Sleeze Sister escrita por Bond Rebellion


Capítulo 12
Capítulo 10. Parte 2 - As coisas podiam piorar? ..


Notas iniciais do capítulo

Oooi? (=
Como sempre eu peso desculpas pela demora...mas sofro de um probleminha de bloqueio criativo e uma Beta que não copera comigo...

Pequeno aviso- Eu não sou filha de mecânico, nem muito menos de policial (só to esclarecendo) Eu apenas fiz meu dever de casa muito bem feitinho. E confesso que intendo muito mais de armas do que de carros
Por isso me desculpem qualquer coisa, se a parte do carro não ficar legal já sabem...espero que gostem (y



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/107732/chapter/12

Capitulo 10. Parte 2 – As coisas podiam piorar? ... Espere até o príncipe encantado começar a desconfiar

 Bella chegou à sala saltitante para finalmente cumprimentar seu convidado, como disse sua irmã, ela esperava ver os dois ainda fazendo o trabalho, mas uma parte realista em seu intimo lhe dizia que sua adorável irmã mataria o pobre garoto antes de terminarem o dever de casa.

Na soleira da porta Bella hesitou com a cena que viu. Ela estava certa!

Uma Renesmee de pé no meio da sala se virou em sua direção com uma cara de culpada, ela podia ler na testa da irmã mais nova a frase “fiz merda” em neon. Aos seus pés o corpo de Black estirado no tapete.

Isabella Marie Swan perdeu um batimento cardíaco nessa hora.

De todas as coisas erradas, de todos os crimes que já cometera na vida, ela seria presa pelo assassinato do parceiro de sua irmã mais nova.

Sim ela mofaria na prisão já que era maior de idade e, no momento, responsável por Renesmee.

Quando Renesmee revirou os olhos para ela e se jogou no sofá apontando para Black e murmurando: ele é todo seu, Bella quase teve certeza que teria que limpar o sangue do garoto do tapete. Mas o alivio a invadiu quando viu a perna de Jacob se mexer no chão e ele se sentar lhe dando um de seus sorrisos brilhantes.

Respirando fundo e acalmando seu coração, Bella conseguiu ver outra interpretação para a frase da irmã. Ela só queria dizer que não iria precisar mais fazer sala para seu convidado, que agora ele era todo seu.

Glorias a Deus! Eu não vou ser presa aos 18 anos! O Senhor é bom! Eu ainda tenho uma vida pela frente! Aleluia!” festejou internamente, embora não tivesse nenhuma educação religiosa. Aliás, ninguém de sua família tinha fé ou acreditava em algo além do poder de uma arma carregada.

- Jacob meu convidado! Como está? – Bella estava tão aliviada que sua voz saiu alta e alegre, o que a fez lembrar-se de Alice quando estava radiante. Ela se jogou no sofá ao lado de Renesmee que não parecia tão feliz assim quanto ela.

- Melhor impossível! – Jacob a respondeu com os olhos mais felizes e brilhantes que Bella já vira. Ela anotou mentalmente perguntar a irmã o que tinha acontecido ali em sua ausência, pois ela tinha visto Renesmee com cara de culpada e depois furiosa, seguida de Jacob com uma cara de abobalhado constante.

- Então... – Bella sentiu uma troca de olhares fulminantes entre os dois e se parabenizou por ter chegado antes da tragédia eminente – terminaram o dever de casa?

- Sim – Renesmee lhe respondeu com uma carranca sem tirar os olhos de Black

- Ficou muito bom, na verdade excelente – Jacob deu uma piscadela no fim da frase e Bella sentiu sua irmã apertas os punhos de raiva ao seu lado.

Sim definitivamente alguma coisa aconteceu!

- Deve ter ficado bom mesmo, já que vocês conseguiram terminar sem se matarem! – Bella riu acompanhada de Jacob. Seu sorriso foi morrendo aos poucos quando sentiu o olhar fulminante de Renesmee sobre ela.

Xii acho que o mau humor de alguém ai voltou” Bella fez uma careta mental

- E ai Bella, a parada do mustang ainda ta de pé? – perguntou Jacob com interesse

- Você não esqueceu hem – Bella pode ouvir a irmã mais nova ao seu lado murmurar: Que pena! - e ai Jacob, preparado para conhecer Dona Eleanor?

Com o ar de mistério, Bella viu o parceiro de sua irmã arregalar os olhos confuso. Rindo-se dele ela disse:

- Vem comigo!

Os dois se levantaram e Bella olhou para trás se perguntando o porquê de sua irmã ainda estar sentada com cara de poucos amigos. Com um aceno, Renesmee lhe disse que iria guardar os materiais e já os seguiria.

A mais velha levou seu convidado por dentro da casa até a garagem. Passando por alguns cômodos, Bella percebeu o olhar curioso de Black ao redor até ela lhe abrir a porta da cozinha que dava para a garagem do lado de fora.

O espaço era pequeno e repleto de tralhas como peças de carros roubados, aparelhos domésticos pifados e a velha bicicleta de Renesmee. Mas no meio de toda a bagunça um Shelby¹ 1967 se erguia imponente em sua majestade.

- Apresento-lhe Dona Eleanor – Bella apontou para o carro preto no meio da garagem como as modelos de exposições de carros fazem.

Jacob se pôs a admirar a beleza do carro, como quem admira uma preciosa obra de arte em uma exposição. Ele a rodeou duas vezes com a mão no queixo analisando cada centímetro da lataria, depois de uma pausa ele soltou um assovio baixo em apreciação.

- E então, o que achou? – perguntou Bella do canto da garagem com os braços cruzados. Ela teve que segurar o riso em ver a cara de Black ao analisar o carro.

- Isso é mais que um clássico! – ele alisou a lateral direita do veiculo com admiração – é... Fantástica. Porque disse que era uma banheira?

Jacob não conseguia assimilar o adjetivo a maquina a sua frente. Quando as irmãs Swan disseram que o velho mustang precisaria de umas reformas, ele já começou a se preparar para encontrar uma verdadeira lata velha. Mas ao contrario da descrição feita pelas meninas o carro não estava em um, quase, ótimo estado.

- Porque eu aposto que se você esbarrar no pára-choque é capas de pegar tétano – Bella se aproximou apontando para uma parte descascada e um pouco enferrujada na traseira.

- Isso é o de menos, qualquer carro com alguns anos de vida precisam de uma visita ao lanterneiro.

Se só aquilo fosse o problema Jacob jurava assinar um atestado de Loucura para as irmãs Swan. Aonde já se viu insultar uma legitima Shelby por causa de uma pintura desbotada?

- Além disso... Não é o tipo de carro que me da um bom desempenho em uma corrida.

- Isso não é problema. É só mexer no eixo traseiro, nada que um TKO 600 não resolva, vai deixá-lo com todo o desempenho de um carro moderno. – Disse Jacob simplesmente achando que estavam falando algo menos do que o incompreensível aos ouvidos de Bella.

A Swan o fitou por um momento com uma cara de quem tenta entender uma equação difícil de matemática, depois tirou o vinco da testa e lhe disse:

- Hãm... Black meu amigo, de carros eu só entendo a parte do acelerar, pisar no freio e trocar de marcha. Quem entende mais disso é a Nessie – Bella o informou tocando seu ombro com um sorriso camarada.

Como se tivesse ouvido ser chamada, Renesmee adentrou a garagem segundos depois de a irmã tocar em seu nome.

- A Bells só se entende com um gatilho – Renesmee disse com um sorriso cúmplice brincando em seus lábios.   

Bella retribuiu o sorriso com uma gargalhada baixinha. As irmãs Swan tinham paixões diferentes. Isabella era a melhor amiga de uma arma e Renesmee sabia se entender como ninguém com um volante.

Com um sorriso e um vinco na testa, Bella se confundiu com o repentino ressurgimento do bom humor da irmã. Ela anotou mentalmente a possibilidade de Nessie estar tendo algum transtorno comportamental, bipolaridade poderia ser a primeira da lista.

Após enfrentar um grande dilema interno Renesmee resolveu fazer companhia a irmã e ao seu parceiro na garagem. Depois de uma discussão com sigo mesma, ela ordenou ao seu lado traidor, o que cedera a Black, que se calasse. E ordenou ao seu lado que o odiava para que ele se controlasse e deixasse tudo nas mãos do seu lado mais cínico e indiferente.

A última coisa que Jacob veria, seria seu lado vulnerável!

