The Ghost Of The Day escrita por lucivampire, carioca


Capítulo 10
Capítulo 10 - Why so scared?


Notas iniciais do capítulo

Viu como foi rapidinho ? Já está aqui o outro
Espero que gostem



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    Era estranho, tinha um bom tempo que eu não pensava. Eu ri, sozinha e distraída no banco do pátio, esperando Alice voltar com o refrigerante que ela disse que iria comprar. Como não senti a presença de Pedro ali, resolvi arriscar e pensar em tudo que estava acontecendo ultimamente.

    Sim, eu gostava de Pedro. Não sei se apaixonada seria o certo, também porque eu nunca amei de verdade algum garoto desse jeito, Pedro era o primeiro que eu realmente sentia algo.

     E eu já havia esquecido o que aconteceu, isso era passado, pelo menos pra mim, e isso também era estranho, pois alguém como eu não devia esquecer uma coisa dessas tão facilmente. Mas, o importante que eu havia esquecido.

    E.. eu realmente queria Pedro. Eu ria ainda mais, e não me importei com quem estive vendo ou me achando idiota.

    Sempre achei que aquele negócio de “paixão a primeira vista” fosse coisa de filmes ou novelas americanas. Nunca me iludi, e muito menos achei que fosse me – ou quase – apaixonar assim, e ainda por um fantasma.

    Aquilo tudo era muito hilário. Mas, a vontade de ter Pedro cada vez crescia mais. Okay, eu ia fazer 14 anos daqui a uns dois meses, mas eu me sentia pronta. Lembrei-me de dias atrás, o começo daquilo tudo. Era tão pouco tempo! Coisas de adolescentes, querendo se assustar com algo em uma sala, que resultou nisso, mas que também salvou a minha vida.

    Eu já havia colocado em minha cabeça, eu queria e pronto.

    - Hello, acorda, honey – disse Alice, do mesmo jeito de antes, mas mais brincalhona, quase voltando ao normal, aquilo era bom.

    Levantei a cabeça e sorri.

    - Eu estava escutando você rir de longe, o que houve hein? – perguntou ela, me oferecendo a lata de refrigerante.

    - Nada ora – sorri de lado, enquanto bebia.

     Alice sentou do meu lado e me olhou, rindo.

    - Bom.. okay. Não vou insistir – ela deu uma pausa e de um pequeno pulo, como se tivesse lembrado algo importante. – Hey, você sabe da nova?

    Nova? Ninguém havia me contado nada.

     - Não, o que houve?

     - Bom, quando fui comprar refrigerante, ouvi as meninas comentarem que tinham acabado de ver um aluno novo saindo da secretaria, logo depois de ouvirem o diretor falar “Seja bem vindo”. E o melhor: elas disseram que ele é um gato!

    Nossa, a Alice havia me dado um susto, pensei que fosse algo importante, e a fuzilei com o meu olhar.

    - Ual, que ótima notícia – fingi animação. – Você nem sabe o nome do garoto.

    Ela me olhou com um sorriso de orelha a orelha.

    - Sei sim, elas me disseram que ele se chama Pedro.

    Quase cuspi o refrigerante no rosto de Alice.

     Aluno novo? Lindo? PEDRO?

     Alice bateu devagar nas minhas costas.

     - Você está bem Luiza? Luiza? – repetiu ela quando eu não disse nada. Coloquei a lata de lado no bando e peguei minha mochila, já levantando.

    - Aonde você vai maluca?  - encarou-me, esperando uma resposta.

   - Preciso ir para casa, não estou me sentido bem – não foi uma total mentira.

    - Mas.. mas, e o transporte? O que eu di.. – eu já estava longe e parei de escutar. Eu praticamente corria no caminho para casa. Como assim aluno novo? Chamado Pedro? Eu podia sim estar errada e precipitada, mas algo ali não estava certo, não mesmo.

