Um Amor Inesperado escrita por Raquel-Reh


Capítulo 8
8 – Emoções intensas e revelação parcial


Notas iniciais do capítulo

Hii, peoplee!
Desculpem a demora, pretendia postar na segunda, mas tive que fazer algumas alterações no capítulo... Devido a vários pedidos, teremos umas cenas, digamos que inusitadas... hahaha

Chegamos ao penúltimo capítulo... e um dos maiores õ/
Até tentei estender mais um pouquinho, só que ia ficar cansativo e a criatividade está acabando, então acho melhor deixar como tá =D

Aviso: O que estiver entre: " " é pensamento; ; ( ) autora se intrometendo com comentários.

E lembrando que:
* As personagens não me pertencem, modificações foram feitas blá blá blá....

Boa leitura!



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À noite, Sakura e Shaoran chegaram em casa. Fujitaka e Yelan perguntaram o porquê deles chegarem juntos e um pouco mais tarde do combinado, pois ainda tinham que se arrumar para sair.

- Ah, eu encontrei com o Shao no shopping... Quando minhas amigas foram embora, ele tava conversando com uma garota lá, só que ela foi embora logo, então eu insisti para ele me comprar um presente, e olha o que ele me deu – ela mostrou somente os chocolates – e esse aqui foram das minhas amigas – mostrou o ursinho e as flores parecendo uma criança no Natal, o que fez Yelan e Fujitaka rirem.

- São muito bonitos, filha.

- Eu adorei, papai. – seu sorriso ia de orelha a orelha.

Shaoran ficou olhando para Sakura, como ela conseguia se sair tão bem nas situações mais imprevistas e ficava admirando-a, ao mesmo tempo era criança e adulta, madura e ingênua, forte e meiga. Quando percebeu que estava começando a chamar atenção, tratou logo de disfarçar para ninguém notar, porém não reparou que Yelan olhava para ele de esguelha. Sua mãe ficava mais desconfiada a cada dia que passava, sua intuição dizia que algo acontecia com os dois, mas ela não queria se precipitar, por isso nunca falou nada a ninguém, iria esperar mais um pouco.

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As semanas passavam voando e nosso casal preferido estava criando coragem para falar com Yelan primeiro, depois com Fujitaka e só então com Touya. Mas não sabiam como fazer ou por onde começar, com isso decidiram adiar novamente a conversa.

Novembro chegou e os pais de Sakura e Shaoran viajaram, deixando os dois sozinhos por algumas semanas. Eles pareciam duas crianças, isso mesmo, porque fizeram ‘aquela festa’. Na primeira semana fizeram tudo que não podiam fazer quando seus pais estavam em casa. Comiam besteiras às vezes nos lugar da refeição, viam filme até tarde, saíam a qualquer hora, ouviam música num volume bem alto, e, claro, namoravam em casa mesmo, com bastante liberdade. A partir da segunda semana, a moleza acabou. Passaram a estudar todos os dias, não lhes sobrando muito tempo livre para passearem e namorarem.

No último fim de semana antes da volta de seus pais, Shaoran e Sakura saíram para jantar. Ele pegou o carro de Yelan e foram a um belo restaurante que ficava um pouco longe de casa.

- Shaoran! É lindo esse lugar! – falava assim que chegaram maravilhada com a paisagem, a decoração e o ambiente.

- Sabia que você ia gostar.

- Não tem como não gostar, é tão romântico. – ele segura na mão dela e ficam por alguns instantes se fitando.

Eles fizeram o pedido ao garçom.

- Sakura, eu quis jantar hoje contigo não só para aproveitarmos esse último final de semana sozinhos, mas também para resolvermos o que faremos em relação ao nosso namoro, não podemos esconder por muito mais tempo.

- Tem razão, mas acho que devemos ir com calma, não podemos contar para todo mundo de uma vez. O Touya tem que ser o último a saber, porque quando for matar nós dois, pelo menos nossos pais vai nos ajudar. Eu espero...

- Podemos falar com a minha mãe primeiro, então. Afinal, dos três ela é a mais condescendente.

