Ruki's POV

Depois de me jogar dentro do meu apartamento, percebi que Reita estava "meio" agitado. Bateu a porta que quase quebrou e ficou lá, escorregando pela parede. Ótimo. A última coisa que eu precisava era de mais problemas.

Continuo querendo saber o que ele quer. Abri a minha boca para perguntar. Mas ele foi mais rápido do que eu.

Ele pediu para que eu lhe contasse tudo. E eu não sei porque, mas foi isso que eu fiz. Botei tudo pra fora, junto com lágrimas que não acabavam. Chorei no ombro de Reita por muito, mas muito tempo. E para a minha felicidade, coisa que estava faltando, ele somente dizia para eu me acalmar, que estava tudo bem... me fazia cafuné e de vez em quando tapinhas nas costas.

Só que teve uma hora que ele começou a chorar também. E isso me assustou. Porquê ele também?! Qunado eu estava me acalmando, Reita começa a chorar, que beleza. Mais um motivo pra chorar. Estou descontrolado de novo. O que adianta seu amigo querer te ajudar se nem ele mesmo está bem?

Seria bom levar nós dois para algum tratamento em grupo. Ou será que iamos deixar os outros pacientes traumatizados também?!

Mas como eu estava dizendo, fiquei descontrolado. Me irritei, pra variar. O que eu fiz foi empurrar Reita, que estava me abraçando.

Reita's POV

Ruki me contou o que aconteceu. Não pensei que Aoi fosse deixá-lo... eles pareciam se dar tão bem, que até me deixava de um jeito... meio estranho, não sabia o que era. Pensando no que eu sentia, ou não sentia, sei lá, comecei a chorar. Sabia que não era uma boa idéia, mas estava segurando isso até agora, e tinha que tirar isso de alguma forma.

Ele se assustou. Percebi que começou a chorar mais. Muito mais. Pior do que estava antes, percebi ele se enrigecer. E do nada, ele me empurrou!

Me desequilibrei e acabei puxando Ruki junto comigo. A posição que nos encontrávamos era um pouco... constrangedora.

Eu, jogado no chão literalmente. E Ruki em cima de mim, com o seu rosto tão perto do meu. Não pude deixar de corar. Estava perto demais! Que coisa Reita, deixe com essa viadagem! Você não é gay!

Até mesmo o Ruki, que era, não estava corado. Como?

Ele levantou-se, ficando de joelhos sobre mim e ficou me olhando. Suas lágrimas diminuíram, embora ainda existissem. Reparei que eu havia parado de chorar. Ruki ficou me olhando por um bom tempo, suas lágrimas caindo sobre minha roupa. Respirou fundo, e me deu um soco no peito. Seguido de outro, e outro e assim continuou, até perder as forças e deitar sobre o mesmo local onde socava.

Voltou a chorar. Queria falar alguma coisa, mas não conseguia. Sabia o que queria falar. Coloquei minha mão sobre sua cabeça.

-Sabe Ruki, não é só você que tem problemas.

E assim ficamos, eu deitado no chão com Ruki chorando no meu peito. Até pegar no sono e Ruki parar de chorar. Eu não dormi e aproveitei para descansar.

Eu fiquei lá. Olhando e sorrindo para ele, como um bobo. Ele ficava tão fofo dormindo. Suas mãozinhas pequenas segurando a minha roupa e seu corpo todo curvado. Tão... chibi.