Escrito nas Estrelas escrita por MisuhoTita


Capítulo 6
Capítulo 6 A Descoberta de Tommy e Yuna




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Yuna olha para Tommy com um sorriso de pura maldade em seus lábios, o vento fazendo com que seus cabelos voem para sua face, e, ela o afasta com as mãos. Se Tommy descobrira mesmo o que ela achara que ele descobrira, então, não haveria como os elfos e seus aliados humanos os derrotarem.

Yuna: - Tommy, isto é esplêndido!

Tommy: - Eu sei, minha irmã. Está pronta para atravessarmos estes portões e irmos de encontro a nossa vitória?

Yuna: - Eu nasci pronta para este momento!

Tommy: - Excelente.

Tommy aproxima-se dos portões e, vê que estão trancados por um velho e enferrujado cadeado. Ele tira de sua bainha sua espada e, sem muito esforço, corta as correntes que são prendidas pelo velho cadeado, fazendo os portões se abrirem. Ele recoloca sua espada de volta na bainha e olha triunfante para sua irmã.

Tommy: - Vamos, Yuna.

Os dois adentram para dentro dos portões e seus segredos ocultos. Ali, encontrava-se um vale tenebroso cercado por altas colinas. O lugar tem uma atmosfera sombria, o ar pesado, porém nem Yuna e muito menos Tommy parecem se preocupar com isso, o ar rarefeito parece nem afetá-los. Yuna olha para seu irmão.

Yuna: - Você sabe o caminho, Tommy?

Tommy: - Sei sim, eu o sinto nos chamando.

Yuna: - Então vá na frente, estou logo atrás de você.

Tommy então segue na frente, com Yuna logo atrás. O vale é recoberto por árvores que parecem formar um desenho em volta das colinas. Conforme andam, o vale torna-se nebuloso, tão nebuloso que qualquer um teria medo de andar por ele, com exceção dos dois que caminham despreocupadamente por estas terras.

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Na aldeia dos mestiços, mora uma linda jovem solitária que carrega um triste destino e uma grande culpa. Esta jovem possui olhos azuis, cabelos loiros e ondulados, magra e com um corpo bem desenvolvido, usa um vestido branco com alguns detalhes em preto, o vestido dá um caimento perfeito a seu corpo.

Esta jovem mestiça anda sozinha, até chegar a um pequeno lago com águas muito azuis, ela senta-se na beira do lago e, olhando em volta para ver se não há ninguém por perto, levanta um pouco a saia de seu vestido, até a altura de suas coxas. Sua coxa direita é marcada por um selo, em forma de uma estrela de sete pontas, e, ela olha para este selo como se o odiasse. Apesar de saber que este selo retém todo o seu perigoso poder.

Lágrimas inundam seus olhos sem querer, pois, ela é uma das poucas mestiças que tem um poder fora do comum, e, este seu poder lhe tirou aqueles que lhe trouxeram ao mundo, dando a ela uma vida de solidão, pois, muitos na aldeia têm medo dela e de seu poder.

A jovem mestiça está tão distraída que nem percebe a aproximação de uma linda elfa, trajando um lindo vestido de seda azul claro, olhos castanhos cheios de doçura, um sorriso meigo em sua face, longos cabelos castanhos. A bela elfa senta-se ao lado dela sem dizer uma única palavra.

Hatara sorri para a jovem mestiça a seu lado, é um sorriso tão carinhoso que a garota sorri em resposta, mesmo que involuntariamente. Hatara sentiu um grande poder nesta jovem solitária por isso, resolveu ir até ali, pois pressentia que seu enorme poder seria útil nesta guerra contra o poder das trevas.

Hatara: - Olá, posso saber seu nome?

A jovem olha para aquela elfa, sentia uma aura muito boa vinda dela e, parecia não ter medo, o que, por si só, já era um bom sinal.

- Erika, minha senhora. – diz ela, timidamente.

Hatara: - Porque está sozinha? Não sabia que ainda estamos em tempos perigosos? Não é bom que uma jovem tão moça ande sozinha em tempos como estes.

Erika sorri para a elfa recém-chegada, mal se conheceram e ela já demonstrava preocupação; parecia ser a primeira em muitos anos, que se mostrava preocupada com ela.

Erika: - Não tenho medo, minha senhora.

Hatara: - É mesmo? Estamos em guerra, Erika. Por mais que você não tenha medo, é perigoso, pois nossos inimigos são cruéis. Perdão por não me apresentar adequadamente a você, sou Hatara, uma moradora da cidade élfica suprema Valanor.

Erika olha surpresa para sua companheira de conversa.

Erika: - A senhora é moradora da lendária cidade de Valanor? O lar supremo dos elfos?

Hatara: - Sim. É uma cidade linda, Erika. Que você pode conhecer, se você assim o desejar. Mas aviso que lá nós estamos reunindo pessoas com capacidades especiais que desejam lutar pela justiça. Seu poder seria muito útil, se este fosse seu desejo.

Erika olha tristemente para a bela elfa.

Erika: - Minha senhora, meu poder não trás nada além de destruição.

Hatara: - Porque não me conta como você o adquiriu, depois eu decido se ele só trás destruição, ou se pode ser usado para o bem e para a justiça. O que você acha?

