Alien: o Legado de Frankenstein escrita por fosforosmalone


Capítulo 4
O Chamado




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CASA DE RIPLEY

Ellen Ripley continua a encarar a estranha visitante que surgiu em sua casa no meio da noite, a antiga aliada a qual ela não via há quatro anos, Annalee Call.

RIPLEY

– Você quer conversar? Você aparece no meio da noite, me ataca...

CALL

– Você me atacou (interrompeu Call Calmamente). Eu me defendi.

RIPLEY

– Desculpe se eu reagi mal por ter visto alguém rondando a minha casa no meio da noite (Diz Ripley irritada). Diga-me, como me achou?

CALL

– Eu nunca te perdi, Ripley. Desde que nos separamos na França, me mantive informada dos seus movimentos. Queria ter a certeza de que ficaria bem. Agora podemos nos sentar, e conversar direito?

Ripley olha desconfiada para Call, depois se vira para trás e fala.

RIPLEY

– Fecha.

A porta se fecha automaticamente.

RIPLEY

Como vou saber que é a Call que conheci? E se você for uma réplica ou coisa parecida?

CALL

Você não tem como saber com certeza, pois eu não posso provar. As memórias da original poderiam ter sido roubadas e copiadas. Mas eu estou te dizendo, eu sou a Call que você conheceu na Auriga. Pode acreditar em mim, e daí conversamos, ou pode não acreditar, e me dar um tiro com alguma arma que você com certeza deve ter escondido em algum lugar.

Ripley olha atentamente para Call, que permanece impassível.

RIPLEY

– Ok, vamos nos sentar. Eu vou fazer um café.

BASE MILITAR SHADON CHARON: POLO NORTE

Nyssia e Hurt estão sentados sozinhos em uma das salas de lazer do complexo. Enquanto Hurt mordisca um sanduíche, Nyssia tem uma xícara fumegante de café na mão.

HURT

– Às vezes eu acho que você é viciada em café, sabia?

NYSSIA

Não brinca (responde ela ironicamente antes de tomar um ultimo gole de café). Vamos dar uma volta, eu to um pouco agitada (diz levantando-se).

HURT

Não brinca (diz devolvendo a ironia).

Nyssia dá um riso contido.

NYSSIA

– Vamos logo.

Os dois passam pela porta, e andam pelos corredores muito bem encerados do complexo. Enquanto se dirigem para um elevador no fim do corredor, Nyssia reclama.

NYSSIA

– Já faz mais de vinte e quatro horas que o Thesiger sumiu com o espécime. Eu não sei quanto a você, mas estou cansada de esperar e ser enrolada com aqueles exames inúteis que dizem o que já sabemos.

HURT

– E o que você sugere fazer?

Nyssia aperta o painel na parede, chamando o elevador.

NYSSIA

Dar uma olhada por ai.

CASA DE RIPLEY: AMAZÔNIA

Ripley enche um cilindro com pó de café, e o coloca em um pequeno aparelho embaixo da mesa.

CALL

Obrigado. Houve um tempo em que andróides não podiam comer ou beber. Tive sorte de não pertencer a esta geração (diz com um leve sorriso).

RIPLEY

– Você não me procurou depois de tanto tempo para falar de trivialidades, Call. Sobre o que realmente quer conversar?

O aparelho no centro da mesa se ergue, servindo duas xícaras de café. Ripley pega uma, e alcança a outra para Call.

CALL

– Antes de começar, Ripley, eu quero que saiba que eu não a envolveria nisto se houvesse outra saída.

RIPLEY

Call, sempre admirei este seu lado humano. Mas você não é humana. Você pode estar usando camiseta e short neste calor que esta fazendo, mas não esta sentindo calor de verdade. Não esta sentindo nada. Então me poupe das suas desculpas, e seja objetiva.

Call fita Ripley com um olhar compreensivo.

CALL

– Ok, como quiser. Eu vim falar de Shadow Charon.Suponho que o nome não seja estranho pra você, certo?

RIPLEY

Na verdade, eu não me lembro.

CALL

Os arquivos que hackeamos da United Systems Military apontam que a espaçonave Auriga passou três meses aportada na Base Militar Shadow Charon no Pólo Norte. Lá o espécime Ripley Oito foi submetido a uma série de treinamentos militares, até que tentou fugir. Foram necessárias trinta horas para recapturá-la. Ainda vai me dizer que não se lembra?

RIPLEY

– Não dá pra mentir pra uma internet de shorts, né? Então, qual é o seu problema com aquele lugar?

CALL

– Algo vai acontecer naquele lugar, Ripley. Um grupo de cientistas encontrou alguma coisa na neve, e a companhia obviamente acabou se envolvendo. Nossas fontes indicam que foi uma espécie de criatura congelada, mas não sabemos detalhes. Seja lá o que for esta criatura, causou um rebuliço na companhia. Um rebuliço tão grande que eles estão movendo o que sobrou dos Xenomorfos para lá.

RIPLEY

– Como assim ? Com exceção do hibrido que nós destruímos, todos os Aliens estavam a bordo da Auriga. E nós vimos àquela maldita nave cair na terra. Nós a Vimos virar uma bola de fogo gigante quando entrou na atmosfera.

CALL

– Verdade, Ripley. Mas nós subestimamos aquela nave. Obviamente nenhuma criatura sobreviveu à queda. Mas a fuselagem foi resistente o suficiente pra manter alguma integridade física do que estava lá dentro. Assim, os cientistas da companhia tiveram o que recolher.