Black não entendeu a piadinha interna entre as duas até seus olhos serem atraídos para a parte norte do lugar. No canto entre duas paredes tinham prateleiras com fotos, troféus e... armas?!

Se aproximando curioso, Jacob encarou um canto da parede em especifico. Ali tinham varias prateleiras. As de cima tinham caixas escuras, malas talvez, aparentavam conter algo valioso e talvez perigos.

Entre as prateleiras e a mesa com os troféus havia um quadro fixado ostentando diversas armas de grande porte ali penduradas.

Elas eram organizadas por tamanho, da maior para a menor. Mais uma em especial chamou a atenção de Black. Ela não estava pendurada na vertical como as outras, ela estava em destaque em cima de um suporte no alto, na horizontal.

Os olhos de Jacob acompanharam fascinados, toda a extensão da arma, desde sua base, passando pelo gatilho ele reconheceu o formato oval incomum do cartucho antes de chegar ao cano. A trava era um pino na parte superior. Ele não pode deixar de assobiar baixinho, novamente, ao reconhecer a magnífica barra de mão em madeira.

- Essa graçinha é uma metralhadora Thompson 28², mas pode chamar de Bruce – Bella deu uma piscadela para o parceiro da irmã que encarava sua “mascote” de boca aberta.

- Bruce? – Jacob estava incrédulo. Aquela era a arma mais antiga que ele já tinha visto depois da carabina de seu pai.

- Vai se acostumando, a Bells coloca nome em todas essas parafernálias – Renesmee disse se juntando aos dois em frente ao santuário das armas de sua irmã.   

- Ela faz 50 disparos, calibre 45 e tem os mais incríveis flashes de boca que eu já vi! – Bella descreveu Bruce como uma mãe que fala do filho passando as mãos delicadamente por toda a extensão da arma que, facilmente, deveria ter mais da metade da altura dela.

- Eu nunca tinha visto uma pessoalmente. Ainda funciona? – Black estava maravilhado com tudo, nem em seus melhores sonhos ele poderia imaginar que as irmãs Swan fossem tão intrigantes e interessantes.

- Claro que funcionam! Eu cuido delas muito bem, estão em perfeito estado. – respondeu Bella parecendo um pouco ofendida. “Eu podia te matar com o Bruce só por ter falado isso garoto!”

Os olhos de Black brilhavam e sua mente absorvia tudo como uma esponja. A garagem delas poderia ser seu playground qualquer dia desses? Um dos maiores clássicos do mundo do automobilismo estava ali bem no meio do cômodo e, como se fosse menos absurdo e mais real, elas ainda tinham um arsenal pra agente de SWAT nenhum colocar defeito. Afinal eram armas de elite, e de tecnologia e valores imensuráveis.

- Isso... Isso é uma Colt M4³? – Jacob apontou para a maior arma pendurada na vertical sem acreditar no que seus olhos viam. Era a maior metralhadora que já vira, ele só poderia a imaginar em um lugar no mundo: no Iraque, em algum comando de ataque e nas mãos de algum soldado. Jamais na garagem de Renesmee.

- Viva a Samuel Colt! – Bella sorriu e ficou admirada ao ver que Jacob entendera sua piada. Ele sorriu abertamente se lembrando que Samuel foi o inventor do revolver, e que agora anos mais tarde recebera uma homenagem, seu nome em um das armas mais precisas de todos os tempos.

- Vocês têm licença pra tudo isso? – perguntou Jacob ainda maravilhado com tudo ao seu redor.

- Não faz pergunta difícil, Jake – Renesmee lhe disse poupando Bella de se preocupar em responder que tinham... mas eram todas falsas! Já que esse era um dos crimes que ela mais se orgulharia de ser enquadrada: porte ilegal de armas. Mas não quaisquer armas, não eram simples pistolas, eram armas de verdade!

Jacob abaixou a cabeça e sorriu entendendo o recado, com o movimento ele fitou uma das fotos em meio a tantos troféus. O porta-retrato empoeirado moldurava a figura de uma menina sorridente com os cachos cor de bronze, que ao reflexo do sol, ficavam ainda mais intensos. Ao seu lado uma jovem mulher com um grande chapéu, para se esconder do sol forte, com os cabelos curtos de um tom de loiro acobreado e um sorriso que era idêntico ao da menina ao seu lado. As duas seguravam um troféu grande e dourado, a menina segurava uma faixa de 1º lugar ignorando o capacete e óculos de corrida bem maiores que ela.

Com o olhar Jacob perguntou a sua parceira se era realmente ela na foto. Nessie deu de ombros um pouco convencida, e sua irmã riu ao seu lado.

- Nessie ficou em primeiro lugar no campeonato juvenil de Cart em Phoenix. Ela só tinha seis anos – Bella sussurrou a ultima parte como um segredo assustador de sua irmã prematura.

- Falou à garota que fez um cara de 30 anos chorar por perder uma partida de Paintball - revidou Renesmee vendo que seu parceiro se divertia com as historias - E ela só tinha treze anos – completou da mesma forma dramática da irmã a minutos atrás.

Black analisou mais uma foto, agora da família toda em uma competição de tiro ao alvo, ao menos era o que parecia. Uma menina de cabelos castanhos estava no centro portando um rifle do seu tamanho ao lado de um homem que claramente era seu pai, não havia como negar a semelhança, junto dos dois estava à mesma jovem mulher da outra foto com uma menina bem parecida com a pequena Renesmee, só que agora um pouco mais crescidinha.

Sem duvidas era uma bela família.

- Onde estão seus pais? – Jacob perguntou sem pensar, mas fitou as duas irmãs esperando pela resposta.

- Mamãe morreu há quatro anos e papai... – a mais velha começou a responder mais não tinha muita certeza do que diria a seguir. Tomando coragem, Bella suspirou: - Papai está... viajando

Renesmee abaixou a cabeça e disse: - Papai está... trabalhando

As duas responderam ao mesmo tempo.

Elas trocaram um olhar confuso por um instante, mas logo depois remediaram a situação.

- Viajando a trabalho – Bella concertou a trapalhada com um sorriso amarelo no fim da frase, ela esperava ter sido convincente.

- Eu sinto muito – ele se dirigiu as duas com um aceno, enfiando suas mãos no bolso um pouco sem graça por ter tocado em um assunto tão delicado – Então... vamos cuidar direitinho da Dona Eleanor em memória da senhora Swan.

As duas retribuíram suas doces palavras com sorrisos brilhantes. Jacob anotou mentalmente a reação meio desajeitada de sua parceira. Era a primeira vez que ela lhe dava um sorriso tão genuíno como aquele.

- É isso ai! – Bella caminhou de volta até o velho mustang acompanhada de sua irmã e seu parceiro – Me diga o que pode fazer por isso. – apontou para o veiculo com uma careta.

Bella adorou o jeito fácil e despreocupado do parceiro de Renesmee, ele não fora enxerido e quisera entrar em detalhes, realmente sabia desviar de um assunto delicado com jeitinho. “esse garoto com certeza ganhou alguns pontos comigo” pensou

- Pelo o que eu estou vendo, não vai ser algo muito trabalhoso. Vocês são muito exageradas, o carro ta em um ótimo estado. – Black apontou com ar de especialista

- Não somos exageradas, só estamos acostumadas com coisas melhores – rebateu Bella.

- Eu não vejo como um clássico desses não pode ser uma coisa melhor, mas tudo bem. Me digam, ele já foi reformado antes?

- Já. Faz tempo. – Renesmee se aproximou do carro ficando ao lado de Jacob, assumindo a mesma postura de especialista dele – Ele foi todo modificado. Se você prestar atenção, as únicas partes originais do mustang são as portas, algumas peças do acabamento interior e mais algumas coisas miúdas como o porta luvas.

- Uma legitima restauração do solo pra cima - ele colocou a mão no queixo e acenou com a cabeça apreciando o que via.

- Eleanor não é um mustang de sangue puro. É uma espécie de cruzamento entre peças de um mustang e uma Shelby, entende? – Renesmee queria ter certeza se Jacob ainda compreendia ou já estava perdido no assunto.

- Ahãm – Black afirmou com um sorriso.

- Não vai te dar muito trabalho. Talvez você só precise mexer nos pára-choques, faróis...

- Sistema de injeção, radiador, velocidade de transmissão já que vocês gostam de correr. – Jacob acrescentou dividindo um sorriso com sua parceira.

