Ela largou o capuccino na mesa e correu pro lado de fora da cafeteria, sem nem perceber a cara de assustado que eu fazia.
Alguns poucos minutos depois do susto, elas entraram e eu pude conhecer a tal garota.
- Gerard, essa aqui é a minha amiga Suzy. Suzy, esse é o Gerard, meu mais novo amigo. – a cumprimentei com educação e a menina sentou-se junto com a gente na mesa.
- um capuccino pra mim também. – ela pediu pra garçonete.
- que bom vê-la por aqui, amiga! Estava com saudades de você. – Jamie disse abraçando a menina pela 2ª vez. As duas pareciam bem próximas.
- eu digo o mesmo, menina! Você sumiu! Por onde andou, hein? Desde que fugiu de Newark eu não tinha notícias suas. – Suzy disse despertando minha curiosidade.
- é, estou morando aqui em NY sozinha há algum tempo. Estava trabalhando aqui perto até umas 2 horas atrás, quando fui demitida.
- nossa! Mas por quê? O que a senhorita andou aprontando hein?
- eu aprontando?? Imagina se eu sou assim... – ela riu.
- desculpe mas... você morava em Newark, Jamie?? – perguntei incrédulo com outra coincidência.
- sim. Eu vivi muito tempo lá, mas depois de alguns ‘probleminhas’ eu tive que vir pra New York.
- probleminhas.... – eu sussurrei, mas elas ouviram.
- é, a Jamie fugiu do namorado violento. – Suzy disse e levou um olhar fuzilador da amiga.
- Suzy!! Eu só não agüentava mais aquela vida, queria algo novo. Mudar sabe?
- entendo... às vezes mudar é a melhor opção. – meus olhos brilhavam, era como se eu estivesse vendo um ídolo meu ali bem na minha frente.

Nós dois ficamos nos olhando como se o mundo inteiro tivesse deixado de existir. Até que uma tosse nos interrompeu.
- bom, eu vou deixar os dois sozinhos. – Suzy olhou pra Jamie sorrindo – Jamie, toma aqui o número do meu telefone e meu endereço. Qualquer coisa é só me ligar, ok? Vê se não some novamente, precisamos marcar de sair pra balada como antigamente!
- pode deixar, eu te ligo sim.
- e você – se virando de frente pra ele – foi um prazer conhece-lo. A gente se vê por aí. – ela se despediu de mim, que a beijei no rosto, e saiu.
- bye. – dissemos nós dois ao mesmo tempo.
- tá ficando tarde. Acho que vou pra casa. – ela disse vestindo seu cachecol em volta do pescoço.
- eu vou com você. – ela me olhou assustada com minha investida – quer dizer, eu te levo em casa. – senti meu rosto esquentar de vergonha. – se você permitir, claro.
- se você não for nenhum psicopata, tudo bem. – rimos e depois que paguei a conta, saímos juntos da cafeteria.
- onde você mora?
- há umas três quadras daqui.
- nossa, então moramos muito perto. Eu moro 1 esquina depois de você. – meus olhos brilhavam novamente.
- que legal! Já tenho a quem perturbar quando estiver sozinha e abandonada. – ela sorria de um jeito sexy.
- isso não será mais problema. Se depender de mim, você nunca mais se sentirá sozinha.

[...]