Escrito nas Estrelas escrita por MisuhoTita


Capítulo 7
Capítulo 7 O Lorde das Trevas




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O rosto que se formou nas águas negras continua a sorrir para Tommy e Yuna, que continuam ajoelhados perante ele, sem, no entanto, deixarem de sorrir.

Yuna: - Esperávamos ansiosamente o seu regresso a Terra Média, Lorde das Trevas.

O rosto do Lorde das Trevas contempla os dois.

Lorde das Trevas: - É muito bom ver mais uma vez o ar da Terra Média. Esperei por muito tempo por aqueles que, poderiam despertar a minha alma.

Tommy: - Agora que milorde está de volta, teremos a certeza da vitória. Os elfos não terão chance alguma.

O rosto do Lorde das Trevas olha em volta. Pelo que sua vista conseguia alcançar, a Terra Média mudara muito, desde sua iminente derrota. Mas agora, estava de volta. E, com a colaboração de seus herdeiros, conquistariam de uma vez por todas a Terra Média.

Lorde das Trevas: - Quantos anos se passaram desde que eu fui derrotado?

Yuna: - Cerca de três mil anos, milorde.

Lorde das Trevas: - Tanto tempo? Então, temos muito trabalho pela frente. Com quem podemos contar?

Tommy: - Revivemos os krons e, os colocamos ao dispor do novo exército do pesadelo. Pessoas poderosas estão do nosso lado. E, muito da Terra Média já foi conquistada. 

Lorde das Trevas: - Creio que, nosso único empecilho ainda sejam os malditos elfos.

Yuna: - Sim, milorde. Soube por um de nossos informantes que, eles estão despertando poderes ocultos dos homens para esta guerra.

Lorde das Trevas: - Como fizeram anteriormente.

Tommy: - Sim, mas, eles não tem a mínima chance contra nosso poder. Tanto, que já destruímos várias aldeias élficas e, eles não puderam fazer nada a não ser fugir.

Lorde das Trevas: - Laimiel, Baranon e Eowyn ainda vivem?

Yuna: - Sim, milorde. Os três elfos maiores ainda vivem, formaram o reino supremo élfico, uma cidade chamada Valanor, creio que lá seja onde eles estejam se juntando para se prepararem para lutar contra nós.

Tommy: - Só que, será impossível para eles nos vencerem, milorde. Ainda mais agora, que o senhor está de volta.

O Lorde das Trevas descia seu olhar dos dois a sua frente e olha a seu redor. Sim, estava de volta, porém, não da forma que queria. Sua alma estava de volta e, infelizmente, não possuía seu corpo físico que, fora destruído há mais de três mil anos. E, enquanto não recuperasse seu corpo físico, não recuperaria seu poder total.

Lorde das Trevas: - Meus herdeiros, é certo que voltei. Porém, enfrentamos um problema. Problema este que precisará ser resolvido com a maior urgência possível, pois já perdemos tempo demais em nossa conquista da Terra Média.

Yuna olha para o rosto do Lorde das trevas um pouco confusa. Ele estava de volta, assim como ela e Tommy tanto sonharam. Então, que problema era esse que o poderoso e temido Lorde das Trevas ainda tinha?

Yuna: - Não compreendo, milorde.

O Lorde das trevas contempla a face de sua linda herdeira. Os cabelos negros e lisos de Yuna voando junto com o forte vento. Algumas mechas passando por seu belo rosto, mas que, parecem não incomodar a bela mulher. O negro dos olhos dela fixos no Lorde das Trevas.

Lorde das Trevas: - Se eu não recuperar meu corpo físico, não terei cem por cento de meu poder. E, enquanto não recuperá-lo, ficarei preso aqui, por toda a eternidade.

Tommy não gostara nem um pouco do que ouvira. Viajara até aquele lugar para libertar o Lorde das Trevas, e, não descansaria até conseguir seu objetivo.

Tommy: - Creio que exista alguma forma de milorde recuperar seu corpo físico. Ou estou enganado.

O Lorde das Trevas sorri para seu herdeiro.

Lorde das Trevas: - Sim, existe uma forma, meu herdeiro.

Yuna sorri de uma forma maléfica e confiante, demostrando toda sua alegria em ouvir aquela notícia.

Yuna: - Faremos qualquer coisa para milorde poder recuperar sua forma física.

