Em Busca das Almas Perdidas escrita por vivaopato


Capítulo 10
E no fim, tudo acaba em pizza... e vinho


Notas iniciais do capítulo

olha aí o outro capítulo!

só pra avisar: eu já escolhi a menina do sonho do nico, eu misturei bastante, e criei umas coisinhas, obrigada a todos que mandaram fichas! (se alguém quiser mandar algumas coisas relacionadas a novos personagens, eu aceito)

esse cap. vai ter uma parte pequenininha de POV da Ally!



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                Ally POV

                Suspirei, derrotada, vendo do topo da Colina, seus pégasos se afastarem. Então eu ouvi uma voz feminina ao meu lado:

                - Se me perguntassem, eu diria que você precisa de um pégaso e um boné da invisibilidade.

                Olhei ao meu redor, mas não havia ninguém. Bom, tinha o dragão, mas...

                De repente, apareceram à minha direita uma garota e um pégaso ao seu lado. A garota era loira e tinha olhos cinza. Ela parecia ter uns 18 anos e segurava um boné azul marinho em uma das mãos. O pégaso era impressionante. Era negro, mas num tom quase... reluzente. Suas asas enormes caíam ao lado do corpo. Tinha olhos muito negros, e em seu dorso repousava a outra mão da garota. Ambos me olhavam curiosos.

                A menina tirou a mão do dorso do pégaso e a estendeu na minha direção, dizendo:

                - Annabeth Chase, prazer. – o cavalo grunhiu – e este é Blackjack, claro.

                Eu apertei sua mão. Uma voz masculina disse em minha mente:

                E aí, chefa? Tudo de boa? Blackjack, ao seu dispor!

                Eu só conseguia encarar surpresa os dois.

                - E então? – Annabeth perguntou – Vá atrás deles, Ally.

                - Como sabe meu nome? E como assim “vá atrás deles”? Não tenho treinamento, nem como ir, e sair do Acampamento é loucura! – eu falei exasperada – E se descobrirem... – eu estremeci só de pensar.

                - Ora essa, menina! Você tem o melhor dos pégasos aqui ao seu dispor! E você tem poderes, é uma semideusa, claro que vai sobreviver! E você tem a invisibilidade em objeto emprestada! – Annabeth falou, gesticulando com o boné.

                - Como assim? – perguntei, já desconfiada da loucura iminente da garota.

                Ela revirou os olhos e disse:

                - Blackjack está ao seu dispor, eu posso lhe emprestar meu boné da invisibilidade, e... – ela hesitou – minha faca.

                Ela tirou do cinto uma faca longa de bronze, e por um instante eu temi que ela fosse me esfaquear, mas ela me estendeu o cabo e o boné.

                É, chefa! Vamos arrebentar com eles!

                Ouvi a voz de Blackjack na minha mente. Peraí, deixa ver se eu entendi. Ela quer que eu pegue o “boné da invisibilidade” dela emprestado, uma faca de bronze e voe num pégaso para acompanhar três semideuses em uma perigosa missão? Hahaha! Não mesmo!

                - Vá, pegue! O que está esperando? – Annabeth reclamou.

                Talvez, naquele momento, eu tivesse sofrido um colapso nervoso que provocava reações e atitudes insensatas, ou até descoberto um novo tipo de doença mental que afetava a racionalidade do doente, mas me peguei catando a faca de Annabeth e seu boné e colocando-o na cabeça, e montando em Blackjack.

                Annabeth deu um grande sorriso e pareceu satisfeita.

                - Enquanto você vestir o boné, tudo em que tocar estará invisível, assim como você. Ah, mais uma coisa, guarde bem essa faca, ela salvou o Olimpo. – falou.

                Me perguntei como uma faca salvaria o Olimpo, e ouvi Blackjack me dizer mentalmente:

                Longa história, chefa. Longa e desnecessária. E é exatamente o causador dela que estamos indo seguir.

                Pare de me chamar de chefa, Blackjack! É irritante!

                Certo, chefa! Você é demais!

                Suspirei derrotada e pensei no que ele havia dito sobre estarmos indo seguir o causador da “longa história”. Não pude deixar de supor quem seria. Mas ignorei. Olhei para Annabeth.

