Everybody Loves The Marauders II escrita por N_blackie


Capítulo 21
Capítulo 21




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Capítulo Bômus Especial de Natal

"O Último Natal"

Narrado por: James Potter

Um dos melhores natais que me lembro parece ter acontecido há muito tempo atrás, até mesmo com outra pessoa, porque toda a minha vida era diferente do que é agora. Meus pais estavam juntos ainda, com o casamento balançado, claro, mas juntos. Tínhamos todos dez anos, mas eu acho que a principal razão pela qual me lembro tão bem desse natal é que uma pessoa ainda estava lá: A sra. Black.

A festa seria na casa do Remus, e eu nunca tinha visto dona Judith tão ansiosa para uma festa antes. Ela sempre foi apressada por causa dessa história de ser médica, e todos já tinham se acostumado com o fato de que ela só podia aparecer depois da festa começar, então quando ela disse que podia ser na casa dela todo mundo ficou animado. Como o pai do Remus sempre foi bem humorado, ele disse que o tema da festa seria esperança. Claro que eu não entendi direito o porquê na época, mas hoje em dia entendi que o que Roger estava mais precisando no momento era isso.

Quando cheguei com meus pais à festa, lembro de Peter ter vindo correndo falar comigo, e ter sido recepcionado com um boneco que meu pai comprou de presente para ele. Lá em casa estava uma época de trégua das brigas, e para me mostrar que podíamos ainda ser uma família de verdade, ele puxou a minha mãe para perto dele e deu um selinho. Fiquei feliz por dentro, sem saber que essa era a minha esperança. Eles não faziam ideia de como eu pedia para Papai Noel (sim, eu fui uma criança meio crédula, valeu) para que os dois voltassem a se gostar, e até cheguei e prometer que daria toda a minha coleção de filmes do homem - aranha a ele se os dois parassem de gritar um com o outro.

- Finalmente, Jude! - meu pai riu e colocou a torta de natal que minha mãe tinha feito na mesa enquanto cumprimentavam todos que já estavam ali. - Até que enfim vamos conseguir ter um natal com todo mundo.

- A casa está um amor. - Minha mãe pegou Remus no colo e afagou seus cabelos. Vi ele fazer uma careta na minha direção, e Peter e eu caímos na risada. O clima estava confortável entre todos, mas o tema pareceu ficar mais claro quando Roger e Donna chegaram junto de Sirius e Regulus. Eu mal sabia na época (e duvido que Sirius saiba até hoje) o quão doente Donna Black estava naquele natal. Tinha emagrecido muito, mas isso não a impedia de sorrir radiante, beijar Roger e aninhar seus filhos por perto. Sirius se agarrava à mãe como eu, que o conhecia já há algum tempo, nunca tinha visto, e Roger parecia cada dia mais abatido.

Sendo Sirius do jeito que é, dá pra imaginar como ela era bonita. Era bem uma cabeça mais baixa que Roger, com longos cabelos muito pretos que desciam em ondas em torno do rosto. Até hoje eu nunca vi olhos iguais aos dela, azuis marinho e bem profundos, que tinham um efeito assustador. Não era à toa que nenhum de nós quatro nunca conseguiu mentir pra ela. Tinha um espírito jovial e irresponsável que nenhuma outra namorada de Roger teve, e acho que era por isso que a doença dela o deixou tão mal quanto a própria. Quando ela chegou, estendeu os braços daquele jeito entusiasmado que era sua marca registrada, e eu mesmo saí correndo na direção dela, que sempre era a mais esforçada quando o assunto era dar carinho e presentes.

- Tia, a senhora está emagrecendo! - Peter deu uns tapinhas na barriga dela enquanto a abraçava. Todos lançaram sorriso bem amarelos, mas Donna não pareceu se importar. - Pode comer muitos chocolates hoje!

- Sério? Obrigada por avisar, Petey, estou ansiosa para encher a cara daqueles bombons que a sua mãe faz. Certo, Roger?

O olhar dos dois encontrou, e até hoje não consegui ver um sorriso mais sofrido aparecer em torno do rosto do pai de Sirius. Quando todos se sentaram para conversar, fomos os quatro para o nosso quartel-general da época: o espaço entre o sofá e a parede.

- Feliz Natal. - Remus anunciou como um metsre de cerimônias, fazendo todos nós sentirmos o momento oficial.

Narrado por: Peter Pettigrew

A ceia nas nossas festas, pelo menos para mim, sempre era a parte especial. Quando minha mãe colocou os bombons recheados dela na travessa, tratei de roubar alguns pra comer escondido, mas uma pontada de culpa acertou o meu coração quando vi Donna encostada numa poltrona, balançando um Regulus de oito anos de um lado para o outro para fazê - lo dormir. Tinha dito que ela precisava comer chocolate, mas nem tinha noção de que ela não tinha mais tanta fome por causa do remédio. Separei os mais rechonchudos e fui até ela, que sorriu pra mim.