O Lorde das Trevas sorri ao ouvir as palavras de sua herdeira. Tudo o que mais queria, tudo o que mais desejava, era poder recuperar sua forma física. Se o conseguisse, a vitória estava garantida. Nem Eowyn acompanhada dos outros dois poderiam detê-lo. Ele seria muito mais poderoso do que fora outrora, tão poderoso que nenhuma criatura da Terra Média teria metade de seus poderes.

Tommy: - Milorde, apenas diga o que precisaremos fazer para que o senhor recupere sua forma física. Pois, creio que o senhor conheça a maneira de fazê-lo.

Lorde das Trevas: - É certo que sei como posso recuperar meu corpo físico. Porém, não é algo que possa ser chamado de fácil. 

Yuna: - Não importa se seja fácil ou difícil para milorde recuperar seu corpo físico. Nós o faremos de qualquer forma, o senhor só precisa nos dizer como.

Mais uma vez, o rosto do Lorde das Trevas sorri para seus herdeiros.

Lorde das Trevas: - Ótimo. Pois não será uma tarefa fácil para vocês.

Tommy: - Apenas nos diga como, Milorde.

O Lorde das Trevas contempla a plenitude dos olhos negros e maldosos de Tommy, olhos tão parecidos com o que os seus foram no passado. Sem a menor sombra de dúvida, estes dois são seus herdeiros, aqueles pelos quais esperara durante três mil anos.

Lorde das Trevas: - Prestem bem atenção em tudo o que vou dizer agora, pois vou explicar exatamente como posso recuperar o meu corpo físico.

As atenções de Tommy e Yuna se voltam para a face do Lorde das Trevas, envolta daquelas águas negras enquanto elas criam um rodamoinho em volta do rosto do Lorde.

Lorde das Trevas: - Antes de eu começar, preciso fazer uma pergunta que, será a chave a chave para que eu possa recuperar meu corpo físico.

Yuna não consegue deixar de sentir ansiedade. A curiosidade aumentando cada vez mais em seu interior.

Yuna: - Pode perguntar o que o senhor quiser, milorde.

Lorde das Trevas: - Vocês, meus herdeiros, por acaso sabem como surgiu o ser que ficou conhecido como Lorde das Trevas?

Tommy sorri discretamente, achava que o Lorde iria perguntar algo sobrenatural, e não uma coisa tão simples como aquela.

Tommy: - Da união do humano Raiden com o elfo Morn, o humano Raiden bebeu o sangue do elfo Morn e assim, seus corpos e suas forças se fundiram, nascendo o poderoso Lorde das Trevas.

O rosto do Lorde das Trevas sorri satisfeito.

Lorde das Trevas: - Exatamente. O corpo do Lorde das Trevas era a fusão do humano Raiden com o elfo Morn, dois corpos em um só, duas almas fundidas. E, para que eu possa recuperar este corpo, só precisarei de sangue, muito sangue.

Yuna o olha confusa.

Yuna: - Sangue? Milorde apenas precisa de sangue para recuperar a forma humana?

O Lorde das Trevas encara impassível sua bela herdeira.

Lorde das Trevas: - Exatamente. Precisarei apenas de muito sangue para recuperar minha forma física, mas, não serve qualquer sangue. Precisarei do sangue que outrora correram pelas veias de meu antigo corpo.

A compreensão finalmente chegou a Tommy. Ele finalmente entendera aonde o Lorde das Trevas queria chegar.

Tommy: - Acho que já entendi onde milorde queria chegar com aquela pergunta. Para milorde recuperar sua forma física, precisara do mesmo sangue que um dia correu pelas veias do humano Raiden e do elfo Morn. Estou certo, Lorde das Trevas?

O Rosto do Lorde das Trevas dá uma forte gargalhada, é uma gargalhada de pura maldade.

Lorde das Trevas: - Está certíssimo, meu herdeiro. Eu só vou precisar do mesmo sangue que um dia correu pelas veias do humano Raiden e do elfo Morn, o que nos deixa com metade do problema resolvido.

O olhar da bela Yuna continua denotando confusão.

Yuna: - Metade do problema?

Lorde das Trevas: - Sim, metade do problema. Pois o sangue humano está bem diante de meus olhos. Acredito que vocês o doarão de bom grado para que eu possa recuperar meu corpo. Vocês são meus herdeiros, sangue do meu sangue. Tem o mesmo sangue que um dia esteve nas veias do humano Raiden.

