Alien: o Legado de Frankenstein escrita por fosforosmalone


Capítulo 3
O Despertar




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BASE MILITAR SHADOW CHARON

Já fazia quase dois dias que Nyssia e Hurt estavam na Shadow Charon. Foram instalados em dormitórios separados. Eram acomodações confortáveis, com direito a banheiro. Ambos dormiram algumas horas, devido às cansativas ultimas horas, e depois passaram a acompanhar os exames nos espécimes.

Neste momento, um grupo de seis cientistas, que incluem Hurt, Nyssia, e o Dr. Thesiger, estão diante de um holograma mostrando o que parece ser um corpo. O Dr. Thesiger esta falando para o grupo.

DR. THESIGER

O raio X revelou uma estrutura óssea aparentemente normal, embora haja algumas chapas de metal espalhadas em alguns pontos (Diz ele apontando os pontos que destacam as chapas no holograma). A musculatura parece anormalmente rígida. Acreditamos q isso possa enfraquecer um pouco sua ligação com algumas terminações nervosas.

HURT

Esta dizendo que o cara não sente dor?

DR. THESIGER

“O cara”, como o senhor diz, sente dor sim. Mas acredito que num nível inferior ao de uma pessoa normal, o que deve ampliar bastante seu desempenho físico.

NYSSIA

– E a atividade cerebral, Dr. Thesiger. Como esta?

DR. THESIGER

Quer saber quando ele vai acordar, não é Nyssia? (Diz com um sorriso maldoso). Creio que em menos de vinte quatro horas. Isso é tudo, estão dispensados.

Thesiger dá as costas ao grupo, mas é interpelado por Nyssia

NYSSIA

– E os exames de sangue, Doutor?

DR. THESIGER

Esqueceu quem esta no comando aqui, Dra. Lanches ter (diz rudemente). Os exames serão feitos quando eu achar necessário!

Um silêncio constrangedor toma a sala, mas Nyssia não parece se abater

NYSSIA

– E isto seria quando?

DR. THESIGER

– Em breve, Doutora. Muito em breve.

MAIS TARDE

Nyssia e Hurt observam através do vidro dois cientistas que conferem os equipamentos que monitoram o espécime. Hurt olha para parceira como que se preparando para falar, e pergunta:

HURT

– Nyssia, sei que fomos nós que descobrimos o espécime no gelo, e que temos todo o direito de estar aqui. Mas não gosto de nos ver metidos com a Companhia.

NYSSIA

– E você acha que eu gosto? Eles não tem nada a ver com a gente. Mas esta é a nossa descoberta, portanto é nossa responsabilidade. Eu sei como a United System Military administra seus negócios, e o fim que dá a eles. A razão de estarmos aqui, Hurt, é não permitir que façam mal uso dela.

Dentro do laboratório, os cientistas terminam de conferiras maquinas que monitoram o espécime. Ao verificar pela ultima vez o tubo de oxigênio do paciente, o técnico não consegue deixar de olhar para o rosto deformado do paciente de olhos fechados, que parece ainda mais assustador agora que perdeu a longa cabeleira devido ao descongelamento. Seu colega lhe chama a atenção.

TECNICO 2

– Ei. Para de ficar namorando essa coisa, e vamos logo embora daqui.

TECNICO 1

– É, já terminamos aqui.

O técnico olha uma ultima vez para o rosto da criatura, e percebe que ela o esta olhando de volta. O técnico grita apavorado, enquanto o espécime se levanta numa velocidade impressionante, arrebentando a amarra que o mantinha preso a maca, e agarra o técnico pela gola, puxando-o para perto de si. Libertando a outra mão, o monstro arranca o tubo de oxigênio e pergunta

MONSTRO

– Onde eu estou?!

O parceiro do auxiliar cativo tenta libertá-lo da criatura, mas com a outra mão, o monstro o empurra para longe, fazendo-o cair do outro lado do laboratório. O Monstro volta-se para o técnico que mantém perto de si.

MONSTRO

Onde eu estou?! (Repete em uma voz gutural).

O técnico não consegue articular palavras. Ele apenas consegue gaguejar. Irado, o monstro o joga para longe. Do lado de fora, Nyssia e Hurt observam a tudo estupefados.

HURT

– Essa não. O cara enlouqueceu!

Nyssia observa a criatura erguer acima da cabeça a maca em que estivera deitado, e virar-se para a janela de onde era observado.

HURT

– Se abaixa!

Hurt se atira sobre Nyssia no momento em que o monstro atira a maca. O grande pedaço de metal atravessa a janela, o som do vidro estilhaçado é seguido do som da maca se chocando contra a parede do outro lado da sala. Nyssia olha ao redor, com um misto de surpresa e pavor.

