Eu, Scorpius, Lily Luna e James estávamos no grande portão de Hogwarts por Albus. Meus primos e meu irmão iam passar o natal e ano novo junto com a família, na Toca. Esse ano eu resolvi não ir. Scorpius não parou de me encher o saco falando que era por causa dele, mas eu já tinha decidido isso bem antes da aposta! Não que adiante falar isso com ele, é claro.

- Onde está Albus e Hugo?! – Lily perguntou com os braços cruzados e batendo os pés no chão. – Não aguento mais essa demora!

Ela estava usando um vestido lilás muito bonito e sapatos de boneca.

- Albus deve estar tirando o cheiro da última bomba de bosta que eu joguei nele. – Scorpius respondeu prontamente.

- Oh, mas logo antes do natal?! Isso foi cruel. – Lily falou espantada. – Deviam é estar agradecendo a gente, e não quase nos matando.

- Não quase matamos você. – respondi – Fique satisfeita.

Ela abriu a boca pra falar alguma coisa, mas desistiu logo depois. Scorpius apertou mais o abraço em volta de mim. Ele atrás de mim com os braços presos na minha cintura.

Lily Luna é realmente exagerada. Eu queria ter feito muito mais coisas com James e Albus, queria mesmo. Mas nós demos uma relaxada porque, segundo Scorpius, se não fosse por Albus não estaríamos juntos (eu tive que concordar) e porque James tinha N.I.E.M’s e eu falei que isso deixa qualquer um louco e estressado. Então apenas enchemos o saco deles com algumas coisas da loja dos gêmeos e algumas bostas de bombas que Scorpius tinha comprado no nosso encontro, em Hogsmead.

- Cheguei! – olhamos ao mesmo tempo e lá estava Albus se aproximando com uma grande mala do lado. – Desculpem a demora! – ele falou olhando feio para Scorpius.

- Está perdoado. – Lily falou. – Mas não Hugo! Vamos embora sem ele se ele demorar mais um segundo!

- Vão embora sem se despedir? – falei fingindo que estava ofendida.

- Mas é claro que não! – Scorpius se afastou, prevendo o que viria, e depois Lily me deu um grande abraço. – Lembre-se Rose, - ela falou murmurando no meu ouvido – qualquer coisa que fizer essa semana você vai ter que me contar.

Não consegui não rir disso. Ela estava louca pra quando eu e Scorpius fizéssemos sexo, eu contasse pra ela como foi. Em todos os mínimos e inesquecíveis detalhes, é claro!, ela dizia, mas até aprece que eu vou falar tudo pra ela. No máximo vou dizer se doeu muito ou pouco.

Depois que ela se afastou, James também me deu um abraço.

- Pense bem no que vai fazer, sua pentelha. – ele falou baixo. – Não vou falar nada pra Tio Ronald, mas se ele me perguntar é outra história.

Por que todo mundo acha que eu vou fazer isso no natal?! Qual é o problema dessa gente?

- Se ele te perguntar o que? – perguntei.

Ainda estávamos abraçados e aquilo podia parecer um pouco estranho, mas minha curiosidade venceu.

- Se ele perguntar se tem algum garoto com você. Vou dar nome e sobrenome. – não me pareceu uma ameaça, era apenas para que, se eu recebesse um berrador, estivesse preparada.

Nos afastamos e Albus, que tinha acabado de dar tchau para Scorpius, também me deu um abraço.

- Feliz Natal adiantado, priminha. – ele falou rindo.

- Feliz Natal, Albus. E você não está muito cheiroso. - falei brincando.

Ele apenas deu uma risada. Quando nos afastamos, percebemos Hugo vir correndo como uma bala até nós.

- Desculpem a demora!

- Oh, mas é muito fácil pedir desculpas! – Lily falou irritada – Se nós perdemos esse trem... Ah, Hugo, você vai estar ferrado! Ainda temos que descer até a estação e o tre-

- Cale a boca, Lily. – meu irmão falou irritado.

Minha prima calou a boca. Hugo se aproximou de mim e me deu um abraço, coisa muito estranha, ele não era muito de mostrar afeto em público.

- Tchau, Rose. – ele disse e, assim como o resto dos meus primos, menos Albus, deram um aceno de cabeça em direção a Scorpius. Como se fosse um tchau sem palavras.

Mas antes que eles saíssem, James veio correndo na minha direção e me entregou um saquinho pesado.

- Os galeões. – ele falou revirando os olhos – Sou um homem de palavra.

E depois disso eles se foram.

Uma das punições foi que James também teve que me dar os cinquenta galeões da aposta, mas eu só cobrei quando podia cobrar os cinquenta mesmo, se você me entende.

Esses galeões já tinham um destino certo. Na próxima visita a Hogsmead era eu quem ia pagar o encontro e estava pensando em comprar um presente bem legal pra Scorpius no dia dos namorados.

Vimos eles se afastando enquanto Lily ainda discutia com meu irmão, provavelmente pelo seu atraso.

- Sua prima é muito barulhenta. – Scorpius falou.

- Você já me disse isso, uma vez. – falei meio rindo.

- É, mas ela é tão barulhenta que merecia ser falada uma segunda.

Revirei os olhos e comecei a seguir ele, quando ele começou a andar.

- Sabe, acho que ela gosta do seu irmão. – ele falou rindo.

- Também acho, mas isso é problema deles.

- Podíamos fazer uma aposta pra juntar eles, já pensou? – ele falou brincando.

- Oh, não acho uma boa ideia. – falei entrando na brincadeira.

- E por que não? – ele perguntou com falso tom de indignidade.

- Porque só nós temos a honra de ficar juntos por uma aposta.

Ele deu uma risada e descobri que o destino tão secreto era a biblioteca.

- Então o que vai querer de presente no dia dos namorados? – perguntei quando nos sentamos em uma das poltronas.

- Pra que quer saber? É só em Junho! – ele falou.

- É, mas eu preciso saber! E tem que ser algo que uma coruja possa carregar.

- Por quê? Apareça lá em casa para entregar o presente, se quiser. – ele disse sorrindo.

- Quem sabe. – falei sorrindo de volta.

Quem sabe, né? Ainda tínhamos muito tempo juntos, mesmo. E não me parecia uma má ideia fazer uma visita à Mansão Malfoy. Não quando o meu namorado estivesse lá dentro.