Infeliz, triste, sozinha, sem ninguém no mundo que me compreendesse, minha mãe me abandonara um ano depois que nasci, segundo meu pai, eles tinham muitos problemas no casamento e ela simplesmente decidiu desaparecer, já meu pai, falecera a algum tempo, tentando salvar a vida de minha irmã mais nova...

Flashback on

Estávamos em casa, ouvi uma explosão, eu estava no quintal, corri para a porta da nossa casa, no momento não reparei que o telhado já se desfizera, a casa estava em chamas, só consegui ouvir Klara chorar e gritar, ela estava na sala e fitava fixamente a cozinha, a fumaça estava forte, peguei minha irmã as pressas, saímos o mais rápido possível de casa, estaquei, onde estava meu pai?,Olhei para minha irmã e de repente os pensamentos se encaixaram como quebra cabeça em minha mente, Klara ainda estava desesperada, com voz trêmula perguntei:

-Klara... Cadê o papai?

Ela não me respondeu, mas o que disse deu a entender, deitada em meu colo, ela apontou para a casa em chamas e também tremula cochichou:

-pa..pa...pai

Eu a abracei e as lágrimas simplesmente vieram, como uma garota de doze anos e sua irmã de apenas quatro poderiam suportar a perda do pai e da mãe (pra uma delas).

Flashback of

Klara e eu fomos obrigadas a morar com a mãe dela, Suelly.

Suelly nunca visitava Klara,papai as vezes pagava uma viagem para minha pequena irmã visitar sua mãe,pois desde que papai se separou dela,ela perdeu o contato com Klara,eu sentia pena da minha irmãzinha que sempre perguntava:”porque eu nunca mais vi mamãe” e coisas do tipo,Klarinha as vezes chorava e eu quem a consolava,nós duas éramos “sem mãe”,e eu sentia raiva,muita raiva da Suelly por isso.

Eu realmente não queria morar com a mãe da Klara, eu sabia que morar com Suelly não seria prolífico nem pra mim nem para Klara.

À noite, um dia antes de viajar, eu não conseguia dormir, pensando em meu pai e em tudo que estava acontecendo deixei uma lagrima escorrer pelo meu rosto, nem percebi que minha irmã me fitava,quando percebi estava ao meu lado me abraçando,deitou em minha cama, e disse que daria tudo certo, e que tínhamos uma a outra,minha irmã é muito sabia apesar de  só ter quatro anos.

Em uma das visitas da Klara a sua mãe,eu a acompanhei,devo constatar que o lugar que Suelly mora é de fato muito bonito,uma casa de praia belíssima e luxuosa como eu nunca havia visto,ficava exatamente em frente a uma belíssima praia de brisas bem frescas,tinha uma enorme piscina de águas azuis bem claras,a casa ficava em um lugar um tanto alto,quando fui lá,desci correndo o pequeno morrinho,o vento no meu rosto me fez adorar aquele lugar,aliás o problema não era o lugar pois esse eu adorava,o problema era a Suelly,uma nova família,nova escola,um quase padrasto,uma meia irmã,e o pior o fato de que aquela não era a minha família,eu sabia que me sentiria deslocada ali,desisti de ficar pensando nisso,pois quando pensava lágrimas escorriam dos meus olhos e eu simplesmente não conseguia controlá-las. A única coisa que me reanimava era saber que minha pequena e sábia irmã estaria comigo, ao meu lado, me ajudando a passar por todos esses acontecimentos, assim como eu a ajudaria também.

O dia da tão esperada e inesperada viagem chegou, o lugar para onde viajaríamos era longe,Suelly pagou nossa passagem de avião,eu só havia viajado uma única vez de avião,Klara estava acostumada a viajar para suas visitas um tanto inconstantes á sua mãe,passaríamos uma noite em um hotel,no outro dia a viagem longa continuaria.

A primeira viagem foi bem tranqüila,eu e Klara estávamos cansadas e dormimos praticamente toda a viagem.O hotel que passaríamos o resto do dia e a noite era muito bonito,tinha uma enorme fonte na entrada,o hotel era vermelho com bege,subimos até nosso quarto de elevador,que por sinal era todo forrado com carpete,fiquei boquiaberta com nosso quarto,era no último andar,nesse andar só haviam dois quartos,o nosso e mais um.O quero era belíssimo,tinha carpete bege,uma enorme cama de casal,uma televisão de plasma,também enorme,era alto e fresco o quarto,guardamos nossas coisas mas não as retiramos das malas.

Não estávamos cansadas,pois dormimos toda a viagem.Minha irmã com sua voz tão angelical,me surpreendeu:

-Bella!-falou com voz levemente sínica,ela nunca me chamava Isabella,sempre Bella

Quando terminou a frase ela arremessou o travesseiro fofinho do hotel em mim,fiquei surpresa,ela estava tão triste ultimamente para brincadeiras.Assim começou uma guerra de travesseiros,risadas escandalosas escaparam de nós duas,fazia tanto tempo q não brincávamos assim,por um instante jurava ter visto papai,mas sabia que ele estava sempre a nosso lado,por isso não me surpreendi,acho que ele que nos proporcionou essa tão divertida guerra de travesseiros.

Quando nos deitamos para dormir, era quase uma da manhã, teríamos que acordar às cinco horas, para viajar.

Foi um pouco difícil acordar a Klara, ela estava cansada, por isso a levei no colo até o aeroporto, um segurança na porta se afeiçoou por Klara e nos ajudou com as malas.Embarcamos,rumo a nosso novo lar.