- Meu pai também é, mas nessa situação concordo contigo. Acho que ele vai pirar.

Ambos riram. O garçom os serve e logo após se retira.

- Está delicioso!

- Esse lugar é incrível, não? Temos que vir mais vezes, Saki.

- Como você o encontrou?

- Yukito me falou dele na época que morávamos em Londres. Ele sempre vinha aqui com a namorada.

- Será que ele e a Nakuru reataram?

- Eu acho que falta pouco para isso acontecer, depois que voltamos Yukito me falou que a Akizuki estava se aproximando novamente.

- Formam um casal tão lindo. Espero que tenha logo outro casamento. – Shaoran riu.

- Ai, Sakura, só você mesmo!

- O que foi? Vai dizer que você também não torce pros dois?

- Claro, mas também não quero ver apenas o casamento deles.

- Anh? Como assim?

- Deixa pra lá. O que você vai querer de sobremesa?

- Hum... Deixa eu ver... Esse aqui.

- Por favor – Shaoran se dirigia ao garçom que estava se aproximando de sua mesa - Dois desse. Obrigado.

Terminaram o jantar e seguiram para casa.

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Ao chegarem em casa, foram tomar banho e se preparar para dormir. Como ainda era muito cedo, o relógio nem marcava 22h, resolveram conversar e namorar um pouco na sala. Sakura se tornara uma jovem muito linda, seu rosto era perfeitamente desenhado e traçado, e tinha um belíssimo corpo, cheio de curvas e delicadamente sensual. Com sua distração acentuada, não se dava conta completamente da mulher em que se transformara e quando colocava roupas curtas para ficar em casa, na maioria das vezes ignorava o fato de que isso mexia demais com seu namorado. Tal fato aconteceu essa noite mesmo, após chegarem do jantar e para completar, essa noite fazia bastante calor...

Shaoran terminara o banho primeiro e estava recostado no sofá vendo TV, com sua costumeira roupa de dormir (uma regata masculina e um calção haha).

- Prontinho, Shao, já acabei – ela falava chegando à sala e indo se sentar no sofá – Ta vendo, nem demorei dessa vez, não pode brigar comigo... – ela ria e fazia uma cara séria ao mesmo tempo.

- Até parece que eu... – começou a falar ainda olhando para a TV, mas quando virou para olhá-la, perdeu a fala (se eu pudesse tirar uma foto da cara embasbacada que Shaoran fez, acho que todos daríamos boas risadas...).

Shaoran não conseguia emitir uma palavra, olhava fixamente para a menina-mulher que estava agora sentada ao seu lado. Sim, menina-mulher, porque ao mesmo tempo em que vestia um pijama de verão bem curto e um pouco justo, dando um ar sensual, os desenhos de ursinhos e coelhinhos coloridos traziam à tona a pequena Sakura, meiga e sonhadora, que havia conhecido e implicado quando criança.

Que turbilhão de coisas passavam pela mente do jovem. Desde que começaram a namorar, ele se controlava para não ‘avançar o sinal’ com Sakura. Mesmo tendo pouquíssimas ‘experiências’, todas motivadas por simples atração física, o desejo gritava dentro de Shaoran, que tentava ignorá-lo por amor e respeito à sua amada. Queria que isso acontecesse entre os dois, quando ela estivesse pronta. Sabia que não era qualquer garota, era Sakura, sua Sakura, seu grande amor e tentaria o máximo que pudesse segurar essa vontade que insistia em predominá-lo.

- O que foi Shaoran? Parece que ta no mundo da lua! – ela mexia suas mãos na frente dos olhos dele.

- Ahn? Ah, sim... É que... Não é nada, apenas... Pensava em algumas coisas sobre... O curso. Já está acabando e logo chegam as provas do vestibular, né?! – ele já havia conseguido se recompor e tentava passar naturalidade.

- Hum... sobre o curso é? Ou em alguém do curso? – cruzava os braços e fazia um biquinho.

- Ah, Saki, tá com ciúmes de novo? – perguntava rindo.