Bella que assistia a tudo de fora de braços cruzados gostou de ver os dois parceiros, que raramente se entendiam, falarem a mesma língua.

- Acho que não dá pra fazer tudo isso aqui nessa garagem apertada. Que tal você levar Jacob amanhã na oficina do Carlisle, Renesmee? O espaço é bem maior e vocês vão encontrar todas as peças que precisam com muito mais facilidade.

Renesmee lhe ergueu uma sobrancelha questionando a parte do vocês. “vocês quem cara pálida?

- Já que vocês se entenderam tão bem nesse assunto, acho que o Jacob vai precisar de uma assistente – Bella simplesmente deu de ombros escondendo um sorrisinho sapeca.

- Ta ai uma boa idéia – aprovou Jacob já empolgado. Ele recebeu o mesmo olhar fulminante que Bella recebera há segundos atrás e tentou se defender – uma boa idéia... a parte do...espaço maior – ele gaguejou com a expressão assassina de Renesmee.

- Nós levamos a Dona Eleanor amanhã de manhã pro Phoenix Garage*, e você pode ir pra lá depois da aula que tal? A Nessie te leva. – Bella se dirigiu somente a Jacob, porque ela sabia que a irmã não iria concordar com a idéia.

---

*Phoenix Garage – eu já o mencionei no capitulo 7 (eu acho) é o nome da garagem/ferro velho/ oficina que o Carlisle e o Charlie administram...vocês já, já entenderam melhor ;D

---

Ela estava certa. Renesmee não gostou nadinha da idéia, bufando a mais nova se perguntou se o destino ainda teria mais alguma carta na manga para mantê-la sempre perto de Black. Ela não conseguia se livrar do cara em momento nenhum? Na escola, em casa, e agora no seu tempo livre?

facilitem a minha vida. ACORRENTEM-ME LOGO A ESSA PESTE”

Jacob á atormentou um pouco mais durante o resto da noite em sua garagem conversando despreocupadamente com sua irmã. Era assustadora a facilidade com que os dois se tornavam cada vez mais próximos. O centro da conversa em especial era o carro, mas Renesmee não pode deixar de ouvir algumas perguntas capciosas de Black que disfarçadamente se tornava cada vez mais próximo e ciente de sua vida e família.

Por volta das 23:00h o rapaz se despediu das irmãs Swan, já confirmando o encontro do dia seguinte para começar a reforma de Eleanor. Em quanto se despedia de seu parceiro, Renesmee viu o relâmpago de um sorriso irritante enfeitar o rosto de Black ao lembrá-la que se encontrariam na escola pela manhã. Da calçada ela o viu subir em sua Ducati e lhe dar uma piscadela cretina. Não precisava ser um vidente, leitor de mentes nem nada parecido para saber que a mente dele não estava muito distante da sua se lembrando do primeiro beijo entre os dois. Mal sabia Renesmee que ainda rolaria na cama esta noite pensando no moreno que se afastava cada vez mais pelo pavimento úmido e escuro da noite.

Ao vê-lo sumir completamente na escuridão da noite, a mente dela começou a trabalhar algumas questões. Lembranças indesejadas do beijo junto com um turbilhão de sensações que o mesmo despertara em seu intimo. Renesmee evitava abafar uma euforia crescente em seu peito, era ridícula essa sua reação inconsciente. Ela não gostava nem um pouco de Black, não havia motivos para se sentir daquela maneira. Era absurdo.

Tentando reprimir ao máximo as emoções estranhas em seu peito, ela se despediu da irmã mais velha com uma desculpa esfarrapada para se recolher mais cedo em seu quarto.

Talvez um banho a ajudaria a tirar aquela insanidade de sua mente.

Não ajudou.

Pelo contrario, Renesmee se pôs a beira da janela, sentada em um beiral acolchoado com confortáveis almofadas no canto oeste de seu quarto fitando as gotas de chuva que caiam novamente aquela noite. A sensação em seu peito não se dissolveu e ela começou a se assustar.

O que aquilo significava afinal? O que aquele beijo significava?

Talvez significasse que ela fora fraca e estúpida ao se deixar encantar momentaneamente pelo seu parceiro. Talvez o beijo fosse mais um na lista de Black, a realização do seu sonho de consumo, como o mesmo uma vez lhe contara.

Mas de uma coisa ela tinha certeza. Não poderia deixar aquilo se repetir novamente.

Jamais voltaria a beijá-lo.

Era errado.

Ele tinha uma namorada.

Ela o odiava.

Ele era irritante.

E fora o melhor beijo de sua vida.

Renesmee se assustava só em relembrar a forma com que se encaixaram perfeitamente. Era como se seus lábios fossem feitos para se moldarem aos dele. Era como se ela tivesse vivido todo esse tempo para chegar até ali e experimentar o seu gosto. O beijo foi simplesmente o único e mais completo de sua vida. Nenhum outro a fez sentir o que o idiota de seu parceiro conseguiu. Era como se toda a sua racionalidade tivesse tirado férias em um lugar distante de sua mente e só o desejo estivesse a dominando.

Foi difícil, mas Renesmee precisou admitir pra si mesma depois de um segundo que ela desejava sim o seu parceiro irritante.

Foi fácil como tudo aconteceu naturalmente. Mas seria fácil impedir que acontecesse novamente? Por que uma parte em seu intimo a avisava que aquilo iria se repetir? Porque algo gritava em seu intimo para que se afastasse do fogo, dos lábios quentes e tentadores dele, a proximidade seria perigosa?

Não se pode brincar com fogo, a menos que queira se queimar.

Renesmee ficou ciente de que não poderia mais ouvir as provocações nem as responder, o joguinho teria que acabar ali. Ela não podia se arriscar a brincar mais uma vez com o fogo.

O que quer que ele a tenha feito sentir, ela teria que esquecer e prometer a si mesma que não iria provar novamente da sensação.

Ela era forte e determinada. Era uma Swan. Não iria ceder a vontade de seu desejo estúpido mais uma vez. Sua maior arma contra as investidas de Black era sua antipatia, e porque não ódio? Sim ela poderia usar seu mau temperamento e ódio contra seus sentimentos, temporariamente, insanos.

Quem ele pensa que é? Invade a minha casa, estraga a minha noite com aquela maldita história da calçinha, me atormenta durante o trabalho todo, me beija, invade a minha garagem e como se fosse pouco ele ainda se intromete na minha vida com planos de me alugar por mais tempo que o necessário. Isso é errado. Está tudo errado.”

Com um sorriso tranqüilo e satisfeito, de quem acha a cura para uma doença, Renesmee tratou de se armar com seu desafeto gratuito por seu parceiro. Era curioso como aquilo se desenvolveu em seu intimo com facilidade, afinal o idiota não havia lhe feito nada de grave para que existisse tanta revolta e antipatia por ele. Talvez, pensou com sigo mesma, este seja meus anticorpos. Meu único remédio contra ele. Um sinal dos céus talvez, para ajudar-la a resistir? Pois ela deveria resisti-lo. Ele não fazia parte de seu mundo.

Este pensamento trouxe uma nova torrente de questões a sua mente, já confusa. A parte, já decidida a lutar contra Black, foi diminuindo e dando voz a outra que lhe confrontava. Der repente um medo, um pressentimento apertavam seu peito lhe avisando de algo.

Ele jamais poderia ter entrado aqui. Jamais poderia saber de metade do que viu e ouviu aqui dentro hoje. Sem contar o nosso vacilo com o paradeiro do papai.

Jacob Black, o imbecil do Black, esta invadindo a minha vida aos poucos.

Isso é perigoso.”

Seus pensamentos mal criados e seus pressentimentos se misturavam em um turbilhão de sentimentos que só a fez ter certeza de que precisava manter distancia de Black.

[...]

The Little Things - Danny Elfmam

http://www.youtube.com/watch?v=XgFAHVJKjkk

Pelas ruas calmas, escuras e escorregadias ele serpenteava em cima de sua moto não se preocupando com a velocidade nem o barulho que o motor fazia em uma vizinhança adormecida.

A chuva que vinha de encontro ao seu rosto, por causa da alta velocidade, não era o problema. Jacob estava mesmo incomodado com as pequenas coisas que estavam em sua mente.