NYSSIA

Vamos, Hurt. Temos que sair daqui.

Hurt não responde. Ela o vira, e percebe que um filete de sangue escorre de sua testa, pois bateu a cabeça no painel quando se jogou contra ela. Agora estava desmaiado.

NYSSIA

– Hurt, acorda!

Na sala de exames, a criatura coloca as portas duplas abaixo com um único chute, e começa a subir as escadas de metal que levam para o posto de observação. Nyssia ouve os pesados passos da criatura ecoar nos degraus de metal, enquanto se dirige para o posto de observação, onde ela e Hurt estão.

NYSSIA

– Vamos Tom, levanta logo!

Hurt balbucia alguma coisa, mas não acorda. Nyssia olha para o lado, e vê o monstro a alguns metros de onde estava. Ele a encara com um misto de curiosidade e medo, mas simplesmente dá as costas para ela, indo em direção a porta de saída da sala. Em um impulso, Nyssia se levanta e grita.

NYSSIA

Posso lhe dizer onde esta!

O monstro para, e vira-se para Nyssia. Ele olha para ela, como se pensasse, e então diz:

MONSTRO

– Fale.

NYSSIA

– Você esta em Shadow Charon É uma base militar. Nós o encontramos congelado no oceano. Se você se acalmar, podemos...

MONSTRO

– Você não entende! (grita ele se aproximando) Eu não deveria estar vivo!

Nyssia recua contra o painel.

NYSSIA

– O que?

MONSTRO

– Minha existência só trará desgraça. Você precisa me matar. Precisa...

Antes que o monstro termine a frase, ouve-se o som de disparos, e vários cabos elétricos atingem suas costas. O Monstro grita de dor, enquanto uma grande quantidade de eletricidade percorre o seu corpo. O homem deformado lança um olhar suplicante para a jovem, e desaba a seus pés, desacordado.

Os soldados na porta do laboratório desligam a voltagem, e os fios elétricos voltam imediatamente para os aparelhos nas mãos dos soldados, que lembram rifles. Enquanto cinco soldados entram, e carregam o monstro para fora do recinto, três soldados se dirigem para onde Nyssia e Hurt estão.

SOLDADO

– A senhorita esta bem? (Pergunta um dos soldados).

NYSSIA

– Eu estou bem, mas meu colega precisa de ajuda!

HURT

Não, eu to legal (Diz Hurt que acabara de acordar, ainda tonto. Sua testa continuava a sangrar). O que aconteceu?

NYSSIA

Hurt, você tá bem?! (Ela coloca as mãos nos ombros dele, como se fosse abraçá-lo, mas após um instante de hesitação, o solta). É claro que não, você tá sangrando! Levanta, os soldados vão nos ajudar a encontrar um médico.

DR. THESIGER

Posso providenciar isto Dra. Lanchester (Diz Thesiger entrando subitamente no laboratório) mas depois gostaria de ter uma conversinha com a senhorita.

SALA DE THESIGER

O Dr. Thesiger encarava Nyssia de trás de sua mesa, com uma expressão de empáfia no rosto. A sala era branca e fria, tal como seu dono.

DR. THESIGER

– Tivemos sorte, Nyssia. Os dois técnicos tiveram apenas ferimentos leves, assim como o seu amigo.

NYSSIA

– Fico muito feliz em saber disso

DR. THESIGER

– Eu tambem, Nyssia. Mas não é o que eu quero saber de você. Os guardas me disseram que o espécime falou com você. Quero saber o que ele disse, Nyssia.

Nyssia olha intrigada para Thesiger.

NYSSIA

– Ele não disse muita coisa, senhor. Estava obviamente desnorteado. Queria saber onde estava, e falou alguma coisa sobre querer morrer. Estava fora de si, em minha opinião.

DR. THESIGER

– É provável que estivesse. Bem, Isso é tudo Nyssia. Você pode ir.

Nyssia se levanta, mas antes de sair, vira-se para Thesiger.

NYSSIA

– Quando ele acordar gostaria de falar com ele.

DR. THESIGER

Receio que não será possível, Dra. Lanchester. O espécime feriu três pessoas hoje. Obviamente se revelou bastante perigoso. Estou restringindo o acesso direto a ele.

NYSSIA

Nós já falamos sobre isto, Dr. Thesiger. É a minha descoberta, e...

DR. THESIGER

– Minha decisão já foi tomada, Dra. Lanchester. Não há o que discutir. Permiti que a senhorita acompanhasse esta pesquisa pelos motivos que já tratamos, mas não quero ter que ficar lembrando-lhe que sou eu que esta no comando aqui. Fui claro?

