Zherium! - A Chave do Apocalipse escrita por Dawn Bard


Capítulo 5
A Profecia Áurea


Notas iniciais do capítulo

O poder da amizade de Arthur e Peter é colocado em jogo.
Arthur tem de lutar sozinho contra o minotauro, e algo acontece.
Falhar não é uma opção.



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Capítulo Quarto – A Profecia Áurea



O Reino estava um caos, e tudo isso aconteceu no dia 21 de junho, durante o solstício de verão, onde acontecia a reunião emergencial dos deuses, no Olimpo. Lá, os Olimpianos se reuniam para discutir sobre o comportamento dos Titãs após a grande guerra (a titanomáquia). Os Deuses não estavam preocupados pelos Titãs estarem fazendo algo, e sim por elees não estarem FAZENDO NADA, e isso era mais preocupante ainda, pois poderiam estar tramando qualquer coisa, e foi no meio do relatório de Hermes, o Deus Mensageiro, sobre sua investigação aos Titãs que Apolo, o Deus do Sol, começou a suar e botar ar mãos na cabeça, com um ar extremamente desesperado.

– A Profecia Áurea... Os escolhidos... desper...PUDINS! – Começou a falar nervosamente, olhando para os lados como um louco.

– Mas que p...

– Calma Zeus, ele fica assim quando recebe uma visão do futuro – Interveio Ártemis, a Deusa da Lua e irmã gêmea de Apolo, com uma linda porém firme e confiante voz.

– ...Pudins, pudins de chocolates, anjos, asas de anjos, flautas, foices, carros... carros são legais, mortes, sofrimentos, motores, peitões... – Apolo estava falando mais rápido ainda e mais nervoso ainda.

– APOLO, PELOS DEUSES, SE COMPORTE! – Gritou Démeter, a deusa da colheita e da natureza, fazendo o Deus se calar.

– Recebi uma visão – Começou Apolo, ajeitando-se – e sei que não posso falar essas visões diretamente, apenas pelos oráculos, mas isso é uma emergência... para todos nós – Ele fez uma pausa, piorando a atmosfera no ar – Os escolhidos da profecia áurea... – Tentou se conter de falar, por ser uma regra expressar suas visões apenas pelos oráculos, e que estava quebrando ela - ...estão acordando. – Terminou, deixando todos os Deuses boquiabertos, e depois causando o maior caos em todo o reino do Monte Olimpo.

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Estava correndo, tomado pela raiva. Arthur começou a gritar ao longo que corria até seu inimigo, não tinha a mínima ideia do que estava fazendo, ou de como pretendia atingir o minotauro, mas devia fazer algo para satisfazer sua raiva, causada pela morte de seu melhor amigo. Devia matar o minotauro, custe o que custasse.

Correu até o minotauro e deu um soco em sua barriga, com todas as suas forças, e assim, Arthur olhou a feição do monstro, para ver se ele tinha sentido alguma dor, mas ao invés de sentir dor, o minotauro estava rindo, rindo do quão patético Arthur era. Não perdeu tempo e deu um salto para trás, salvando-se por um triz do soco que ele tinha desferido. Avançou novamente até seu inimigo concentrando toda a sua fúria, raiva, todas as suas esperanças, sua determinação, todas as suas forças, na sua mão direita, para desferir o ataque mais poderoso de sua vida. Sua determinação era tanta, que conseguiu sentir até sua esfera verde dando-lhe forças, confiança, a confiança de que poderia vencer. Tinha de vencer. O minotauro viu Arthur correr diretamente até ele, preparando um soco direto, então percebeu que aquele verme queria competir forças com o touro de Minos.

Arthur gritou, gritou o máximo que podia, nos últimos instantes de encontrar-se com a besta, gritou para expandir sua raiva, para lhe dar confiança. “Eu vou vencer, eu tenho que vencer...” Pensou ele, colocando o braço para trás e fechando o punho, contraindo seus músculos.”...Por Peter, por Bob, por Louise, pela minha verdadeira mãe...”

– EU...

O minotauro colocou seu braço direito para trás também, fechando o punho e contraindo seus músculos.

– NÃO VOU...