Torcendo o acelerador com força a moto roncou alto e forte, mas nem o seu barulho ensurdecedor o fazia tirar aqueles pensamentos de sua cabeça. Eram raras as vezes que ele se sentia assim, uma mistura de angustia por não saber o que realmente está acontecendo e um mau pressentimento que poderia arranhar as paredes de seu coração, estava claro: havia coisas que o intrigavam e essas coisas despertaram sua intuição sempre certeira.

As sensações conflitantes e perturbadoras só estavam lhe atormentando agora por causa dela. E nem ele sabia o porquê.

Jacob não podia negar suas raízes, seu sangue e muito menos seu nome. Ele tinha herdado algo e isso era seu instinto para o que estava errado.

Mas aparentemente, não havia nada errado. Não com sua parceira.

Mas porque aquela simples visita lhe despertou tal intuição?

Tudo bem que Renesmee sempre era esquiva e arredia, mas isso não era motivo suficiente para algo lhe gritar que havia coisa errada. Ele não tinha a mínima idéia do porque essa intuição fora desperta.

O pior é que ele tinha a resposta. Ele sabia exatamente o que fizera sua intuição se aguçar no momento em que pisou naquela garagem.

Provavelmente, se ele fosse qualquer outro adolescente, se deslumbraria tanto com o que vira que não faria perguntas. Mas ele jamais poderia renegar seu instinto investigativo. Jacob fazia mais que questionar, ele de alguma forma, sabia as respostas.

Se lembrando que uma das coisas que mais lhe encantou em Renesmee era sua singularidade, Jacob tentava agrupar tantos atributos a uma só garota. Ela conseguia ser intrigante, extrovertida mais muitas vezes esquiva e discreta, determinada e exageradamente petulante, simpática porem sarcástica até o ultimo fio de cabelo... tudo isso sem perder sua áurea misteriosa. Era claro que Renesmee Swan tinha algum segredo, e esse era o motivo de toda a sua hostilidade para com ele?

Talvez fosse, mas o que ela estava escondendo?

A coleção ilegal de armas de sua irmã, como ele suspeitava, era claramente uma coisa a ser mantida em segredo. Mas ela sabia que ele não se prenderia aquilo. Havia algo a mais.   

Uma parte da conversa que tiveram na garagem veio a sua mente, e der repente algo não se encaixava. A contradição entre Renesmee e Bella ao falarem sobre o paradeiro do pai. Jacob no momento fingiu não ter percebido, mas ele podia sentir o cheiro de que havia alguma coisa errada ali.

Jacob até o momento pilotava sua ducati sem se preocupar com a estrada, mas se viu obrigado a parar em um sinal vermelho quando avistou um grupo de festeiros embriagados atravessando a rua.

Ele não sabia se era o reflexo das luzes brilhantes e chamativas que o fizeram ver um vulto. Black fechou os olhos tentando se concentrar mais a imagem que preencheu seus olhos fora o lampejo de cabelos cor de bronze se ondulando ao vento.

A algazarra no bar do outro lado da rua era grande, enquanto o sinal não ficava verde novamente, ele escutou um pedaço do refrão da musica que tocava alta e fazia as janelas do estabelecimento tremerem.

[trecho da musica]

O sinal finalmente abriu e ele acelerou novamente, se dando conta de que estava cada vez mais próximo de casa, Jacob decidiu virar em uma curva fechada a direita a fim de prolongar um pouco mais o percurso e ter mais tempo para pensar.

Um trecho da musica em especial ficou martelando em sua cabeça, e ele perguntou a si mesmo se tudo realmente se resumia a ela.

Jacob já não sabia em que rua estava e aonde ela daria, mas continuava em alta velocidade. O vento e os pingos de chuva lhe traziam algumas imagens. A que mais era presente era a foto do The New York Times, mais especificamente os cabelos bronze impressos nele. Flashes dos momentos na garagem das Swan mais cedo se revezavam com o beijo que dera em sua parceira.

Mas porque ele se lembrava a toda hora da matéria sobre o assassinato em NY? Porque estava no meio das lembranças em que Renesmee estava?

Todas as imagens e pensamentos se misturavam ao som da música que o vento lhe trazia

“And all comes down to you”

Avistando uma encruzilhada à frente, Jacob percebeu que se virasse a esquerda retornaria á via principal de onde ele viera. Os pneus ameaçaram derrapar com a curva em alta velocidade no asfalto molhado. Assim que a moto se tornou mais estável ele relaxou sua postura tensa.

Com um suspiro, Jacob decretou a si mesmo que estava ficando louco.

Não havia sentido nessa sua paranóia, não havia conexão nenhuma entre as imagens que perturbavam seus pensamentos. Aquela maldita música em seus ouvidos era só a trilha sonora da sua insanidade.

Afastando os pensamentos e o pressentimento de que algo estava prestes a se encaixar, Jacob colocou sua ducati na garagem de sua casa e com um suspiro exausto ele entrou pela porta dos fundos.

A casa já estava adormecida por isso ele teve cuidado para não fazer barulho e acordar alguém. Pé ante pé, ele passava pela porta da sala de jantar que dava para a sala de estar. Antes de subir as escadas para o segundo andar ele avistou, pela pequena fresta da porta do escritório do pai do lado esquerdo dos degraus, as luzes acesas o que significava que ele não era o único Black ainda acordado àquela hora da noite.

Balançando a cabeça em desacordo ele continuou a subir as escadas até seu quarto. Era inacreditável a dedicação do pai com trabalho, se ele se dedicasse tanto a família como a carreira, a casa dos Black seria tão harmoniosa e unida quanto das famílias perfeitas dos filmes e series de TV. O patriarca dos Black era obcecado pelo trabalho, egoísta até o âmago do seu ser, ele era tão irredutível e controlador aponto de muitas vezes negligenciar os filhos dando prioridade total a sua carreira e isso foi causando aos poucos as rachaduras, agora quase irreparáveis em, sua família.   

 Fechando a porta com o clique mais silencioso que ele conseguiu, Jacob se permitiu expirar pesadamente. Ele não se preocupou em acender a luz do quarto, foi direto para o banheiro onde se prepararia para mergulhar na sua cama e permitir-se ser levado pelo sono.

De frente para o espelho ele desabotoou sua camisa e se amaldiçoou ao lembrar do dia em que pegara Renesmee deitada em sua cama medindo cada centímetro do seu corpo coberto somente pela miserável toalha. Balançou a cabeça mais uma vez se recriminando por estar pensando demais naquela garota. Ele lavou seu rosto, mas como o cansaço lhe atingia com força, resolveu por enfiar a cabeça toda em baixo da torneira.

Depois de alguns minutos ele já estava deitado em sua cama fitando o nada. Procurou pelo cansaço e a exaustão de um longo dia mais eles o abandonaram justamente na hora em que ele estava disposto a se entregar.

Rolou na cama durante um tempo interminável com sua mente vagando por muitos lugares e como se não fosse o bastante arrumando mais questões para atormentá-lo.

Seu ultimo pensamento antes da inconsciência, fora a memória vivida dos lábios macios e inacreditavelmente quentes de Renesmee.

 “Eu estava sonhando, disso tenho certeza.

A vida não era tão brilhante e embaçada. Quem me dera.

Eu estava sentado em uma mesa, com um pote de cereais entre minhas mãos. Nossa como minhas mãos eram pequenas!

Rachel ao meu lado cantarolava uma musica irritante em quanto desembaraçava os cabelos de uma boneca ridícula.

Tudo bem isso não é um sonho. É uma lembrança dentro de um sonho.

O som da televisão em cima da bancada da cozinha era alto. Minha mãe estava no fogão, e minha barriga já roncava só com o cheiro de suas panquecas.

Meu pai estava sentado no seu lugar de sempre á mesa com o seu jornal matinal nas mãos e o telefone pendurado na orelha gritando com algum subalterno.

Deus queira que eu nunca fique tão desesperado a ponto de trabalhar com, ou para, o meu pai.

Na televisão, o noticiário da manhã parecia despertar o interesse incomum do meu pai. A repórter falava em um link ao vivo da frente de um banco, em uma rua que claramente não era localizada no EUA. Ela falava rápido e com desenvoltura esclarecendo os fatos que causavam a desordem na cidade de Bueno Aires, Argentina.

A noticia parecia incomodar meu pai ainda mais, a cada frase que a jornalista falava, ele gritava ainda mais ao telefone. Eu tentei prestar um pouco mais de atenção, querendo entender o que estava acontecendo. Ao que me pareceu, havia acontecido um grande roubo a um banco antigo. De acordo com a repórter, dois homens vestidos com roupas antigas e chapéus entraram no banco armados com metralhadoras, o sistema de circuito interno conseguiu captar algumas imagens um pouco tremidas e desfocadas, mas mesmo assim meu pai pareceu reconhecê-los.

