Em Busca das Almas Perdidas escrita por vivaopato


Capítulo 7
Aparto uma briga de primos só pra lutar outra


Notas iniciais do capítulo

desculpem a demora, tá aqui o capitulo



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Não fazia parte dos nossos planos reconstruir o chalé 8. Não mesmo. Maldita seja Thalia! Agora, além da missão louca por causa de Melinoe, de termos que buscar 3 semideuses, temos que ajudar um bando de ABD (Assassinas Burras Demolidoras) a reconstruir o chalé delas, que elas mesmas destruíram. Mas tudo bem, se é assim, tudo bem.

Eu olhei pra Luke e ele estava olhando pasmo para a porta. Me levantei e fui até ele, estendendo a mão. Ele me olhou e a segurou, levantando-se, sem falar nada.

- E agora? – eu perguntei enquanto íamos lentamente até o chalé meio detonado.

- Não sei. Eu poderia arranjar os materiais. E você poderia convocar alguns esqueletos. Não tudo, claro. Afinal, nós precisamos só ajudar, não fazer tudo. – ele respondeu.

- É. Pode ser.

Nós não conversamos até chegar lá. Quando nos aproximamos, as Assassinas nos olharam raivosas. Eu lancei pra elas meu melhor olhar de ‘você vai morrer agora’. Filhos de Hades são sempre ótimos em lançar olhares assim, mas eu tenho um talento especial pra eles.

- Nós viemos ajudá-las a reconstruir seu chalé. – Luke falou. Eu não acredito que depois de ser espancado por elas, ele ainda consegue ser gentil. Provavelmente ele está fazendo isso por Thalia.

As Assassinas nos olharam. Então Thalia apareceu de repente e disse:

- Eu os mandei ajudar, meninas.

Todas elas olharam pasmas para Thalia. Então uma delas disse baixinho:

- Não precisamos de ajuda, Thalia!

Eu dei uma de ousado.

- Ah, tá vendo, Thalia, elas não precisam de ajuda, então nós vamos embora, beleza? – falei já me virando e puxando Luke, que estava corado imóvel.

- Ah, não senhor, volte aqui, Nico! – Thalia falou e se virou para as outras Assassinas. – e vocês, senhoritas, querem sim, a ajuda deles. – ela continuou, então saiu.

Ok, então, eu não queria deixar elas morrendo pra reconstruir o chalé, mesmo. Elas nos fuzilaram com o olhar. Eu me virei para Luke.

- Arranje os materiais. Eu vou chamar alguns esqueletos. – falei.

Ele estalou os dedos. Uma pilha dos materiais de construção comuns e algumas pedras prateadas estranhas que pareciam conter um brilho esquisito apareceram. O olhei chocado e ele cruzou os braços, com um sorriso presunçoso. Ah, ele quer se exibir? Que assim seja. Eu sorri de lado.

Saquei minha espada e a apoiei no chão. Fechei os olhos e evoquei 5 esqueletos operários. Eles usavam aqueles capacetes amarelos estranhos e os macacões, e as botas de plástico. Abri os olhos. Luke me olhava boquiaberto. Eu ri presunçoso.

- Reconstruam o chalé como estava. – falei para os esqueletos. As Assassinas nos olhavam impressionadas. Pisquei pra elas e saí, com Luke atrás. Quando já estávamos quase na praia, paramos de andar, nos entreolhamos e começamos a rir. Nos jogamos na areia e rimos até nossas costelas doerem. Mentira, até Thalia aparecer com cara de ‘o que vocês estão fazendo?’. Nos levantamos e olhamos para ela.

- Qual parte de “reconstruam o chalé 8” vocês não entenderam? – ela perguntou.

- Nós deixamos os operários e materiais lá, oras. – eu nos defendi, dando de ombros.

- Chamam aquilo de ajuda?

- Sinceramente, sim. – retruquei.

Ela apontou para trás, na direção dos chalés. Eu olhei pelo ombro dela. Ok, pause no filme. As Assassinas estavam... HAHAHA! Elas estavam todas atrapalhadas. Umas olhavam confusas para os materiais de Luke, outras encaravam meus esqueletos assustadas, enquanto eles reconstruíam rapidamente o chalé. HAHAHA! Era muito engraçado. Outras ainda tentavam pegar os materiais para ajudar, mas os esqueletos não deixavam. HAHAHA! Bem feito, Thalia, quem mandou?

- Ah, eles estão fazendo certo, não? – perguntei inocente.

- Ah, claro. – ela respondeu, irônica. – ELES ESTÃO TRAUMATIZANDO ELAS! VOCÊS DOIS VÃO AGORA TIRAR AQUELAS COISAS DE LÁ!!!

- Ah, não senhora. A senhora nos mandou reconstruir o chalé, e é o que eles estão fazendo, nós não nos responsabilizamos por efeitos colaterais. Pacote não incluso. – eu falei. Luke continuava mudo.

- AGORA! – ela berrou. Cara, ela deve ter uma caixa de som dentro de si, de tanto que grita.

- THALIA! – ouvimos. Ela se virou pra olhar e eu e Luke olhamos também. Percy vinha sorrindo em nossa direção.

