Bloody Bones escrita por Bea


Capítulo 5
Capítulo 5




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- Pare de me morder Seeley Booth!

Ela tentou parecer severa, como tantas vezes fora com ele. Mas era difícil com Booth mordiscando seu pescoço e seu ombro. Fora a primeira noite dos dois. Ou tarde. Ou um dia inteiro. Todo o aspecto temporal fora perdido depois do primeiro passo de Booth para dentro do apartamento de Brennan. Ou do primeiro beijo. Ou da primeira mordida.

Booth riu com o uso de seus dois nomes e não necessariamente pelo pedido em si. Ele parou de morder, mas começou uma série de beijos que partiram do ombro, percorreram o pescoço, parando sobre a boca dela. Brennan usufruiu da sua descoberta mais recente: o ponto fraco de Booth. Passou suas unhas pelas costas dele e ele afastou imediatamente tentado esquivar-se das mãos de Brennan, deitando na cama e pondo seus braços para trás.

- Não faz isso, Bones... É que seu sangue fica ainda mais apetitoso quando seus batimentos cardíacos estão acelerados...

- Ah é? – Brennan deitou por cima de Booth com um impulso – Pois seu sangue também é ainda mais apetitoso...

- Nunca pensei que ficaria feliz em ouvir isso. – Booth se inclinou para beijá-la, porém Brennan pôs o dedo indicador sobre os lábios dele impedindo-o de beijá-la.

- Eu pedi demissão do Jeffersonian.

O tórax de Booth arqueou por alguns segundos enquanto ele prendia a respiração ao pensar no que falar. Soltou o ar vagarosamente e tirou calmamente o dedo de Brennan de seus lábios.

- Tens certeza disso?

- Tenho. Mas ainda não concordo.

- Então porque fez isso?

- Você se despediu de Parker?

- Sim, mas você não respondeu minha pergunta...

- Eu fiquei com muita raiva do modo que você saiu do Sweets, mas talvez você esteja certo, talvez não. E sobre essa coisa de ‘intuição’, prefiro confiar na sua.

- Está confiando na minha intuição, Drª Temperance Brennan?

- Estou. – Ela ri e encosta seu queixo no tórax de Booth – E porque você decidiu largar tudo?

- Eu não larguei tudo, e essa não é uma boa hora pra conversar, uh? – Booth começou a levantar o queixo de Brennan com a ponta dos dedos, mas fora a vez dela de afastá-los. – Que foi agora?

- Porque você sempre foge de tudo?

- Eu já disse que eu não estou fugindo!

- Não é só disso, é das conversas também. E você fugiu da casa de Sweets.

- Ah, por favor Bones! – Booth começou a se sentar empurrando devagar Brennan para o lado – Você não pode conseguir estragar todos os momentos em que estamos juntos! E não fui eu que andei fugindo de você. Foi você que me deu um fora categórico! E é sério, eu não quero falar nisso.

Booth se levantou e começou a recolher algumas peças de roupas que estavam no chão e pondo em cima de uma poltrona. Brennan sentou-se na cama e o observou sem saber o que falar.

- Vou tomar um banho, tudo bem?

Sem esperar qualquer resposta, Booth foi até suíte do quarto de Brennan e fechou a porta.

Brennan estava se considerando confusa, apesar das poucas vezes que tenha admitido isso. Estava disposta a brigar com Booth a partir da primeira aparição dele à sua frente. Estava muito decepcionada por ele não ter ido atrás dela no Jeffersonian. Porém, pouco depois de chegar ao seu apartamento, a campainha toca. Era Booth.  Ela queria xingá-lo apesar de ser algo extremamente irracional, mas isso aliviaria a pressão que sentia no coração, metaforicamente falando. Então Booth olha em seus olhos e dá um passo à frente. Brennan ordena que seu próprio braço levante e acerte a face do agente, mas o braço não obedece. Estão próximos agora. Os olhos de Booth brilham. Ele sorri. A partir daí, ninguém mais os segurava.

Agora Brennan olhava para a porta tentando imaginar o que Booth estaria pensando. O que ela fez de errado? Seja o que for, teria que concertar.

Levantou rápido sentindo uma leve brisa que vinha da porta. Achando estranho, foi até a sala, passando as mãos pelos braços tentando se aquecer um pouco, já que usava apenas roupas íntimas. Fechou as janelas e escutou Booth ligar o chuveiro. Tentou pensar em como começar a conversa, mas nada lhe vinha em mente. Foi andando vagarosamente até o quarto. Chegando lá notou que a janela do quarto estava aberta, porém, antes de Brennan sair, estava fechada.