                - Diga a Luke... que eu sinto muito. Diga a Thalia que ela precisa confiar mais, e... a Nico... diga a ele que se cuide. – ela falou.

                Eu não sabia como ela conseguia falar com alguém que ela não podia ver, mas assenti, mesmo sabendo que ela não veria o gesto. Então assenti para Blackjack, e nós decolamos atrás de dois inocentes e um causador de uma longa história.

                Nico POV

                Estávamos voando por entre as nuvens e eu já via Nova York à frente. Eu perguntara a Thalia sobre a lista de semideuses e ela me estendeu um papel, ainda de olhos fechados. Eu o peguei e olhei. Havia três nomes ali, e cada um possuía embaixo uma descrição física. Dois no Maine e um na Carolina do Norte. Simples. Prático. Barulhento. Peraí. Barulhento? Ouvi um barulho estranho, como um gritinho. Que não era de Thalia. Olhei para trás, e vi um espasmo preto. Estranho. Ignorei.

                O tempo passou tão rápido que de repente, estava anoitecendo. Gritei para Luke e Thalia para descermos. Eu planejava um hotel normal, em que pudéssemos passar uma noite calma. Mas não era isso que os pégasos planejavam, porque eles desceram num hotel grande e glamoroso, cinco estrelas. Tudo bem, então, se é o que eles querem. Nós descemos e desmontamos dos pégasos. Thalia soltou o ar, e pareceu mais do que satisfeita com o contato com a terra firme.

                Então eu ouvi um barulho. Um trotar, um relincho, um gritinho. Olhei para trás, e os dois me acompanharam. E eu vi ninguém mais ninguém menos que Ally, com cara de quem vai vomitar, olhando zangada para o pégaso ao seu lado, que era ninguém mais ninguém menos que Blackjack. Ah, garota suicida. Ally tinha em uma das mãos uma faca e na outra o boné de Annabeth. Ela nos olhou envergonhada e disse:

                - Ah... oi, Nico. Luke. Thalia. Ah, quase me esqueço! Luke, Annabeth sente muito. Thalia, confie mais. E Nico, se cuide.

                Nós nos entreolhamos pasmos.

                - Ahm... Ally? – eu chamei.

                - Sim? – ela me olhou.

                - O que exatamente você está fazendo aqui? – Luke perguntou.

                Ela corou. Então disse:

                - Er... bem, Annabeth me mandou segui-los. Ela me emprestou seu boné. – ela levantou o boné. – e sua faca – ela levantou a faca.

                Luke a olhou boquiaberto. Então se aproximou dela e gaguejou:

                - E-e-esta... esta é a faca de... de Annabeth?

                - Ah... é... – Ally afirmou meio surpresa.

                - Eu... posso? – Luke estendeu a mão para ela.

                Ally entregou para ele a faca. Ele a examinou por um momento e a devolveu.

                - Essa faca carrega uma longa história. Annabeth confia em você. Senão... não lhe teria entregue essa faca. Use-a com bravura. – ele falou solene e Ally assentiu.

                Thalia revirou os olhos e falou:

                - Bom, suponho que você não tenha intenção de voltar, Ally. – Ally negou. – Certo, sendo assim, será que poderíamos, por favor, entrar e comer alguma coisa? Eu estou com fome!

                Nós assentimos. E entramos no hotel. Eu pensei que eles não fossem nos deixar entrar, porque 2 adolescentes vestidos de preto, um de azul, e uma com um vestido branco sujo e rasgado, ainda com quatro “cachorros” não são o tipo de gente que você quer no seu hotel, mas ninguém nos barrou. Fiz o check-in, e paguei com um cartão que achei na mochila. Impressionante. Havia pedido um quarto com aquelas divisões estranhas, para o caso de alguma coisa acontecer. Nós subimos em silêncio. Abri o quarto. Era enorme. Fantástico. Joguei minha mochila no sofá, e Thalia jogou a dela. Tinha diversos abajures, dois sofás, algumas poltronas e atrás das divisórias haveria provavelmente quartos fantásticos. Thalia falou:

                - E aí, como é? A gente desce pra comer ou o que? Porque eu tô com fome.