 Os dois homens não feriram ninguém, e não levaram com sigo nenhum refém. Eles apenas roubaram uma fortuna em jóias e documentos importantes, que por si só já valiam uma boa grana, dos cofres. Os policiais cercaram a frente do banco, tentaram fazer contato com os criminosos, mas nada conseguiram. Todos os funcionários e clientes do banco foram libertos e ninguém sabia o paradeiro dos ladrões, que aparentemente ficaram escondidos dentro do banco. Doze horas depois do ocorrido, um dos policiais descobriu um túnel subterrâneo muito antigo, uma construção deixada pelos padres Jesuítas que construíram a cidade há anos atrás.

Os bandidos fugiram sem deixar rastros.

Meu pai gritava ao telefone, em quanto um replay da rápida filmagem do circuito interno passava na Tv. Um dos bandidos cruzava o salão pedindo educadamente para que todos se abaixassem, em quanto o outro saltava por cima dos balcões em direção aos caixas. A imagem congelou no exato momento em que o segundo criminoso ficou de perfil, ainda em cima do balcão. O sujeito usava um chapéu, para esconder sua verdadeira identidade, e portava uma metralhadora muito antiga

- Ligue para o Ian imediatamente. Esses caras fazem o que querem e a Interpol continua de braços cruzados! – praguejou meu pai batendo na mesa furioso.

Rachel quase derramou seu café com o susto e eu continuei com os olhos vidrados na Tv.

Sempre achei um máximo, pessoas que desafiam tudo e todos, que estão à margem da sociedade fazendo o que querem em baixo do nariz de pessoas como o meu pai.”

Ainda inconsciente Jacob rolou na cama um pouco aturdido com o sonho. Seus longos braços esbarraram em algo. Ele abriu um olho para verificar o despertador, que quase caia da mesa de cabeceira, marcar 5:00h da manhã. Ele bufou se jogando para o outro lado. Tinha certeza que não pegaria mais no sono, se conformou e tentou relaxar sobre a cama, pois ele teria que levantar em duas horas.

Com as mãos atrás da cabeça, deixou seus pensamentos vagarem e tomarem sua própria direção. Uma certeza súbita e inconsciente o atingiu.

A arma que o ladrão usara no roubo em Buenos Aires, era a mesma Thompson na parede da garagem de Renesmee.   

A pergunta que girava em sua mente era: qual a conexão que o seu subconsciente estava fazendo entre os dois? E porque ele ainda não conseguira descobrir qual era?

 Pois tinha que haver um motivo para sua mente lhe lembrar daquele dia, um dia qualquer da sua pré-adolescencia onde nada de marcante acontecera. Existia um motivo, e ele tinha que descobri-lo. Por si só, ou não. Ele teria suas respostas em breve, garantiu-se.

[...]

Sentada a bancada da cozinha, Renesmee girava sua caneca quente de café. Em uma medida extrema para se manter acordada e alerta ela optara por café preto e puro.

Uma noite desesperadora, em claro, se revirando a todo o momento pedia medidas extremas. Até porque ela tinha que se preparar para o longo dia, se preparar para encarar o sujeito que provocara sua insônia. Jacob Black.

As inúmeras questões se estenderam em sua cabeçinha a noite toda. Ela tentou a todo custo entender o que sentia, o que acontecia com ela, e principalmente se lembrar dos motivos pelo quais devia manter distância do seu parceiro, quando ela estava prestes a ceder.

- O que foi? – perguntou Bella se sentando a sua frente com olhos excruciantes.

- Nada – balançou a cabeça para espantar o rumo dos seus pensamentos.

- Nada? Tem um vinco do tamanho do meu dedo na sua testa. – ela tocou o meio da testa da caçula com o indicador – Me diz o que está acontecendo.

- Na verdade, é o que aconteceu. – suspirou – Eu não acredito que perdi minha noite de sono por causa disso! – se exasperou

Bella tomou um gole de seu café e colocou sua xícara na bancada lentamente, erguendo uma sobrancelha ela pediu – Conte-me

Renesmee titubeou, começou a gaguejar até que por fim achou um meio mais fácil de colocar tudo pra fora.

- Vamos fazer de conta que existem duas pessoas, completamente diferentes como a água e o vinho, são opostos, não podem se entender, não se misturam. Só que de alguma forma, muito bizarra, eles se vêem juntos, e essa proximidade começa a despertar muitas coisas, sentimentos, entende? – Bella sinalizou positivamente, então ela continuou – Hipoteticamente falando eles não podem continuar com isso, é errado e...e... perigoso, eu acho.

Depois de se atrapalhar com as palavras, Renesmee esperou Bella dizer alguma coisa, temendo que a irmã tivesse entendido o real sentido de tudo.

- Fazendo de conta? – perguntou Bella com a sombra de um sorriso – Entendi. Mas por que seria perigoso? Não são só água e vinho?

- A água já pertence a um estoque e o vinho é... contrabandeando – Renesmee piscou confusa com as próprias palavras, mas que diabos ela estava dizendo?

- E... porque seria perigoso? – Bella estava hesitante mais nem um pouco confusa.

Renesmee mexeu a boca nervosamente tentando achar as palavras, era ridículo mais ela não estava preparada para admitir tudo em alto e bom som a sua irmã. Ela ainda tinha seu orgulho.

- Tudo bem, esqueça o vinho e a água. Vamos fingir que são fogo e gasolina! Eles não podem ficar juntos entende, é perigoso demais. Consomem-se e daí tudo voa pelos ares. - dramatizou balançando os braços.

- A química é muito forte não é? – Bella lhe ergueu a sua famosa sobrancelha de quem sabe tudo e Renesmee balançou a cabeça positivamente. – a água já tem dono e o vinho é ilegal demais para uma mistura segura. O único problema é que você e o Jacob não conseguem parar de riscar o fósforo não é?

Renesmee parou sua cabeça no ar, ela chacoalhava sua cabeça com urgência afirmando tudo o que a irmã dizia, pois ela estava totalmente certa, a não ser pelo acréscimo do nome de seu parceiro a historia hipotética.

- Não! De onde você tirou essa idéia? – sorriu sem humor tentando disfarçar, e muito mal, que Bella havia acertado em cheio de supor que Jacob estava no meio da historia.

- O que? – Bella fez cara de inocente – é claro hipoteticamente falando, porque foi tudo o que eu entendi de todo esse seu faz de contas.

- Tire o Jacob da história! – Renesmee bateu as mãos na mesa e depois as levou até o cabelo mais nervosa do que antes.

- Foi você que colocou a água na parada, eu só disse em voz alta o que estava nas entre linhas – Bella deu de ombros

As duas se encararam por um estante, Bella desafiando a verdade nua e crua a sair pelos lábios da caçula de uma vez por todas.

- Tudo bem, você entendeu bem a historia, até demais. – Renesmee revirou os olhos.

- Quem riscou o fósforo? – Bella abaixou a cabeça lhe fitando intensamente

- Ele me...nós, nos beijamos ontem – ela piscou duas vezes se lembrando de que não tinha mais porque esconder a verdade da irmã.

- E ai...?

- Foi... interessante – Bella estreitou os olhos reprovando a mentira deslavada – muito bom. Não devia ser.

- E porque não deveria? – Bella sorriu, era a primeira vez que via Renesmee daquele jeito, se enrolando ao falar de um cara.

- Porque ele é o Jacob! – ela falou como se fosse o obvio, uma coisa tão obvia que Bella continuou a olhá-la esperando por mais explicações – ele é idiota, irritante, tem namorada e... beija bem por demais. – se entregou com um suspiro.

Bella riu da caçula que lhe respondeu com uma careta. Era nítido o impasse, ela gostara do fogo, mas sabia que era errado.

- Essa é a causa da sua ruga de preocupação? Só um beijo?

- Não é só um beijo é TUDO! O jeito que ele me fez sentir, o quanto eu gostei, a minha estupidez em passar a noite pensando em mais e sabendo que não posso. Porque é errado.

- Errado porque...? – Bella queria que ela mesma chegasse à resposta, era engraçada a forma com que aquela cena estava se repetindo. Ela mesma já passara por aquele dilema, utilizando quase as mesmas palavras e argumentos.