- Conseguiu os bombons?

- Uhum. - balancei a cabeça satisfeito. Estendi os que tinha separado para ela, que fez carinho na minha bochecha com a mão livre. Enquanto ela abria o papel colorido do doce, percebi que as mãos dela estavam muito, muito magras mesmo, e olhei para as minhas, que pareciam dois pedaços de pão. Hoje em dia é engraçado pensar que na minha cabeça eu quis muito dar um pouco da minha, digamos, "fofura", e ela naquele natal, porque não sabia que ela estava emagrecendo não porque não queria mais comer, mas porque era um sinal de que ela estava perdendo a guerra contra a sua saúde, cada vez mais limitada.

- Que delícia, Petey.

- Donna... - eu ouvi a voz fraca de Roger chamar, e acenei com a mão rapidinho pra sair dali. Como sempre tive as pernas mais curtas, consegui ouvir um pouco da conversa deles.

- Regulus dormiu.

- Deixa que eu levo ele pro quarto do Remus. Já tomou o remédio?

- Já, estou ficando com sono.

- Donna, fala a verdade pra mim. Acha que está dando certo? Por favor...

- Se eu precisar ir, amor, eu vou. Não é remédio que vai impedir. Eu só quero que você, Regulus e Sirius sejam felizes.

- Não fala uma coisa dessas, Donna. Claro que você vai sarar! Você... Você precisa. Por mim e pelos meninos.

- Estou me esforçando. Natal que vem estaremos todos juntos de novo.

Até hoje me dói o coração saber que no outro natal ela já não estava entre nós.

Narrado por: Remus Lupin

Já estava perto do fim da festa quando James apareceu perto de nós meio ansioso.

- Podemos subir?

Estranhei o pedido, mas mesmo assim nós subimos para o meu quarto, onde a primeira coisa que James fez foi ligar a TV num volume bem alto. Eu le,brei que tinha ganhado um jogo novo para videogame, e decidi descer até a sala para pegar. Quando estava na metade dos degraus, consegui escutar os gritos.

- James tá lá em cima, gente, sejam razoáveis! - minha mãe tentou apaziguar, enquanto meu pai abraçava dona Meredith, que chorava sem parar. O Sr. Potter estava em posição de defensiva, mas não parava de apontar o dedo para ela.

- Eu não aguento mais você, Meredith! Será que dá pra você, por um segundo, ser lógica?

- Adam, tudo o que ela disse foi que James sentia a sua ...

- Eu fico aqui, trabalhando feito um cachorro!

Nessa hora, a mãe de Peter apareceu, e percebeu que eu estava escutando. Com uma pressa incomum, ela foi até mim e sorriu gentilmente.

- Remus, o que você está fazendo aqui?

- Meu jogo... - apontei para o embrulho dourado em cima do sofá. Mais que rápido, o pai de Peter pegou - o e deu a mim.

- Aqui, filho, pode ir.

E eu subi sem entender nada.

Narrado por: Sirius Black

Naquela noite, quando voltamos para o apartamento, minha mãe me chamou para conversar.

- Sirius, você sabe que eu te amo. - ela afastou meus cabelos dos olhos, e me aninhei em seu peito.

- Sei.

- Que eu nunca vou deixar de te amar? Que eu vou torcer por você em tudo?

Balancei a cabeça, lutando para não chorar. Eu não achava que chorar era coisa de gente fraca, mas eu tinha medo de chorar e por isso fazer minha mãe chorar. Se eu a visse fraquejar, acho que não iria resistir.

- Mãe... Será que eu vou me dar bem na escola?

- Você? Claro que sim. Ainda vai fazer coisas fantásticas, Sirius.

- Quando eu me formar, você vai ver?

- Vou ser a última a ir embora, querido. - ela riu. Levantei a cabeça, e olhei para a minha mãe como nunca tinha olhado. Eu daria tudo que tinha para que ela vivesse para sempre. Queria que fosse como nos filmes, onde o natal faria milagres acontecerem e ela subitamente ficaria melhor. - Acho melhor ir dormir. Tem tantos presentes para abrir ainda!

- Eu tenho um presente para você, mãe.

Ela ergueu as sobrancelhas, e eu sorri enquanto buscava a rosa que tinha comprado com todas as minhas economias. Fiz um cartão legal com um desenho lindo dela (na minha mente de dez anos) e entreguei. Enquanto ela lia a minha letra desejando o mundo de felicidade, vi uma lágrima cair de seus olhos. Quando ela ergueu o rosto, disse a frase que ficou ecoando na minha cabeça no dia do seu enterro:

- Meu maior presente de natal é você, meu filho.


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