                Revirei os olhos e disse:

                - Vamos descer. Hm... aliás... precisamos comprar umas roupas pra você, Ally.

                Ela se olhou e corou, seus olhos de um rosa bebê.

                Thalia a olhou e fez uma careta.

                - Sim, com toda certeza. Ei, vocês garotos arranjam algo para comermos. Eu e a Ally vamos comprar algumas roupas. Ei, Nico, me dá aquele seu cartão.

                Eu joguei o cartão pra ela e elas saíram. Olhei para Luke e disse:

                - O banheiro é meu.

                O banheiro, assim como o resto, também era impressionante. Tinha uma banheira imensa, de mármore branco. E havia um chuveiro. Me joguei ali e senti a água quente escorrer pelo meu corpo. Alguns minutos depois, eu saí do chuveiro e coloquei uma calça branca. Saí do banheiro ainda secando o cabelo e sem camisa.

Eu não era nenhum magrelo anormal. Eu não ligava muito para o meu corpo, mas isso não significava que eu não era... musculoso. Eu não fazia o estilo halterofilista, ou o estilo “Senhor Músculos”, ou coisa parecida. Primeiro, porque eu não estava tentando impressionar ninguém. Segundo, porque eu estava sempre fazendo coisas mais importantes como importunar Perséfone, comer batatas fritas e jogar xadrez com as Parcas. Sério, você já tentou jogar com uma? É simplesmente impossível ganhar, porque ela prevê cada movimento seu, e o xeque-mate se torna completamente inatingível.

Sentei no sofá, onde Luke folheava uma revista sobre decoração. Eu o olhei e perguntei:

- Então? O que vamos comer?

- Não sei.

Pensei um pouco. A idéia maluca e deliciosa me ocorreu.

- Pizza! – falei.

Ele me olhou.

- Pizza?

- É. Todo mundo gosta de pizza. É rápido, e prático. Eu peço! – falei, já me levantando na direção do telefone, onde havia uma lista telefônica ao lado.

Luke sorriu malicioso.

- Está bem, então. Eu já volto. Me dê algum dinheiro.

Ok, medinho agora. Joguei para ele algumas notas. E ele saiu pela porta, me deixando sozinho. Procurei na lista telefônica por alguma pizzaria decente. Achei uma com um nome realmente bizarro, algo entre ‘abacaxi’ e ‘brigadeiro’. Disquei. Uma atendente com voz fanha perguntou as coisas de sempre. Fiz o pedido. Acho que três pizzas família dariam. Sendo que a Thalia comeria uma delas sozinha. *-*

Desliguei e sentei no sofá. Pensei em Ally. Ah, deuses, não era seguro ela ficar conosco. Nem Rachel previu isso. Eu tinha medo dela se machucar. E por outro lado, achava que seria bom pra ela participar da missão. Seria um bom começo. E talvez ela descobrisse quem era seu parente olimpiano. Aliás, eu me esqueci de perguntar se ela tinha pai ou mãe olimpiano. Bom, não importa. Terei bastante tempo para isso.

Meus pensamentos foram quebrados pelo telefone tocando. Eu atendi e a recepcionista avisou que “as pizzas chegaram, senhor”. Eu desci até a recepção, peguei as pizzas, paguei e subi de novo. Larguei as pizzas em cima de uma mesa redonda na sala, e me deitei no sofá esperando Luke e as meninas. Então Luke entrou pela porta, com as meninas rindo com ele. Sinceramente, eu me senti o rei dos patetas ali, sentado no sofá com cara de tacho enquanto eles riam.

Realmente, Ally havia trocado de roupa, e agora ela usava um short jeans cinza, uma blusa vermelho sangue que realçava seus olhos, que estavam num tom rosa berrante, um salto alto bem alto vermelho também. Desnecessário, mas bonito. Ela exibia um sorriso fantástico e corou quando me viu. Seu olhar se fixou em meu peito nu e eu corei também. Thalia não foi tão discreta.

- Nico! Ai meus deuses, pelo amor de Zeus! Veste uma camisa agora! – ela gritou, virando a cara e tapando os olhos com a mão. A outra segurava uma penca de sacolas de lojas.