    Enquanto corria para casa, lembrei-me do dia que Pedro disse que minha casa seria o hotel dele, até ele conseguir arrumar um corpo.. Um corpo! Era isso então, um corpo que ele queria, e ele havia conseguido, ele havia matado alguém da escola.

    Aquele dia passou novamente na minha cabeça e eu estremeci, cogitando a ideia.

- Sabe, esse negócio de “saia daqui!” – disse ele, fazendo uma imitação nada igual a minha

voz – e chorar não tá colando. Eu não vim aqui para ficar seguindo ordens de uma adolescente chata e sedutora. Sua casa será... meu hotel agora. Vou ficar até conseguir te seduzir... como se isso já não tivesse acontecendo. Aí depois eu pego um corpo qualquer ai pra mim e vejo o que eu faço.

    Levantei com raiva e comecei a atirar as palavras para ele.

   - Você não vai matar ninguém daquela escola, ouviu bem?

   Ele parou, sem expressão, e depois caiu em uma gargalhada e tive que me perguntar: O que era tão engraçado?

    - Sua cara agora, nossa, me surpreendeu. Você não vai matar ninguém daquela escola! – imitou minha voz novamente. – Hilário. Você disse como se estivesse me ameaçando.

   Eu estava a ponto de chorar. Ele havia prometido para mim!

     Abri a porta, furiosa, joguei a mochila no chão e olhei por toda a casa, nem sinal de Pedro.

     Se quer me enganar, pode parando. Venha aqui a-go-ra! Pensei, e logo eu vi um vulto preto na minha frente, me fazendo cambalear pra trás e perder a respiração. Logo vi o sólido, e ele veio me abraçando, quando eu o empurrei.

    - Ei, o que aconteceu? – perguntou ele, com uma cara de dúvida.

    Eu já andava de um lado pro outro da casa, limpando minha testa que pingava de suor, eu tremia.

     Pedro me segurou pelo braço, me fazendo parar em frente a ele.

     - Luiza, o que aconteceu? – ele já estava preocupado.

    - Me solta, Pedro! – o encarei, como ele foi capaz de fazer isso?

    - Ei, ei, fazer o que? – ele disse, balançando a cabeça, não entendendo nada e não fazendo a mínima questão de me largar.

    - Como pode matar alguém para pegar seu corpo?! – gritei, e ele soltou meu braço, para depois cair em gargalhadas. Quem não entendeu nada daquela vez fui eu.

    Ele se sentou no sofá, e continuou rindo, e eu fiquei lá em pé, pasma, vendo aquele sujeito rir de um assassinato que ele mesmo havia feito. Como eu podia gostar de alguém daquele jeito?

     - Por que está rindo? – resolvi perguntar.

    - Suas amigas são mesmo fofoqueiras – disse, sem parar de rir.

    - Amigas? Que amigas? Eu só tenho a Alice de amiga.. espere, o que tem ela?

    Ele levantou e me abraçou, e dessa vez eu não impedi.

    - Amor, eu não matei ninguém – ele ainda estava com aquele sorriso lindo no rosto, e foi a primeira vez que ele me chamou de “amor”. Eu sei, apenas um pequeno detalhe, mas que deixou minhas pernas bambas. – Se quiser, a partir de hoje eu só ti chamo assim – sussurrou ele no meu ouvido, e eu fiquei arrepiada como toda vez. Eu quase me rendi a toda aquela sensação, mas eu precisava entender o que estava acontecendo.

   Eu me soltei de seus braços e ele suspirou, sentando no sofá.

   - O que quer saber? – murmurou ele, me olhando.

   - Você é mesmo o aluno novo na escola, não é?

   - Sim, e pra evitar perguntas suas, eu não matei ninguém. Eu apenas vou usar esse corpo emprestado, tudo pra ficar mais perto de você.

   Pedro abriu os braços em minha direção, e eu sentei em seu colo, apoiando minha cabeça em seu ombro.

