Vida de Vampira escrita por Fany_ArmstrongJ


Capítulo 1
Descobrindo




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Eu estava em uma cidade nova, escola nova e sem amigos novos. A minha melhor amiga tinha ficado na minha cidade antiga, antes da minha mãe se separar e virar um robô de cozinhar, limpar a casa e me criticar. Agente – eu e minha amiga - vivíamos juntas e ela era a única que sabia sobre meu “dom” e sobre aquela mancha esquisita que se formou um pouco pra baixo do meu pescoço e um pouco a cima dos meus seios. A cidade em que eu e minha mãe fomos parar se chama Klingon e não é o que eu chamaria de legal. Era completamente diferente da minha antiga cidade. Onde eu morava tinha sol, praia, ruas cheias de gente, shoppings, era um lugar cheio de gente por todos os cantos e aqui o que eu mais conseguia ver era um vazio imenso pelas ruas frias e molhadas. Mendigos nas ruas, poças de água, árvores nuas, folhas pela calçada, pouca luz, era a única coisa que eu consegui ver. Em plena sexta-feira não se ouvia nada naquela cidade, enquanto na minha antiga cidade se ficava surdo neste dia da semana. Eu levaria muito tempo para me acostumar àquela cidade.

- Em que tanto você está pensando, Judy? – Minha mãe olhou pelo retrovisor. Meu irmão mais novo Elliot estava jogando seu vídeo game com “bips” altos e irritantes no banco da frente e eu estava estirada no banco de trás.

- Em nada. – Eu respondi desafiando a ciência que dizia impossível não ter nada em mente.

Em nada? Como essa garota não pensa em nada? Em que tanto ela pensa que não me deixa saber? – Minha mãe pensou. Na hora que ouvi seus pensamentos fiquei com um pouco de pena e decidi apenas dizer o que estava pensando, mas esqueci com tantos barulhos na minha cabeça, os “bips” do videogame de Elliot, o rádio ligado – não estava tão alto, mas a música era péssima -, os pensamentos de minha mãe, os pensamentos de meu irmão – baboseiras como: ah, eu esqueci de matar aquele dali -, e os pensamentos de duas pessoas que eu não sabia quem eram.

É melhor eu avisar o Julien para não começar agora, tem um carro passando. – Era a voz de uma garota que estava dizendo, ou melhor, pensando. Aparentemente eram pensamentos comuns, nada de errado. Mas mesmo assim eu decidi abrir o vidro para escutar melhor caso eles dissessem alguma coisa. – Julien, não vá agora! – a garota ordenou com voz de mulher. Talvez fosse assim que ela queria que os outros a vissem, como uma mulher, mas nos seus pensamentos a voz era diferente.

Por que não posso ir agora? O que está dando em Rachel? – Eu ouvi outro pensamento. Provavelmente seria o tal de Julien que a garota dizia. A voz dele era grave, era quase a de um homem, mas não sei o que me dizia que ele não tinha mais do que vinte anos. Estava tudo acontecendo tão rápido, minha mãe estava dirigindo tão devagar, mas quanto mais o carro andava mais as vozes ficavam mais fortes dentro da minha mente. E de repente as vozes desta Rachel e deste Julien ficaram tão fortes que de algum jeito eu tinha que liberá-los para entrar em minha mente com mais facilidade, portanto eu abri o vidro e escutei Julien dizer: - Por que não matá-lo agora?