Chegou a hora, Arthur e o minotauro desferiram os socos tão rápidos quanto uma bala, um soco na direção do punho do outro.

– PERDER! – Gritou Arthur, no exato momento em que os dois socos se encontraram, o choque entre duas forças, em que uma fora adquirida pelo porte físico, e outra força fora adquirida por uma explosão de emoções e determinação.

O minotauro arregalou seus olhos negros, de tão impressionado que estava, após olhar seu punho depois da disputa, pois sua mão estava roxa, quase sangrando internamente, e logo após olhar o estado do garoto, ficou contente, pois havia ganhado o combate; Arthur estava sentado em suas pernas, agonizando de dor, pois muitos ossos de seu braço direito quebraram e vários músculos distenderam, estava inutilizável, seu braço estava torto, explodindo de dor, e estava numa coloração entre o roxo e o amarelo.

Era o fim.

Arthur estava dopado pela dor, e não conseguia se mexer ou pensar em qualquer coisa além de sua dor. O minotauro ignorou a dor de sua mão e preparou um ataque, diante de Arthur. Só bastaria um ataque, e tudo acabaria. Levantou a marreta e atacou. Mas foi interrompido por algo que apertava seu calcanhar; Olhou para trás e viu Peter, que havia rastejado até o minotauro.

– Você... Não vai machucar... Arthur... – Disse Peter, agonizando.

O inimigo estava cansado daquele todo teatro, e estava impaciente, não estava mais querendo brincar, queria sangue, queria comer logo aquele monte de carne fresca. Olhou para o estado moribundo de Peter e deu-lhe uma marretada nas costas. Era possível ouvir ossos quebrando, e um grande grito agonizante. Outra marretada fora aplicada nas costas do garoto. Outra. Outra. Mais outra. Arthur não aguentava mais aquele sofrimento todo, não aguentaria mais ver seu amigo morrer diante de seus olhos. Ignorou a dor de seu braço direito, levantou-se com esforço e andou o mais rápido que sua dor deixava até o minotauro. Ele podia ouvir a esfera verde falando com ele, ressoando em sua mente.

– Filho, pegue a esfera – A voz era feminina... E familiar. Era sua verdadeira mãe, podia sentir isso. Pegou a esfera com sua mão esquerda que estava no bolso de seu casaco, e observou que sua esfera brilhava mais do que o normal. – Agora vamos, filho, convoque meu nome para libertar seu poder. Você sabe qual é, vasculhe sua mente... – Disse a voz feminina. Arthur fechou seus olhos por um segundo, tentando lembrar de sua infância:

“- Por que você vai fazer isso com Kaerus? Ele é nosso único filho, ele deve lutar para preservar esse mundo, manter a natureza! Assim como você fez para me agradar.

– Não podemos decidir o futuro do nosso filho, Krantur. Nessa guerra, eu não estou em nenhum lado, apenas do que cuidar do meio onde vivem, mas ainda assim, ele é o meu filho, e está pedindo minha ajuda, e o máximo que posso fazer é mandar o nosso Kaerus. Desculpe. – Um homem e uma mulher discutiam, e entre eles havia um bebê loiro, que estava chorando.

– Mas estamos falando DELE! Você sabe o que ele fez! – Falou o homem, apreensivo.

– Quando ele crescer, ele fará o que acha certo. – Disse a mulher, colocando um ponto final no assunto.

Então, a voz automática e estranha de Zherium apareceu em sua mente.

­– Chegou a hora, Kaerus.”

Arthur abriu os olhos. Tudo clareou sua mente, pois finalmente descobriu o nome de sua verdadeira mãe, não havia mais dúvidas. Pegou a esfera e a apontou em direção ao minotauro, estendendo seu braço esquerdo em sua direção, e gritou, confiante.

– GAIA! –Convocou o nome de sua verdadeira mãe, fazendo com que a luz marrom de sua esfera iluminasse todo o labirinto, cegando a todos. A essa altura, Arthur não mais pensava, agia através de seu instinto. A raiva, a confiança, a felicidade de descobrir sua mãe, a dúvida, a incerteza, todos esses sentimentos faziam um imenso vórtice na mente do filho de Gaia. Quando a luz cessou, a esfera havia desaparecido, e em seu lugar, havia uma espada média, que brilhava tanto quanto sua esfera, empunhada na mão esquerda de Arthur, e seu braço direito havia se recuperado milagrosamente, e estava totalmente rodeado de raízes de árvores, cessando ao chegar em sua mão direita.