Erika olha tristemente para a mulher a seu lado. Com seus olhos cheios de lágrimas, por relembrar o que seus poderes fizeram.

Erika: - Meu pai era um elfo, e, minha mãe, humana. Eles se apaixonaram e, o fato de pertencerem a raças e mundos totalmente diferentes um do outro não os impediu de deixarem tudo para trás para viverem seu amor juntos. Eles se mudaram para esta aldeia, a aldeia dos mestiços, onde, foram acolhidos por outros casais iguais a eles. Logo, o amor dos dois gerou um fruto, eu. Só que, eu nasci com um poder muito grande, que ninguém daqui era capaz de controlar. O meu poder era tão grande que, meu corpo não era capaz de suportar, e assim, eu causei uma grande explosão, que, acabou matando papai e mamãe. Depois disso, os habitantes da aldeia ficaram com medo de meu poder e, mandaram um emissário até a cidade de Valanor, em busca do grande elfo Laimiel, pois só ele era capaz de lacrar meu poder. De alguma forma misteriosa o grande elfo já estava em nossa aldeia. Então, ele usou uma de suas habilidades especiais e lacrou meu poder na forma de um selo. Desde então cresci praticamente sozinha, pois todos tem medo de mim e de meu poder.

Hatara: - Saiba que eu não tenho medo de você, e se for de seu desejo serei sua amiga de muito bom grado. Venha comigo para Valanor, Erika. Lá, irá conhecer muitos Elfos e homens que tem poderes semelhantes aos seus, encontrará pessoas que serão capazes de te compreender.

Erika sorri para a elfa a seu lado. Apesar de toda dor de crescer sem uma família, nunca deixou de sorrir, sempre fora uma pessoa amável e confiante. Não deixaria um pequeno momento de tristeza mudar isso.

Erika: - Eu vou. E então, quando partimos?

Hatara sorri, animada pela repentina mudança de humor de sua companheira. Neste momento, surgem Mago, acompanhado de uma jovem mestiça de pele morena, magra, cabelos negros com algumas mechas vermelhas e olhos azuis e usa um longo vestido preto, dando a ela um ar um tanto misterioso.

Mago olha para Hatara com seu olhar sério e com penetrante.

Mago: - E então, Hatara?

Hatara sorri para seu noivo.

Hatara: - Tudo certo, Mago.

Mago: - Ótimo, então podemos ir.

Hatara dirige seu olhar sorridente a Erika.

Hatara: - Erika, esta é Melany. A partir de agora vocês deverão viajar juntas até a cidade de Valanor.

Erika *um pouco confusa*: - Eu não vou viajar com minha Senhora?

Hatara *sorrindo*: - Não. Perdão se durante nossa conversa dei esta impressão. Mas, eu e Mago ainda temos uma missão a cumprir. Mas, tomem cuidado, o caminho está repleto de inimigos.

Erika: - Não se preocupe, se vier um inimigo e por acaso ele tentar nos impedir de chegar à cidade de Valanor eu acabo com a raça dele.

Mago deixa escapar uma gargalhada de prazer.

Mago: - Gostei do seu estilo, criança.

Erika sorri um pouco sem graça.

Hatara: - Não podemos perder mais tempo, vocês devem partir agora.

Melany: - Adeus, meus senhores.

Hatara: - Nos encontraremos em Valanor.

Erika: - Vamos, Melany, pois nosso caminho é longo.

Melany: - Sim.

Assim, as duas mestiças partem de sua aldeia para a cidade de Valanor. Quando Mago percebe que as duas já estão fora de vista, ele sorri de forma muito carinhosa para sua noiva.

Mago: - Agora nós também devemos partir, minha doce Hatara.

Hatara: - Claro.

Mago conduz Hatara até o meio de uma floresta onde encontra, amarrado a uma árvore, um esplendoroso corcel branco. O cavalo possui pelos tão brancos e brilhosos como as nuvens do céu e um olhar calmo, o cavalo não tem selas ou estribo, pois os elfos não precisam de nenhum equipamento para montar, eles se comunicam com seus animais e os domam de uma forma pura e única, como homem nenhum é capaz de fazer. Ele vê seu dono se aproximando e parece sorrir para o elfo. Mago, o desamarra e monta seu animal, estendendo sua mão para Hatara, para que ela também possa montar seu animal. Mago acomoda Hatara a sua frente e puxa as rédeas de seu cavalo, dando sinal para que ele corra tão rápido quanto suas patas possam permitir. Para que ele corra em direção ao desconhecido.

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Longe dali, em uma pequena cidade élfica chamada Eir Hel, esta cidade é povoada por alguns elfos de grande poder, dentre eles um elfo muito poderoso chamado Sadao Kenta. Sadao tornou-se um elfo amargurado e solitário, devido ao que a vida lhe tirou. No passado, apaixonara-se perdidamente por uma elfa chamada Alasse, que, correspondeu a seu amor. Os dois casaram-se e, da união de seu amor nasceu uma linda criança, que, fora batizada de Natsumi. Esta criança trouxe uma alegria muito grande ao casal, e, fora recoberta de mimos, amor e muito carinho por parte de seus pais.