Eu não estava olhando pro lado de fora do carro, estava com os olhos fechados para me concentrar melhor nos pensamentos deles, mas alguns pensamentos de minha mãe e meu irmão estavam atrapalhando, ela estava reclamando mentalmente sobre eu ter aberto o vidro, sorte que não disse nada. Quando ouvi a palavra “matá-lo” olhei para a calçada a alguns metros de mim, onde havia um mendigo e duas pessoas ao lado dele. O mendigo estava imóvel, e no momento em que olhei para as duas pessoas ao lado dele, tive a certeza de que os pensamentos os pertenciam. A garota devia ser jovem, aparentemente dezesseis anos, ela estava em posição de ataque olhando fixamente para mim. Já o garoto parecia mais velho, algo perto de dezoito anos, ele não parecia tão feroz quanto a garota, mas nada perto de muito amigável. Ele estava agachado com uma mão no chão e a outra se aproximando do mendigo, mas o chiado que a tal de Rachel emitiu o fez se afastar e se levantar. Rachel tinha os olhos prateados, procurei não olhar muito para eles, mas quando tentei desviar o olhar daqueles olhos me assustei muito mais, os dentes daquela garota... Não sei se poderia chamar de dentes aquilo eram mais duas presas. Quase que involuntariamente eu levantei o vidro, mas mesmo assim pude ouvir o chiado do garoto e a tal de Rachel dizendo: - Ela é uma de nós, pegue-a Jonathas! Ela sabe demais! – Achei que ele não viesse me pegar, mas ele saiu correndo até o carro numa velocidade muito grande. A adrenalina invadiu meu corpo e ao mesmo tempo em que ele corria, eu pulei pra frente do carro e enfiei o pé no acelerador. O carro saiu em disparada e quando eu já estava suficientemente distante eu parei e olhei para eles pelo vidro de trás do carro. Julien estava com a camisa aberta revelando uma marca exatamente igual a minha no peito. E seus pensamentos repetiam a mesma coisa: Ela é uma de nós.

Depois de tentar achar uma explicação para dar a minha mãe sobre o por quê de ter feito aquilo com o acelerador do carro, finalmente nós chegamos em casa. Quando minha mãe parou o carro e disse parar pegarmos nossas coisas no porta-malas eu me recusei a olhar para a casa. Fiquei com medo do que iria encontrar. Mas eu estava apenas adiando o dever de olhar para aquela casa, pois como entraria nela sem a ver? Mas por um segundo pareceu dar certo. Saí do carro e me dirigi até o porta-malas, retirei minha mochila primeiro e a coloquei nas costas, depois peguei minhas outras malas incrivelmente pesadas. Eu não sabia que tinha tanta roupa. Fiz tudo isso olhando para o chão, para os meus pés, que naquela noite estavam calçados como a maioria das noites – meu all star preto de cano baixo -, mas não pude deixar de dar uma longa olhada na casa antes de entrar nela.

Espero que eu tenha um quarto só para mim, sem a Judy para me perturbar. – Elliot pensou. Eu dei um tapa na parte de trás da cabeça dele, o que o fez chamar a minha mãe que como sempre não mudou nada. Depois que meu pai morreu e ela terminou com o meu ex-padrasto, era como se ela fosse feita estritamente para ser uma dona de casa. Muitas vezes eu tentei fazer com que ela mudasse seus pensamentos, mas ela se recusou e continuou praticamente não servindo pra nada. Mas era assim que ela queria ser vista.

Quando eu entrei no meu quarto não vi nada de especial, mas sinceramente preferia assim, pois o “especial” da minha mãe geralmente não me agrada. Uma cama, um guarda-roupa, uma mesa de cabeceira e uma televisão era o que tinha naquele quarto. A segunda coisa que eu fiz quando cheguei depois de jogar minhas malas dentro do guarda-roupa foi colocar meu notebook em ação. Pelo cheiro de comida minha mãe já havia começado a se menosprezar. Comecei minha busca pelo nome Klingon no Google, eu sempre gostei de pesquisar, saber de tudo. Encontrei um site de notícias vinte e quatro horas. Eu disse que Klingon era chata e não que não era grande. Aparentemente muitas coisas aconteciam simultaneamente nesta cidade, mas eu não queria saber muita coisa, era apenas curiosidade, portanto digitei o bairro onde eu morava. Três noticias apareceram na tela, mas duas delas não eram muito recentes, uma era sobre um torneio de futebol em que o meu bairro teria ganhado, outra sobre uma mulher assaltada e ao ler a terceira eu quase cai da cama onde estava sentada, quando meus olhos percorreram as palavras: INDIGENTE MORTO POR ANIMAIS FEROZES. A matéria dizia basicamente sobre um mendigo morto. No começo achei que fosse apenas uma coincidência e que o mendigo não era o mesmo que eu vi, mas os fatos apenas se encaixavam a cada linha que eu lia. O motivo da morte era desconhecido, mas nenhuma gota de sangue foi encontrada em seu corpo. Marcas de garras afiadas e dentes estavam por todo seu corpo. O crime ainda iria ser investigado melhor, mas eles tinham quase certeza de ser um animal feroz como cães.

