Kill You escrita por Bluenakes, Princesa do Parker, Landa_R


Capítulo 4
Dress.


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS FINAIS, IMPORTANTE!!



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Naquela manha de sábado, eu havia visto um anjo. Um anjo com cabelos bagunçados e uma boca carnuda entreaberta, mostrando os dentes perfeitos. Seus olhos fechados transmitiam paz e sossego que ela logo perderia. Ela era meu anjo enviado dos céus. O anjo que durante a escola, havia apenas me dirigido cumprimentos secos, e olhares raivosos... Até atraentes... Mas um anjo que fala coisas sem sentido, que se revirava na cama a cada cinco minutos, com caretas de criança mal criada. Era engraçado vê-la tão serena e frágil, quando normalmente parecia vestir uma armadura de bronze. Assim que a observava logo depois de entrar no quarto notei um sorriso sorrateiro em meus lábios. O que está acontecendo com você Justin Drew Bieber?

O quarto tinha uma parede azul turquesa e o resto era branco, com várias prateleiras cheias de livros e CDs. Ela havia uma infinidade de CDs, de todos os tipos. Olhei para seu computador que estava em cima da escrivaninha na frente da cama com um baú antigo branco com detalhes em rosa claro. Eu não costumava ser curioso, mas acho que agora estava libertando esse meu lado... Eu queria saber tudo dela. O que fazia durante as manhãs, quais as aulas, os gostos, se jogava em algum time, se trabalhava no restaurante por que precisava ou por que simplesmente queria. Que diabos de coisa ela gostava?

Liguei o computador e me sentei na cadeira de metal. A curiosidade matou o gato. Minha mãe sempre me dizia quando eu fazia algo errado, ou queria saber de algo que não deveria. Aquela musica que todo computador tem, tocou quando ligou. E a garota que estava na cama se revirou e falou mais alguma coisa, dessa vez, eu não olhei para traz, comecei a olhar os documentos do computador, algumas fotos com uma garota loira oxigenada, e um dos caras do time de hóquei. Erick Von Heinrich se não me engano. Mas não tive tempo de mais nada. O Notebook trancou. E me levantei para olhar o roupeiro quando abri a porta da esquerda, dei de cara com casacos. E colado pela parte de dentro... Fotos de países talvez que ela gostaria de visitar. Canadá, Austrália, Brasil, Argentina...

- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? – Minha linha de pensamentos foi interrompida pelo grito estridente dela.

Estava tão entretido com as suas fotos que acabei nem percebendo que ela estava acordando, olhando para mim de forma assustada.

- Vim fazer o trabalho... – eu disse naturalmente, e observei ela se levantar e vir até mim com o pijama curto verde limão.

- E como exatamente você entrou aqui? – ela perguntou, fechando a porta que eu havia aberto, e ficando a centímetros de mim.

- Disse para seu pai que eu era seu namorado e ele me deixou entrar.

- Você está doido? Eu nunca namoraria você – ela me empurrou para longe do roupeiro, abrindo algumas gavetas e pegando algumas peças de roupa.

- Nunca diga nunca – era meu lema, e eu adorava incomodar todos com ele.

- Digo Nunca quando eu quiser. – ela me desafiou. Ficou na ponta dos pés e começou a falar em um tom de astucia. - Nunca, nunca, nunca, nunca, nunca, nunca, nunca e... Nunca! – ela terminou com um sorriso vitorioso, e eu com a minha expressão cansada misturada com raiva.

-Vai se vestir preciso terminar logo isso e me livrar de você – falei sério. Aquela garota sabia como me tirar do sério... Infelizmente.

- Mau humorado! – ela resmungou e foi até o banheiro, voltando de lá rapidamente, com uma calça jeans escura, um all star rosa, uma blusa cinza com rosa de mangas curtas, o cabelo cumprido, penteado e quase liso, apenas com algumas ondas no final, e uma maquiagem leve. A única coisa que eu realmente não gostava em garotas, e não importa o que aconteça, eu nunca vou gostar, são esses batons grudentos e brilhosos... Gloss, eu acho. Eles grudam na boca e tem um gosto ruim pra caramba!