Mas, às vezes, o destino prega peça na vida das pessoas, e, o que parecia ser uma vida de felicidade que duraria por toda a eternidade pode tornar-se uma tristeza sem fim. Certa vez, quando a pequena Natsumi tinha apenas sete anos, fora passear com sua mãe. O que ambas não poderiam imaginar é que seriam atacadas por seres das trevas, que possuíam pele amarronzada, olhos amarelos sem fendas, orelhas parecidas com a dos elfos e dentes caninos os krons. 

Sem nenhuma piedade, os krons começam a atacar as duas elfas. A pequena Natsumi começa a chorar em seu desespero de criança, enquanto sua mãe tenta, em vão, proteger sua filha amada. Estava sem seu arco e flecha e em grande desvantagem, pois eram quinze contra uma. A elfa invocou seu poder sobre o vento, mas, nem isso fora suficiente contra a força assassina de seus inimigos. Os krons continuavam a ataca-la, querendo, a todo custo, matar a pequena criança que chorava enquanto era protegida por sua mãe.

Mesmo com o poder dos ventos a seu favor, Alasse sabia que não tinha como vencer sozinha, os quinze Krons, e, enquanto atacava para defender sua preciosa filha, começou a entoar uma canção de despedida, uma canção na linga dos elfos.

Um dos krons pegaram uma grande flecha envenenada e, a atira, bem no coração de Alasse, que não tem como se defender. Insatisfeito, o kron atira mais uma flecha e, um segundo kron atinge uma terceira, fazendo com que a elfa caia no chão. Sabendo que aquilo não é suficiente para matar um elfo, surge um terceiro kron e, com seu machado, corta a cabeça de Alasse, acabando de vez com a vida da elfa.

A pequena Natsumi assiste, sem poder fazer nada, ao assassinato de sua mãe aos choros e gritos, e, quando está prestes a ser assassinada pelos krons, surge seu pai, furioso, acompanhado de uns vinte elfos. Estes elfos acabam de uma vez com os krons, enquanto Sadao chora perante o corpo sem vida de sua esposa.

Desde aquela data, oito anos haviam se passado e, Sadao tornara-se uma pessoa extremamente fria com todos, até mesmo com sua filha Natsumi, que já tem seus quinze anos.

Não queria mais saber de amar ninguém, pois temia perder para a guerra mais alguém que amasse, nem mesmo a sua filha dedicava seu amor. Para cuidar da menina, contratou uma preceptora, Hiroshi Izumi, e assim, raramente via ou falava com sua filha, vivendo dia após dia sua existência de solidão.

Sadao havia ido resolver uns problemas em uma cidade vizinha e, estava quase de volta a sua cidade. Encontrava-se agora em uma planície que já fora uma floresta, mas que nos dias atuais mais parece um deserto, pois a destruição da Terra Média já começou. Olhando para frente, vê se aproximando um elfo de olhos e cabelos negros como a noite mais escura, musculoso, usando uma calça preta e nenhuma blusa, com uma capa negra por cima. Sadao o reconhece quase que imediatamente.

Sadao: - Ryner? O que faz aqui?

Ryner: - Eu vim aqui para acabar com o que deveria ter sido extinto há oito anos, Sadao.

Sadao *obviamente confuso*: - Do que você está falando?

Ryner: - Eu vim para levar embora sua vida, Sadao Kenta.

Sadao se surpreende com o que Ryner acabara de lhe dizer. Ele não podia estar falando sério. Seus pais, antes de morrerem, sempre foram bons amigos de Sadao, como ele agora falava em mata-lo, elfos não lutavam entre si, lutavam apenas contra as forças das trevas.

Sadao: - Ryner, elfos não lutam entre si. Nosso dever é apenas lutar contra a força das trevas.

Ryner: - Isto era antes. Agora sirvo ao herdeiro do Lorde das Trevas.

Sadao se surpreende com esta revelação.

Sadao: - Como serve ao herdeiro do Lorde das Trevas? Elfos não servem ao Herdeiro do Lorde das Trevas.

Tyner: - Isto era antes, Sadao. Agora se prepare para morrer.

Dizendo estas palavras, Ryner parte para atacar seu adversário, um homem que outrora chamara de amigo. Um homem que fora bem intimo de seus pais, mas que agora era seu inimigo. Muito mais jovem e melhor lutador, Ryner ataca Sadao com uma sequencia de socos e chutes que o elfo mais velho tem dificuldades de evitar, pois, desde a morte de sua amada esposa, parou de treinar. Mesmo assim, ele sabia que não poderia vencer esta luta somente se defendendo. E, tomando distância, cria em suas mãos uma forte rajada de vento e, a lança em direção a seu adversário.

Tomado de surpresa por este ataque, Ryner não tem tempo para se defender, e, recebe o ataque de frente, ele dá uma cambalhota para amortecer o impacto do golpe. Algumas gotas de sangue começam a escorrer de seu corpo.

Sadao: - Eu não quero lutar contra você, Ryner.

Ryner: - Você não tem escolha, Sadao. Ou você luta, ou morre. Embora deva confessar que nem daqui a mil anos você terá alguma chance.

E os dois retomam o combate. Ryner ataca Sadao com bastante força, e, o elfo além de se defender também contra-ataca, dando igualdade a este difícil combate entre elfos.

Os dois possuem técnicas de lutas formidáveis, em uma sequencia de socos e chutes fora do comum. Um não dando ao outro se quer tempo para respirar. A determinação de Ryner é muito grande, pois, a vida de quem mais ama depende de seu sucesso nesta missão. Faria tudo o que os herdeiros do Lorde das Trevas pedissem, até eles libertassem Aria, sua amada irmãzinha.