Tommy: - Nosso sangue será seu, Lorde das Trevas.

Yuna: - Mas e quanto ao sangue elfo, milorde?

O Lorde das Trevas encara sério seus herdeiros, pois Yuna tocara no ponto chave da questão, exatamente onde ele queria chegar.

Lorde das Trevas: - Esta é a parte que eu chamei de complicada. Pois, a única que tem o mesmo sangue que um dia correu nas veias do elfo Morn é sua irmã, a elfa Eowyn.

Tommy: - Uma das três maiores.

Lorde das Trevas: - Exatamente. E, ela não dará de boa vontade seu sangue para que eu possa recuperar minha forma física.

Tommy fica sério por um momento. Realmente, o Lorde das Trevas tinha razão, a elfa Eowyn, uma das três maiores, uma das mais fortes e sábias da raça dos elfos, não daria seu sangue para que o Lorde das Trevas recuperasse seu corpo físico, para, mais uma vez, a escuridão cobrir a Terra Média. Ele e Yuna tinham um grande problema em mãos.

Tommy: - Como milorde disse anteriormente, este será um grande problema. Precisaremos usar de força, e, muita força, para conseguirmos o sangue da elfa Eowyn.

A mente de Yuna começa a pensar na elfa Eowyn, uma das três maiores. Será que teriam forças suficientes para arrancarem o sangue dela e recuperarem a forma física do Lorde das Trevas? Seu instinto lhe dizia que seria pouco provável. Além de tudo, ela não estava sozinha, tinha a seu lado Laimiel e Baranon, os outros dois elfos maiores. Juntos, os três formavam a força do bem mais poderosa da Terra Média. E, para complicar ainda mais, a elfa Eowyn era casada com o elfo Laimiel, o mais poderoso e sábio de todos os elfos. Ele provavelmente saberia se tentassem qualquer tipo de aproximação. A não ser que...

Yuna: - Talvez não precisemos do sangue da elfa Eowyn, milorde.

O Lorde das Trevas olha furioso para sua herdeira.

Lorde das Trevas: - Do que você está falando? Sem o sangue dela, será impossível para mim recuperar minha forma física.

Yuna sorri de forma sinistra e ameaçadora.

Yuna: - Milorde, o senhor é esperto, e, sabe perfeitamente bem que seria quase impossível arrastar para uma armadilha a elfa Eowyn. Além de ela ser uma das três maiores, é casada com Laimiel e, o senhor mais do que ninguém sabe o que isto significa. Eles não cairiam em nenhuma armadilha nossa.

Tommy: - Yuna... Não podemos desistir agora. Temos que conseguir o sangue dela de qualquer jeito.

Yuna: - E quem falou em desistir, Tommy? Eu disse que para nós, seria impossível capturar Eowyn, uma das três maiores. Mas, é perfeitamente possível e até mais fácil para nós capturarmos Arwen, a filha dela. Imagino que, Arwen, sendo filha de Eowyn seja também, sobrinha do elfo Morn e, o mesmo sangue que corre nas veias dela, outrora correu nas veias do elfo Morn.

O Lorde das Trevas olha satisfeito para sua herdeira. Ela era esperta, em questão de minutos pensara em uma estratégia que seria muito mais fácil de se realizar e, assim, ele finalmente conseguiria seu corpo físico de volta, muito mais rápido do que poderia imaginar. Ele sorri.

Lorde das Trevas: - O sangue da filha de Eowyn servirá muito bem a meus propósitos.

Tommy: - Vamos traçar um plano e capturar Arwen o mais rápido possível.

Lorde das Trevas: - Escutem, não confiem a ninguém esta missão. Pois ela não pode ter falhas, vocês dois terão que pessoalmente capturar a filha de Eowyn e traze-la até este lugar e, se assegurarem de que Laimiel, Baranon e Eowyn não cheguem perto, pelo menos até que eu recupere minha forma física.

Yuna: - Acontecerá conforma a sua vontade, Lorde das Trevas.

Lorde das Trevas: - Excelente, não esperava menos de meus herdeiros.

Neste momento, o rosto do Lorde das Trevas desaparece em meio aquele tornado de águas negras.

Tommy finalmente desvia sua atenção do lago e sorri para sua irmã.