Ripley olha pensativamente para Call antes de responder bruscamente.

RIPLEY

– Tudo bem, eles tem cadáveres queimados, e daí? Não podem fazer nada. Não podem usar o processo de clonagem que usaram antes, pois o DNA das criaturas é instável demais. Eles só têm corpos queimados, nada mais.

CALL

– Queria concordar com você, mas não acho que eles estariam movendo os restos das criaturas para o Pólo Norte se não tivessem nada. Nossa fonte indica que seja lá o que estiverem fazendo lá, tem alguma coisa a ver com reanimação de matéria morta. E se conseguirem reanimar aquelas criatura, ou cloná-las? Esta experiência deles pode não dar em nada, mas não podemos arriscar. Temos que ir lá e impedi-los. E como o que eles acharam enterrado no gelo parece ser a fonte de tudo isto, nossa prioridade é destruir a descoberta deles. Sem descoberta, não tem possibilidade dos Xenomorfos voltarem.

RIPLEY

– Parece um bom plano. Mas o que eu tenho a ver com tudo isso?

CALL

– Como você já esteve lá, achamos que você...

RIPLEY

Não (diz ela se levantando). Não, nada disso.

CALL

Ripley...

RIPLEY

De jeito nenhum!

CALL

Temos um bom plano para conseguir entrar, mas nosso conhecimento interno é limitado. Você esteve lá. Passou horas vagando por aquele lugar. Você quase escapou. Você seria de uma utilidade tremenda!

RIPLEY

– E por que você acha que eu me lembro dos caminhos que fiz quando estive lá?

CALL

Você tem memória fotográfica.

RIPLEY

E você tem memória computadorizada! Pode rever suas memórias plano a plano!

CALL

Mas nunca estive lá!

RIPLEY

Vai se ferrar! Você não sabe o que é ter pesadelos todas as noites com monstros gosmentos que arreganham os dentes querendo um pedaço de você! Não sabe o que é sonhar com os amigos que perdeu! Não sabe o que é acordar assustada a noite, achando que uma daquelas coisas vai sair de dentro de você! Eu finalmente encontrei paz, Call. Então não me peça para eu me envolver nisso.

Call tenta argumentar calmamente.

CALL

– Ripley, me escute. teremos mais chances se você for conosco. Você sabe do que aquelas criaturas são capazes. Se fugirem e chegarem a uma região habitada...

RIPLEY

– Vão procriar e destruir a humanidade. Eu já conheço este papo.  Mas Escute aqui. Ellen Ripley se sacrificou para impedir que os Xenomorfos chegassem a terra, Call. E pra que? Pra que duzentos anos depois ela fosse clonada em um experimento bizarro. Você sabe que fui a única a dar certo.Call. Esqueceu das outras sete, com deformações físicas e mentais?Eu não esqueci.. Então não me venha com o papo de dever. Ellen Ripley não deve nada a humanidade. Portanto, eu não to nem ai.

CALL

– Eu não acredito que pense assim. Não pode culpar a humanidade toda pelas ações de poucos. Com esta operação, teremos a chance de expor a companhia. Podemos...

RIPLEY

– Outra vai surgir pra substituir. Quando a verdadeira Ripley era viva, a Weyland Yutani era a grande ameaça. Hoje, é a United Systems Military. Que diferença faz no final das contas? Parece que é o destino do homem destruir a si mesmo. Os Aliens vão ser só o instrumento. Por que se esforçar para adiar o inevitável, não é?

CALL

– Você não esta falando sério. Olhe este lugar! O ser humano conseguiu preservar um pouco desta floresta. Existe esperança, Ripley.

RIPLEY

– Por quanto tempo?

CALL

Eu posso te entregar pra Companhia se você não aceitar a missão. (Diz Call com um tom de voz levemente agressivo) Eles acham que você esta morta, mas viriam atrás de você em dois tempos.

RIPLEY

Nós duas sabemos que você não vai me entregar, Call. Isso seria um ato de vingança mesquinho. Um ato ilógico demais pra você. Então na me venha com essas ameaças ridículas, pois eu pago pra ver.

Call se levanta da cadeira, com uma expressão de pesar no rosto.

CALL

– Se não há nada que eu possa fazer pra te convencer, talvez eu deva ir embora.

RIPLEY

– Talvez seja o melhor a fazer (Diz Ripley sem olhar para a visitante).

As duas vão até a porta em silencio,onde Ripley ordena que a porta se abra. Ao passar pela porta, Call vira-se para Ripley.

CALL

– Só tem mais uma coisa que você precisa saber. O homem que vai chefiar as pesquisas no Pólo Norte é o Dr. Kenneth Clive. Ele é o líder do conselho cientifico da United Systems Military. E tambem é o homem que idealizou e desenvolveu o projeto Ripley Reborn. Achei que devia saber.

Ripley olha friamente para a antiga aliada, que tira um pequeno objeto preto de formato circular, e o atira para Ripley, que pega o objeto no ar.

CALL

– Um comunicador. Caso mude de idéia.

Annalee Call vira-se, e sai andando pela rua ladeada por pequenas casas, deixando uma pensativa Ripley para trás


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capitulo. Em breve, o capitulo 5. Quem puder, deixe um review. Agradeço a todos que estão acompanhando esta fic.Até!



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