Nyssia olha com rancor para ele, e responde.

NYSSIA

– Muito bem, Doutor. (Diz ela a contragosto).

AMAZONIA: CASA DE RIPLEY- UM DIA DEPOIS

Ellen Ripley abre os olhos, fitando o teto escuro de seu quarto. O breu toma conta do ambiente, exceto pela fraca iluminação vinda da janela. Ouve-se o som de chuva caindo do lado de fora. A mulher levanta-se, sentando-se na cama. Ela olha para o velho relógio digital ao lado da cama, onde o mostrador marca quatro e meia da manhã. Ripley põe-se de pé, e começa a se dirigir em direção a cozinha. Atrás dela, um vulto passa pela janela.

A Ruiva passa pela sala, passando na frente da porta de entrada da casa, até chegar à cozinha, que esta mergulhada em escuridão.

RIPLEY

Luzes.

Ela esta acostumada a acordar de madrugada, e não conseguir dormir mais. Entretanto, ela costuma pensar que nos últimos anos ela dormia pouco, mas dormia bem.

RIPLEY

– Leite e biscoitos.

Um pote de biscoitos de água e sal sai com um ruído metálico de dentro da mesa. Em seguida, o mesmo aparato que lhe servira uma xícara de café naquela manhã lhe serve um copo de leite. Ela pega alguns biscoitos e os mastiga enquanto toma o leite. Ripley se levanta bebericando o leite, enquanto mastiga o ultimo biscoito que havia pegado. Ao sair da cozinha, ela ordena que as luzes se apaguem. A ruiva termina de comer o biscoito, e para na frente da porta da rua, onde diz:

RIPLEY

Abre.

No momento em que a porta abre, Ellen Ripley estica o corpo para fora, e agarra alguém, jogando a pessoa para o lado de dentro. Ripley torce o braço do invasor, mas este acerta uma cotovelada na barriga da ruiva, que diminui a força da torção. Com um giro, o intruso agarra o braço de Ellen, e passa a torcer o braço dela atrás das costas. Ripley sente o osso estalar, mas reage rapidamente, acertando uma cotovelada no rosto de seu agressor. A mulher se vira para encarar o adversário, mas o vulto já investe contra ela, tentando acertar-lhe uma cotovelada.

Ripley bloqueia o golpe, segurando o cotovelo do oponente. Com a outra mão, ela agarra um pulso frio, e tenta jogar o invasor contra a parede. Antes de bater na parede, o invasor dá um salto, colocando os pés na parede, onde dá alguns passos. Ripley sente o braço do adversário escorregar de suas mãos, e vê o vulto rolar em direção a cozinha.

O elemento surpresa havia acabado. “É burrice continuar lutando no escuro”, pensou Ripley.

RIPLEY

– Luz!

As luzes se acendem, e Ellen encara o invasor. Trata-se de Uma mulher de estatura baixa, de cabelos negros e curtos, e pele pálida, que á encara através de um par de olhos negros.

RIPLEY

Call (diz ela espantada).

CALL

– Ola, Ripley. É assim que você recepciona as visitas?

Ellen Ripley estava sem palavras. Diante dela, estava alguém que não via há muito tempo, mais precisamente há quatro anos. Annalee Call, ou simplesmente Call, como era mais conhecida. Ripley conhecera Call a quatro anos a bordo da nave Auriga, quando ainda era prisioneira da Companhia. Call Havia sido enviada para matá-la, e impedir que a United Systems Military obtivesse a Rainha Alien que ela carregava, mas infelizmente chegou tarde. As duas acabaram se tornando aliadas naquela ocasião em sua luta contra a Companhia e os Aliens, e uma amizade até surgiu entre elas.

Call assim como Ripley não era humana. Mas enquanto Ripley era fruto de mais uma experiência doentia da companhia, Call era uma andróide, uma forma de vida artificial, ou simplesmente, um robô. Mas mesmo assim, carregava uma humanidade enorme, tão grande que Ripley costumava dizer que Call era humana demais pra ser humana. As duas haviam se separado depois da destruição da Auriga, quando voltaram a terra. Mesmo gostando dela, Call fazia parte de um passado que ela queria esquecer.

RIPLEY

– O que faz aqui, Call?

CALL

– Eu vim conversar. Será que podemos nos sentar? Pode ser uma conversa longa


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capitulo. Agradeço a todos que estão acompanhando a historia. Quem puder, deixe um review.Em breve, o Capitulo Quatro.



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