Bob arregalou os olhos, espantado. Não esperava que Arthur fosse despertar tão cedo.

Arthur conseguiu força de vontade para correr novamente, empunhando sua espada. O minotauro parou de bater em Peter e foi bater em Arthur, provocado pelo jogo de luz produzido pela esfera. O filho de Gaia seguiu os comandos de sua mãe e sentiu um repuxo no seu estômago e raízes brotaram do solo, crescendo rapidamente e avançando contra o monstro, prendendo suas pernas e seus enormes braços, fazendo a besta ficar imobilizada. Ao chegar perto do minotauro, canalizou toda sua raiva pelo que fizera com Peter num ataque, e cortou ele do quadril esquerdo até ombro direito, espirrando uma grande quantidade de sangue para todo o lado, e um mugido demoníaco foi ouvido do minotauro, que agonizava de dor.

Não se deixou levar pelo grito de dor e pulou (porque era baixo demais) e desferiu um corte horizontal, cortando a cabeça da besta, fazendo-a virar fumaça e desaparecer no ar. Não havendo mais algum perigo, Arthur foi ao encontro de seu melhor amigo, que agonizava como uma barata, após pisada.

– Peter! Peter! Resista! – Gritou ele, vendo que a pulsação de seu amigo ficava cada vez mais fraco.

– Agora que completamos a missão, podemos voltar... – Disse Bob, mais desorientado pelo chute que levara na cabeça.

– D...D...Desculpe, Ar... th... ur... – Disse Peter com dificuldade, antes de sua pulsação parar.

E logo, tudo brilhou.

E depois, tudo escureceu.

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Após muitas horas de extremo caos e desordem, a reunião continuou, e Zeus, que era o ser que representava um papel mais importante na reunião, dormiu de tédio, e demorou para que acordasse.

– E ai, pessoal, o que vamos fazer? – Bocejou Zeus.

– Cala a boca, Zeus, você é muito burro, não entendeu nada. – Disse Poseidon, colocando a mão sobre a testa.

– Eu juro pelo rio Estinge que... – Começou a jurar o Deus dos Raios, se enfurecendo.

– Ei, ei, ei, NINGUÉM VAI JURAR NADA AQUI! Pai, não faça besteira... – Tentou intervir Atena.

– ...Vou ganhar de Poseidon no pôquer! – Quando terminou de jurar, um trovão foi ouvido ressoando no horizonte, e não foi obra do Deus. E os Olimpianos respiraram aliviados com o juramento fútil.

– Bem, Atena, diga-me o resultado dessa reunião, porque eu dormi de tédio por algumas dezenas de horas – Admitiu Zeus, dando uma risada de cara-de-pau. Ele jurou ouvir sua filha o xingando pela soneca, mas ignorou.

– Nós decidimos que é algo importante demais, e devemos ir impedi-los nós mesmos. – Disse Atena, a Deusa da Sabedoria, com um ar de satisfeita, por esse ser o resultado após tanta confusão.

– Quais são as outras opções? – Perguntou o Deus dos Deuses, coçando sua grisalha barba.

– Mandar os semideuses os impedirem, eles estão precisando de umas missões, pois estão causando um inferno de tão inquietos! – Desabafou Dionísio, tomando mais um gole de seu vinho.

– Mandar as minhas caçadoras. Elas terminariam o trabalho á 1km de distância, e ninguém perceberia – Sugeriu Ártemis.

– OK então. Mais alguma opção?

Hefesto, o Deus do Fogo e da Forja, começou a tamborilar os dedos em seu trono, como se quisesse falar algo, mas estivesse realmente pensativo sobre sua decisão, até que Zeus percebeu isso e o perguntou.

– Diga, Hefesto, pode ser útil – Falou o Deus, percebendo sua atitude.

– Certo – Animou-se ao ser notado – eu posso mandar meu exército de constructos para ir lá. Assim, não perderíamos vidas.

