Gostosuras e Travessuras escrita por Bru_na
House estava sentado no sofá, apoiando os pés na mesinha de centro. Controle em uma mão e a outra livre para a sacola de doces no sofá.
A campainha tocou. Ele sabia que ela não demoraria a procurá-lo.
Foi até a porta e abriu. Meia dúzia de crianças fantasiadas e sorridentes disseram quase ao mesmo tempo:
- Gostosuras ou travessuras?
Não havia mesmo como evitar isso?
- Vamos ver, temos aqui uma bruxa, um Harry Potter, um fantasma, uma cavei...- um menino o interrompeu.
- Ótimo, você sabe identificar fantasias, pode nos passar o doce agora?
- Ei, você baixinho intrometido, fala para sua mãe que uma fantasia de vendedor de algodão doce não assusta ninguém- a menos que a Cameron esteja junto, ele completou em pensamento.
Os outros riram e o menino o olhou zangado.
- Tudo bem, tudo bem, como podem ver, não pude sair para comprar doces, senti muita dor na perna a tarde- Ele apontou a perna manca- Mas sei um lugar onde conseguirão muitos doces.
Fazer-se de vítima sempre fora uma saída maravilhosa. Ele viu a sacola de bexigas cheias de água que um deles segurava. Os pirralhos estavam cada vez mais preparados.
As crianças ficaram empolgadas e ele liderou o grupo por quase um quarteirão até a casa de Wilson. O menino de Harry Potter bateu a porta:
- Gostosuras ou travessuras?- House endossou o coro.
Wilson olhou para ele acusativamente e ele apenas retribuiu com um olhar inocente.
- Desculpem-me crianças. Acabei de chegar do trabalho, estou me trocando para uma festa, e um amigo meu pegou os meus doces.
-Você não devia acusar sem provas, olha o exemplo que dá as crianças. Queremos doces!
As crianças começaram a gritar junto.
- Queremos doces, queremos doces.
-Mas não são todos vocês que estão fantasiados- Completou apontando para House.
- Aprecio seu conhecimento sobre a peça o Médico e o Monstro, fantasia mais bem feita que essa não existe.
- Se fosse o médico monstro eu entenderia. -Voltou-se para as crianças- Eu realmente não tenho.
O menino de vendedor de algodão doce colocou a mão na sacola e House já sabia o que viria a seguir.
O bombardeamento de bexigas de água foi rápido, mas deixou a fantasia do doutor ensopada. As crianças foram para a casa vizinha e House pediu passagem.
- Pronto, passamos o Dia das Bruxas aqui, vendo tv, como grandes amigos.
Wilson girou os olhos. O que adiantaria discutir? Ele tinha uma idéia, pegou o celular e foi ao banheiro. Poucos minutos depois ligou o secador de cabelo para ver o que conseguia salvar da fantasia:
- Mas que droga Wilson, você ainda usa isso?
- Só quando quero conquistar alguém...
- Não precisa disso, meu amor- House debochou.
Wilson terminou de secar a roupa quase meia hora depois. Arrumou a maquiagem, o cabelo e estava quase pronto..
Batidas na porta.
- Não tem ninguém, vão embora. Não temos doces!- Mais que inferno de crianças
Ele ouviu um barulho de chave e Cameron entrou, foi fechar a porta anunciando:
- Está pronto, querido?
- Estou sim- Wilson disse aparecendo na sala e tomando seu lugar ao lado da moça, passando seu braço pela cintura dela.
- House, não nos espere voltar. Fique a vontade com a televisão.
O doutor estava paralisado, tentando ligar os pontos. Perdeu-se no diálogo ao mesmo tempo que seus olhos estavam vidrados na curta saia vermelha acompanhada de um corpete e o arco de chifres do mesmo tom.
- Cameron, ele está sem fala.
Ela olhou para House.
- Vamos lá, era só uma travessura- Disse rindo e aproximando-se dele.
House engoliu em seco.
- Isso não teve graça.
- Oh boy, você precisava ver sua cara, isso realmente teve graça. Vamos, deixo vocês em casa.
Os três saíram juntos:
- Eu não me importaria realmente se você me deixasse. Só, por favor, nunca baixe seu nível.
Cameron lhe deu um tapinha no ombro. Entraram na casa dele. Desde o telefonema de Wilson ela decidira que chorar em casa não mudaria nada, já fizera muito isso. Por mais difícil que fosse, era engolir o choro e voltar para ele, assim as coisas dariam certo.
- Essa sua fantasia está um pouco indecente.
- Jura?
House caminhou até ela chegou bem perto do seu ouvido. Os pelos da nunca da doutora se arrepiaram:
- Travessura, não é?
A boca dele fez o trajeto do ouvido até a boa dela e tomou seus lábios ansiosamente. O medo de perdê-la, de que em um simples dia ela poderia ver que está perdendo o tempo dela, que não voltasse, tomou seus instintos. A língua dele pediu passagem e iniciou um baile, ditou o ritmo enquanto ela puxava possessivamente o pouco cabelo dele. Ele queria mostrar que estava e estaria lá. Era dela, completamente.
Ela estaria sempre em cena por ele.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Fim =)