Porém, tinha que admitir, Sadao era bom. Apesar de ter abandonado as lutas após a morte de sua esposa, o elfo ainda era um ótimo lutador. Estava enferrujado, mas ainda mostrava suas técnicas de combate. As técnicas da lendária família Kenta.

Sadao não queria lutar contra Ryner, mas o seu adversário estava impassível, não dando a ele outra escolha. Se ele achava que ia se render e aceitar a morte, estava redondamente enganado. Então, continua a atacar o seu adversário com uma grande sequencia de socos, ele utiliza toda sua velocidade para atacar, só que Ryner era tão ou mais rápido do que ele, conseguindo desviar assim da maioria de seus golpes.

Sadao tenta acertar um golpe no tórax de Ryner, porém o elfo de cabelos negros, em um movimento de pura agilidade, abaixa-se, jogando sua capa no ar, fazendo com que o golpe de Sadao atinja somente sua capa, ao mesmo tempo em que dá uma rasteira em Sadao, fazendo com que seu adversário caia no chão. Aproveitando este pequeno momento de vantagem, Ryner aproveita e começa a golpear Sadao com todas as forças, não dando tempo para seu adversário de quer se defender, ele apenas ofega de dor.

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Perto dali, está à cidade élfica de Eir Hel. Esta cidade possui muitas casas grandes e opulentas, símbolo de poder para os elfos moradores desta cidade. Em uma das casas mais imponentes da cidade, uma jovem élfica brinca com um pequeno gatinho de pelos amarronzados. Esta jovem élfica possui olhos roxos, cabelos loiro escuro longos e levemente ondulados com uma suave franja na frente, pele muito clara com um rosto suave e bem definido, usa um vestido tomara que caia branco, justo no busto e com a saia bem solta ao corpo, e, em seu pescoço, um medalhão de ouro branco cravejado de diamantes.

Ela sorri para o gatinho, que brinca com uma bola de lã. Por ser muito tímida, ele era seu único amigo, ele, e uma grande água, seu animal protetor.

Ela está tão distraída que nem percebe a chegada de uma outra elfa, mais velha, que possui olhos castanhos e longos cabelos negros, presos em um coque, e, usa um vestido simples, azul turquesa. Esta elfa mais velha é Hiroshi Izumi.

Hiroshi: - Minha senhora Natsumi, precisamos conversar.

Até ouvir a voz de sua preceptora, Natsumi não havia se dado conta da presença dela. Ela vira-se para a elfa, com seu olhar cheio de inocência.

Natsumi: - Me chamou, Hiroshi?

Hiroshi: - Minha Senhora, acabo de saber que seu pai está sob ataque a corre grande perigo.

Ao som da palavra ataque, cenas de um passado cruel começam a invadir a mente de Natsumi. Odiava a luta e a violência, desde que presenciara o ataque de krons que culminou no assassinato de sua mãe. Seu olhar começa a se carregar de tristeza.

Natsumi: - Krons?

Hiroshi: - Não, minha senhora. Um elfo, que parece ter se aliado a força das trevas.

Os olhos de Natsumi começam a se encher de lágrimas. Por mais que seu pai não a amasse, para ela, seu pai é tudo. Desde a morte de sua mãe, seu pai foi tudo o que lhe restara, e, embora ele raramente a visse ou desse qualquer demonstração de que a amasse, ele era tudo para ela. Passara sua vida tentando ser vista por ele, e, tentando não decepcioná-lo.

Natsumi: - O papai é forte, ele pode vencer, não pode?

Hiroshi: - Não sei, minha senhora. As notícias que chegaram até mim só dizem que ele corre um grande perigo. 

Natsumi: - E alguém foi ajuda-lo?

Hiroshi: - Não, minha senhora.

Natsumi não consegue conter suas lágrimas.

Natsumi: - Mas por que?

Hiroshi: - Estamos em guerra, minha senhora. Muitos guerreiros de nossa cidade foram para a cidade suprema de Valanor, atendendo a um chamado dos três maiores.

Natsumi: - E o que nós podemos fazer para ajudar ao papai?

Hiroshi: - Eu não sou guerreira, minha senhora, portanto, minha presença lá só atrapalharia. Mas, minha senhora é a ultima descendente da lendária família Kenta, e, possui um poder muito grande, o poder de sua família.

O olhar de Natsumi começa a ficar desesperado.

Natsumi: - mas eu não sei lutar, e, também detesto a violência, odeio lutas, você sabe.

Hiroshi: - Mas, no momento, minha senhora é a única que pode salvar o senhor Sadao.

Natsumi: - Não... Eu sou fraca... Odeio a violência... Odeio as lutas... Nunca lutei em minha vida.

Hiroshi: - Então, acho que já está na hora de minha senhora deixar os fantasmas de seu passado para trás e cumprir seu destino, como a ultima guerreira descendente da família Kenta. Mostre seu poder, minha senhora.

Natsumi: - Que poder? Eu não tenho poder, Hiroshi.

Hiroshi: - Minha senhora possui um poder tão grande que o desconhece. O poder dos ventos, concedido pela águia que é sua guardiã. Invoque este poder e salve seu pai, só minha senhora pode fazê-lo.