    - Então por que não me contou antes? – sussurrei. Ele beijou o topo da minha cabeça, e logo depois o biquinho que eu nem sabia que tinha em meus lábios.

    - Porque eu acabei de tomar a decisão, amor. Eu iria te contar assim que chegasse, mas pelo visto alguém veio correndo né..

   Eu ri baixinho e me levantei.

   - Preciso de um banho.

   Ele suspirou novamente e balançou a cabeça.

   - Okay..

   Lhe dei um beijo rápido e partir para o banheiro, assim que o ouvi rir.

   Eu já estava desconfiando, mal tinha entrado no banheiro e apenas tirado a roupa de cima, a porta abriu, e veio Pedro com o sorriso mais inocente que eu já vi, fechando a porta atrás de nós. Eu comecei a rir do rosto dele.

    - O que você quer aqui? – perguntei.

    - Sabe... é que lá fora está muito calor, e para economizar água, eu queria tomar banho com você. Eu realmente me preocupo com o planeta.. – disse ele, colocando a mão no peito, como se realmente se preocupasse. Eu ri ainda mais.

   - E você acha que eu vou deixar? – murmurei, mordendo o lábio inferior.

   Ele me agarrou, me dando um beijo de tirar o fôlego, como se já não aguentasse ficar longe dos meus lábios.. ou seria eu?

   - Os dois – disse ele, sem parar de me beijar.

   Eu deixei, realmente deixei. Ainda me sentia meio louca por deixar aquilo, mas eu queria tanto quanto ele.

   Suas mãos desceram por toda minha cintura, e pararam em minha coxa, enquanto ele beijava meu pescoço. Uma mão dele brincava com a alça da minha calcinha enquanto eu ria.

    - Luiza.. você é realmente muito pervertida, eu digo que venho tomar banho e você já me agarra? – eu o encarei antes de soltar uma risada e sussurrar no seu ouvido:

   - Viu, você ainda não me conhece totalmente...

    - Haha, sei uma coisa que ninguém sabe.. Você está ficando mais sedutora que o normal – e me beijou novamente.

    Prendi minhas mãos em seu cabelo e o trouxe para mais perto. Sua mão parou em meu quadril e ali permaneceu.

    - Luiza, chegamos – ouvi a voz da minha mãe abrindo a porta da sala, e no outro segundo eu já não beijava mais ninguém, já não estava mais abraçada com ninguém, apenas eu, sozinha no banheiro.

     Desculpa, depois a gente continua nossa banho... ouvi a voz dele na minha cabeça, e automaticamente sorri.

    - Luiza, cadê você? – ouvi a voz do meu pai.

    Liguei rapidamente o chuveiro e gritei:

    - Estou aqui!

   Enquanto tomava banho, eu me perguntei por que eu sentia tanto medo. Por que, realmente, eu não queria contar para a minha mãe que eu estava namorando, se é que eu estava. Na cabeça de minha mãe, eu já estava bem crescidinha para isso. Então, qual seria o problema? Resposta: nenhum. Estava decidido. Como Pedro iria estudar comigo – e eu ainda não havia entendido como ele ficaria o dia todo com um corpo emprestado – eu assumiria o nosso meio namoro. Mamãe daria um jeito de convencer meu pai a deixar, porque esse seria o único problema.

- Filha, desculpe, saímos sem avisar, fomos ao mercado – anunciou mamãe assim que eu sai do banheiro. – Como foi a aula?

   E com essa pergunta ela quis dizer: “Tem algo a me contar?”

   Eu não sabia se contava agora, ou esperava para primeiro falar com Pedro.

   Amor, eu acho melhor você contar logo.

  - Bom, mãe, tem algo que eu quero lhe contar – lancei um olhar para meu pai, que estava distraído levando as bolsas para a cozinha.