Era o que Torri usava mais exageradamente do que qualquer coisa... Ela pegou a bolsa preta em cima do baú e a colocou no ombro.

- Vamos tomar café. E conversar sobre o trabalho. – ela falou, e foi na minha frente, e simplesmente peguei a mochila que estava no chão perto da porta e a segui pelo duplex.

O apartamento era muito bem dividido. As suítes em cima, a cozinha, a sala de janta, de estar, o escritório e um banheiro em baixo. Tudo era decorado da forma mais simples possível, em tom de branco, bege claro e marrom.

Assim que descemos as escadas fomos para a cozinha, onde eu me sentei e peguei um caderno dentro da mochila. O pai de Torri, que já estava de terno e gravata, saía da cozinha dando um beijo na testa da filha, e a deixando com sua tigela de cereal.

- To de olho, Torri. – disse o Sr. Duncan.

- Pai! – ela reclamou, adquirindo uma coloração vermelha nas bochechas, o que me fez sorrir.

- Mais uma coisa, filha... – ele falou quando se virou, da porta da cozinha para a sala. – Cuidado.

Naquele momento eu havia notado algo maior entre o pai e a filha. Não, eu não era burro a ponto de não saber que aquela palavra não se dirigia a mim. O que ele falou, os olhares sérios e enigmáticos trocados naquele momentos corroeram minha alma.

O Sr. Duncan saiu do apartamento, e Torri voltou a comer seu cereal com leite tranquilamente, como se nada tivesse acontecido, como se tudo fosse simplesmente ignorado... Inclusive minha presença..

- Vida bem interessante a sua.

- E a sua por acaso é? – ela perguntou agora parando de comer inclinando-se sobre a mesa em minha direção.

- Acho que bem mais que a sua.

-Ok. Então quer dizer que agora encher a cara até não se aguentar em pé e agir como um completo idiota com as pessoas é ter uma vida interessante?

Abri a boca varias vezes para respondê-la, mas ela havia conseguido me deixar sem resposta alguma. Eu queria poder dizer algo diferente, dizer que estava errada, que eu não era assim... Mas não era verdade, e talvez essa fosse a primeira vez que eu me importava com a verdade... Ela terminou de comer e deixou a tigela na pia.

- Vai ficar ai me olhando? Temos um trabalho a fazer! – Então mais uma vez ela pegou a bolsa e saiu, e eu fui atrás como um cachorrinho...

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Assim que entramos no restaurante, eu me sentei em uma mesa perto da janela, e Torri fora direto para a cozinha, iria trocar de roupa e começar a servir as mesas. Eu olhei para a janela por alguns segundos lembrando-me dos momentos na casa da garota. Eu não sabia o por que, mas tinha certeza que o “cuidado” que seu pai havia mandado não era sobre mim. Aquela família tinha algo maior por traz.

O tempo passou rápido, e Torri e os outros garçons serviam as mesas o mais rápido possível, enquanto eu tomava minhas poucas doses de wisky e comia dois ou três Petip Gateaus, o L’ennemi enchia e cada vez mais a fila a porta ia aumentando. Isso começou no café da manhã, e se estendia até as três da tarde. O tédio passava longe de mim. Eu observava tudo o que via, todos os movimentos de Torri, desde o jeito que ela arrumava o cabelo solto que caia no rosto, ou até que o sorriso falso que ela dava aos clientes chatos fazia com que na sua bochecha esquerda surgisse uma covinha.

É, Justin Bieber está maluco. Pensei, e era pura verdade, aquela garota tinha mudado meu mundo de cabeça para baixo. E sem fazer nada especial... Além de me dar um fora.

“Cuz I could be your Dealer, I could be your only friend when you need her…”

Meu celular tocou, quando o vi, a palavra “Mãe” estava na tela. Era estranho... Meus pais nunca me ligavam...