Booth ligou o chuveiro se pôs embaixo com certa raiva. Fechou os olhos e tentou se imaginar em uma cachoeira. Em sua imaginação, o sol brilhava forte e as águas eram límpidas, conseguiria ver seu reflexo se fosse mais adiante, onde as águas não sofriam com as turbulências da cachoeira. Foi o que ele fez, deu alguns passos, saindo debaixo da queda d’água e respirou fundo.

Abriu os olhos e se viu na suíte de Brennan. Voltou para baixo do chuveiro e passou as mãos pelos cabelos vária vezes.

A porta se abriu e Booth puxou rápido uma toalha, enrolando-a no corpo.

- Você deveria desligar o chuveiro antes. – Brennan fechou a porta com cuidado – Você molhou toda a toalha.

- Que diabos está fazendo aqui? – Booth desligou o chuveiro.

- É o meu banheiro – Brennan foi até ele e ligou o chuveiro – E eu disse que você deveria desligar o chuveiro e não para desligá-lo.

- Hey, o que...? – Booth parou para pensar um segundo e um sorriso maroto apareceu em seu rosto – Você não esta querendo...

- Não! – Brennan ri percebendo o engano de Booth – Hoje não. É que o barulho do chuveiro permite nós conversarmos...

- Olha Bones, eu sei que está sendo difícil, mas será que podemos conversar lá fora?

- Não Booth, não é disso que estou falando.

- Então de que diabos está falando?

- Tem alguém no apartamento. Deixei a janela da sala aberta, então fui fechar. Quando voltei para o quarto, a janela do quarto estava aberta. E eu tenho certeza que estava fechada.

- Sim, eu mesmo fechei. – Booth se se encostou na parede e cruzou os braços. – E a porta da sala também estava fechada. Lembro de ter olhado, sabe, pra ver se estava fechada...

- Tem alguém aqui.

Booth pôs a mão onde normalmente habita sua arma. Lembrando que estava praticamente nu, suspira cansado.

- Eu preciso da minha roupa.

- Nossas roupas estão no quarto. E não podemos sair sem saber o que fazer.

- Não deve ser perigoso... – Booth foi até a porta e inspirou – Ou pode.

- Quê?

- Não preciso mais da minha arma – Ele apertou mais a toalha envolta da cintura – O visitante não é humano.

Brennan aguçou o olfato e não gostou do que sentiu. Desligou o chuveiro e foi até a porta com Booth.

- Teremos que sair. Eu abro a porta. Você sair primeiro.

Booth concordou com a cabeça uma vez. Brennan abriu a porta e Booth disparou por ela indo até onde deixara sua roupa. Tateou a roupa e lembrou-se de outra coisa que tinha esquecido: não tinha mais uma arma.

- Merda!

- Shhh! – Brennan abriu o guarda-roupa e pegou sua própria arma – Eu ainda tenho a minha.

- Eu disse pra você se livrar dessa coisa!

- Está arrependido agora?

- Dá aqui.

Booth tirou a arma das mãos de Brennan e verificou o pente; Sem tempo para por a roupa, foi para a sala, pronto para disparar a arma a qualquer sinal do invasor.

- Booth. – Brennan o chamou da cozinha. – Veja isso.

- O que...? – Booth chegou à cozinha e sentiu o forte cheiro de sangue – Não é humano.

- Foi esse cheio que sentimos do banheiro... Isso foi deixado com algum propósito... – Brennan se abaixou e tocou o sangue com a ponta dos dedos e depois levou à boca – Não tem ninguém mais aqui.

Booth abaixou a arma e encarou o sangue. Inspirou novamente e confirmou que o sangue não-humano vinha dali. Porém, sentiu o cheiro de outro sangue. Dessa vez era humano. Torceu o nariz reconhecendo o cheiro. A campainha tocou e Brennan levantou a cabeça.

- É o Sweets. – Booth falou saindo da cozinha.

- Eu atendo! – Falou Brennan indo atrás dele.

- Eu já estou indo, Bones.

Brennan o alcançou e puxou a toalha dele. Ele parou e assentiu. Pegou a toalha e entregou para Brennan se cobrir com ela e depois foi para o quarto. Brennan foi abrir a porta.

- Vocês vão me matar um dia. – Sweets disparou pela porta deixando Brennan para trás – Metaforicamente falando, é claro.

- Alguém invadiu o apartamento, agora a pouco.