Tommy: - Yuna, você pensou em tudo mesmo. Eu jamais pensaria em utilizar a filha de Eowyn.

Yuna sorri para seu irmão.

Yuna: - Agora só temos que pensar em um plano perfeito para captura-la, e, terá que ser só nós dois. Isto será divertido. Agora vamos, temos muito o que fazer e pouco tempo, temos que preparar tudo para o retorno triunfal do Lorde das Trevas.

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No local da batalha de Ryner e Natsumi, a pequena jovem élfica assume uma postura obstinada, como seu pai jamais vira. Até Ryner se surpreende, a conhecia desde que ela era uma garotinha e, no entanto, nunca a vira assim, tão certa do que queria, tão decidida a lutar.

A jovem reúne suas forças e mais uma vez, parte para o ataque, se joga na direção de Ryner, atacando-o com uma sequencia de socos, que o elfo não sente dificuldade nenhuma em bloquear. Pois ele, ao contrario dela, fora treinado desde sempre para lutar. Cansado de se defender, Ryner acerta um forte soco nos pulmões de Natsumi, fazendo com que ela caia longe, e, ofegue de dor ao tentar respirar.

Ryner: - Desista, Natsumi. Caso contrário, terei que te matar junto com seu pai.

Natsumi sente as lágrimas inundando seus olhos. Por quê? Por quê? Por que existia tanta maldade no mundo? Por que Ryner, que no passado fora seu amigo estava agindo desta forma tão horrível?

Natsumi: - NÃO! NÃO! NÃO! EU JÁ DISSE, NÃO VOU DEIXAR VOCÊ MATAR O PAPAI!!!

Ryner olha para a obstinação encontrada nos olhos de Natsumi. Não tinha escolha, teria que matá-la. Ele se concentra um pouco e as asas negras voltam a aparecer em suas costas. Então, ele abre suas duas mãos e, uma quantidade infinita de raios negros começam a se formar, os raios ficando maiores e maiores, conforme a concentração de Ryner vai aumentando.

Sadao olha aquela cena enquanto tenta se levantar, seus ferimentos eram tantos que não tinha mais forças. Porém, não poderia deixar Ryner, que havia se transformado em um cruel seguidor do Lorde das Trevas, matar Natsumi, sua única filha, a única lembrança que restara de sua esposa. Afastara-se dela porque sua filha lembrava demais sua falecida esposa, mas, não adiantara nada, amava Natsumi e, não deixaria sua filha morrer ali.

Juntando todas as suas forças e, em um movimento super rápido, Sadao levanta-se ao mesmo tempo em que Ryner joga os raios de suas duas mãos na direção de Natsumi, que não tem como se defender daquele ataque.

Quando a jovem élfica estava para ser atingida por aquele ataque, seu pai surge do nada, se jogando na frente de sua filha e, recebendo no lugar dela todo o impacto daquele poderoso ataque. Natsumi saíra sem nenhum arranhão, porém, à custa da vida de seu amado pai.

O corpo ensanguentado de Sadao cai nos braços de Natsumi, ainda com vida. As lágrimas começam a cair pela face de Natsumi, enquanto ela abraça o corpo machucado de seu pai.

Natsumi *chorando copiosamente*: - Papai... Papai... Por quê? Por que o senhor fez isso?

Sadao: - Porque eu te amo... Natsumi...

Natsumi *sem conseguir deixar de chorar*: - Eu vou cuidar do Senhor... Não vou deixar que o senhor morra, papai.

Ryner ri de deboche daquela cena.

Ryner *em tom de deboche*: - Que cena mais meiga, pai e filha juntos em seu leito de morte. Natsumi, não vou deixar que você cuide de seu querido papai, pois é minha missão acabar com a vida dele.

E, dizendo isto, Ryner usa sua incrível velocidade para acertar um forte e poderoso golpe no diafragma de Natsumi, fazendo a jovem cair longe do corpo de seu pai. O golpe que ela recebera fora muito forte, e, estava com dificuldades para respirar e se levantar.

Ryner aproveita este momento e se aproxima de Sadao, saca sua espada e, sem nenhuma piedade, corta a cabeça do elfo.

Ryner: - Adeus, Sadao. Foi um prazer conhecer você.

Natsumi *chorando sem para*: - NÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!! PAPAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Ryner então desaparece nas sombras das florestas, deixando para trás uma jovem élfica, chorando perante o corpo decapitado e sem vida de seu pai.