- Fala, Mãe. – eu disse, enquanto brincava com o garfo e o resto do petip gateau.

- Filho? Onde você está?

- Estou em um restaurante, esperando uma amiga minha. – respondi com sinceridade. Nunca escondia nada da minha mãe.

- Amiga?

- Não posso ter amigas agora?

- Não é isso! Claro que você pode ter amigas, querido. – ela rira.

- Mãe!

- Tudo bem. Mas... Mudando de assunto. Te liguei para saber se você vai na festa Black Tie dos Bauns.

- Ah, tinha me esquecido. Preciso mesmo ir?

- Sim! Mas isso é óbvio. Eles são sócios da empresa do seu pai! Precisamos estar todos nessa festa. – tudo bem, minha mãe me fazia parecer um idiota certas vezes, e eu odiava esses momentos... Tomei mais um gole de Wisky, e avistei Torri, com suas roupas de antes do trabalho, vindo até a minha mesa.

- A que horas?

- As sete devemos estar lá, mas você pode aparecer perto de umas... sete e meia.

- Posso levar mais alguém?

- A sua amiga?

- Não, mãe, a vovó!

- Leve-a, mas tenha cuidado com o que vai fazer.

- Tchau, mãe.

- Tchau, filho...

Assim que desliguei o telefone, Torri se sentou a minha frente. Com uma expressão serena no rosto.

- O que você faz depois sair do restaurante? – perguntei intrigado, esperando que ela falasse um simples “nada”

- Na verdade... Eu vou pra casa e estudo... Ou saio com meus amigos. – ela deu de ombros.

- Hum... Você já combinou algo com seus amigos?

- Não... – ela estranhou, e pareceu um tanto assustada e confusa com a minha pergunta. – Por quê?

- Tenho uma festa para ir hoje de noite. Na casa de um dos amigos do meu pai. E a minha mãe disse que eu poderia levar algum amigo meu. – eu disse, nervoso... Eu estava convidando-a para sair... Era estranho para mim fazer isso. Acho que nunca tinha precisado fazer isso, as garotas normalmente se ofereciam para ir comigo para algum lugar, ou simplesmente me levavam...

- Mas... Eu não tenho nada para vestir, Justin. Além disso, seus pais...

- Acabei de falar com a minha mãe, ela disse que tudo bem levar você. E quanto ao que vestir... Podemos dar um jeito. – eu disse com um sorriso maroto.

Torri ficou sem palavras durante alguns segundos, ponderando minha generosa oferta... Ou talvez pensando que eu seria louco apresentando ela para os meus pais sendo que aquilo era um encontro... Ou não... Eu estava confuso. Não sabia o que dizer, e o calor eu meu rosto se tornava maior a cada segundo que ela ficava em profundo silencio, olhando para a minha camiseta roxa que mangas compridas.

- Vestidos são caros.

- Considere um presente de aniversário. – eu me senti nas nuvens, a vitória era minha.

- Meu aniversário é daqui a um mês. – o rosto dela se contorceu em uma careta estranha.

- Quer aceitar a porra do vestido de uma vez? – me irritei, odiava ficar dando voltas e voltas no assunto.

- Ta bom. – ela se calou. Eu deveria parecer realmente muito bravo para a Duncan não retrucar.

- Desculpe. – murmurei. – Vamos?

- Claro. – ela soltou um sorriso e pegou minha mão que estava estendida.

Levantamos-nos da mesa e fomos até o meu carro, que estava estacionado a poucos metros do local, assim que saímos, nos demos conta que estávamos de mãos dadas e logo nos olhamos, desfazendo o aperto.

Ela logo entrou no carro, e saímos do lugar, indo para o centro da cidade, mas especificamente em uma loja. Prada.

Entreguei as chaves para o motorista da loja, e entramos. Torri relutou um pouco ao chegar na porta de vidro com madeira pintada de preto. Mas entrou assim que olhei para ela, de entro da loja.

