8 Cartas para Você escrita por NoOdle


Capítulo 11
11º capítulo - Guerra


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, gente! Agora estou de férias e pretendo postar mais e mais rápido, ein!? Beijos, tomara que gostem, foi dificil escrever esse daí (ele é tenso haha) :)



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Oi pai

Minha semana foi terrível, nada de interessante, nada de novo... Ta bom, quem estou querendo enganar!?

Pai, eu tenho um novo namorado!! É sério, o Gabriel, eu falei com ele na mesma noite que lhe escrevi a carta passada e nós ficamos! Foi... exatamente tudo que eu queria. Mamãe demorou um pouco mas aceitou nosso namoro, agora tudo está mais perfeito do que nunca.

Segunda eu passei à tarde com ele, menos a noite porque tive que trabalhar. Terça ele foi comigo ao meu piano e ficamos juntos a noite toda, foi maravilhoso... Quarta saímos para passear no parque e contei meus segredos, minhas imaginações e sobre você, que estava na guerra e que eu escrevia cartas toda sexta a noite. Quinta não pude vê-lo, parece que ele tem algum problema na família... De acordo com Júlia é algo com o fato dele ter 19 anos e não estar trabalhando. Hoje ele me ligou, disse que precisava me contar algo. Tenho certeza que não vai ser nada de ruim, estou sentindo que minha vida vai melhorar.

Tenho só mais um segredo para te contar... Eu fui, no domingo, para uma igreja protestante. Sim, aquela que tem perto de casa e que minha mãe falou que não era para eu ir... Mas as pessoas são tão legais e até ofereceram ajuda quando fosse tocar o órgão – que, aliás, o piano de lá é magnífico.

Mamãe não pode ficar sabendo, ela é muito católica, você entende. É só mais um segredo, só mais uma coisa que não é para contar quando voltar da guerra. Falando nisso, quando vai ser, ein? Já estou com muitas saudades acumuladas, daqui 3 semanas será meu aniversário de 17 anos!

Ah, agora mudando um pouco de assunto... Falei seriamente com Bárbara no sábado, perguntei o que ela estava fazendo e porque não parava de fumar. Acabamos brigando, até hoje ela não fala comigo...

Mas pai, só fiz isso porque me preocupo com ela, não porque eu ‘xereto’ na vida dela! Você sabe, não é? Me entende...?

Bom... Acho melhor ir, vou encontrar Gabriel na pracinha aqui perto. Por favor, volte logo ou então me responda mandando notícias... Te amo de mais!

\t\t\t\t\t\t\t   Para sempre sua: Isa”

Isabela arrancou a folha do caderno, colocando-a em uma carta e grudando o selo. Três semanas para seu aniversário, já devia começar a ficar animada.

Olhou-se mais uma vez no espelho meio quebrado do quarto, arrumando de leve seu cabelo. Estava pronta para encontrá-lo, agora só precisava abotoar o sapato.

Sentou na cama, arrumando por fim. Passou a mão pela cabeça, um pouco preocupada, apesar de sentir que tudo daria certo aquela preocupação não a deixava.

Respirou fundo, sorrindo um pouco. Não podia ser pessimista, tinha que seguir em frente e continuar. Desceu as escadas, não tinha ninguém em casa, então só saiu direto para a rua, sem preocupações maiores.

Andou pela calçada, o vento batendo em seu rosto. Sentou em um banco à uns poucos metros do grandioso chorinho, tentando não imaginar nada para parecer uma pessoa mais normal.

Logo sentiu uma pele um pouco mais quente e escura do que a sua tocando seus ombros e se virou, sorrindo, dando um pequeno beijo no garoto.

“Boa noite...!” Gabriel disse, sentando ao lado dela. “Que bom que você veio, precisamos conversar.”

“Sim.” Sorriu Isabela, se virando para ele e segurando suas mãos.

O menino parecia tenso, olhava para baixo a cada momento. “Ham...” Tentou falar, respirando. “Isa, acho que tem um pequeno problema que pode nos atrapalhar.”

Ela franziu as sobrancelhas. “Como assim?” Seu coração começou a palpitar mais rápido, agora realmente preocupada.

“Eu sou maior de idade e não sou casado, nem estou trabalhando.” Começou, olhando para baixo, tentando se concentrar. “Precisam de mais homens trabalhando e lutando na guerra.” Ele olhou os olhos da menina. “Mais cedo ou mais tarde vão me recrutar.”

O mundo caiu nos pés de Isabela. Isso não podia estar acontecendo, não podia ser assim que tudo ia acabar, em uma semana que estavam juntos...! “Mas não tem outro jeito...? Outra forma de você se esconder e não ir com eles?”

Gabriel fechou os olhos, balançando levemente a cabeça. “Já fugi duas vezes, Iss. Dessa vez sabem onde eu estou e já mandaram uma advertência para casa. Foi por isso que ontem não pude te encontrar.”

Os olhos da menina ficaram cheios de lágrimas, ela não podia controlá-las, acabavam rolando pelo seu rosto sem sua permissão. “Eu não... Você não pode...” Já não conseguia falar, ele a abraçou, também segurando a tristeza.

“Eu sei, mas calma.” Disse em um sussurro. “Vai ficar tudo bem, eu prometo.” Olhou nos olhos dela, afagando suas lágrimas. “Eu te amo muito.”

Os dois se beijaram em um silêncio terrível, uma dor profunda.

Porque ela não acreditava que aquilo estava acontecendo.


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Notas finais do capítulo

Reviews? mereço? hahaha beijinhos para todos! *--*