Natsumi reúne suas forças para chegar ao corpo de seu pai e, o abraça forte, sem conseguir segurar as lágrimas que seus olhos derramam. Lágrimas de tristeza, lágrimas de desespero, lágrimas de revolta por ser uma inútil e, não conseguir ao menos salvar a vida de seu pai.

Ela olha para o céu e vê uma grande águia viando, a água pousa suavemente ao lado de Natsumi. A jovem abraça o animal, que, com suas asas retribui o gesto e, parece conversar diretamente com o coração de Natsumi. Ela parece escutar com atenção o que diz a águia.

Sim, não era hora de ficar chorando. Estava muito triste, pois agora, estava sozinha no mundo. Não tinha mãe e, agora, seu pai fora lhe tirado de uma forma horrível, não restando mais nada a ela.

Sabia que a Terra Média estava em guerra e que, se os herdeiros do famoso e temível Lorde das Trevas não fossem vencidos, mais pessoas sofreriam sua dor, a dor de se perder alguém que ama, e, não poder fazer nada a respeito.

Lutara em vão, tentando desesperadamente salvar a vida de seu pai, mas, seu adversário era imensamente mais poderoso, e, infelizmente, não conseguira salvá-lo. Vira Ryner assassinar a sangue frio seu pai, enquanto assistia a cena impotente. Fizera tudo o que estivera a seu alcance para tentar impedir aquela tragédia, e, no final, seus esforços não valeram de nada.

Juntando suas forças, Natsumi começa a cavar uma cova, para, depositar nela o corpo de seu pai. Ela sepulta, sozinha, o corpo de Sadao Kenta. E, despede-se de seu pai, fazendo em seu coração uma promessa para seu falecido pai. Não sabia como, mas, lutaria. Lutaria pela liberdade da Terra Média, pela paz, pelo amor e pela justiça. E, encontraria uma forma de fazê-lo.

Ela aproxima-se de sua águia e sobre em suas costas, afagando carinhosamente a cabeça de seu animal protetor, o sincronismo entre as duas é perfeito.

Natsumi: - Vamos.

A águia levanta voo em mais um crepúsculo da Terra Média, deixando para trás aquele cenário de luto, morte e tristeza.

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Após o crepúsculo, uma nova manhã chega a Terra Média, trazendo com ela novas esperanças e novos desafios, para aqueles que estão lutando pela paz. O céu está azulado, nuvens brancas passeando pelo céu, os pássaros voando, enfeitando o cenário da bela Terra Média.

Embaixo de uma árvore, uma jovem mestiça descansa, enquanto observa um belo campo de rosas vermelhas a sua frente. Esta jovem tem os olhos de uma cor fora do comum, violeta escuro, sua pele é extremamente clara, é um pouco alta, com um corpo bem trabalhado, cabelos negros, com algumas mechas em um tom azul escuro reluzente, seus belos cabelos são longos e lisos, porém um pouco enrolados nas pontas, dando a ela um ar mais gracioso ainda. Usa um vestido azul bem confortável, luvas pretas que vão até seu antebraço. Em suas costas, uma grande espada de sabre com a lâmina preta e o suporte cinza e com uma faixa vermelha em seu eixo.

Ela observa a beleza daquele campo, cada rosa carregada de vida, uma mais bela que a outra, carregadas de perfumes, de essências, iguais na aparência, mas, cada uma delas dando uma beleza única aquele belo cenário da Terra Média.

Ela sempre gostou de rosas, de sua beleza única, de seu perfume... Não sabia o porquê, mas as rosas sempre a atraíram. E, aquele campo de rosas, era o mais belo de toda a Terra Média, o único que ainda estava intacto por conta desta terrível guerra que só trazia mais e mais destruição. O único em que o vermelho das paisagens eram apenas os das rosas, e não as terríveis manchas de sangue inocente derramado. O sangue de tantos elfos, homens e mestiços que lutam desesperadamente pela paz.

Apesar de conhecer de perto os terríveis sofrimentos da guerra, ainda não tomara nenhuma decisão. Ainda não sabia o que deveria fazer, se deveria ajudar os elfos nesta terrível batalha em busca pela paz, ou, se deveria viver sua vida, fingindo que aquela guerra simplesmente não existia.

