Fogo escrita por N_blackie


Capítulo 2
Capítulo 2




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Joan

Ah, o sol. Isso quase me fez cantar. Mas, como não tenho mais cinco anos, eu apenas sorri. E resolvi ir ver o meu namorado.

O ano novo está chegando, e talvez eu até passe a festa na casa de James, que felicidade. Eu estava toda sorridente andando pela rua (embora meu pai sempre diga que mocinhas bonitas devem andar carrancudas na rua.) quando vi uma coisa que fez toda a endorfina do meu cérebro escorrer.

A vizinha sem noção de James estava na frente da casa dele, sendo soterrada da baba de James e Sirius. Hey! Ele tem namorada, amiga.

- Oi. – falei friamente, esperando que ela se tocasse que estava empurrando os peitos em cima do meu pobre namorado.

Quando me viu, James ficou roxo, e Sirius parou de contar a piada que estava acabando.

- Oi. – repeti.

- Oh, meninos! Tenho que ir, Julie está chegando!

Isso mesmo, querida. Vamos andando, que as autoridades locais chegaram.

- Lily, meu amor!

- Sai pra lá. Quem é ela?

James e Sirius se entreolharam. Ah, eu não gosto disso.

- É a Joan. A vizinha.

- A gostosa. – completou Sirius.

- Sirius, cala a boca.

Mas James estava tentando não arranjar confusão, então me pegou pela mão e entramos juntos na casa – mansão. Logo que entrei, Sra. Potter me estendeu um saco de balões bruxos (eles não estouram, e mudam de cor) para que eu enchesse. Claro, uma ótima desculpa para manter a minha boca fechada e meu cérebro trabalhando. Vou encher essas bexigas, pensei. E depois, vou matar James. Isso, ótimo plano. Simples, fácil de lembrar.

- Lily... – começou ele, quando Sirius e a Sra. Potter foram ao beco diagonal para comprar mais bombinhas.

- O que você quer?

- Olha, a Joan é só minha vizinha... Ela não está querendo se aproximar da gente com segundas intenções...

Parei de encher a bexiga, e respirei fundo.

- Vou te dar o benefício da dúvida, Potter. O benefício da dúvida.

Ele sorriu, e começou a se aproximar de mim com aquela cara safada.

- Então, amor... Estamos sozinhos em casa... Minha mãe e Sirius vão demorar...

Claro que eu sabia onde ele queria chegar. Pra falar a verdade, eu queria que chegassem . Mas havia um pequeno problema. As janelas da sala dos Potter são gigantescas. E a minha vontade de chegar  com ele era menor do que a vergonha que eu teria de fazer isso na frente daquela janela – rombo na parede.

- James... A janela...

- O que tem a janela? – e me beijou.

Comecei a sentir o corpo ficar quente demais. O que em parte era bom, já que estava frio demais e meu casaco era fininho e... CALMA. Não era legal isso. Imagina se nós estamos lá e de repente a mãe dele chega? Não, isso não seria legal.

- James... Eu não posso.

Ele se afastou de mim, confuso.

- Por quê?

- Olha o tamanho dessa janela! Sua mãe vai chegar, e isso não é legal e...

- Tá legal, eu entendi.

Ótimo ele ter dito isso. Ruim foi o tom dele. Sério, será que consta em algum lugar que a gente tem que fazer o que ele quer toda hora? Já basta a mãe dele, que tenta dar o mundo e tudo que há nele para James. Eu teria de fazer o mesmo?

Eu ia responder de um jeito grosso para ele, quando escutamos uma risada afetada no outro lado da cerca. Ele levantou e foi ver o que era (como se ele não soubesse exatamente quem era a única pessoa do mundo que ria como se um pato de borracha estivesse entalado na garganta dela).

Eu, idiotamente, segui até a janela. No portão da casa de Joan (sério, isso é lá nome de gente?), eu visualizei a própria conversando com uma garota, que tinha o cabelo castanho e usava óculos quadrados. Ahá! Então o cabelo dela na verdade é castanho!

