Será que nunca, nunca, nunca meus problemas iriam ter fim? Porque pessoas morrem por acidente e problemas não? Agora eu estava sentada na mesa em que Mel estava sentada antes, e nenhum de nós comia. Ian olhava para Saralynn fixamente em seu colo, quieto. Eu sabia que ele sabia, mas isso eu iria discutir depois.

            Serena chorava em um canto da mesa e Mel me contava, em vão, a história, encostada em Jared, porque a voz dela não formava mais palavras na minha mente. Era como tentar entender uma Aranha. As últimas palavras humanas que entendi antes de cair no meu transe foram:

            -Pegaram ele, Peg. Pegaram Jamie.

            Foi a frase final. Não ouvi mais nada que fizesse sentido. Nada mais era relevante.

            Novamente em nosso quarto, eu ninava nervosamente Roxanne, tentando me acalmar. Ian olhava para mim, eu sabia que naquele momento, não devia parecer o retrato exato da sanidade.

            -Peg...

            Ele tentou.

            -Eu não quero saber Ian, a menos que tenha outra coisa muito importante que você não tenha me contado.

            Eu frisei a palavra muito. Está bem, foi cruel, mas quando o irmãozinho da sua esposa é pego por aliens que invadem os corpos, não é fácil de esquecer. Ele não tinha desculpas.

            -Por favor, Peg. Eu não te contei porque eu não tinha certeza... – Ok, talvez ele pudesse ter desculpas, mas de qualquer jeito deixei que ele se explicasse, pois afinal éramos casados, não podia quebrar o juramento de amá-lo na felicidade e na tristeza logo no primeiro dia do casamento – Eu estava na garagem te esperando. Eles chegaram sem Jamie, mas isso não queria dizer nada. Melanie estava chorando, mas tinha um machucado em sua perna, por isso eu não sabia o porque do choro a não ser pela perna. Eu não tinha como saber nada a não ser escolhendo uma dedução ao acaso.

            Suspirei. Não era justo o que eu estava fazendo com ele.

            -Desculpe, desculpe mesmo. Eu só...