Era uma decisão complicada, pois seu coração e sua razão travavam uma batalha em seu interior, uma batalha pelo que era certo e o que era errado. Uma batalha sobre o que ela deveria fazer, se arriscar a morrer em uma guerra, lutando pelo que acredita ser certo ou simplesmente deixar que a guerra siga seu curso, sem se intrometer? Fingindo que esta batalha não lhe pertence. Quando, na verdade, esta guerra é entre todos os habitantes da Terra Média, pois, se o mal triunfar, a vida de todos estará acabada.

É neste devaneio que, ela vê no campo de rosas um homem, este possui um corpo atlético, forte e não muito musculoso, pele clara, cabelos negros e arrepiados e olhos vermelhos. Usa uma camisa branca e uma calça preta, e sapatos pretos, não está de armadura.

Completamente paralisada perante a visão daquele home, a jovem mestiça não consegue ao menos se mexer. Seria ele amigo ou inimigo?

Luck Kurai estava um pouco cansado, após destruir sozinho, uma vila humana inteira, sem deixar um sobrevivente sequer. Encontrara este campo e, achara que seria um bom lugar para descansar antes de voltar para a terra de Morn e reportar aos herdeiros do Lorde das Trevas o sucesso de sua missão.

Estava se preparando para deitar-se quando a vê, parada e olhando para ele. Uma garota. Não sabia a qual raça pertencia, se ela era da raça dos homens ou se pertencia à raça dos elfos. Só sabia que, jamais em sua vida encontrara uma moça tão linda...

Incapaz de se conter, ele vai até o encontro da moça, sem dizer uma palavra se quer. Os dois se encaram por uns minutos, as bochechas da moça começando a atingir um leve tom mais rosado, fato este que ele achou engraçado.

Luck: - Qual o seu nome?

- Mey. – ela se viu respondendo.

Luck: - É um belo nome, Mey.

As bochechas de Mey tomam um tom mais acentuado de rosa, quase chegando ao vermelho.

Luck não consegue deixar de olhar para a jovem Mey, não entendia o que estava acontecendo, só sabia que, ela estava mexendo com ele, como mulher nenhuma jamais conseguiu. 

Sem conseguir se conter e, em um rápido movimento, ele a toma em seus braços e então cobre os lábios dela com os seus, em um beijo exigente e ao mesmo tempo ardente.

Mey sente-se impotente por uma fração de segundos, completamente derretida pelo beijo daquele estranho, não consegue fazer outra coisa a nãos ser corresponder ao beijo, retribuindo aquele inusitado gesto com a mesma intensidade.

Os dois continuam com aquele caloroso beijo até que, Luck o termina tão de repente quanto o começara. Ele se afasta de Mey, sem conseguir compreender seu próprio comportamento. Por que fizera aquilo? Pois, esta era a primeira vez em sua vida que beijava uma desconhecida, que se encantava por uma completa estranha, como havia se encantado por Mey.

Incapaz de se conter, ele pega delicadamente uma mecha dos longos cabelos negros da jovem, para então levar aquela mecha até seu nariz e aspirar a doce fragrância vinda dos cabelos dela. O cheiro dela preenche seu interior, ela cheirava a jasmim e a violeta. Seu cheiro é doce como o mel, o gosto de seu beijo ainda em sua boca.

Porém, infelizmente, não podia se dar ao luxo de prolongar aquele momento, pois precisava retornar o quanto antes a sombria Terra de Morn. Ele solta a mecha do cabelo de Mey e prepara-se para partir, porém é impedido pela jovem mestiça.

Mey: - Espere! Porque você vai embora assim sem dizer nada?

Luck *muito sério*: - Porque não há nada para ser dito.

Mey: - Você vai embora sem me dizer ao menos o seu nome?

Luck *jogando um beijo para Mey*: - Sou conhecido como L, bela Mey.

E vai embora, deixando para trás uma confusa Mey.

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Yuna está sozinha, em uma cidade humana conhecida como Rondar, estava ali para investigar. Ouvira dizer que a cidade era muito pobre e que, há alguns anos, sofrera com um desastroso incêndio e que, desde então não se recuperara por completo. Esta cidade, pelo que soubera, não tinha guerreiros poderosos, e se, este boato fosse verdadeiro, seria fácil para o exército do pesadelo conquista-la e, escravizar os humanos que nela habitam.