- Porque ele tem uma namorada. - Renesmee respondeu sem pensar, já havia pensado no motivo principal a noite inteira.

- Isso não é um motivo de verdade, e você sabe disso – apontou Bella

- É claro que é! Além disso... acho que é só coisa de momento, você sabe...toda essa implicância - “todo esse desejo” completou mentalmente - talvez passe.

- E se não passar?

- VAI PASSAR! – ela respondera rápido demais, o que entregou sua duvida e a pontada de mentira na afirmação – é só...resistir.

- Assim como você resistiu até agora – ela esperou a irmã afirmar positivamente – assim como resistiu ontem à noite.

- Você não entende, é perigoso! Eu não posso me envolver com ele, nós não somos...eu não sou certa pra ele.

- Pelo o que nós somos? Pelo o que fazemos? O que torna o Black mais correto e decente que nós? – Bella se surpreendeu ao notar que parte da resistência de Nessie ao assunto era por causa de quem ela era. Isso sim era um problema.

- Tudo – deu de ombros – ele é...do bem. E tem uma vida normal, livre de problemas, tem uma namorada. Se eu me meter vou estragar tudo, vou arruinar tudo. Por isso é errado.

- É realmente muito errado acabar com as chances de uma pessoa escapar da vida chata e medíocre que ela leva, muito errado livrá-lo de uma namorada ridícula. Sabe o que é errado? Discutir, tentar fugir de algo que não está ao seu alcance, porque se você chegou até esse ponto, até o ponto de debater todas as conseqüências, é porque você já se pegou imaginando como seria, e se já fez isso é porque já é tarde demais pra lutar.

Renesmee ficou paralisada com as palavras diretas de Bella. Ela não se atreveu nem ao menos a piscar.

- Percebeu o mais irônico da situação? A maior controversa é que pessoas como nós não temos o direito de dizer o que é errado. Não podemos classificar o que é o certo. Tudo depende do ponto de vista. E do meu, você deveria ver como as coisas se desenrolam. Talvez do nosso ponto de vista, vocês dois sejam certos.

Bella viu a mais nova tentar argumentar, ela abriu a boca duas vezes buscando palavras para responder mais só achou o ar. Antes que ela se engasgasse com o oxigênio Bella acrescentou:

- E quanto à namorada, você sabe que realmente não liga pra ela. Manda ela se fuder. – deu uma piscadela e se colocou de pé, Bella lavou a rapidamente a lousa do café da manhã em quanto Renesmee parecia petrificada em seu lugar. Ela continuou abduzida em seus pensamentos até a buzina familiar do carro de Edward soar do lado de fora.

Se colocando de pé, Renesmee tomou um novo fôlego. Bella havia lhe dado muito sobre o que refletir. De alguma forma a irmã mais velha respondera algumas de suas perguntas e lhe adicionara mais, só que agora ela realmente percebeu que não deveria dar tanta importância para tantas complicações. Ela nunca foi assim. Sempre levou sua vida da forma mais despreocupada mandando todos se fuderem, porque agora seria diferente?

Ela não deveria ter medo do que sentia. Não deveria temer seus desejos por Jacob e não deveria se preocupar com a namorada dele.

Talvez um dos motivos de seu mau pressentimento na noite passada, teria sido por ver as coisas indo depressa demais. O modo como Jacob estava invadindo sua vida e seus pensamentos foi rápido. E quanto ao que ela e sua família eram...bom isso era um outro dilema, para uma outra noite talvez.

 Renesmee foi até o sofá na sala apanhar seus materiais. Em quanto caminhava até a porta uma decisão aceitável lhe atingiu. Talvez ela pudesse dar uma chance a ele, e a si mesma, de ver como as coisas acontecem, já que tudo parece acontecer naturalmente, para o seu azar. Se ela fosse mais próxima a ele, não teria mais motivos para seu mau presságio bobo, eles até poderiam ser amigos! ... Não, não! Impossível! Afinal, ele era o Jacob!

Sorrindo da idéia absurda ela saiu para a calçada um pouco menos confusa.

As duas entraram no volvo rapidamente. Bella tomou seu lugar no banco do carona ao lado de Edward, e Nessie se viu ao lado de uma fada saltitante no banco de traz.

- Alice se aqueta mulher, você vai afundar o banco – sorriu para a fadinha que continuava a se chacoalhar no ritmo da musica que tocava no radio.

- Como foi sua noite Alie? – perguntou Bella se virando, em quanto Edward dava a partida. 

- Eu preciso lhe responder? Foi fabulosa! Espetacular!

“Que bom que alguém teve uma noite melhor que a minha!” suspirou Renesmee ainda com olheiras pela noite mal dormida.

A musica no radio mudou, era tão agitada quanto a última. Alice ignorou o irmão na direção, e a audição das irmãs Swan. Ela se inclinou á frente, esbarrando na mão de Edward que estava passando a marcha, esticando seus braçinhos ela alcançou o radio e aumentou ainda mais a musica.

A batida preencheu o volvo e a letra fez Renesmee trocar um olhar surpreso com Bella.

Dont’cha – The Pussicat Dolls

http://www.youtube.com/watch?v=YNSxNsr4wmA

As duas sorriram cúmplices, ao lembrarem-se da conversa que tiveram há pouco. Renesmee balançou a cabeça incrédula, a música era um pouco velhinha, de outros verões, mas a letra era surpreendentemente atual. Ela balançou a cabeça achando ridícula e intrigante a maneira que aquela música se encaixava exatamente na sua complicada situação.

[trecho da musica]

Se permitindo extravasar um pouco, Renesmee começou a cantar em voz alta ao lado de Alice que berrava a todos os pulmões. Escutando a letra sair em voz alta de sua boca, parecia a coisa certa. Era o que realmente ela queria, não importava o que dissessem ou até mesmo o que ela disse, ela queria ver aonde aquilo iria dar.

O volvo estacionou na sua vaga habitual, e da janela Renesmee tentou avistar rapidamente a Ducati de seu parceiro. A moto estava lá mais o dono não. Ela entrou no pavilhão da escola convencendo a si mesma de que não estava procurando por ele, embora ela estivesse.

Uma duvida um tanto ridícula lhe preencheu: Será que ele se arrependera do que fizera noite passada. Estaria ele arrependido de ter traído a namorada e lhe evitaria hoje? Ele mudaria a forma de tratamento com ela por culpa?

Renesmee bateu a porta de seu armário com força, tentando espantar essas duvidas bobas. Não havia nem 24h que ela tinha se convencido de sentir algo pelo seu parceiro idiota e já estava se atolando em inseguranças ridículas!

Ela se despediu rapidamente da irmã e de Edward ao virarem em um corredor oposto do seu. Tentando achar um rosto familiar no corredor repleto de alunos, Renesmee disse a si mesma, mais uma vez, de que estava apenas procurando pela melhor amiga. 

Entrando na sala, seu olhar foi direto para o seu tradicional lugar na terceira última fileira no fundo, e foi lá que ela o encontrou. Perfeitamente em seu lugar ao lado do dela, estava Jacob um pouco sentado/jogado em sua cadeira, ele parecia cansado, ela anotou mentalmente. Os olhares se cruzaram automaticamente, assim que ela colocou o primeiro pé na sala Jacob já estava ciente de sua presença. Os olhos de ambos uniram-se como imãs, e permaneceram vidrados um no outro a cada movimento, em quanto Renesmee serpenteava entre as mesas até o seu lugar.

A quatro carteiras de seu lugar, Renesmee engoliu em seco discretamente tentando ignorar o enxame de borboletas saltitantes em seu estômago. Jacob pareceu achar algo engraçado e lhe deu a sombra de um sorriso torto, o que não ajudou em nada a situação com as borboletas.

Vinda do nada uma mão atingiu seu ombro, assustada Renesmee se virou na direção do punho e deu de cara com o semblante fechado de uma Sarah Norrie irritada.

- Precisamos conversar moçinha – Sarah disse com os olhos cerrados em sua direção.

- Tudo bem – deu de ombros – Oi pra você também amiga. – sorriu gentilmente, mas não foi correspondida.

Sarah agarrou sua mão, com uma violência desnecessária, e a levou até sua mesa. A parceira de Norrie ainda não havia entrado na sala, o que deixava uma das duas carteiras vazia e disponível para Sarah jogar Renesmee em uma delas.

- Eu sei o que você fez ontem – Sarah sussurrou inclinada para a amiga que arregalou os olhos em culpa.