Isso era tudo o que eu tinha encontrado, mas de manhã iria procurar mais e acho que eles teriam mais pistas do que fizeram com aquele pobre mendigo. O relógio ainda marcava dez horas e eu costumava dormir tarde, mas nesta noite eu estava cansada por causa da viagem, portanto decidi deitar e não jantar aquela noite, depois que aquela mancha apareceu em mim, minha fome cessou. Antes de dormir fiquei pensando se aquelas duas pessoas que eu vi teriam algo a ver com a morte do mendigo. Eu estava cheia de dúvidas, minha cabeça quase explodia. O que aquela garota queria dizer com “ela é uma de nós”? Por que a marca em meu peito era exatamente idêntica a daquele garoto? Senti minhas pálpebras se cansarem e se fecharem cada vez mais, até que não me lembro de nada.

Pra minha sorte eu já estava matriculada na escola de Klingon. Acordei as seis por causa do despertador do meu celular. A música que eu tinha escolhido para me acordar todas as manhãs era Basket Case do Green Day, minha banda predileta. Cambaleei de sono pelo quarto procurando minha mala de roupas. Quando achei peguei logo a primeira, uma camiseta quase pólo preta com detalhes em lantejoulas vermelhas, minha calça jeans preferida e meu velho e companheiro all star. Depois de tomar um banho bem quente eu as vesti. Passei um pouco de maquiagem no rosto e prendi meus cabelos castanhos avermelhados em coque. Olhei para a janela, fazia frio e chovia. Não sabia se a escola ficava perto ou longe, portanto acho que minha mãe me levaria. Peguei uma blusa de frio a mais e coloquei um caderno e uma caneta dentro de uma mochila.

- Judhyte, já está acordada? – minha mãe gritou lá de baixo.

- Estou.

Desci as escadas e fui para a cozinha. Meu irmão ainda dormia por isso não estava assistindo desenho. Ao passar pela porta do quarto dele eu ouvi os pensamentos dele muito baixos que diziam que ele estava sonhando com coisas muito malucas como uma casa feita de doces ou sei lá. Minha mãe já tinha preparado o café da manhã, como sempre.

- Judy – minha mãe começou -, eu vou te levar para a escola, mas não te buscar. Tenho que resolver algumas coisas no centro da cidade.

Eu fiz que sim com a cabeça e li os pensamentos dela para saber o que ela iria resolver, ela queria emprego, apesar de ganhar uma gorda pensão por meu pai ter falecido um ano depois de Elliot nascer, quando eu tinha sete anos. Depois ela começou a pensar no que iria fazer pro almoço e como sempre eu nunca tinha controle para ligar ou desligar os pensamentos na minha mente, portanto fiquei apenas escutando até eles desaparecerem.

Minha mãe foi avisar o Elliot que ela ia me levar para a escola enquanto eu abria a casa. Aproveitei para dar uma boa olhada na fachada da nossa nova casa, era uma casa grande e um pouco velha, mas muito bonita. De dia aquela cidade era um pouco menos assustadora do que de noite, mas só um pouco. Segundo a minha mãe não havia ninguém morando na casa vizinha. As casas eram bem distantes umas das outras naquela rua, de modo que agente podia fazer outras duas casas entre a nossa casa e a casa vizinha e ainda sobraria espaço. A casa do nosso lado direito era muito mais velha que a nossa. Pra falar a verdade era a casa mais velha que eu já tinha visto. Mesmo tão longe eu ainda podia ver alguns buracos feitos no telhado, a pintura já não existia, a casa dava medo. Era grande e tinha um ar medieval. Era o tipo perfeito de casa para ser feito um filme de terror, meus preferidos. Mas minha mãe interrompeu meus pensamentos e me disse para entrar no carro.