Ela entra na cidade e, conforme vai caminhando, só vê casas bem humildes e, homens trabalhando em pequenas roças, suando devido ao forte sol de uma manhã da Terra Média. Yuna acha a cidade toda um lixo e, com certeza, ela e Tommy a transformariam em algo muito melhor, tendo aqueles tolos humanos como seus escravos.

Achando que a cidade não tem nada que preste, e, quando está prestes a ir embora, se depara com algo que lhe chama a atenção. Um pequeno campo de flores, mas, não flores comuns, como as que ela estava acostumada a ver. Aquelas tinham algo especial, algo que ela não sabia explicar o que era, uma beleza profunda, encantadora, parecia até magia... Ela nunca fora chegada a flores, e, de repente, seu olhar estava preso àquelas flores, e, por mais que tentasse, não conseguia desviar seus olhos das flores.

Queria destruí-las, mas, simplesmente não conseguia. Não encontrava forças para destruir aquele campo de flores. Por alguma razão desconhecida não conseguia tocar nas flores. O sol estava forte e ela sentiu sede, repara em um pequeno armazém ao lado do campo das malditas flores. M situações normais, conseguiria água matando alguma família e entrando em sua casa, mas, como estava em uma missão de reconhecimento, não poderia fazer isso. Teria que se humilhar e agir como uma humana normal. 

Reunindo toda sua paciência para não acabar de uma vez com o lugar, ela entra no armazém, um lugar muito simples. Todo de madeira, com algumas prateleiras, também de madeira, contendo alguns alimentos, dos mais básicos. Apesar da simplicidade, o lugar é bem limpo. Yuna se dirige até o balcão, tentando disfarçar a repugnância que sente por aquele lugar, pois, prefere mil vezes a Terra de Morn. No balcão, uma moça humana, alta, de pele clara e magra, olhos castanhos claros, cabelos castanhos bem claros, chegando quase ao loiro, bem cacheados e até os pés, ela em duas enormes tranças, como Maria Chiquinha, o que Yuna achou ridículo. A humana usa um vestido branco meio amarelado que vai até seus pés, o vestido é meio rodado. E, usa um avental azul por cima do vestido. Porém, o que mais chamou a atenção na aparência da humana foram os óculos. A humana usava óculos! Demorou alguns minutos para Yuna perceber que a humana sorria para ela, um sorriso doce e ingênuo que deixou Yuna enjoada de tanto nojo. Se, ela soubesse quem ela era, não estaria sorrindo daquele jeito.

A humana continuava a sorrir para ela, como se o sorriso dela fosse alegrar seu dia naquele lugar imundo. Isto só aconteceria no dia que esta cidade imunda fosse conquistada.

- Meu nome é Flora. – ela ouviu a jovem dizendo sem no entanto, deixar de sorrir.

Yuna já estava perdendo a paciência com a “sorrisinho idiota”.

Yuna: - Por acaso eu perguntei seu nome?

Flora continua a sorrir para Yuna.

Flora: - Não perguntou. Mas, como minha senhora não é daqui, achei que gostaria se saber.

Yuna *se contendo para não mata-la*: - Pois achou errado, queridinha. Faça algo de útil e me arranje água. 

Flora *ainda sorrindo*: - Claro, minha senhora, com todo o prazer.

Flora serve um copo de água para Yuna, sempre sorrindo. Pelo que lhe parecia, aquela mulher forasteiras estava nervosa com algo. Queria ajudar, mas, não sabia como. Ela observa a mulher beber sua água e, se preparar para ir embora.

Flora: - Minha senhora não deseja mais nada?

Yuna: - Você acha mesmo que esta espelunca pode me dar alguma coisa? Não seja ridícula, menina idiota!!

Yuna então vai embora, do armazém e da cidade, deixando para trás aquele lugar. Pelo que percebera, seria fácil conquistar esta patética cidade.

Odiara aquela cidade, odiara aquele maldito campo de flores e, acima de tudo, odiara aquela maldita garota de sorriso idiota.

Sorriria de felicidade no dia em que todos os habitantes desta cidade e, principalmente a garota “sorrisinho idiota” virassem seus escravos.

Indo embora da cidade, começa a pensar em quem seria a pessoa ideal do exército do pesadelo para liderar aquela missão e, não demora nada para a figura de um homem de seu exército vir em sua mente. Sua boca se curva em um sorriso involuntário.