- Quem será que é essa? Filha dela? – eu perguntei sugestivamente para James.

- Não. É a sobrinha dela. – ele respondeu, distraído

Se eu tivesse uma frigideira nas mãos naquele exato momento, teria entortado a pobre na cabeça dele. Mas, como estava sem nada, apenas virei de costas e fui encher os balões.

Quando Sra. Potter e Sirius chegaram, devem ter ficado surpresos com o clima na casa – mansão. Eu estava num canto da sala, quase escondida entre vários balões coloridos, bem cheios, e James estava no outro canto, me encarando.

- Olá. Senhora. Potter. Eu. Acabei. – eu disse completamente ofegante, virando para ver a porta. – Posso. Ir?

Ela me olhou, surpresa.

- Mas você não quer ficar para almoçar, querida? James iria adorar!

Olhei para James, e dei o meu melhor sorriso sarcástico.

- Acho que não.

Antes de ir, fui ver como estava a minha cara (porque eu não posso me dar ao luxo de sair por aí pagando gorilas. Já basta meus vizinhos acharem que eu não tenho noção de clima). Depois de passar quase uma hora apenas enchendo balões, eu parecia que tinha corrido a maratona. Estava com as bochechas roxas, e meus cabelos que antes estavam presos num coque, estavam soltos.

- Você tá linda, Lily. – resmunguei, tentando ajeitar os cabelos.

Já estava com a mão na maçaneta da porta, quando escutei a voz de James, logo atrás de mim.

- Eu te amo.

Me virei para ele, pronta para disparar o primeiro vaso da dinastia – sei – lá – quem que a mãe dele tinha bem na cabeça dele. "Mas ele me olhava com aquela cara de ''mãe, te amo, me dá dinheiro" dele. Então eu simplesmente dei um sorriso triste, e sai.

A minha casa não é muito longe da casa – mansão, mas eu tive tempo para amaldiçoar a vizinha dele até me cansar no caminho, completamente distraída.

E é claro, como meu carma já não gosta de mim normalmente, a distração só incomoda minha vida mais ainda. Eu estava andando, completamente imersa nas minhas maldições, quando senti a minha cabeça e braços baterem em algo humano (ÓTIMO, LILY. ALGO HUMANO FOI ESPETACULAR. Quero aplausos e um balão.)

- Ai! – exclamei.

Escutei o humano em quem eu havia batido falar alguma coisa também.

Parei e respirei, para depois levantar a cabeça.

...

...

Pelas rosas da mesa de cabeceira de Merlin! Isso é um anjo? Ou talvez um deus? Oi, querido deus, meu nome é Lily, tenho dezessete anos, e só uso aliança para me lembrar do meu compromisso com a vida. Me leva com você?

- Oi. – eu disse, sufocando todas as minhas personalidades que queriam apertar o cara parado na minha frente.

- Lily? – ele perguntou, meio rindo, meio surpreso.

Você sabe meu nome? É porque eu fui escolhida, não é?

- Hã?

- Lily Evans? A baixinha cabeça de fósforo?

HÃ? BAIXINHA CABEÇA DE FÓSFORO? Mas esse era o meu apelido de jardim. Ninguém pode escutar em voz alta! Cale a boca, deus grego! Eu parei pra olhar melhor para ele (do pescoço para cima, eu digo.) e vi que eu conhecia aquele rosto.

- Derek, comedor de cola?

Ele ficou vermelho. Claro, eu não me surpreenderia que ele me batesse ali mesmo. Porque quem quer ser lembrado por ser o garoto que assaltava a professora de artes para roubar cola. Paracomer. Oho, isso sim é engraçado.

- Nossa! Quanto tempo! Você... Hum... Cresceu.

Você também, amigo.

- Ah... Quer entrar?

Alguém me dá um tiro. Agora, se possível.


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