- Quando você diz alguém, quer dizer humano?

- Vampiro, o que não deixa de ser alguém, já que ainda andamos, comemos, bebemos...

- Olá Sweets. – Booth fez uma cara de surpresa, como se não soubesse que era ele na porta – Bones já contou a novidade?

- Sim, mas eu não entendo...

- Venha comigo.

Booth indicou a cozinha e Sweets foi atrás dele. Chegando lá, apontou para o sangue. Olhou para trás viu Brennan ainda com a toalha. Foi até ela e deu um puxãozinho, apenas para que ela percebesse que teria que pôr uma roupa. Sweets estava submerso em pensamentos.

- Vocês têm certeza que não é humano? – Ele se vira para o casal – Cadê a Drª Brennan?

- Ela já volta... E temos certeza sim, sem a menor dúvida.

- E vocês ainda conseguiriam fazer um DNA com o sangue?

- Acho que não, sei lá, esse negócio está no nosso sangue, eu acho... Pergunte essas coisas para ela, não para mim!

- Aconteceu alguma coisa?

Booth indica o sangue. Sweets assenti e Brennan aparece na porta. Todos se olham por um segundo e o casal toma a dianteira, indo para a sala.

- Eu estava perguntando ao Booth se tem como fazer um teste de DNA.

- Não deveria ter perguntado isso para ele.

- Obrigado, Bones. – Falou Booth com ironia.

- Aconteceu nada mesmo?

- Não – Booth.

- Sim – Brennan.

- Agora fiquei confuso. – Sweets.

- Não importa. – Disse Booth antes de Brennan pudesse falar – O problema é que alguém entrou aqui enquanto... enquanto estávamos ocupados.

- Talvez dê para fazer o DNA. Se conseguirmos identificar a anomalia e isolá-la...

- Err... Sem detalhes, Bones – Booth a interrompe. – Se você achasse a anomalia, poderia tirá-la do nosso sangue!

- Não, daí é MUITO sangue. Uma pequena amostra, talvez. Mas não é minha especialidade.

- E se Hodgins...

- Não! – Interveio Sweets – Ninguém de fora envolvido.

- Mas pode ser nossa salvação!

- Não, Booth! Não! Nada de Hodgins! Falando nisso, o pessoal do laboratório está furioso comigo! Pensam que a culpa de vocês saírem é minha!

- E não é?

- Você sabe que não é. Mas entendo o que quer falar, Booth. Se vocês não saíssem por si próprios, eu o faria.

- Wow! – Exclamou Brennan.

- Eu sei Drª Brennan, mas eu seria obrigado...

- Não é isso! – Brennan se levantou agitada e começou a andar rápido de um lado para o outro. – Eu tinha uma impressão que já senti esse cheiro de sangue, mas é claro que isso seria impossível, eu não conheço nenhum outro vampiro além de Booth...

- Aonde quer chegar, Bones?

- Esse sangue é de Zack.

- O QUÊ? – Booth se levanta.

- Zack? Zack Addy? Suposto aprendiz de Gormogon?

- Ele é “aprendiz” de Gormogon – Booth fez as aspas com as mãos – Mas ele não pode ser vampiro! E porque eu não reconheci o sangue?

- Por que você vivia ignorando ele. Apesar de tudo era eu quem passava todo o tempo com ele. – Brennan chega perto de Booth e olha em seus olhos – Eu reconheceria o sangue de um de nossos amigos num raio de 700 metros. Eu só não reconheci antes por que ele é um de nós.

- Impossível. – Booth desviou o olhar de Brennan.

- Isso explicaria muita coisa. – Sweets falou baixo, mas todos ouviram.

Estavam todos na cozinha novamente. Booth encostado na parede, Sweets na porta e Brennan abaixada junto ao suposto sangue de Zack Addy, seu antigo assistente.

- Não há provas que o sangue seja dele. – Booth falou novamente.

- Eu tenho CERTEZA que é de Zack. Eu sou a especialista nos sangues de conhecidos.

- É perigoso para você Sweets! Ele já matou antes!

- E você não?

- Você entendeu. – Booth o fuzilou com o olhar – Ele invadiu o apartamento. Ele sabe o que somos. Poderá começar a atacar qualquer um...

O celular de Booth toca. Ele vai correndo buscá-lo e o atende.

- Booth.

- Oi Booth... É a Cam... Não sei se tem um modo de falar isso... Mas o Zack está fugiu do...

- BONES! – Ele gritou afastando o celular do rosto – VOCÊ ESTAVA CERTA!