Natsumi olha para sua preceptora com seus olhos roxos cheios de lágrimas. Não era uma guerreira, não possuía poder e nem nada do tipo, odiava a violência mais que tudo em sua vida. E, no entanto, Hiroshi falava como se ela fosse uma vencedora.

Natsumi: - Não posso fazer isso...

Hiroshi: - Minha senhora pode, e, minha senhora vai fazê-lo. É seu destino lutar.

Natsumi *ainda com os olhos cheios de lágrimas*: - Ainda que eu vá lutar, não sei onde o papai está. E, não sei como eu posso chegar até ele.

Hiroshi: - Minha senhora, seu animal protetor a guiará, basta apenas que seu coração tome a decisão. Minha senhora vai deixar que seu pai morra sem fazer nada? É isto mesmo que seu coração deseja?

Natsumi deixa cair por seu belo rosto às lágrimas que tentou em vão, segurar. Não queria que seu pai morresse, queria que ele viesse a ter orgulho dela, este era seu maior sonho. Tomara a decisão.

Natsumi *assumindo um olhar sério*: - Eu vou.

Hiroshi sorri.

Hiroshi: - Não espera outra atitude de minha senhora.

Natsumi despede-se de seu lindo gatinho, Yukiko, com um beijo e, vai para o jardim de sua casa. Lá, com toda a força de seu coração, começa a cantar uma canção na língua dos elfos e começa a esperar por algo. Rapidamente, voando pelos céus, surge uma grande águia de penas brilhantes e olhos negros, que parecem sorrir para Natsumi. A jovem élfica afaga a cabeça da águia com muito carinho.

Natsumi: - Por favor, me leve até onde o papai está.

Após dizer estas palavras, Natsumi monta nas costas da gigantesca águia, que levanta voo imediatamente, rumo a uma perigosa batalha.

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Na aldeia destruída de Lisa, ela e Leo são os únicos sobreviventes. Por toda a aldeia, só se vê casas destruídas e cadáveres das pessoas que não tiveram salvação. Lisa olhava Leo boquiaberta, após escutar do belo elfo ruivo a história de que o Herdeiro do Lorde das Trevas havia surgido e que estava causando o caos, ficara mais impressionada ainda ao saber que, ela possuía um coração puro e, um poder oculto que poderia ajudar as forças do bem a acabarem com o mal que, mais uma vez, ameaça à paz da Terra Média.

Lisa: - Senhor Leander...

Leo sorri para a linda jovem a sua frente.

Leo: - Me chame apenas de Leo.

Lisa: - Leo, então. O senhor tem certeza de que eu sou a pessoa que está procurando? Que eu tenho poder para ajudar nesta guerra?

Leo: - Tenho, senhorita Lisa. Senti que era você quem eu procurava no momento em que a salvei daquele homem servidor do herdeiro do lorde das Trevas.

Ao lembrar-se do modo como fora salva, as bochechas de Lisa assumem um discreto tom avermelhado, fato este que não passou despercebido por Leo.

Leo: - Você tem um grande poder adormecido que pode ser útil pata o bem, Lisa. Mas, ninguém pode te obrigar a usá-lo. Cabe somente a você tomar a decisão de se juntar a esta guerra. 

Lisa: - Existem outros elfos como você lutando?

Leo ri, perante uma pergunta tão inocente.

Leo: - Não só elfos, como homens. Estamos nos unindo contra todo o mal que ameaça nossa amada Terra Média.

Lisa não consegue deixar de admirar as belas e imortais feições do elfo que conversa com ela. Durante toda sua infância, sonhara com os elfos, através das mais belas histórias contadas por sua amada avozinha. O seu sonho da vida toda fora o de conhecer um elfo, e, agora, estava conversando com um, vira-o lutar. Parecia que a realidade estava se misturando a seus sonhos de menina.

Lisa: - Nunca na minha vida eu pensei em lutar. Eu não sei muito sobre a vida ou sobre o mundo lá fora, pois vivi minha vida inteira nesta aldeia que agora está completamente destruída. Eu só sei de uma coisa, que, não quero que outras pessoas sofram o que eu sofri, vendo a completa destruição do meu lar sem poder fazer absolutamente nada para ajudar. Eu vou com meu Senhor, lutarei ao lado dos elfos e dos homens nesta guerra. Embora ainda não sabia muito bem o que eu possa fazer para ajudar.

Leo sorri para Lisa, que, fica simplesmente encantada com o sorriso de seu imortal salvador.

Leo: - Eu te levarei até um lugar onde você terá seus poderes liberados. Quando isto acontecer, saberá o que fazer.

Lisa: - E quando partimos?

Leo: - Assim que você estiver pronta.

Lesa: - Não tenho mais nada que me prenda aqui. Podemos ir à hora que você quiser.

Leo se levanta e, de uma forma muito gentil, oferece sua mão para lisa segurar e, ajuda a moça a se levantar. Ela aceita o gesto com as bochechas um pouco vermelhas.

Leo conduz Lisa até a entrada da aldeia, onde, amarrado a uma árvore está um lindo cavalo de uma pelagem marrom muito intensa e brilhosa, que, parece sorrir no momento que vê seu dono se aproximando.

Leo: - Este é NisThir, meu melhor e esperto amigo.