- Não to nada! – e virou o roto para o lado oposto à Shaoran.

- Já disse que você é a única na minha vida! – descruzava o braço da menina e a puxava para um abraço – É contigo que quero ficar para sempre.

- Eu também quero ficar pra sempre contigo. – ela o abraçava forte – Te amo muito, Shaoran.

- Também te amo muito, Sakura. – e a beija.

O beijo começou simples, calmo e aos pouco foi ficando mais caloroso e profundo. Estavam sentindo novas sensações agora. Um forte calor percorria o corpo de ambos e estavam começando a aumentar as carícias, quando Sakura escuta uma música vindo do quarto dela. Com o susto, eles se separam.

- O que foi isso? – perguntou Shaoran, agora curioso.

-Não se... Meu celular! – levantou-se rápido e correu para atender.

- Ai, meu Deus, o que ta acontecendo comigo? Não consigo me controlar! – ele dizia para si, sozinho no sofá.

Uns 5 minutos o jovem ficou na sala, absorto em seus pensamento.

- Shaoran! – ele ouviu Sakura chamando seu nome.

- O que foi? – levantava-se do sofá.

- Vem aqui rapidinho!

- To indo “Por que ela faz isso? Não sabe a encrenca que podemos nos meter...” – um pouco receoso foi até o quarto da menina.

- Olha isso! – assim que percebeu a presença dele na porta do quarto, apontou para o computador que agora estava ligado.

- Não acredito! – respondeu incrédulo observando mais de perto através do monitor.

- Quando a Tomoyo me falou, também não acreditei!

- Esse Eriol... Não perde tempo mesmo! – falou balançando a cabeça e rindo.

- Mas são tão lindos!

- Tem razão, mas nós somos mais. – disse abraçando-a.

- Mas ainda acho que ta muito cedo... Ele se conhecem a menos de 3 meses!

- Ah, Sakura, o amor é assim mesmo.

- Eu sei, mas ainda acho um pouco precipitado, Tomoyo só tem 18 anos. – ainda permaneciam abraçados, observando a foto que havia na tela.

- Mas Eriol já tem 22. Ele é rico, tem seu próprio negócio que herdou dos pais, dinheiro não é problema... Podem formar uma família hoje mesmo.

- Tem razão. – apoiava sua cabeça no peito de Shaoran.

- Mas relaxa, é apenas um noivado. Eles não vão se casar agora! Se bem que a vontade dos dois é essa! – caíram na gargalhada.

- É, passaram a nossa frente, Shaoran. – ela dizia com um olhar manhoso.

- Podemos retomar a liderança, é só você me dar permissão... – Shaoran lançava-lhe em sorriso matreiro.

- Seu doido! Como se fosse fácil...

- Chega de falar de Tomoyo e Eriol. – rapidamente se aproxima dos lábios de sua amada e envolvem-se em mais um beijo.

As coisas foram esquentando entre os dois. O calor que há pouco sentiram, voltou mais forte. Shaoran começou a explorar mais o corpo de Sakura, sua mão que antes estava acariciando o cabelo de Sakura, agora estava no meio das costas da mesma, ansioso por descer um pouco mais... Sakura não sabia direito o que fazer, estava entorpecida com o beijo e carícias, era nova nesse assunto, nunca tinha namorado, muito menos beijado de tal forma fervorosa. Limitou-se a envolver o pescoço de Li com um dos braços, mexer no cabelo rebelde dele com a outra mão e deixá-lo comandar a situação.

Não agüentando mais o desejo dentro de si, Shaoran transferiu o beijo que antes era nos lábios da jovem, para o lindo pescoço perfumado dela. Sakura estremeceu com o toque.

- Shaoran... – soltou num suspiro. Era a única coisa que conseguia pronunciar.