   - Ah sim, querida. – E abriu a porta do quarto. Eu a segui e sentei ao lado dela na cama. Mas.. como eu ia falar? Se Pedro seria “novo” na escola? Pensa Luiza, pensa.. – Pode falar.

   - Mãe – respirei fundo e soltei tudo de uma vez. – Eu estou namorando.

   Vi sua expressão mudar.

   - Namorando? Com quem? Desde quando? Quantos anos ele tem? Estuda aonde? Onde conheceu? Por que não me contou?

   E ela não parava de falar, aquilo já era esperado. Minha mãe estava visivelmente feliz, mas não parava de tagarelar e aquilo me deixava desconfortável.

    - Sim, namorando. Com Pedro.. um... amigo de uma colega minha, que foi visitá-la na escola há um tempo. Ai a gente acabou ficando, ele me pediu em namoro e agora vai estudar lá, e tudo indica que foi por mim – queria dar um ponto positivo a ele, assim minha mãe ficaria menos preocupada.

   - Hum... Quantos anos ele tem Luiza?

   Ferrou tudo! Eu não sabia em que ano Pedro estaria, minhas mãos começaram a suar e eu fiquei muito nervosa.

   - Ele tem.. é...

    Quinze anos amor, quinze.

    - Luiza? – ela chamou, quando percebeu meu olhar vagar quando ouvi a voz de Pedro em minha cabeça novamente. Sim, ele estava ali comigo.

   - Quinze anos, mãe. Quinze.. – disse, confiante.

   Sim, ela ficou meio preocupada, mas nada que me deixasse mais cautelosa com algo. Se fosse como eu esperava, a única coisa que eu teria que fazer era levá-lo lá depois que ela falasse com meu pai.

    - Você gosta mesmo dele, filha? – ela me encarou com olhos profundos.

    - Sim, mãe.

   Ela me abraçou.

   - Bom, filha.. Eu estou feliz por você. Mas... você já sabe do discurso que vou dar mesmo. Sabe dos cuidados que deve ter, certo?

   Assenti com a cabeça, sorrindo de orelha a orelha. Nada de esconder mais, mesmo que fosse... bem, com Pedro.

   - Sabe também que vou ter que insistir bastante pro seu pai né? Nunca vi cara mais chato – e suspirou, enquanto eu ria junto com ela.

É, foi bem difícil.

   Eu fiquei no quarto, enquanto minha mãe se preparava pra contar pro papai. Pedro veio e ficou lá, sentado na cama comigo, rindo quando eu contei que estava meio envergonhada por falar “namoro”.

  - Marcelo, eu sei que ela só tem 13 anos, mas tem a mentalidade e o comportamento de gente mais velha, que certamente não teria. Para de ser chato, e deixa a menina ser feliz e aproveitar a vida que nós dois não aproveitamos – eu queria estar na sala pra ver a cara que meu pai ia fazer depois que minha mãe disse isso. Com esse argumento, ele com certeza concordaria.

    - Tá, tá. Mas que fique bem claro, se algo acontecer a ela, a culpa é sua – já era esperado ele também dizer aquilo. Como se minha mãe se importasse com isso, ela sabia que nada ia acontecer.. né?

    - Ebaaaa! – sai gritando pela sala, enquanto os dois me encaravam antes da minha mãe começar a rir e me puxar pro seu colo. – Aleluia, nunca achei que o papai iria ser tão chato com isso.

   Meu pai me encarou, com uma sobrancelha levantada e logo depois soltou um “humpf”.

   - Esses adolescentes de hoje em dia...

   Dei-lhe um beijo na bochecha. Logo depois ele me abraçou e levantou, encarando nós duas.

    - Se eu souber que algo aconteceu... – começou o discurso dele.

    - Já sabemos, já sabemos – dissemos nós duas em coro, antes de rirmos.


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Notas finais do capítulo

Eu achei que essa capítulo estava bom, deu surto de inspiração hahaha.Até o próximo



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