Cigarette.

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Olhei para Torri com curiosidade, afinal, quem não estaria curioso para saber se a garota que gosta aceita seu convite para a prostituição extremamente cara que é um baile de escola?

-Não..- Disse ela sem nem esperar eu terminar de pedir.  - Sem chance. Só quando acontecer um segundo Big Bang. Ou quando os macacos dominarem as terra... – ela continuou olhando para os livros dentro do armário.
  Fiz um som frustrado.

  - Por Deus, Torri. Você não podia ser que nem todas as outras garotas da escola, sonhar com vestidos e sapatos, e aceitar de primeira quando um cara quer te levar ao baile de natal?

  - Pequeno gafanhoto. – ela sorriu sozinha com as palavras que me fizeram me sentir um tanto inferior a ela. -  Eu amo vestidos, e amo sapatos. Mas não amo festinhas chatas organizadas por garotas que vomitam internamente toda vez que eu passo pelo corredor. Principalmente com a sua etílica companhia.

- Eu já falei que ia maneirar! Não dá para você só esquecer aquele episódio tenso? Vamos dançar, nos divertir, comer, e nossos estômagos estarão limpos de qualquer coisa inflamável - Ela me deu um olhar longo. Colocou a mão na minha nuca, e chegou bem perto. Tanto que eu podia sentir sua respiração na minha boca, os olhos castanhos estavam intensos, travando uma batalha de controle e satisfação.

- Nem. Morta. Bieber.

  Virou e saiu andando. Agarrei seu pulso.

   - Por que você tem que ser tão difícil? – e desfiz a nossa distancia e a girei, emburrando-a contra os armários, colando meu corpo ao dela.

   - Não me culpe pela existência das idiotas com quem tem se divertido. Você é atraente, Bieber. Mas isso não me impressiona. Não vou passar uma noite dançando lento contigo, quando eu sei muito bem o que trama. Somos amigos, mas você ainda é um canalha. Lide com isso.

Soltei o pulso dela, sem desfazer da posição estranha em que estávamos. As palavras entraram em mim como navalhas. Ninguém nunca era honesto comigo, eu admirava isso. Mas ainda estava com raiva. Muita raiva. E não sabia dizer ao certo do quê. Talvez do efeito que Torri tinha sobre mim. Talvez dela, por me frustrar tanto. Talvez de mim mesmo, por ser um idiota. Ou talvez de todas essas coisas juntas.
   Ela fechou o armário ao lado sem desgrudar os olhos dos meus, sem desfazer seu sorriso sacana vitorioso. Como essa garota poderia me tirar do sério tão rápido, sem esforço nenhum?

   - Droga Victoria! – eu falei, desfazendo nossa conexão ocular, e fazendo minha boca roçar no lóbulo da orelha dela. - O que há de tão mal em me acompanhar em uma porra de baile? – comecei a distribuir beijos na região, quem olhasse poderia ver claramente, que eu estava cedendo mais do que ela. - Só vá comigo, poxa

Senti a respiração dela parar rapidamente e depois voltar ao normal. Parei com o que fazia e apenas olhei-a nos olhos. Ela pareceu confusa, eu sorri com isso. Mas logo ela simplesmente fechou os olhos com força e disse:

- Claro, porque não?

- Te pego as 7.

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 - Você tá ridículo, cara. Tá parecendo um pinguim. – Chris falou, finalmente. Eu estava fumando um cigarro junto com ele, na sala VIP da Armani mais perto da minha casa. Estávamos lá, com a fumaça nos fazendo mal e bebendo o wisky oferecido pela loja.

Já era o terceiro smooking que eu experimentava, este além de ser de um vermelho escuro com preto, me fazia parecer grande demais.

 - E você quer o que? – retruquei -  De cueca é que eu não posso aparecer!

- Bom... Acho que simplesmente NÃO aparecer num baile ridículo da escola, seria satisfatório. – Chris disse, quando a vendedora loira alta pegou os smooking s que eu já tinha experimentado, e deixando mais dois novos. - Mesmo para um imbecil exibido que nem você.

- Pelo menos eu tenho algo para exibir, diferente de você – Ele tirou o sorriso debochado da boca, e o trocou por mais um cole de wisky, seguido de uma tragada do cigarro de menta. Depois me alcançou e fiz o mesmo. -  Cara o que ta acontecendo com você? Todo cheio da cocaína agora?

Chris apenas assentiu quando viu meu olhar no espelho para o smooking que eu tinha acabado de colocar, dessa vez preto, sem detalhes era apenas um clássico.

- Heeeh! Como se tú não soubesse o que é ficar chapado nessa vida! Na verdade... Eu que me pergunto, o que tá acontecendo com você, cara? Esqueceu como é, quando a gente se desliga de tudo?  - ele jogou a cabeça para trás assim que terminou de cheirar o pó de dentro de um saquinho de dez gramas, sorrindo como um retardado que era.

- .Não, eu sei o que é ficar doidão, mas agora eu tenho um objetivo maior que fugir da realidade, cara. – Eu falei. Claro que tinha uma certa inveja do o que ele estrava fazendo na minha frente tudo o que fiz durante os últimos anos em festar era beber, fumar, cheirar, sexo e então repetir tudo de novo. Mas apenas em festas, não no cotidiano, como ele estava fazendo...

Chris ri fraco e debochado e se deitou no sofá, ficando cada vez mais confortável, eu notava cada vez mais que ele estava prestando demais atenção nos cristais Tiffany do lustre, do que deveria prestar em mim. Colocou as mãos atrás da cabeça.

- Você tá falando daquela garçonetezinha bolsista, lá da escola? Cara, vocês estão andando muito juntos, você já comeu ela?

- É dela sim que eu estou falando e não ainda não comi ela, ainda, meu amigo. – Sorri com o pensamento fazia tempo que não perseguia alguém da maneira que estava perseguindo Torri, até demais, me permiti pensar.

- Ainda não? Você quer mesmo comer ela, cara? Ela nem é tão gostosa assim. Sério... Acho que você tá deixando a qualidade cair. Quer dizer...  Teve a minha irmã, que não é um bom começo, mas, huum... Jasmine Villegas! E agora você partiu pra a garçonetezinha, quer dizer. QUAL O SEU PROBLEMA, DUDE??

 - Ela tem nome, então não precisa chamar-la de garçonetizinha. Você tem toda a razão quanto a sua irmã e a Villegas, mas a Torri é diferente, por ela vale tentar, quero ter o gostinho de domar a fera!

 - WHOA! Bieber, O domador. – Ambos rimos da frase.  -  Mas tipo... Ela é diferente? Diferente, como?

- Ela só... tem algo que as outras não tem. – encarei meus sapatos lustrosos.

 - Não... – ele fez cara de espanto. – Não... Não me diga que ela tem.... Sabe, cérebro? – Ele falou a paravra como se fosse uma maldição.

 - Também – admiti. E algo a mais que eu não sabia o que era, apenas não diria isso ao chapado do meu lado. - Vou ficar com esse. – Disse para ele, tentando mudar de assunto já estava desconfortável com a situação.

 - Você que manda, irmão. – ele entendeu a mensagem e eu apenas chamei a vendedora, pensando nos planos para a noite.