- Do que vocês...?

- Cuidado com Zack, Cam! Sério, ele pode ser mais perigoso que você pensa...

- Mas Booth... Ele está aqui conosco no laboratório.

Booth encerrou a chamada sem despedidas. Estavam todos em perigo! Todos! O que Zack poderia fazer com eles? Booth nem queria pensar. Com alguns passos ele chegou à cozinha.

- Problemas. Zack está no laboratório. Vamos para lá Bones. – Ele deu alguns passos saindo da cozinha e depois voltou – Vamos conosco Sweets. Estará seguro conosco.

Que ironia. Pensou o psicólogo. Mesmo assim seguiu os dois, não tinha melhor alternativa.

Brennan estava um pouco nervosa com tudo. Primeiro estava com raiva de Booth. Depois estava na cama com ele. Então os dois estavam brigando. Alguém invade seu apartamento e descobrem que era um vampiro. Sweets chega. Descobrem       que o sangue é de Zack e que ele estava no laboratório. Ótima meia hora.

Agora estava indo ao Jeffersonian. Sua mente já assimilara mais facilmente o fato que não voltaria mais para lá, e Brennan prometera a si mesma que essa ida repentina não abalaria suas bases.

O laboratório estava exatamente como deixara na noite anterior e com mais um caso solucionado. Alunos irritados matam professor. Nunca irrite os alunos, aconselhou Drª Saroyan quando o caso se deu por encerrado.

Zack estava sentado em uma cadeira e todos estavam ao seu redor, contentes, conversando, perguntando, tentando entender tudo. Ele sorria sinicamente, como se tivesse feito nada.

Booth disparou por Brennan quando os dois e Sweets entraram no laboratório. Toda a atenção foi voltada para a chegada do pequeno grupo.

- O que você pensa que está fazendo Zackary Addy?! – Booth apertou-lhe o braço o fazendo levantar – Está brincando conosco?

- Calma Seeley! – Camille tentou se por entre Booth e Zack – Ele fez nada!

- Ele sabe o que fez. – Booth o soltou – Vamos Zack.

- Ele vai a lugar nenhum! – Foi a vez de Hodgins tentar ficar entre Booth e Zack – Que está acontecendo aqui?

- Eu tenho que ir. – A voz de Zack soou calma e Hodgins pareceu espantado por isso.

- Você não tem que ir a lugar nenhum, Zack.

- O Agente Booth está certo – Zack deu um passo para trás se afastando de Hodgins – Eu sei o que eu fiz.

- Ele nem do FBI é mais!

Booth sentiu o sangue correr mais rápido em suas veias e concentrarem em seus punhos. Deter as mãos era impossível. Acertou o rosto de Hodgins e com a força que ainda tinha pelo sangue que tomara no dia anterior, com certeza tinha quebrado, no mínimo, o maxilar de Hodgins.

Brennan segurou os braços de Booth e o puxou para trás. Zack soltou uma risadinha, mas rapidamente a desfez quando Cam e Angela o fuzilaram com o olhar. Sweets parecia estar chocado, apesar de que nada lhe surpreenderia tão cedo depois de presenciar Booth tomando o sangue de Brennan. Logo Sweets percebera que todos corriam perigo, Booth estava se descontrolando.

- Vão! – Sweets falou com certa falsa agressividade – E não voltem! E você não precisa ir, Zack.

- Você sabe que eu tenho, Dr. Sweets.

- Eu sei de nada. – Sweets levantou as mãos como se soubesse de nada. Puro teatro para fazer seus vampiros deixarem os inocentes.

Booth e Brennan já estavam no estacionamento quando Zack os alcançou. Booth estava mais calmo e se sentia culpado por ter quebrado o maxilar de Hodgins, mas falar a realidade era algo inadmissível para Booth. Zack parecia envergonhado também.

- O que você pensa que está fazendo Zack?! – Brennan avançou agressiva para Zack – Quer matar nossos amigos?!

- Eles não correm perigo.

- Claro que correm. – Booth tentava manter a voz regular – Sabemos o que você é. É um de nós.

- Sou. E posso ajudar vocês.

- Você diz... a não querermos matar nossos amigos?

- Não. Não sentimos cede por nossos amigos.

- Eu sinto! – Brennan disse com raiva. – Deve haver um padrão!

- Ah não... – Zack levantou as mãos escondendo o rosto?

- O que foi Zack? – Booth.

- Há algo de errado comigo? – Brennan.

- Depende o que você cataloga de errado, Drª Brennan. – Zack.


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