Dakota’s POV

Acordei com uma dor de cabeça dos infernos que me deu vontade de gritar.

 Eu me levantei e olhei o meu estado.

 Maquiagem borrada, salto (POR QUE EU ESTOU USANDO SALTO?!) quebrado, vestido semi aberto...

 Peraí.

 COMO ASSIM SEMI-ABERTO?

 Eu me levantei, a cabeça  quase explodindo e catei minhas roupas.

 Os outros ainda estavam em um porre. Não estavam em um estado pior do que eu, bem. Tirando Belle, que estava com o vestido completamente aberto.

 O único que tinha ficado sóbrio ontem a noite, Phellipe, estava lendo o livro sobre álgebra no canto.

 Eu bati a porta do banheiro e o garoto nem levantou o olhar de tão concentrado. Nem deve ter percebido que alguém já acordou.

 Eu me despi e entrei no boxe de vidro, liguei a água quente e nem me apressei.

 Escuto a porta se abrir com um estalo.

 Eu me virei e me cobri com uma toalha de banho.

 Phellipe me olhava completamente embasbacado. Eu corei violentamente, uma habilidade que eu não sabia que tinha, e taquei um sabonete nele.

 - PORR* PHELLIPE! TARADO! SAI DAQUI! EU ESTOU TOMANDO BANHO, IDIOTA. NÃO VIU QUE EU ENTREI AQUI ANTES? EU SÓ ESQUECI DE TRANCAR A PORR* DA PORTA!!!!

 Phellipe continuou me olhando paralizado.

 - SE VOCÊ NÃO SAIR DAQUI EU VOU FAZER COM QUE VOCÊ NÃO VAI CHEGAR NA FASE ADULTA!

 Ele tratou de sair rapidinho murmurando “desculpa” repetidas vezes. Eu continuei a encarar a porta com uma raiva assassina.

 Com os meus gritos o resto do povo deve ter acordado.

 Terminei o meu banho rápido e coloquei um vestido vermelho com rosas pretas, uma bota preta, uma pulseira e um colar de cruz.

 Saí do banheiro e lancei um olhar para Phellipe tipo “eu ainda vou te matar” que fez ele se encolher de medo.

 Eu vasculhei na mala da coisa que com certeza deve ter trazido algum remédio.

 Eu acertei!

 Ele trouxe uma farmácia inteira praticamente.

 Mas cadê o remédio para ressaca???

 Tinha até remédio para hemorróida, mas não tinha para ressaca!

 Eu bufei e catei a minha bolsa.

 O povo já estava acordado. Tipo, Belle tinha um ataque por causa do vestido e Nico e Ailleen tavam tipo “o que aconteceu??”

 Eu saí do quarto e atravessei a rua que tinha uma farmácia. No balcão tinha uma mulher parecendo muito mal humorada.

 - Moça, tem remédio para ressaca?

 - Não. – ela respondeu me encarando com raiva.

 Eu perguntei para outro cara que parecia feliz da vida.

 - Moço, tem remédio para ressaca?

 Ele me jogou uma caixinha. Eu paguei e, quando eu fui sair da farmácia, eu mostrei do dedo do meio para a mulher que ficou me olhando com raiva.

 Voltei para o hotel e tomei o tal remédio para ressaca, imediatamente minha cabeça ficou mais leve.

 Deixei em cima da mesa para quem quisesse tomar.

 Deitei na cama e liguei o meu Ipod no máximo, o que não era muito bom para a dor de cabeça, mas eu estou pouco me ferrando para isso.

 Quando todo o povo tava pronto. Eu perguntei.

 - Como a gente vai até Los Angeles?

 - Nem a pau que eu vou de carro. Vamos de avião.

 O sangue fugiu do meu rosto.

 - A-avião?

 - É. Vamos.

 Eu fiquei parada.

 - E-eu não posso andar de avião.

 - Fod*-se, a gente vai de qualquer jeito. Eu falo com o meu pai depois.

 Eu bufei e peguei a minha mala meio derretida. Fomos até o aeroporto com um taxista que não parava de falar. Ele parou bem na frente da porta e cobrou o dobro do preço do que o outro taxista.

 Eu armei o maior barraco e o motorista me deu um “desconto” de 50 por cento.