Dentro do carro eu não disse uma palavra. Minha mãe também não se deu ao trabalho. Fiquei olhando as casas passarem, todas muito assustadoras, mas nem um pouco perto da casa ao lado da minha. Queria que minha mãe passasse pelo mesmo lugar onde o mendigo havia sido morto, mas a escola ficava pelo outro lado. A chuva já tinha cessado, mas o ar amedrontador e frio tinha continuado. Minha escola ficava a menos de três quarteirões da minha casa, portanto não seria difícil voltar.

A escola parecia o único lugar com a pintura recente por aqui. Todos estavam sorrindo, parecia que não era o primeiro dia de aula pra todo mundo. Desci do carro e comecei a caminhar pra dentro da escola, algumas coisas me chamou atenção, como um grupo de gente que parecia ser o mais popular grupo da escola, mas o que mais me chamou atenção realmente foi um garoto encostado em um muro distante da escola, ele não estava com nenhuma mochila, nenhum caderno, parece que não ia estudar. Apesar dele estar vestindo uma blusa de moletom com capuz eu pude ver seus olhos prateados em cima de mim. Ele era... Ele era o mesmo garoto que tentou me atacar na noite passada! Virei o rosto e caminhei rapidamente para dentro da escola, mas pude sentir seus olhos em mim.

As aulas foram às mesmas aulas chatas que eu tinha na minha antiga escola. Ficar sozinha na sala era difícil, minha melhor amiga me fazia muita falta. O tempo passou devagar, mas logo as aulas terminaram. Eu parecia uma máquina de estudos, escrevia, escrevia e escrevia e depois andava de um lado para o outro na hora do intervalo e na hora da saída. Todos já estavam saindo da escola quando eu comecei a ouvir os pensamentos de todo mundo ao mesmo tempo.

Ah, nem começamos a estudar e os professores já marcaram prova? – Uma voz de garoto.

Quem ele pensa que é? – Uma garota pensou.

Ele é assim todos os dias ou é apenas uma crise de aparecimento? – Uma voz estranha, mas de garoto.

E de repente muitos pensamentos de uma vez só invadiram o meu cérebro e eu não conseguia suportar. Comecei a correr para longe na intenção de me afastar daquelas pessoas, mas um pensamento me acompanhava.

Ela é uma de nós... Ela é uma de nós... Agora eu descubro a verdade... – Era o garoto, Julien. Eu olhei para trás e o vi correndo atrás de mim com o capuz cobrindo o seu rosto deixando apenas os seus olhos prateados a mostra. Eu comecei a correr também. Eu não sabia o que ele iria fazer comigo, portanto corri. Corri o mais rápido que pude, mas ele me alcançou.

- O que você quer? – eu gritei.

Nós estávamos distantes de mais da escola e se eu gritasse por ajuda ninguém me escutaria. Ele segurava nos meus ombros com força enquanto eu me debatia. Meu cabelo tinha se desprendido caindo sobre os ombros e ele não parava de me olhar. Ele era tão forte que eu quase não conseguia sair do lugar.

- Você! – ele disse, mas eu não sabia o que aquilo significava. O capuz caiu de sua cabeça e eu pude ver o quanto ele era branco. Talvez tivesse ficado muito tempo sem tomar sol, pois nesta cidade um dia de sol é difícil, mas eu não sabia que era tão difícil assim.

- Me larga! Que tipo de gente você é! – eu gritei.

- O mesmo tipo que você. Mas é melhor eu ter certeza!

Ele começou a rasgar a minha blusa e por um momento eu apenas achei que ele fosse um tarado retardado: - Pare com isso seu pervertido!

- Eu não sou pervertido, apenas quero ver a sua... – os olhos dele se arregalaram – Sua marca!

