Hannah levantou os olhos sem realmente conseguir chorar. Seu coração estava estufando de tanta raiva que tinha naquele momento de Seeley Booth.

- Todo esse tempo, você nunca disse nada para mim? Nunca me contou o que tinha acontecido entre vocês?

- Não aconteceu nada realmente...

- Seeley! Você se declarou pra ela! Isso definitivamente é alguma coisa!

- Eu estava seguindo em frente Hannah! Não podia ficar sentado esperando Brennan acordar pra vida sem saber se realmente ela faria isso um dia!

- Você a ama! Seu cretino! Mentiroso!

- HANNAH!

Hannah saiu da cozinha indo para o quarto, pegou sua mala e começou a jogar todas suas coisas dentro.

- Hannah, não quero que termine assim...

- Sabe o que me dá raiva, Seeley Booth? – Ela virou-se, ficando de frente para ele. – Não é que você esteja sendo sincero comigo nem nada, isso é bom. É que é ela! Vocês trabalham juntos e eu acreditei que nunca tinha acontecido nada! Que era apenas amizade ali!

- Mas era, Hannah!

- Não, não era! Vocês sempre foram um casal! Só não iam pra cama! Agora eu enxergo! Oh Deus! Como fui tão cega! – Fez uma pausa – Quer saber de uma coisa? Vá atrás dela absolutamente agora! E me faça o favor de ficar de uma vez com aquela mulher e não enganar mais nenhuma loira trouxa!

- Mas Hannah!

- VAI SEELEY BOOTH SEU ESTÚPIDO!

Brennan estava em sua casa, jantando com seu pai. Ele iria viajar na próxima manhã e os dois mal tinham aproveitado o dia, pois Brennan passou a maior parte dele no prédio do FBI depondo mais de uma vez.

- Vou pegar o avião às 11h.

- Já falou pai.

- Eu mesmo vou, não precisa me levar.

- Tudo bem, tenho trabalho no Jeffersonian.

- Você deveria falar com Sweets.

- Estou bem.

- Viu uma garota matar um cara. – A campainha toca. – Eu atendo.

- Certo.

Max levanta-se da mesa e vai abrir a porta. Booth estava esperando, em pé.

- Sr. Keenan? Bones está?

- Sim senhor, pode entrar.

Brennan, que ouviu a voz de Booth da sala de jantar foi até a porta. Olhou para Booth surpresa e depois os dois olharam para Max.

- Ow, certo. Eu... Vou dar uma volta. Volto mais tarde.

Max pegou as chaves e saiu fechando a porta. Boooth ficou olhando Brennan por um instante sem saber o que falar.

- Booth?

- Desculpe Bones. Nós parecemos dois ímãs querendo se conectar, mas sempre há uma barreira entre nós. Quando não somos enganados por falsas ilusões. Isso tudo está errado desde o começo. Era para estarmos juntos. Há oito anos atrás. Temos mais uma chance agora. Seu ímã está na frente do meu. Não devemos perder essa chance.

- Há oito anos eu nunca conseguiria ver o que existe entre nós. Seja uma barreira ou um caminho livre.

- Então agora é o momento.

Booth deu um passo à frente, pondo uma mão no pescoço de Brennan, beijando-a com tanta intensidade que ela bateu contra a parede. Mas ela não se importou, apenas retribuiu o beijo do modo mais sincero e intenso que pôde. Suas mãos entrelaçaram nos cabelos dele, enquanto sentia as mãos dele em suas costas.

Booth separou do beijo. Estavam ofegantes.

- Bo-bones?

- Uhm?

- Eu te amo.

Brennan gargalha. Booth a acompanha, mesmo sem entender a graça. Brennan o beija novamente, mas logo separa também.

- Eu-também-te-amo. – Ela soletra.

E esta seria uma noite que nunca seria confundida. Seria a noite onde eles simplesmente seriam Booth e Brennan, compartilhando batimentos cardíacos diferentes. Os dois podiam sentir os batimentos um do outro. Sabiam quando e como seria a próxima batida. Como tudo, também dividiam seus batimentos cardíacos, pois o coração de um pertencia ao outro.