 Ailleen comprou as passagens e entramos na sala de embarque. Eu roia as unhas. Belle lia uma revista, Ailleen lia um livro, Nico tentava chamar a atenção da namorada e Phellipe fazia cálculos.

 Os nossos nomes foram chamados para entrar no avião, por que a gente esqueceu do horário, e tiveram que me empurrar para dentro da DA (Droga de Avião) por que eu entrei em pânico.

 Era um avião de nove cadeiras separadas de três em três.

 Me empurraram para uma poltrona e me forçaram a colocar o cinto. Belle foi sacana e passou uma fita isolante no cinto, então eu não estava conseguindo sair.

 Eu sentei na janela, para piorar a situação. Eu me agarrei no braço da poltrona, quase arrancando um pedaço de plástico, conforme o avião subia, eu segurava mais forte, eu arranquei o pedaço de metal, e, para disfarçar, taquei para frente.

 Uma mulher ficou olhando para trás o tempo todo para ver quem que foi, mas eu fingi que estava dormindo.

 Seriam duas horas de vôo, cada segundo durando uma eternidade.

 O avião começou a tremer do nada. Agarrei em um braço da pessoa do lado e comecei a chorar.

 Pô, não é minha culpa se eu tenho fobia de altura.

 O avião começou a descer rápido e eu comecei a entrar em pânico e a gritar:

 - AAAAH SOCORRO!!! O AVIÃO VAI CAIR! AAAA

 O avião pousou e eu soltei o braço do ser do meu lado. Adivinha quem era? Phellipe, que me olhou achando-me louca.

 Eu soltei o cinto de segurança e saí correndo até a porta ,que ainda estava trancada.

 Uma aero-velha começou a me encher dizendo para eu me sentar. Eu continuei de pé e fui a primeira a sair, carregando minha mochila.

 Eu saí para a rua e comecei a passar a mão pelo chão feito uma louca.

 Finalmente terra firme.

 Meus amigos me encontraram, e, como não tínhamos bagagem despachada fomos para o hotel. Eu disse:

 - Gente, dá para passar na minha casa rapidinho? É que metade das minhas roupas estão f*didas e a minha mala está toda ferrada.

  O povo rolou os olhos, mas concordaram.

 Eu morava a cinco minutos do aeroporto, então era melhor ir a pé.

 Passamos pelas casas da minha vizinhança, os meus amigos reclamavam tanto que eu virei para xingá-los, mas eu vi um ser escamoso e chifrudo correndo na nossa direção sobre duas patas. Adivinha o que é! Vou dar outra dica: Tem mais de quatro metros!

 Se você responder um poodle rosa meio unicórnio que comeu fermento eu te bato por ser idiota.

 Eu mexi os lábios falando “Dragão”, todo o mundo sacou as armas e começou a correr.

 Nos escondemos trás daquelas latas de lixo verdes grandes que tinham bem do lado da minha casa.

 O monstro ia vir em nossa direção mas uma mulher saiu da casa do lado.

Que não seja a minha mãe não seja a minha mãe... com a minha sorte, a santa saiu da casa olhando em volta, vendo o que era a coisa que fez todos se trancarem em casa.

 O dragão preferiu uma senhora de meia idade, filha de Apollo do que cinco meio sangues jovens sendo uma deles uma meia titânide e as outras duas filhas dos três grandes... vai entender.

 Ele saiu correndo a toda a velocidade e acertou a minha mãe com uma das patas fedorentas. A mulher se levantou com dificuldade e tentou correr, mas o monstro a alcançou e a dobrou no meio, como se fosse papel.

 Ailleen, Belle, Nico e Phellipe me seguraram para eu não decepar a cabeça do bicho. Quer dizer, tentar.

 Ele tacou o corpo no chão e veio em nossa direção.

 Eu estava com lágrimas violentas escorrendo pelo meu rosto.

 Corri até o monstro, me soltando dos meus amigos e pulei nas costas do bicho. Ele soltava fogo pelas narinas e tentava tirar-me das suas costas, se chacoalhando e se contorcendo, mas eu peguei a minha espada e finquei no ombro do bicho, me agarrando com toda a minha força. O dragão urrou de dor e começou a se contorcer.

 Eu caí das costas do bicho e atingi o asfalto duro. Escutei um “crec” e uma dor aguda no braço direito.

 O povo finalmente decidiu ajudar e sacaram as armas.

 Minha visão ficou meio turva e eu desmaiei.