Minha blusa não estava totalmente rasgada, apenas a parte de cima, mostrando totalmente a minha marca de uma cruz negra. Ele desabotoou a blusa dele também revelando uma marca idêntica a minha. Ele colocou a mão dele, quente como o fogo por cima da minha marca e com a outra mão ele cobriu a dele, por alguns segundos eu e ele ficamos ali assustados um olhando para o outro, quando ele abriu a boca e ficou alguns segundos sem dizer nada, mas depois conseguiu dizer alguma coisa.

- O chefe tem que saber disso!

Ele me pegou pelo braço e começou a correr, mas ele começou a correr tão rápido que eu não consegui o acompanhar, então ele me jogou em suas costas e disse para eu me segurar e voltou a fazer o que estava fazendo. As árvores, as casas, os carros passavam tão rápidos ao nosso redor que eu comecei a ficar zonza, de repente eu não me lembro de mais nada, apenas de uma forte batida na minha cabeça e então eu desmaiei.

Quando abri os olhos a primeira coisa que eu vi foram olhos prateados outra vez, achei que fosse Julien, mas depois de mais algum tempo eu pude ver melhor. Era aquela garota da noite anterior, Rachel. Ela estava usando um vestido vermelho comprido e de alças finas, de modo que pude ver que ela também tinha uma marca, eu ia dizer alguma coisa quando ela gritou:

- Julien, ela acordou. Leve-a ao chefe agora. – Julien me colocou em suas costas e eu percebi que meus pés e meus pulsos e estavam amarrados. – Garota, eu achei que você fosse mais forte. – Ela disse olhando para mim. – Demorou uma hora para acordar depois da coronhada que eu te dei.

Eu não conseguia enxergar direito, mas estávamos em uma casa qualquer. Os sons secos e abafados dos passos de Julien demoraram um tempo e foi quando ele parou e eu ouvi o som de uma porta se abrindo. Julien me jogou no chão com tanta força que minhas costas estalaram. Minha visão ficou turva de novo e eu decidi ficar com os olhos fechados.

- Senhor, esta é uma de nós. – Eu ouvi Julien dizer antes da porta se fechar e ele sair. A adrenalina do meu corpo se liberou, agora só estávamos eu e esse tal de chefe naquela sala.

- Desculpe pela arrogância de Rachel e Julien - uma voz linda, de um homem falou -, mas alguns de vocês tentam reagir, por isso agimos deste jeito. Mas é melhor para vocês assim.

Eu não disse nada.

- Quero que saiba o motivo de estarmos aqui. – A voz macia e forte disse. – Você tem a mesma raça que todos nós aqui. A partir de hoje você irá mudar totalmente de vida. Esqueça tudo o que antes você tinha, amigos, família e objetos pessoais. Agora você vai viver conosco, caçando para viver.

Eu tentei dizer alguma coisa, mas a única coisa que saiu foi um leve gemido de dor.

- Você vai se acostumar. Todos aqui se acostumaram e com você não vai ser diferente. Aliás, eu sinto que você vai se acostumar muito mais rápido do que todos os outros. Pois eu sinto que você tem algo para me cotar, não tenha medo, fale sobre o seu dom.

Ele sabia do meu dom? Que tipo de gente era aquela? Eu devia estar com mais medo, mas a cada vez que eu escutava aquela voz a adrenalina baixava.

- Como você... – eu disse entre gemidos de dor – Como você sabe?

- Pode me contar, Judy. Agora eu sou seu senhor, sei de tudo o que te acontece. Eu sei que você pode ler pensamentos. Pode me perguntar o que quiser.

- Que tipo de gente você é? – eu perguntei ainda com os olhos fechados.

Ele deu uma curta risada, doce e linda.

- Não somos gente. Mas eu sou o mesmo que você, eu sou um vampiro.

Naquele momento era como se tudo se encaixasse, a morte do mendigo, meu dom de ler pensamentos, as presas, a marca...

- Quem é você? – eu perguntei.

- Acho que você me conhece... – aquela voz linda me hipnotizava. – Meu nome é Billie Joe Armstrong.

Abri os olhos para ver aquela figura linda ao meu lado.

 CONTINUA


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