Lisa olha para seu elfo salvador um pouco confusa.

Lisa: - Nós vamos cavalgar nele?

Leo: - Sim. Qual o problema, doce Lisa? Por acaso você tem medo de cavalos? Se for isso, posso te assegurar que NisThir é muito manso.

Lisa: - Não é isso...

Leo *claramente confuso*: - Então o que é?

Lisa: - Não há estribos ou sela.

Leo sorri de uma forma muito espontânea.

Leo: - Nós, elfos, não precisamos destas coisas para cavalgar. 

E, dizendo estas palavras, Leo desamarra NisThir e o monta, ajudando Lisa a montar em seguida.

Leo: - Pronta, Lisa?

Lisa: - Sim.

Leo: - Avante, NisThir!! Para a floresta sagrada de Atlan!!!

Assim, o cavalo comandado pelo elfo de cabelos ruivos, parte para a floresta sagrada de Atlan, um legado para o povo imortal.

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No local da batalha de Sadao, o elfo já está sem forças, já não conseguia lutar, não conseguia mover mais um músculo se quer. Mas Ryner ainda está em pleno vigor, sem muitos arranhões e, usa sua velocidade para correr até seu adversário e acertar-lhe um golpe muito poderoso no tórax, fazendo com que seu adversário caia longe e, cuspa sangue. Sem dar tempo para que Sadao se recupere, Ryner corre em direção a ele e, começa a soca-lo cada vez mais, fazendo Sadao gritar de dor. Se ele fosse um humano, já teria morrido.

Ryner: - Pronto para morrer, Sadao Kenta?

Sadao olha para seu adversário, sua vista já embaçada, não queria morrer, apesar de distante dela, queria poder ver sua Natsumi mais uma vez. Só que, parecia que não ia mais poder ver sua única filha nunca mais, sua vida estava chegando ao fim.

Então, inesperadamente, ele vê algo, voando pelos céus, parecia uma águia, mas não tinha certeza, pois, sua visão já estava ficando turva. Só faltava seu adversário lhe cortar a cabeça, para sua vida chegar ao fim.

Ryner está pronto para decapitar seu adversário, ele tira de sua bainha uma espada e, a aponta para Sadao.

Ryner: - Chegou seu fim, Sadao.

Mas, neste momento, uma águia começa a gritar no céu e, com uma grande velocidade, vai abaixando cada vez mais, até que de cima da águia, uma linda elfa pula, se colocando entre Ryner e Sadao, seu olhar é obstinado.

Natsumi: - Não vou deixar que você mate o meu pai!

Sadao olha, espantado, para sua filha, ali, bem a sua frente. Totalmente confuso, não entende o que sua pequena viera fazer ali.

Sadao: - Natsumi...

Natsumi sorri para seu pai. Desde que sua mãe morrera, ele nunca pronunciara seu nome com tanto amor, como fez agora.

Natsumi: - Não se preocupe, papai, eu vou defender o senhor. Lutarei no seu lugar.

Ao ouvir aquelas palavras, Ryner começa a rir, uma gargalhada de puro deboche.

Ryner: - Natsumi, você não passa de uma criança. Acha mesmo que poderá lutar contra mim? Eu, que fui treinado na arte do combate praticamente desde que nasci. Ao contrario de mim, que passei minha vida treinando, você passou seus dias trancada entre quatro paredes, nunca tocou em uma espada ou em um arco na vida, menina. Vá para casa e esqueça seu pai.

Natsumi olha para seu adversário e o reconhece. Seu pai já o ajudara várias vezes. Ela sabia que ele tinha razão. Mas, se ele achava que ia abandonar seu amado pai para a morte, estava redondamente enganado.

Natsumi: - Não vou abandonar o papai. 

Ryner: - Então morrerá junto com ele.

Natsumi: - Ryner, por que está atacando o papai? Esqueceu o quanto ele te ajudou no passado?

Ryner não esquecera. Porém, a ao contrario daquela garotinha mimada, sabia que a guerra era cruel, e, tivera que fazer uma escolha. Escolhera o que fora melhor.

Ryner: - Quieta, Natsumi. Você não passa de uma criança mimada, não sabe o que é sofrer na vida. Não sabe o que é a guerra, e, não sabe as escolhas difíceis e os sofrimentos que uma guerra trás. Já que faz tanta questão, irei mata-la junto com seu amado papai.

Natsumi olha nervosa para Ryner. Por mais que fosse inexperiente em combates, não iria abandonar seu pai.

Ryner: - Vou matar pai e filha!!

Dizendo isto, Ryner parte para o ataque. Natsumi se concentra, e, em seu coração, começa a escutar palavras, que sopram como vento em seu coração. Então, seu corpo começa a ser envolvido por uma aura verde, que se parece com uma forte brisa de vento. As correntes de vento começam a girar cada vez mais rápido em volta do corpo da menina élfica. Ryner olha, espantado a cena. Como pode uma criança apresentar tamanho poder?

Natsumi: - Eu posso nunca ter lutado na vida, Ryner. Mas, mesmo assim, eu sou descendente da família Kenta. Eu sou Natsumi, filha de Sadao. E, lutarei com você até o fim.

Ryner: - Devia ter ficado em sua casa, fedelha.

As rajadas de vento continuam cercando o corpo de Natsumi, fazendo os cabelos da jovem voarem. Ela aponta seu dedo indicador para Ryner, cheia de determinação.