- Sabe? – Renesmee engoliu em seco

- Sim! Leah ligou para a Lexie ontem em quanto nos estávamos fazendo nosso trabalho, e ela estava louca atrás do namorado, ligou para casa dele e a irmã disse que ele estava com você.

- Nós também estávamos fazendo o nosso trabalho – ela torceu pra que a omissão não fosse tão aparente quanto sua cara de culpada.

- Foi só isso que aconteceu dona Renesmee? Por que não é o que me parece – ela odiava quando Sarah lhe mandava aquele olhar. Era impossível esconder alguma coisa dela.

- Não – Renesmee sussurrou de volta.

- Eu sabia! Eu senti que tava rolando alguma coisa desde a parada na aula de biologia ontem! Me conta tudo!

“Agora os olhos dessa bandida estão brilhantes em expectativa? Mais que ótimo! E quanto a intimidação? Eu sou tão estúpida!” se chutou mentalmente por ceder tão rápido a amiga que agora não parecia mais tão irritada.

Tomando coragem e cuidado para que mais ninguém ouvisse, Renesmee se inclinou para sussurrar em seu ouvido, torcendo pra que Black não a visse fazendo aquilo e logo imaginasse do que se tratava. Ela não queria parecer o tipo de garota que beija e sai contando.

- Não de um escândalo tudo bem? – Sarah chacoalhou a cabeça positivamente – nós nos beijamos.

Pronto falei. Merda!

Para o seu espanto, e felicidade, Sarah não demonstrou reação nenhuma. Cruzou os braços e encostou-se a seu acento, calmamente. Do nada, um gruído histérico saiu de sua garganta, mas ela não perdeu a pose. Sarah continuou se esforçando em disfarçar mordendo os lábios para esconder um imenso sorriso dos demais alunos que as rodeavam.

Renesmee rolou os olhos e sorriu da amiga. As duas se olharam e Sarah lhe implorava com o olhar para se expressar de alguma maneira.

- Tudo bem pode falar alguma coisa, mas sem gritos.

- EU SABIA! SEMPRE SOUBE QUE IA ACABAR NISSO! AAAAAAAAAAAAAAAH – ela cochichou, e mesmo em voz baixa ela não deixou de dar um gritinho. – como foi? Ele beija bem? Tem pegada? Por que, sério, ele não me parece do tipo fraquinho...se é que me entende.

Renesmee só conseguiu gargalhar das perguntas da amiga, só ela mesma para fazê-la rir depois de uma noite em claro cheia de duvidas.

- Bem, para a primeira pergunta. Sim, para a segunda e a terceira e de fraquinho ele não tem nada. – respondeu da maneira mais discreta já que os lugares ao redor delas estavam ficando ocupados e Lexie havia acabado de passar pela porta.

As duas caíram na risada e Sarah a fez prometer que lhe contaria mais na hora do intervalo, já que Lexie se aproximava revogando o seu lugar. Renesmee se levantou já liberando a cadeira para sua atual dona, um vulto dourado no corredor chamou sua atenção. Olhando mais atentamente para a figura que acabara de passar por elas no corredor de carteiras, a pequena Swan quase se engasgou de incredulidade.

Ela estreitou os olhos achando estar tendo uma miragem. Mas era real. Leah estava desfilando pela sua sala, indo em direção a terceira fileira nos fundos. Como se ela tivesse levado um soco no estomago, Renesmee sentiu uma pontada de algo desconhecido ao fitar a Barbie Califórnia se sentar em cima de sua mesa e dar um selinho em Jacob.

Era algo estranho, sua respiração parou por um segundo e depois voltou descompassada. Renesmee sentiu seu sangue correr rápido demais nas veias e uma chama furiosa ia em direção a sua cabeça, ela tinha certeza, não precisava nem olhar no espelho para saber que já estava vermelha de... raiva? Não, com certeza era algo muito maior que raiva. Algo no limite da raiva, com uma pontada de desejo, de ser a garota que poderia lhe dar um selinho despreocupado no meio da sala, e uma porção de desespero.

isso se chama ciúmes sua idiota” sua consciência lhe gritou

Suas mãos se fecharam em punhos e ela percebeu pela visão periférica Sarah virar sua cabeça para ver a mesma cena que ela estava vendo.

- Nessie... – a amiga tentou acalmá-la, elas conheciam bem demais uma a outra para saber quando uma delas estava querendo estrangular alguém.

- Eu só vou pro meu lugar. – Renesmee se esforçou para que seu tom de voz parecesse calmo e controlado assim como sua fisionomia. Ela respirou fundo antes de dar o primeiro passo na direção do casalzinho.

Jacob desviou o olhar da namorada assim que Renesmee começou a se aproximar. Para ela, ele parecia gostar da situação, Renesmee interpretou seu olhar como...zombador, quase convencido por fazê-la estar naquela situação. Afinal ela teria que encara agora a namorada do cara que passou a noite passada na sua casa, fazendo um trabalho que no final terminou em amasso. Dos bons.

-... Poxa, não custava você ter me ligado Jakey. Eu fiquei preocupada. – Renesmee ouviu um pedaço do que a Barbie Califórnia dizia ao namorado que não prestava a mínima atenção nela. 

Renesmee pigarreou alto de propósito chamando a atenção da loira. Leah se virou para encará-la, com um pouco de desdém e confusão, a Barbie lhe encarou esperando que ela dissesse alguma coisa.

- Minha mesa – disse com uma voz fria. Mas na verdade ela queria dizer aos gritos: SAI DE CIMA DA PORRA DA MINHA MESA!

Leah não se deu ao trabalho de respondê-la, apenas arrastou seu traseiro o fazendo deslizar para a mesa do lado. O movimento fez com que ela ficasse de frente para Jacob que tinha um semblante, um tanto, indecifrável. Os joelhos de Leah estavam na altura do queixo de Black, o que incomodou ainda mais Renesmee.

Ela jogou sua mochila no chão ao lado de sua cadeira, com demasiada força. Se sentando ao lado de Black e de frente para a adorável Leah, ela se lembrou de manter a mascara de indiferente.

- A água oxigenada já está afetando seus neurônios querida? Você agora erra de sala? – sorriu falsamente ao ver a Barbie revirar os olhos com o comentário.

- Eu sei onde fica a minha sala, vim falar com o meu namorado – Leah, que estava implorando por sua morte, tomou a mão do namorado e a colocou em seu colo.

- Sinto lhe dizer mais a conversa que você provavelmente está querendo ter com ele vai ter que esperar mais um pouquinho, têm muita gente na sala. É feio fazer essas coisas na frente dos outros – sussurrou a ultima parte, apontando para a saia curta da loira.

Não precisava ser muito inteligente para saber que Renesmee estava insinuando algo, com a pouca roupa de Leah e a posição em que ela estava sentada em cima da mesa do namorado.

Renesmee deu um sorriso brilhante e venenoso ao ver a cara de falsa ofensa de Leah.

Jacob lhe lançou um olhar de esguelha cortante. Ela não entendeu o que aquilo significava. Será que ele não gostou da brincadeirinha com a namorada?

Eu não tenho culpa se a roupa dela grita: me foda em cima da mesa”   

- Eu vou te ignorar coisinha – Leah mostrou a palma de sua mão para Renesmee se virando na direção do namorado.

“Coisinha? COISINHA? Ela me chamou de coisinha? EU TENHO NOME SUA CORNA!”

Com os pensamentos fervilhantes em sua mente Renesmee se forçou a ignorá-la também, ela começou a tamborilar os dedos nervosamente na mesa, contando os minutos para a aula começar e ver Leah caminhar porta a fora.

- Meu pai está querendo falar com você, acho que ele tem algum recado para o seu pai. Passa lá em casa mais tarde – o estômago de Renesmee quase lhe jogou o seu café da manhã fora ao ver a tentativa de ‘fazer charme’ da Barbie Califórnia ao acariciar os cabelos de Black. – ai você fica pro jantar e agente pode... – ela se inclinou para falar no ouvido dele, o movimento fez os peitos de Leah quase sufocarem o namorado.

- Acho que hoje não vai dar – Jacob tentou afastar a namorada delicadamente, Renesmee percebeu que ele estava começando a ficar nada a vontade com a situação.

