Ele precisava de mim, no momento e para sempre. E – não me assustei em constatar – eu também precisava dele.

            -Caso. Eu caso com você Ian.

            Me soltei de seu abraço para beijá-lo. Olhei dentro dos seus olhos quando terminei. Não estavam mais aliviados, estavam maravilhados. Resolvi fazer ali e agora.

            -Você, humano Ian O’Shea, do planeta terra, aceita a alma Peregrina como sua legítima esposa, para amá-la e honrá-la, não importa a situação, o corpo ou as palavras?

            Ele riu. Eu sabia que a minha adaptação estava bem forçada, mas eu nunca tinha ido em nenhum casamento, e não havia disso nos outros planetas. Só sabia algumas palavras de memórias das memórias de Mel.

            -Aceito. E você Peregrina... – Ele pensou um pouco e sorriu – Peregrina Stryder –Sorri também. Esse devia ser meu nome, afinal, a família Stryder era minha família. Ok, eu tinha alguns conflitos com Sharon e Maggie, mas no geral, a família Stryder era minha família. – Aceita o humano Ian O’Shea como seu legítimo esposo, para amá-lo e honrá-lo, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na felicidade e na tristeza?

            -Aceito.

            -Pode beijar a noiva.

            Nos beijamos. Eu amei aquele momento, nossas núpcias secretas, e comecei à achar que a vida não era tão complicada. Ali, na cama, perto de todas das pessoas que eu amava, eu me senti otimista, e pensei:

            “-Talvez a guerra não seja tão ruim assim, e é por isso que estou com meu marido agora. E talvez as almas e os humanos possam conviver em paz e possamos sair dessa sem nos machucar. Talvez tudo volte à ser como antes de invadirmos. De eles invadirmos... Que seja.”

            Doce. Sonho.