- Olá, em que posso ajudá-lo, Sr. Bieber? – viera a atendente, ao nosso encontro, com um sorriso e prestigio falso. Ela nos analisou friamente, enquanto eu pensava no que dizer.

- Eu quero um vestido para uma festa Black Tie para a minha amiga aqui. – apontei para a garota atrás de mim, com o polegar.

- E que tamanha seria?

Olhei para Torri. Ela não parecia nem prestar atenção no que falávamos, ficava olhando para os lados. Procurando alguma roupa, ou simplesmente entediava com o que via.

- 38. – respondi no chute, pelo menos era o que eu tinha visto em algumas roupas dela, enquanto olhava seu armário.

- E o senhor deseja alguma coisa? – ela perguntou.

- Huum... Quero um smoking, você sabe os tamanhos, certo, Amanda?

- Sim Sr. – ela respondeu e saiu. Me voltei para a garota perdida em pensamentos.

- Torri?

- Oi! – ela “voltou” de onde quer que estivesse...

- Se quiser mais alguma coisa da loja, é só pedir. – disse.

- Não, não, você está me dando um vestido longo, não quero mais nada!

- Sério? Eu to pagando, sabia?

- Obvio! Você acha que EU ia pagar por um vestido que eu vou usar só uma noite?

Fiquei em silencio. Não é isso que mulheres fazem? Gastam em vestidos, jóias para usá-las em uma noite e guardá-los ou jogar fora? A garota na minha frente era completamente diferente de todas que eu havia conhecido, não pensava apenas em dinheiro, sexo, drogas e compras... Isso era... Incrível. Acho que somente para mim.

- Você deveria guardar comentários assim só pra você. – falei, mas ela não me ouvira, a atendente já havia chegado com cindo vestidos e a levara até a cabine de troca.

Enquanto ela experimentava os vestidos, eu peguei o smoking e pedi para a garota da loja passar o cartão que havia ganhado dos meus pais, uma conta ilimitada somente para mim... Ser rico é tão bom, pensei.

Logo o tempo ia passando e eu estava olhando a parte masculina da loja, algumas camisetas, e sapatos italianos. Os meus estavam ficando velhos, aproveitei e comprei novos. Torri chegou ao meu lado, com o vestido escolhido na mão. E um sapato de salto. Ela havia concordado com a minha idéia de pagar...

---

- Esqueça meu aniversário por pelo menos 30 anos! – ela falou quando entramos no carro.

- Por que? Nem foi tão caro assim!

- Não foi tão caro? – ela bufou – Justin, você gastou 6,000 dólares com uma garota que você conhece a menos de uma semana!

- Se você quiser eu devolvo o vestido!

- Não! Eu to legal assim!

- Ok. – o silencio se instalou entre nós. – Olha, temos uma hora antes da festa, se formos até o seu apartamento, não chegaremos na hora. Tudo bem você se trocar no meu apartamento?

- Não, tudo bem! – ela respondeu. Dando um sorriso inseguro para mim...

Isso tudo seria... Divertido.

.

.

...

Uma prova do que está por vir...


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Notas finais do capítulo

N/Bluenakes: OOOi galera. Seguinte. Demoramos a postar, é verdade, mas tudo foi em função dos reviews, tivemos 15 reviews no segundo capítulo e SÓ 9 no terceiro. Ficamos tristes pois esperávamos mais. Pensamos até em deletar a fic por acharmos que o ultimo capítulo agradou a muito poucos, e que muitos abandonaram. De acordo com os próximos reviews, iremos decidir se vamos continuar a fic ou não... Queremos reviews SIM! isso nos move, mas também queremos qualidade de reviews!

Agradescemos do fundo do Core. E sim, aceitamos reviews CRITICOS!

Beijos, Hannah Bluenakes


N/AmyB: Olá lindas do meu coração, estou adorando lher seus Reviews. O capitulo hoje está demais, imperdivel. Quero ver muitos reviews!!!!