. Eu só precisava morder ela, porque eu não posso simplesmente transformá-la a força. O que acontece comigo quando estou com ela, é algo inexplicável. Eu não consigo fazer nada contra a sua vontade, eu não conseguia simplesmente matá-la, era algo impossível. Eu não poderia existir em um mundo onde ela não vivesse. Mesmo ela sabendo que eu nunca seria capaz de machucá-la não a esse ponto de matá-la e transformá-la ela tinha muito medo de mim. Ela respirou fundo e disse:

“Desculpe,” ela disse através de dentes cerrados, empurrando com força – e falhando – em se soltar. “Minha eternidade não envolve ser parte da máfia dos mortos vivos.”

“Eu sei,” eu disse. Era impossível não demonstrar minha tristeza, eu teria que matá-la. “Eternidade será solitária sem você.”