Na entrada da cidade, ela encontra um belo e grande corcel negro. Ela aproxima-se do cavalo e o monta, para em seguida o cavalo começar a correr em uma velocidade incrível, deixando para trás a humilde cidade de Rondar.

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Longe dali, na bela e sagrada floresta élfica de Atlan, a bela elfa Alinitry contempla um pequeno lago de águas azuis e cristalinas. Este lago é cercado por belas roseiras brancas, dando um ar de serenidade ao local. As águas do lago são tão límpidas que Alinitry contempla sua figura nele, mas, com um simples movimento de suas mãos, as águas do lago começam a mostrar algo, primeiro, o vibrante vermelho do sangue, muito sangue, depois, uma escuridão sem fim, mas, não a escuridão comum de um crepúsculo e sim a escuridão das trevas. A escuridão de uma nova era de trevas.

O rosto de Alinitry perde a cor, ficando pálido perante aquela visão que o lago lhe mostrara. Então a era das trevas estava mesmo se aproximando? Não teriam os elfos nenhuma chance de vencer? E, o significava todo aquele sangue, afinal de contas? Tivera a visão, mas, não a compreensão da mesma. Tudo o que entendera é que, a era das Trevas, está próxima. E, se não encontrarem o herdeiro do Trono de Sindaryn, a Terra Média será tomada pelas trevas, e, não terá mais volta, os elfos serão todos eliminados e os humanos escravizados. O grande problema, é que nem Laimiel, o maior e mais poderoso de todos os elfos, sabe o paradeiro do herdeiro do trono dos homens.

Alinitry está tão concentrada em seus pensamentos que nem percebe a aproximação de Keise. No momento em que o elfo chega, a visão do Lago desaparece e Alinitry se dá conta da presença do elfo. 

Alinitry: - Algum problema, Keise?

Keise: - Não, minha senhora. Só achei que estava demorando demais e fiquei preocupado, pois ultimamente minha senhora tem estado bem distante.

Alinitry: - São estes tempos de guerra, Keise. A mim são dadas visões, algumas claras como a água deste lado, outras complexas e escuras com a mais sombria das noites.

Keise: - E, pela expressão preocupada de minha senhora, suponho que a visão que teve foi uma visão sombria.

Alinitry: - Sim Keise, foi uma visão sombria, que não consigo interpretar.

Keise: - Sei que minha senhora não precisa de um conselho meu, mas, se me permite, mesmo assim queria dá-lo.

Alinitry: - Você não precisa de minha permissão para me dar um conselho, Keise. Pois todos os seus conselhos serão sempre bem recebidos por mim.

Keise: - Porque não conta desta sua visão para o Senhor Laimiel? Ele é o maior e o mais poderoso de todos os elfos que habitam na Terra Média, aposto que saberá o que fazer melhor que minha senhora.

Alinitry olha para seu amigo e sorri. Pois, ele dissera uma verdade, com certeza o Senhor Laimiel saberia interpretar a visão que tivera. Mas, ela era a encarregada de proteger a lendária e sagrada floresta de Atlan, um legado para os elfos.

Alinitry: - Entendo seu ponto de vista e aprecio sua opinião, Keise. Mas, eu sou a responsável por proteger a lendária e sagrada floresta de Atlan e, não posso simplesmente abandoná-la, por mais que a razão seja nobre. Você sabe minha missão, meu legado, não posso deixar esta sagrada floresta nem em suas mãos, e, em suas mãos confio até a minha vida.

Keise: - Entendo a posição da senhora mas, em momento algum pensei na senhora deixando a floresta sagrada de Atlan, pensei em chamarmos o Senhor Laimiel até aqui.

Alinitry encara Keise, surpresa pela ideia de seu amigo.

Alinitry: - Sabe, Keise, não havia pensado nesta possibilidade.

Keise: - Pois eu pensei, minha senhora. Chame o Senhor Laimiel até aqui, e então a senhora poderá ter as respostas que tanto busca.

Alinitry sorri mais uma vez para Keise. Mandaria uma mensagem até a cidade suprema dos elfos, Valanor e, solicitaria com urgência a presença do Senhor Laimiel em Atlan. Ele com certeza entenderia melhor a visão que o lago lhe mostrara.

CONTINUA...


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