Revirei os olhos, mas me levantei e vesti uma blusa verde. Voltei à sala e os gulosos já devoravam a pizza. Com... garrafaz em volta deles. Não quaiquer garrafas. Garrafas de vinho. Então fora isso que Luke fora comprar? Ele é louco, nós somos menores de idade!

Mas eles não pareciam ligar para isso. Porque Thalia tinha uma garrafa na mão, e na outra, um pedaço de pizza. Luke segurava outra e Ally segurava um copo de plático branco, que deixava transparecer o tom do vinho. E eles riam como loucos.

Eu os olhei assustado. Ally me olhou e bebericou o vinho. Thalia virou a garrafa na boca e riu.

- Ei, Nico! – Luke falou, reprimindo um soluço. Eu me sentei em uma das cadeiras.

- Ora essa , di Angelo, que cara é essa? –Thalia perguntou.

Ignorei. Não é muito sensato embebedar quatro semideuses, mas eu... eu não sei o que deu em mim, mas peguei a última garrafa de vinho, a olhei e ri, virando-a na boca depois. Estremeci ao gosto doce, mas muito forte da bebida e ri de novo. Logo estávamos todos rindo feito loucos. Os pégasos haviam sido levados ao “Canil de Luxo” que o hotel oferecia.

Peguei uma fatia da pizza e a devorei em um segundo. Thalia riu ainda mais e entornou a garrafa que segurava. Eu fiz o mesmo, e Luke nos acompanhou. Ally riu e estendeu o copo dela em minha direção, como se pedisse a mim que o enchesse. Eu o enchi, e ela o virou de vez na boca, estendendo-o de novo. Mais uma vez eu o enchi. Nós rimos. Pouco depois, as pizzas haviam acabado. Então Luke tirou de algum lugar que eu não vi direito pela embriaguez, uma sacola plástica grande. E tirou dali mais três garrafas de vinho. Nós rimos. Dessa vez, Ally agarrou uma das garrafas, e Thalia pegou as outras duas.

Luke tirou dali mais duas. Me deu uma e pegou a outra. Eu abri a minha e a entornei. Nós rimos outra vez. Eu já via as coisas meio turvas. Então Luke riu e se levantou, olhando para Thalia. Ele se curvou e estendeu a mão dizendo:

- Será que a dama me concede a honra dessa dança?

Thalia riu também e deu a mão a Luke, se levantando. Ela devia estar realmente bêbada. Meus pensamentos se confundiram de leve quando eu dei mais um gole da minha garrafa, mas voltaram à nitidez. Luke e Thalia foram para o centro da sala e começaram a dançar.

Ally foi até um aparelho de som no canto e tirou de uma das sacolas um CD, e o pôs para tocar. Era uma música instrumental animada. Thalia começou a rebolar até o chão. Ok, ela está realmente muito bêbada. Luke riu e se encostou na parede dando um grande gole da sua garrafa e observando/adorando Thalia dançando.

Ally foi até o lado de Thalia e fez o mesmo. Ela riu e rebolou, indo até o chão e subindo rebolando. Seu quadril fazia uma sincronia perfeita. Eu me encostei ao lado de Luke. Talvez estivéssemos babando, mas ah!, qual é? Tem duas gatas muito gatas e bêbadas rebolando na nossa frente, e nós estamos bêbados também.

Então elas pararam e Luke foi até Thalia e beijou sua bochecha. Eles coraram, e eu estava prestes a ir arrancar Luke do lado de Thalia. Mas ela lhe deu um tapa e correu até o quarto atrás da divisória da esquerda, parecendo prestes a chorar.

Olhei assassino para Luke. Ally veio para o meu lado, parecendo levemente alheia à situação. Luke foi onde Thalia estava e entrou, fechando a porta atrás dele.

Pause! Thalia correndo para um quarto de hotel meio chorosa, e Luke indo atrás dela? Isso é um dejà vú, ou o que? Ah, já sei! Eu sonhei com isso! Peraí! Eu sonhei com isso!


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Notas finais do capítulo

para os curiosos de plantão que quiserem ver como é o quarto deles:

http://www.racional.com/imagens/todas/segmentos/37_10.jpg

foi o melhor que eu achei, entao se ficou ruim, me desculpem

beijos, deixem reviews e me façam feliz