A sensação que Sakura tinha era de nunca mais querer sair dos braços de seu grande amor. Refletia coisas que nunca havia se quer imaginado e que agora invadiam com tudo seus pensamentos. Li, por sua vez, era delicado e ao mesmo tempo firme, sempre pensando nela e no amor que explodia em seu peito. Jamais queria fazê-la sofrer, nem forçá-la a algo que não queria. Hesitou um pouco e pensou se o que estavam fazendo era certo, mas não estava mais segurando a vontade de ter Sakura só para si. Estavam tão envolvidos que não perceberam a porta de entrada sendo aberta. Apenas quando esta bateu é que se deram conta.

- Sakura! Shaoran! – assustaram-se com a voz que a princípio vinha da sala e depois da cozinha.

- Ai, meu Deus! É o Touya!!! – Sakura sussurrou para Shaoran quase entrando em desespero.

- Calma, temos que pensar rápido, se eles nos pega aqui, não sei do que será capaz! – Shaoran preocupava-se.

- Sakura! – novamente ouviu a voz na sala, e mais próxima.

- Entra debaixo da cama! Rápido Shaoran! – ela continuava a sussurrar.

- Você acha que eu consigo? Não dá, Sakura, sua cama é baixa e eu sou grande! – ele não se conformava.

- Não tempos tempo para isso! – ela o empurrava para perto da cama.

- Mas debaixo da cama não dá!

- No armário então, vai!

- Se não dou debaixo da cama, vou caber no armário?

- Monstrenga! Ta em casa? – pela voz, parecia estar no corredor.

- Dá teu jeito, Shaoran! Se vira! – ela aproxima-se da porta do quarto e grita. – To aqui no quarto Touya!

- Malucaaaa! – foi só o que Li conseguiu pronunciar entes de se jogar de qualquer jeito dentro do armário de Sakura.

Em poucos segundos Touya adentra o quarto dela.

- Já tava me esquecendo que você só responde quando eu te chamo pelo seu verdadeiro nome, né, monstrenga?!

- Ah! EU NÃO SOU MONSTRENGA! – Touya quase fica surdo com o berro.

- Tá, tá... Não precisa gritar, estou na sua frente – diz destapando os ouvidos.

- O que você tá fazendo aqui, Touya?

- Vim pegar a correspondência que ainda vem para cá e... Sakura, - ele começa olhando fixamente para o chão – o que a surippa do Shaoran está fazendo no seu quarto?

Só então Sakura repara nela jogada perto do armário.

- E seu armário tá aberto...  – ele continua, agora se dirigindo até o móvel – tá com roupa demais, é?

- NÃO! – ela grita correndo para frente do armário o fechando – Sabe o quê que é... É que eu tava arrumando quando você chegou e por isso a porta tava meio aberta. – ela completa encostando-se ao armário até seu irmão se afastar.

- E a surippa? – ele fica meio desconfiado.

- Ah, Touya ele deve ter deixado aqui só para me perturbar – ela faz um biquinho e cruza os braços.

- E onde ele tá agora?

- Er... Saiu com os amigos. Foram... Namorar eu acho.

- Hum, garoto esperto... E te deixou sozinha? Com a porta destrancada ainda por cima?

- Não, a porta foi culpa minha, quando ele saiu, me pediu para trancar e acabei esquecendo... – ela tenta disfarçar.

- Hum... Ta, vou ficar esperando ele chegar. Você não vai ficar sozinha hoje.

- NÃO! Quero dizer... Não precisa, eu to bem, e o Shaoran deve chegar tarde...

- Tudo bem então... Durmo aqui, assunto encerrado.

- Mas... Mas... E a Kaho?

- Ela tá viajando mesmo, volta só amanhã à tarde. Já tá decidido. Vou ligar pra Kaho avisando e vou pro meu quarto dormir. Boa noite, monstrenga.

- Mas... Mas... Mas... Aff, boa noite. – ela disse de cabeça baixa, desistindo.

Alguns minutos se passam, Sakura estava deitada na cama, fingindo dormir, com a porta do quarto fechada.

- “Caramba, como ta quente aqui... Vou acabar quebrando o armário da Sakura, é muito apertado para mim... Acho que vou sair...” Saku... – estava abrindo a porta do armário e sussurrando, quando percebeu que alguém estava prestes a entrar no quarto – “Ah, não! Tá de sacanagem comigo, né?!” – volta a se espremer e fecha a porta.

