Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 85
84 Desejos




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— O que? — uma sinapse ocorreu  — Como você sabe? Como você pode saber? Foi você que escreveu aquela carta? Você está mancomunado com Lucas?

— Não — se limitou.                                                                                — Não o quê? Pare de mentir. Lógico que vocês estão juntos nesta! Bom experimento, mas eu não caio em coisas tão estúpidas.

Eu estava começando a ficar realmente apreensiva. Porque aqueles olhos, não se desviaram, não cederam e nem pareciam estar contando uma anedota. Pareciam focados. Focados em me dizer alguma coisa que eu não sabia se estava pronta para ouvir. Que eu não queria ouvir, não ali. Não agora. Nem nunca.

— Não gosto daqui. Eu quero ir pra casa — disse me içando.

Locke então envolveu sua mão gélida em volta do meu pulso e tombei de volta no sofá caramelo.                                                                      — Hei!.... — protestei.                                                                              — Não vá, sabe que precisa saber suas opções.

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— Escuta — ele ergueu as sobrancelhas — A carta, era tudo verdade. Não é lorota, não é uma brincadeira tola, não é fábula ou mito. Vampiros existem — sua voz era carregada de tanto discernimento. Um tom escuro.

— Não...Do que você está falando... Você é o que, um pirado? Vampiros não existem cara! — Ele estava começando a me assustar — Preciso ir embora.

O rosto dele se contraiu.

— A primeira vez que você ouviu falar sobre eles, você tinha apenas cinco anos e meio. Você achou fantástico o fato do reflexo não ser projetado no espelho, mas se perguntou como penteavam o cabelo ou escovavam os dentes.

Minha mandíbula desabou.

— Como você sabe disto?

— Você começou a temer a espécie vampiresca, após os doze anos, mais ou menos. Contudo ainda achava tudo meio misterioso demais. Os vampiros ainda teriam a sua atenção. Você não era atraída mais pelos truques de mágica como aos cinco anos, você gostava do mistério em si. O segredo era o botão. E você realmente começou a se perguntar se tudo sempre fora uma fantasia? Se não havia um rastro de fumaça atrás dos mitos.  Foi nesta época que você começou a se certificar quanto aos trincos das janelas estarem todos laqueados, e você também nunca acreditou muito na eficácia do alho — Seus lábios finos se contorceram em um riso, certamente lembrando de alguma experiência particular demais para que eu fizesse parte daquilo.

Eu estava entorpecida, não conseguia me mexer de jeito algum.
Era muita informação para processar. Era da minha vida que ele estava falando. Era eu.

— Depois dos quinze, você já tinha esquecido um pouco, deixado de lado o assunto. Mas a emoção voltou em forma de romance. Você sonhava em encontrar... Um vampiro amável e bonzinho. E claro de preferência que soubesse flutuar a propósito da atmosfera. Um vampiro que voasse. Seus sonhos eram recheados de projeções felizes, quase em maioria, envolvendo algum gentleman dentuço, um céu salpicado de estrelas e uma lua cintilante. Contudo no seu interior, você sabia que era o limiar do perigo que a atraía. Viciada em adrenalina, querendo viver no perigo. Não gostando do ritmo da sua vida humana.

— Como você pode saber de todas essas coisas sobre mim? Quem é você? Como é possível? – Eu murmurei atrapalhada.

Eu o olhei boca aberta. Coração palpitante. Mãos tremulas e um terrível iceberg atravancado no meu estômago.

— Eu sou um deles — disse ele em tom carregado — Um deles.
— Não. Vampiros não existem. Isto que você está me dizendo é uma sandice, uma loucura.
— Para mim também foi uma loucura. Eu não nasci vampiro. E quando eles apareceram no meu caminho, eu também oscilei.
 

— Você não nasceu vampiro? — Eu balancei o crânio em negação absoluta — Ninguém nasce vampiro. Eles não existem, seu doido. Olha, eu não sei se você já procurou um psiquiatra, se você é capaz ver duendes verdes correndo pela casa, se você acha que pode voar, ou, se você puramente esqueceu de tomar seus anti-psicóticos. Mas algum problema você tem! E eu preciso ir pra casa, mas agora você não me parece à opção mais segura, então só me diz o nome da rua que eu dou meu jeito, okay?