Natsumi: - Eu já falei, não vou deixar que machuque o meu pai!!

Natsumi então salta e, ainda cercada por rajadas de vento, se move tão depressa que os olhos de Ryner não conseguem acompanhar, indo parar de frente ao rapaz e, com suas mãos, cria uma forte rajada de vento, que, com toda sua força, lança contra seu adversário que, não esperando por isso, é atingido de frente e não tempo para se defender.

Ryner pula, tomando distância de sua adversária. Ele ofega de dor. Rapidamente se recupera do golpe e, usando sua velocidade, se coloca atrás de Natsumi e acerta um soco na menina élfica. Ela consegue desviar, mas, Ryner não está disposto a perder e começa a atacar sua adversária com uma sequencia de socos e chutes desferidos com uma grande velocidade. Por ser inexperiente em lutas, Natsumi não consegue desviar de todos os golpes que são destinados a ela, sendo atingida por alguns dos golpes. Mas, não se deixa abater em nenhum instante se quer.

Ryner usa sua velocidade e força e desfere em Natsumi um soco que a joga para o alto, em seguida ele salta e sua agilidade para parar em cima de Natsumi. Ele junta suas mãos e acerta um forte golpe no tórax de sua adversária, a fazendo voar para o chão.

Sadao assiste, sem poder fazer nada, sua filha perdendo aquele difícil combate.

Sadao: - NÃO!!!!!!!!! NATSUMI!!!!!!!!!!!!!!!!

Impacto do golpe é tão forte que, a terra quebra em volta de Natsumi. Com dificuldade, ela olha enquanto Ryner caminha em direção a seu pai. Então, reúne todas as suas forças e, em um rápido movimento ela se levanta e dá um salto, usando a agilidade dos elfos pra tirar seu pai do caminho da espada de Ryner.

Ryner olha, impressionado, a determinação da menina em proteger seu pai. Nunca vira algo assim em sua vida, encarar uma luta impossível de se vencer em prol da pessoa amada. Pois, por mais determinação que a criança possua, nem em mil anos ela será capaz de derrota-lo.

Natsumi coloca o corpo de seu pai em um local seguro e, reúne suas forças para ir até onde está Ryner. Apesar de ferida, lutará até o fim para proteger seu amado pai. O corpo da jovem élfica é cada vez mais envolvido por correntes de vento, tão fortes que não deixam Ryner encostar nela.

Ryner era tão forte e musculoso que amedrontava Natsumi, mas, a vida de seu pai estava em jogo, dando a ela coragem para enfrentar o medo que sentia. A cada segundo, sentia o poder da poderosa família Kenta.

Ryner decide acabar de vez com aquela brincadeira. Mandaria pai e filha para o inferno juntos. Ele fecha os olhos e abre às mãos, então, uma grande quantidade de energia começa a se formar ali. Esta energia vai envolvendo seu corpo e, quanto mais ele se concentra, mais a energia vai aumentando e ganhando forma. Quando a energia atinge seu ponto ápice, a energia vai brilhando cada vez mais. Só que, ao invés de envolver todo o corpo de Ryner, ela vai para as costas do elfo e, começa a tomar forma, ela vai se moldando e se transformando até atingir a forma de asas negras. Ryner abre os olhos e, as asas ganham vida, deixando de ser apenas energia para serem substanciais.

Ryner *sorrindo e uma forma vitoriosa*: - Você está perdida, Natsumi.

E, dizendo isto, Ryner utiliza suas asas negras e começa a voar, em direção ao sol. Por causa da luz solar, Natsumi não consegue enxerga-lo direito e não vê que ele já prepara um ataque. 

No céu com o sol encobrindo seus movimentos, Ryner usa a energia de suas mãos e cria raios e, os lança na direção de Natsumi em uma velocidade tão grande que a elfa não é capaz de desviar.

Quando achava que ia ser atingida pelo ataque, ela escuta gritos no céu e, a uma velocidade espantosa, uma águia surge e tira Natsumi daquele lugar, fazendo com que os raios atinjam o chão.

Natsumi sorri para seu animal protetor e em seus pensamentos, pede para que ele a leve até onde está Ryner. O animal atende o pedido daquela a quem protege e voa com ela até a frente de Ryner, que, olha espantado o que acabara de acontecer.

Ryner estava furioso pois, esta missão estava demorando mais do que ele poderia imaginar. Aquela garotinha que não tinha a menor experiência em lutas estava se mostrando mais esperta do que ele poderia imaginar.

Ryner *furioso*: - De onde surgiu este animal estúpido?

Natsumi afaga a cabeça de seu animal protetor, que sorri de volta para sua protegida.

Natsumi: - A águia me protege desde que eu nasci. Pois eu nasci sob sua estrela. Todos os seres nascem sob a proteção de uma estrela, que lhe entregam o espirito de um animal protetor. Você é um elfo, Ryner, deveria saber disso. Mas, no momento em que você decidiu se juntar as forças das trevas para destruir nossa amada Terra Média, sua estrela guardiã o abandonou, assim como o espírito de seu animal protetor. Você, com tantos treinamentos e ensinamentos, deveria saber disso melhor do que eu.