Quando nos alcançou, ele parou ofegante e apoiou-se nos joelhos.

- Eu... estava... – então ele se levantou e viu Luke. E seu sorriso se desfez. Luke disse envergonhado:

- Ahm... oi, Percy.

Percy o olhou, furioso. Então, meio que tentando conter a raiva, falou:

- Luke. O. Que. Você. Está. Fazendo. Aqui?

- Eu vim com o Nico. – Luke explicou.

- É, eu sei. – Percy retrucou, já se virando para mim e Thalia.

- Então por que perguntou? – Luke desafiou. Ah, meu Hades, esse morto tá tentando ir pro Tártaro.

Aí foi a gota d’água pro Percy. Ele levantou o cotovelo e girou o braço para dar um soco em Luke.

POW

Eu segurei Percy, empurrando-o. Mas Luke já estava atiçado. Eu já havia visto semideuses brigando, e acredite, não é legal, especialmente quando você tem que apartar.

Luke deu um soco em Percy e eu me botei no meio dos dois, mas quando Percy levantou o braço, ignorando a minha presença entre os dois, eu saí do meio e fui para o lado de Thalia. Nos entreolhamos.

Eu fui até Luke para segurá-lo, e Thalia segurou Percy. Ele se debateu, então ela faiscou de leve. Os dois pararam. Luke se soltou de mim e foi na direção da arena.

- Bem, eu tinha vindo aqui para chamar vocês dois para uma competição de poderes. – ele falou.

- É, e acabou se metendo numa briga. – comentei.

- É, o que deu em você, Percy? – Thalia concordou.

- Desculpem – ele murmurou baixinho, embora não parecesse arrependido. – bom, então? Vocês topam? – ele perguntou.

- É, né, não tenho mais nada pra fazer mesmo. – Thalia falou.

Eu assenti.

- Na floresta. – sugeri. Então expliquei. – É um território neutro. Há um rio, há terra, e obviamente há ar. É perfeito.

Eles concordaram. Eu estava com a sensação de que aquilo não ia dar certo, mas resolvi ignorar. Fomos em silêncio até um ponto onde costumava ficar a fronteira nos jogos de Captura à Bandeira.

- Certo. Vamos nos espalhar. Ahm... eu pensei que poderia ser um desafio de encontrar. Poderíamos tentar encontrar... – Percy falou e parou, fazendo uma expressão pensativa, como se tentasse pensar em algo que pudéssemos encontrar.

- Grover. – falei.

- Grover? – os dois falaram ao mesmo tempo.

- É. Contanto que Percy não use sua conexão empática, é razoavelmente justo, não?

- Er... eu não tenho mais a conexão empática. – Percy falou, meio envergonhado.

- Por quê? – Thalia perguntou.

- Longa história. – ele respondeu. – Vamos logo.

- Está bem. Temos que trazer o Grover aqui, e mandar um sinal para os outros. Ou coisa parecida. No final, os perdedores deverão cumprir uma punição – falei.

Eles assentiram e foram cada um para um lado. Eu tinha uma idéia. E eu iria vencer. Eu não iria trapacear, mas era uma guerra de poderes, certo? Ou seja, devíamos usá-los. E eu usaria os meus. Desembainhei a espada e a apoiei no chão, já cantando baixinho. Então quase que por mágica, um cão infernal apareceu. Ele era enorme. Eu subi numa pedra para falar no seu ouvido.

- Ei, grandão, preciso que você ache um sátiro pra mim, está bem? Ele é fácil de se reconhecer. Se chama Grover, é o senhor da natureza, já ouviu falar dele? Encontre-o para mim. – sussurrei.

Ele latiu e eu encarei como um sim. Fui até o nosso ponto de encontro e me sentei numa pedra. Passaram-se dez minutos e ouvi um latido. Me levantei de um pulo e fui na direção do som. Thalia tentava desesperadamente arrancar Grover do cão infernal e o sátiro estava pálido e amedrontado. Eu fui até Thalia e convoquei rapidamente 2 esqueletos, que a seguraram. Perda de tempo. Ela explodiu os dois com um raio. Mas eu não fiquei para ver. Já estava no ponto de encontro, com o cachorro e Grover, que estava desmaiado. Mandei rapidamente o esqueleto de uma águia se erguer e voar, como um sinal.

Thalia parou zangada ao meu lado. Ela me olhou feio e começou a faiscar. Três minutos depois, Percy apareceu. Tão zangado quanto Thalia.

- Venci. – falei inocente.

- É, venceu, Nico, parabéns! – Thalia falou irônica. Eu ri.

- Agora, suas punições. – falei sorrindo maliciosamente.

Eles suspiraram.

- Thalia, você vai ter que passar o resto do dia usando roupas coloridas e de cabelo solto. Ah, e na hora da fogueira você terá que cantar. E você, Percy, vai ter que passar o dia longe de Annabeth, sem falar com ela, mas do lado da Rachel, e de roupas pretas.

Os dois me olharam indignados. Eu ri de novo. Aquilo seria divertido.


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Notas finais do capítulo

deixem reviews e façam uma criança feliz.