– Aqueles robozinhos? Eles não são de nada! – Debochou Ares, o Deus da Guerra. Hefesto fulminou-o com os olhos, e Ares retribuiu.

– Essa decisão é algo muito importante, e não pode ser decidida de maneira tradicional... – Zeus colocou a mão no queixo, pensativo. – Deixa eu ver... Uni-du-ni-tê-sala-mê-min-guê-o-sorvete-colorê-e-o-escolhido-foi-vo...

– ZEUS! VOCÊ NÃO PODE DECIDIR ALGO ASSIM! – Berrou Atena, entrando em um ataque de pelanca.

– Acalme-se, mulher! – Falou Poseidon – Ele sabe o que faz... Na maioria das vezes.

– ...Cê! – Disse Zeus, apontando para Dionísio. – Pronto, fale com Quíron, pode organizar seu grupo de semideuses. Está feito! Reunião terminada!

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Naquela mesma noite, Dionísio voltou para o seu lugar de punição – que não era tão mal assim – sentou-se confortavelmente em sua cadeira e visualizou um homem barbudo numa cadeira de rodas jogar uma disputada partida de cartas contra um adolescente com um físico muito avançado para a sua idade e uma pele muito bronzeada. Estava apreensivo com a notícia que guardava, mas esperou a partida terminar para alertar aos dois – talvez fossem seus últimos momentos de paz e tranqüilidade, enquanto isso degustava lentamente uma dose de vinho.

Finalmente, após muitas rodadas, algo aconteceu.

– Pelas barbas de Poseidon! Ele usou Perseu, equipado com a foice de Crônos e as asas de Éolo! Não tem como minha Hidra ganhar, desisto. – Disse o adolescente, levantando da mesa e recolhendo as cartas do jogo “mitomagia” – Poxa Quíron, ninguém ganha de você no mitomagia, não é? – Disse o Deus do vinho, .levantando de sua cadeira e se aproximando dos dois.

– Senhor D, quer jogar com a gente? – Perguntou o garoto, entusiasmado.

– Não, Edward, isso é sério, eu preciso falar com á sós com Quíron.

– Puxa, Dio, nunca vi você tão simpático com algum semideus. – Impressionou-se o tutor dos semideuses.

– Tem algo nele que me faz sentir mais... – O Deus fez uma grande pausa, olhando para o vazio, distraído –... Jovem. – Fez o sinal de esperar para Quíron, esperando a porta do local fechar-se, significando a saída de Edward -... Pronto, não são muitas vezes que eu digo, mas a situação está alarmante.

– OH MEUS...

Dionísio sempre foi radicalista com o uso das palavras, por exemplo: quando uma harpia ficou louca e matou sete semideuses, ele disse para Quíron que havia um probleminha fútil; Quando um exército de ciclopes passou pela barreira do acampamento, quase matando a todos, Dionísio falou que a situação estava problemática. Dessa vez, Dionísio, o Deus do Vinho, disse que a situação estava alarmante.

–... DEUSES! – Desesperou-se – O que aconteceu? – Perguntou, puxando os cabelos encaracolados do Deus em desespero total.

– Pára, cara, isso não é legal. Você lembra da Profecia Áurea?

A Profecia Áurea, a profecia que demorava horas para ser completamente recitada, de tão longa, mas resumidamente, dizia algo como: “... As mais puras das almas serão escolhidas para uma grande missão: a missão de destruir a humanidade...” ou alguma coisa assim.

– Sei.

– Apolo previu que eles estão acordando.

Quíron ficou sem fala. A Profecia Áurea fora lançada há 500 anos, e finalmente estava começando – e precisava ser impedida.

– Mas... E agora? O que vamos fazer?

– Os Deuses se separaram para interceptar o paradeiro deles. Prepare o trio mais forte, alerte a todos no acampamento meio-sangue, pois estamos prestes a encarar uma guerra – Disse Dionísio, mais sério do que nunca.

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Notas finais do capítulo

As mais puras das almas estão acordando.
A guerra começa.
Guerra esta que decidirá o destino do mundo que conhecemos.
Sangue não será poupado.



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