Ryner: - Cale-se, sua maldita!!!! Não preciso de uma criança mimada como você me dizendo que o poder sagrado dos elfos me abandonou!!

Natsumi: - Eu não quero lutar contra você, apenas prometa que não vais tentar matar o papai e nos deixe ir.

Ryner *sorriso de deboche*: - Acha mesmo que eu vou fazer isso? Você não conhece nada da vida mesmo, Natsumi.

Natsumi: - Já que você não quer nos deixar ir, não me resta escolha a não ser te vencer, Tyner. Prepare-se, pois o segundo round começa agora!

****************************************************************

Muito longe dali, onde estão Tommy e Yuna, os dois continuam avançando sobre as colinas. O lugar cheira a morte, com uma neblina densa que tiraria a energia e as forças de qualquer um, menos daqueles dois, os herdeiros do Lorde das Trevas.

Eles andam sem se importarem com a atmosfera tenebre do lugar, as colinas das mais diferentes formas, o chão recoberto por ervas daninhas, pois plantas não conseguem crescer naquele lugar sombrio. A nevoa vai ficando cada vez mais densa, dificultando a visão, mas, Tommy seguia em frente obstinadamente, sendo seguido por sua inseparável irmã. Ele sabia que o caminho seria difícil, mas isto não o impedia, pois sabia exatamente o que iria encontrar.

Continuaram pelo tortuoso caminho, até que chegaram a o que parecia um pântano. A névoa densa ainda impedia a visão dos dois.

Tommy: - Yuna, está logo depois deste pântano.

Yuna: - Ótimo. Valerá a pena quando chegarmos.

Tommy: - Sim, minha irmã. Valerá muito a pena.

Yuna: - Estou logo atrás de você.

Tommy começa a adentrar o misterioso pântano, sendo seguido por Yuna. Por entre o pântano tem uma pequena trilha de pedras, e águas amareladas que tem um aspecto horrível e parecem estar contaminadas de um lado e do outro, ervas daninhas rasteiras crescem por cima das águas. Os dois herdeiros começam a caminhar pelo caminho de rochas.

Yuna: - Que lugar horrível. 

Tommy: - O típico lugar onde ele está. Demorei anos para conseguir descobrir isto.

Yuna: - Fico surpresa dos malditos elfos não terem acabado com este lugar.

Tommy: - Para nossa sorte, os malditos elfos nem desconfiam que este lugar existe.

Yuna: - E é melhor que continuem sem desconfiar.

Tommy: - Sem a menor sombra de dúvida, Yuna.

Eles continuam caminhando pelas pedra, Yuna levantando a saia de seu vestido para não molhá-lo naquela água de aspecto fúnebre. A cada passo, o pântano ficando para trás, até que finalmente os dois conseguem terminar de atravessá-lo.

Yuna: - Finalmente.

Tommy: - Estamos quase chegando.

Após o pântano, os dois irmãos seguem por uma pequena trilha, duas altas montanhas se aproximando cada vez mais. Quanto mais eles andam, mais as montanhas se aproximam, e a neblina vai começando a se dissipar, embora o ar e o cheiro de morte continuem a dominar o local.

Tommy: - Já o estou sentindo.

Yuna: - Também estou começando a sentir.

Os dois avançavam devagar, pois o vale parecia não ter fim, embora fosse dia, a escuridão se assomava a névoa mas isto não os assustava. Chegaram então aos pés da montanha. O lugar era deserto e, em seu centro, a terra formava uma grande abertura, formando um círculo côncavo. No centro do círculo, águas negras rodam formando um pequeno rodamoinho. As águas são tão escuras que não se consegue enxergar nada através delas.

Tommy se aproxima da borda do circulo e, olha fixamente para aquelas aguas mais negras que a noite mais escura. Seu gesto é repetido por sua irmã Yuna.

Os dois olham para a escuridão daquelas águas fascinados, seus olhos refletindo o negro profundo das águas. Os olhares dos dois irmãos acompanhando o movimento das aguas que giram formando aquele pequeno rodamoinho. Por alguns minutos ficam assim, apenas contemplando aquelas águas com um respeito muito grande.

Tommy então foca-se em sua missão, e, desvia seu olhar daquelas águas, voltando sua atenção para sua irmã.

Tommy: - Está pronta, Yuna? Não podemos ficar só olhando, temos uma missão a cumprir aqui. 

Yuna: - Eu nasci pronta para este momento, Tommy.

Tommy tira de sua armadura duas pequenas e afiadas facas e, entrega uma delas a Yuna. Em seguida, ele ergue um pouco a manga de sua blusa, deixando seu ante braço a mostra, seu gesto é repetido por Yuna. Os dois ao mesmo tempo então cortam seus ante braços e, o sangue começa a escorrer, eles então colocam seus braços sangrando na direção do círculo côncavo, e, o sangue dos dois cai diretamente no centro do rodamoinho de águas negras.

Quando o sangue dos dois entra em contato com as águas negras, o rodamoinho misteriosamente para, e, as águas se acalmam. Em seu centro, uma aura escura começa a surgir e, esta aura se mistura a água e, toma a forma de um rosto, que parece sorrir para os dois humanos que o contemplam.

Tommy e Yuna se ajoelham perante aquele rosto que se formou sobre as águas negras.

Tommy: - Seja bem vindo a Terra Média, Lorde das Trevas.

CONTINUA...


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