— Como posso fazer você acreditar em mim?
        — Mm.mm...Cadê seus caninos? Cadê a catacumba e a decoração lúgubre? — disse pegando meu celular para pedir ajuda.

— Eu não posso me transformar agora, seria arriscado, você sabe que vampiros se perdem em seus desejos muito fácil.  — Ele disse. — Eu não durmo em catacumbas ao menos não dentro delas, além disso, eu quase nunca repouso. Decorações lúgubres? A época das trevas já passou, se bem que, — ele deu um risinho sinistro — Há um lugar onde nos reunimos você ia achar realmente.... Bizarro.

— Wow. Isto aqui já é bizarro o suficiente. E você disse “nós”? — indaguei abismada. — Há quantos de vocês?

— Alguns. — Outra vez se limitou. Aumentando meu nervosismo.

Eu ia discar o número de Brianna. Por vários pretextos: Primeiro, eu estava precisando de ajuda. Segundo: Ela tinha me colocado em apuros, mesmo que inconsciente, tinha obrigação de me tirar do perigo. Terceiro: Provavelmente ela era a única que sabia onde o maluco se escondia. A única a ter o endereço, fora Lucas. Eu poderia ter pensando em pedir ajuda ao Lucas, mas eles eram unha e carne, e não me pareceu seguro trazer mais uma cobra
ao covil.

Eu encostei o aparelho na orelha quando senti a pressão dos dedos dele me arrancando o celular prateado e o arremessando longe. Bombardeado além.
O pequeno aparelho bateu oco na parede. Estalou.

BAC

O celular se partiu em duas partes, a bateria voou longe.
Em algum canto escuro.


— AHHHHHHH — berrei — Eu juro que você vai ter que comprar outro celular novinho em folha pra mim. Se não comprar eu te esgano! — corri para pegar os pedacinhos.

— Você tem ideia do esforço que a minha mãe fez para me dar ele? —eu choraminguei — Aiii! tadinho, já era! Seu idiota!

Ele deveria estar se justificando, se desculpando, ou melhor pedindo perdão aos meus pés, ao invés disso seu olhar estava fixo em mim. Parado.

— Eu sei que é complexo. Contudo você não pode estar planejando partir agora, você precisa entender tudo primeiro. Se você não quiser falar sobre isso, tudo bem... Apenas ouça.

— Você não está planejando me trancar aqui, ou está? — eu disse com receio na voz.

— Não — assegurou-me.

— Pois bem, Senhor mordiscador de pescoços, me conte! — disse me sentando e cruzando os braços — Como você sabe de tudo isto? ...Sobre mim.

Ele respirou fundo.

— Vamos estou esperando. Seja breve.

— Eles a seguiram — ele comprimiu os lábios — Eles fizeram uma escolha. Fizeram uma escolha há primorosos dezessete anos atrás.

— Hãn? — Era tudo uma loucura — Por que eu seria a "escolhida"?
— Ora, isso eu não sei – disse Locke – Provavelmente eles seguem um padrão.

— Que padrão? — insisti.
— Vamos voltar ao princípio.

— Vamos ser honestos — disse virando seu rosto em minha direção — Você queria ser vampira. Em algum momento da sua vida, você quis ser vampira —Ele quebrou um sorriso.

— Sim. Talvez. Não é o que eu quis dizer, não era totalmente verdade eu acho. Eu só estava chateada com alguma coisa.

— Com o fato de ser humana — retrucou.

— Esse não é o ponto — disse eu.
— Você desejou do fundo do seu coração. Você queria mudar sua condição como humana. Este é o ponto. Você disse isso em voz alta para a noite, todos os escolhidos seguem esse padrão, desejos podem ser muito perigosos, Rocxanie.

...


 


 




 




 


 


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Notas finais do capítulo

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