- Mas eu estou com saudades de você, ontem eu fiquei completamente sozinha... – ela voltou a falar perto demais do ouvido de Jacob

Você ficou sozinha porque ele estava COMIGO. Ele estava dando uns amassos na COISINHA AQUI

Jacob tentou afastá-la mais algumas vezes lhe explicando gentilmente que não sabia se poderia lhe ver mais tarde naquele dia, Leah não pareceu muito satisfeita com o distanciamento do namorado mais se deu por vencida ao ver o professor entrar em sala. Ela tratou de se despedir rapidamente do namorado, fazendo questão de marcar território, na frente da parceira dele.

Leah fez questão de sair da sala exagerando no rebolado e arrastando suspiros dos garotos da turma. Jacob não pareceu se importar tanto quanto Renesmee.

- Me empresta a sua mochila?

- Pra que? – ele perguntou confuso se virando para encará-la, embora ela olhasse fixamente para frente.

- Pra eu vomitar nela. A culpa é da sua namorada mesmo. – o tom ácido de Renesmee quase a fez limpar o canto da boca, devia estar escorrendo veneno.

- Não seja tão implicante com ela. – Jacob balançou a cabeça reprovando- a - Leah pode ser...legal

- Você ouve o que diz? – Renesmee finalmente o encarou

- Na verdade não – ele falou baixinho e abaixou a cabeça escondendo uma risada

- Foi o que eu pensei.

O professor de calculo deu inicio a aula com um teste surpresa. Isso fez com que as conversas paralelas na sala cessassem e todos se concentrassem nas questões.

Ao contrario dos boatos, Renesmee era uma boa aluna, sabia o bastante sobre o conteúdo da prova e conseguia sempre boas notas graças aos seus conhecimentos e não a habilidade de trocar informações com colegas, como contam as más línguas. Ela foi umas das primeiras a acabar e permaneceu quieta em seu lugar esperando o professor recolher as folhas.

Com um olhar de esguelha, Renesmee fitou seu parceiro que parecia ser tão rápido quanto ela, já que ele estava despreocupadamente encostado em sua cadeira com os braços cruzados a sua frente. Renesmee se pegou distraída, olhando para os braços musculosos muito bem trabalhados, completamente expostos pela camisa de manga curta. Como se soubesse que estava sendo analisado, Jacob soltou a respiração flexionando ainda mais os braços e esticando suas pernas à frente. Tentando disfarçar, ela se apoiou sobre seus cotovelos na mesa e voltou a tamborilar os dedos nervosamente.

Mordendo o lábio inferior, Renesmee se sentiu um pouco decepcionada. Onde estavam as provocações? O clima estava tão vazio entre os dois que não havia nada a se dizer? Logo hoje, que ela finalmente decidira dar um passo a frente.

Ótimo. Eu penso em dar um passo a frente e uma corda invisível me puxa cinco passos pra traz!

Ainda o observando, Renesmee viu a expressão compenetrada de seu parceiro, ele parecia mergulhado em pensamentos. Uma pontada de um pressentimento lhe avisou que ela não deveria saber o rumo de tais pensamentos.

- Você parece cansado. Noite difícil? – ela balançava os joelhos nervosamente.

- Meus pensamentos são inimigos do sono. – a resposta de Jacob foi baixa e sua voz lhe enviou pequenos arrepios a sua nuca.

Sobre o que ele estivera pensando? Ele estaria com problemas pessoais, dos quais ela não tinha ideia, ou passou a noite refletindo sobre o beijo?

“Ele com certeza se arrependeu! É claro, ele passou a noite pensando na besteira que fez e agora está tentando se afastar.

Por que eu não pensei nisso antes?

Esqueça seus planos querida, ele prefere a namorada”

Uma dor aguda lhe preencheu, a dor da rejeição era tão forte que Renesmee chutou a cadeira da frente furiosa. O nerd asiático que estava sentado a sua frente lhe olhou por cima dos ombros com um protesto na ponta da língua, que murchou ao ver o olhar fulminante de Renesmee lhe desafiando a abrir a boca.

A troca de olhares pareceu divertir Jacob, Renesmee olhou para o lado só para ser cegada pelo sorriso brilhante de seu parceiro. Ela engoliu um suspiro e manteve a mascara de durona.

- Começamos com a dona Eleanor hoje? – Jacob lhe perguntou juntando suas coisas.

- Acho que sim – ela lhe respondeu confusa, por que ele estava colocando a mochila sobre os ombros?

Sincronizado com o sinal, que marcava o fim do primeiro tempo, Jacob se pôs de pé.

- Então nos vemos no fim da aula

- O que? Você vai matar os outros tempos? – ele apenas lhe balançou a cabeça positivamente e lhe deu seu sorriso irritante.

- Te vejo lá fora – Jacob disse sobre os ombros indo até a mesa do professor deixar seu teste, saindo de sala logo depois.

Renesmee ficou paralisada por um segundo. Ela piscou três vezes tentando entender o que estava acontecendo. Aquele realmente era seu parceiro? O Jacob Idiota Black? Não parecia. O cara passou a aula todo pensativo e distante pra no final lhe dar um sorriso de parar o coração e dizer que decidiu matar o resto das aulas?!

Ele pode fazer isso?” A consciência de que ele era parte do grêmio estudantil lhe atingiu como um muro “é talvez ele possa

Depois de mais três tempos de aula, Renesmee se sentou com Sarah e mais alguns colegas na mesa do refeitório. O ato de procurar um rosto em especial no meio dos alunos foi involuntário, ela podia repreender-se mais não tinha perdido uma esperança mínima de encontrá-lo ali. Talvez ele já tivesse feito o que tinha que fazer e voltara antes do final das aulas e aparecesse milagrosamente a sua frente. Ou talvez não.

Renesmee amassava o canudinho com os dentes se recriminando por estar tão ansiosa. Ela não podia entender o porquê de estar tão incomodada com a ausência dele e muito menos a insegurança de que talvez ele não aparecesse depois da aula.

Em um pequeno balanço de suas emoções durante aquele dia, Renesmee se viu listando uma infinidade delas: ela começara o dia determinada depois quase se rasgara de ciúmes, esteve a ponto de se trancar em algum lugar e soluçar com a dor da rejeição e agora estava a despedaçar um objeto inanimado achando estar estraçalhando seu parceiro pela ansiedade.

Jacob tinha esses estranhos efeitos sobre ela. Ele lhe fazia sentir tantas coisas, tantas emoções que ela jurou a si mesma que um dia acabaria entrando em combustão. E a culpa seria toda dele.

---                                                                                                                                       

Fotos:

¹ Mustang Shelby -

http://67mustangblog.com/wp-content/uploads/2008/02/richards-1967-ford-mustang-super-snake-elenaor-gt500-cover.jpg

² Metralhadora Thompson -

³ Colt M4 -


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O lance do roubo a um banco de Buenos Aires FOI REAL GENTE!Lá estava eu no domingo 16/01/11 jantando na maior paz com a minha mamãe quando deu no jornal a noticia de um roubo MUITO SARNA na TV! E tipo que existe toda uma historia com os assaltos a bancos na Argentina envolvendo corrupção, policiais e túneis subterrâneos históricos. Eu fikei tipo: o.0Só conseguia imaginar o Charlie e o Carlisle lá botando pra quebrar e talz, serio a parada fico na minha cabeça uns três dias. Huahsuahsuhasu’E ae? O que acharam? O que acham que o senhor Jacob foi fazer hem? Só o que posso dizer é: essa saidinha estratégica VAI MUDAR TUDO.Boom eu sei que parece meio precipitado, mas gostaria de agradecer a todos que ainda continuam aqui comigo. Eu to feliz de chegar ao capitulo 10! (se você levar em conta que eu sou do tipo que nunca termina nada já é uma vitoria chegar até a metade da fic!) obrigada por não desistirem de acompanhar essa minha idéia louca. Gente sinceramente, eu estava relendo os primeiros caps esses dias e vo ti contar hem TAVA UMA MERDA. Me surpreendo de ainda lerem, porque eu já teria largado a historia de mão faz tempo. Fico feliz tbm que a pratica leva a perfeição e que eu MELHOREI E MUITO com o decorrer da fic. Ainda não ta muito bom...mas tah baum, tah baum, tah baaaum...Obrigada de coração a todas que comentam, e as que não comentam eu lhes dou o meu olhar estilo Renesmee *morram* KkkkkkkkkkkkPs: como ninguém se manifestou , nem contrario nem a favor, eu vou continuar com os caps um pouquinho maiores okey (yBeeijo’sz e inté mais