O Olhar de Um Inimigo escrita por Bellah102


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas eu tenho um pouco de preguiça de postar, mas vou tentar melhorar, ok?



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POV. Ian

            Assim que Doc chegou eu me despedi de Peg e fui para as escavações das novas alas. Chegando lá, meu humor não era dos melhores.

            -Bom dia.

            Saudou Jared já entregue ao trabalho. Peguei minha picareta e me juntei à ele, escavando o quarto ao lado do dele.

            -Bom dia.

            Respondi baixinho.

            -Tudo bem?

            -Tudo.

            Respondi baixo outra vez. Não estava a fim de conversa, estava inconformado com o fato de estar ali ou invés de estar do lado da pessoa que eu mais amo na vida, que podia ou não estar correndo perigo de vida. Estava preocupado que algo estivesse acontecendo e ela não estivesse me contando, e isso me deixava agoniado.

            -Como está Peg? Mel disse que ela não parecia bem.

            -É. Não muito. Vomitando e coisa e tal... Mas logo deve passar...

            -Hum...

            Não gostava de das satisfações de Peg à Jared. Ainda tenho um pouco de ciúmes quando Peg olha para ele de qualquer maneira, mesmo depois de anos, a simples memória de que ela o amava – ou ainda ama – me dilacera.

            Passamos a tarde inteira entre marteladas, marretadas e picaretadas, ouvindo Jeb animar-nos à continuar. Houve horas que eu quis fugir. Assim que ele nos liberou, murmurei algumas palavras de agradecimento, umas de despedida e corri para o quarto.

            Tirei uma das portas do lugar e entrei no quarto, recolocando a porta no lugar. Me virei e encontrei o olhar sonhador de Peg em mim. Ela estava sentada na beira da nossa cama, e seus olhos estavam inchados e marejados, como se tivesse chorado mas havia um sorriso em seu rosto. Corri para abraçá-la.

            -Você está bem? – Ela fez que sim com a cabeça enterrada no meu peito – O que ele disse?

            Ela se soltou do meu abraço e ainda com suas mãos em meu peito, ela me olhou fundo com seus olhos tempestade. Era uma felicidade que eu nunca tinha visto nela antes.

            -Nós vamos ter um bebê.

            POV. Peg

            -Então... Diga alguma coisa, Ian...

            -Eu... Não sei o que deveria dizer... Ah meu deus... Nossa... Isso me pegou mesmo de surpresa.

            Ele me abraçou com força e quase esmagou o frágil corpo de Pet... Meu corpo... Entendeu...

            -Ian, está nos esmagando...

            Fiz questão de usar o plural para se referir à mim e meu filho ou minha filha. Eu já a sentia. Ele me soltou.

            -Ah, sim, desculpe... Ah caramba... Quantos meses você está?

            -Não dá para saber, mas Doc estima quatro meses e meio, por aí... Não é incrível?

            -Claro. Claro que é... Mas...

            -Mas? Mas o que?

            -Você... Tem certeza que está pronta para isso?

            -Claro que eu estou... – Meu pensamento detectou o que ele estava querendo dizer – E se eu não estivesse? Você não estaria pensando em... Ah meu deus!

            -Peg, procure entender... Eu só não quero que faça nada para a qual não se sinta preparada...

            -Não acredito! - Eu o interrompi – Não acredito! Não consigo acreditar que você sequer considerou uma coisa dessas!

            -Peg...

            -Ian, esse bebê é uma benção. Estando pronta ou não eu não vou me livrar dele. Está fora de questão!

            -E se ele machucar você?

            -É lógico que ele vai me machucar! Ele vai sair de dentro de mim, mas vai valer a pena. É um pouco de dor em troca de uma vida totalmente nova.

            -E se ele te matar? Você sabe que isso pode acontecer.

            Fiquei boquiaberta, olhando para ele, indignada. Eu simplesmente não podia acreditar. Isso já era raro de acontecer no séc. XXI com os humanos e agora ainda tinham os remédios das almas. Meu bebê chutou na minha barriga, deixando claro que ele também não gostava daquilo. Apenas atravessei o quarto e saí, toda a felicidade de repente tinha acabado.

            -Peg.

            Ele alcançou a minha mão.

            -O que é?

            Respondi gélida.

            -Você sabe que eu sou cabeça-dura. Vai ser difícil para mim aceitar a coisa.

            Aquilo era um pedido de desculpas, mas eu ainda estava irritada.

            -Não é uma coisa, é um bebê.

            Com um puxão soltei minha mão da de Ian e voltei para o quarto. Sentei na cama, cruzei os braços e fechei os olhos, querendo meditar, pensar...

            Senti falta da voz de Mel para me ajudar, eu sozinha era horrível para tomar decisões, ainda mais depois de uma briga com Ian. Essa foi a nossa primeira briga (tirando as pequenas discussões), em dois anos, e mesmo estando com toda a razão, me senti devastada.

            Deitei-me para dormir, esperando que o sono pudesse me anestesiar. A minha briga com Ian, a preocupação com meu bebê, e a falta dos roncos do meu namorado me rendeu a pior noite da minha vida.

            Acordei de manhã e Ian estava ao meu lado. Não me tocava, e seus sonhos não pareciam dos melhores. Coloquei minha roupa de trabalho e saí do quarto.

            -Peg!

            Ouvi Mel me chamar e me virei para vê-la correndo até mim.

            -É verdade?

            -O que?

            -Ora o que?! É verdade que vai ter um bebê?

            Sorri de orelha a orelha, pelo menos alguém da minha família apoiava o meu filho.

            -É sim...

            -Olha como sobrevivente eu sou obrigada à dizer – Ela tentou imitar a cara de Jeb de um jeito que me fez rir abertamente – Quanta irresponsabilidade mocinha! – Ela disse imitando a voz rouca do tio e levantando o dedo para mim, o que só me fez gargalhar mais alto – Mas como irmã eu devo dizer todos os parabéns e afins.

            Disse voltando à sua voz e me abraçando. Chegamos rindo ao refeitório, e antes que eu me desse conta, eu estava sendo abraçado por Jamie.

            -Parabéns.

            Ele disse.

            -Obrigado. Pelo susto também.

            -Desculpe.

            Agora Jamie não era mais um garotinho imaturo. Já era quase um homem, agora com 16 anos. Seu rosto continuava com a inocente expressão de criança, diferente do corpo enriquecido pelo trabalho e os hormônios que gritavam “Homem!!!” para todos que o viam.

            Nos sentamos para almoçar conversando alegremente sobre meu bebê.


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