Gostosuras e Travessuras escrita por Bru_na


Capítulo 2
Travessuras




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House estava sentado no sofá, apoiando os pés na mesinha de centro. Controle em uma mão e a outra livre para a sacola de doces no sofá.

A campainha tocou. Ele sabia que ela não demoraria a procurá-lo.

Foi até a porta e abriu. Meia dúzia de crianças fantasiadas e sorridentes disseram quase ao mesmo tempo:

- Gostosuras ou travessuras?

Não havia mesmo como evitar isso?

- Vamos ver, temos aqui uma bruxa, um Harry Potter, um fantasma, uma cavei...- um menino o interrompeu.

- Ótimo, você sabe identificar fantasias, pode nos passar o doce agora?

- Ei, você baixinho intrometido, fala para sua mãe que uma fantasia de vendedor de algodão doce não assusta ninguém- a menos que a Cameron esteja junto, ele completou em pensamento.

Os outros riram e o menino o olhou zangado.

- Tudo bem, tudo bem, como podem ver, não pude sair para comprar doces, senti muita dor na perna a tarde- Ele apontou a perna manca- Mas sei um lugar onde conseguirão muitos doces.

 Fazer-se de vítima sempre fora uma saída maravilhosa. Ele viu a sacola de bexigas cheias de água que um deles segurava. Os pirralhos estavam cada vez mais preparados.

As crianças ficaram empolgadas e ele liderou o grupo por quase um quarteirão até a casa de Wilson. O menino de Harry Potter bateu a porta:

- Gostosuras ou travessuras?- House endossou o coro.

Wilson olhou para ele acusativamente e ele apenas retribuiu com um olhar inocente.

- Desculpem-me crianças. Acabei de chegar do trabalho, estou me trocando para uma festa, e um amigo meu pegou os meus doces.

-Você não devia acusar sem provas, olha o exemplo que dá as crianças. Queremos doces!

As crianças começaram a gritar junto.

- Queremos doces, queremos doces.

-Mas não são todos vocês que estão fantasiados- Completou apontando para House.

- Aprecio seu conhecimento sobre a peça o Médico e o Monstro, fantasia mais bem feita que essa não existe.

- Se fosse o médico monstro eu entenderia. -Voltou-se para as crianças- Eu realmente não tenho.

O menino de vendedor de algodão doce colocou a mão na sacola e House já sabia o que viria a seguir.

O bombardeamento de bexigas de água foi rápido, mas deixou a fantasia do doutor ensopada. As crianças foram para a casa vizinha e House pediu passagem.

- Pronto, passamos o Dia das Bruxas aqui, vendo tv, como grandes amigos.

Wilson girou os olhos. O que adiantaria discutir? Ele tinha uma idéia, pegou o celular e foi ao banheiro. Poucos minutos depois ligou o secador de cabelo para ver o que conseguia salvar da fantasia:

- Mas que droga Wilson, você ainda usa isso?

- Só quando quero conquistar alguém...

- Não precisa disso, meu amor- House debochou.

Wilson terminou de secar a roupa quase meia hora depois. Arrumou a maquiagem, o cabelo e estava quase pronto..

Batidas na porta.

- Não tem ninguém, vão embora. Não temos doces!- Mais que inferno de crianças

Ele ouviu um barulho de chave e Cameron entrou, foi fechar a porta anunciando:

- Está pronto, querido?

- Estou sim- Wilson disse aparecendo na sala e tomando seu lugar ao lado da moça, passando seu braço pela cintura dela.

- House, não nos espere voltar. Fique a vontade com a televisão.

O doutor estava paralisado, tentando ligar os pontos. Perdeu-se no diálogo ao mesmo tempo que seus olhos estavam vidrados na curta saia vermelha acompanhada de um corpete e o arco de chifres do mesmo tom.

- Cameron, ele está sem fala.

Ela olhou para House.

- Vamos lá, era só uma travessura- Disse rindo e aproximando-se dele.

House engoliu em seco.

- Isso não teve graça.

- Oh boy, você precisava ver sua cara, isso realmente teve graça. Vamos, deixo vocês em casa.

Os três saíram juntos:

- Eu não me importaria realmente se você me deixasse. Só, por favor, nunca baixe seu nível.

Cameron lhe deu um tapinha no ombro. Entraram na casa dele. Desde o telefonema de Wilson ela decidira que chorar em casa não mudaria nada, já fizera muito isso. Por mais difícil que fosse, era engolir o choro e voltar para ele, assim as coisas dariam certo.

- Essa sua fantasia está um pouco indecente.

- Jura?

House caminhou até ela chegou bem perto do seu ouvido. Os pelos da nunca da doutora se arrepiaram:

- Travessura, não é?

A boca dele fez o trajeto do ouvido até a boa dela e tomou seus lábios ansiosamente. O medo de perdê-la, de que em um simples dia ela poderia ver que está perdendo o tempo dela, que não voltasse, tomou seus instintos. A língua dele pediu passagem e iniciou um baile, ditou o ritmo enquanto ela puxava possessivamente o pouco cabelo dele. Ele queria mostrar que estava e estaria lá. Era dela, completamente.

Ela estaria sempre em cena por ele.


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Notas finais do capítulo

Fim =)



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