- Ai, ai... Essa monstrenga não consegue nem ficar coberta – Touya diz baixinho esticando o cobertor em cima da irmã.

Ele dá mais uma olhada em sua irmã ‘dormindo’ e sai do quarto. Por precaução, Shaoran decide esperar alguns minutinhos para sair do armário (não levem para o outro sentido, gente ¬¬ ahahahah). Não demorou muito e Sakura levantou e foi verificar se estava tudo tranquilo.

- Shaoran, - ela sussurrava – acho que Touya já dormiu – ela disse abrindo devagar a porta do móvel.

- Ai! To todo quebrado, você precisa de um armário maior, sabia? – ele reclamava se esticando finalmente.

- Ah, claro, porque você vai sempre ficar se escondendo, né? – ironizava - Poxa, amassou todas as minhas roupas! – ela tentava dar uma arrumada.

- Poderia ser pior... – ele faz uma cara de sonso pra ela.

Sakura começa a rir, mas abafa com a mão para não fazer barulho.

- O que foi? Ta rindo do que? – perguntava desconfiado.

- Disso – ela retira dos cabelos emaranhados de Shaoran um sutiã rosa.

- Não achei graça, não. Só por causa disso, vem cá. – e a puxa contra seu corpo, dando-lhe um beijo.

- Shao, agora não, Touya pode voltar aqui! – ela interrompia.

- Droga, tem razão. Outro dia continuaremos. Boa noite minha flor. – ele da um selinho.

- Boa noite Shao. Vai de fininho, heim! – sussurra após ele abrir a porta devagar.

- Pode deixar. – dá uma piscadela e sai.

- Aiaiai...- Sakura se deita suspirando. Amanhã seria um longo dia...

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Fujitaka e Yelan chagaram no sábado, a princípio estranharam Touya estar em casa também, mas tudo foi explicado e os cinco almoçaram juntos. Sakura e Shaoran tentaram algumas vezes falar com Yelan, nos momentos em que Fujitaka e Touya não estavam, mas tiveram vários contratempos.

Segunda-feira chegou e todos retomaram suas rotinas. Ao chegar da escola, Sakura viu Yelan preparando o almoço, percebeu que era o momento perfeito para falar com ela, já que seu pai estava no trabalho. Decidiu esperar Shaoran chegar, o que não demorou muito, e ambos foram até a cozinha contar tudo a Yelan.

- Mãe, eu e Sakura queremos conversar com você.

- Podem falar, meu filhos.

- É uma coisa séria, Yelan.

Yelan parou de cozinhar e sentou-se num dos bancos da cozinha.

- Não me assuste assim, Sakura, aconteceu algo grave?

- Calma, mãe... Não é nada grave, nem ruim. Quer dizer, ninguém morreu, nem adoeceu ou se machucou... É que... Olha mãe, a senhora vai ter que ser bem compreensiva...

Vendo que Shaoran não estava conseguindo falar e enrolava muito, Sakura tomou a palavra.

- Yelan, é o seguinte... Eu e Shao não somos irmãos, nem meio irmãos, nem nada. Apesar de termos sido criados juntos, como irmãos, nós não somos de verdade... E aconteceu o que ninguém jamais esperava que fosse acontecer, nós nos apaixonamos! É sério, a gente estava com medo de contar, principalmente pro meu pai, por isso resolvemos contar primeiro pra você. Estamos apaixonados e não podemos mais esconder isso.

Yelan ficou olhando para os dois, séria, por alguns segundos.

- Vocês têm certeza do que sentem? Não é só impressão? Porque vocês ficaram muito tempo longe um do outro e de repente estão confundindo os sentimentos...

- Mãe, eu amo a Sakura. Você sabe que eu não sou de me apaixonar fácil e que eu não namorei muito porque não encontrei a pessoa certa. Mas agora tenho certeza do que sinto, - ele olhou para Sakura - de quem é a pessoa certa pra mim. – os dois se olharam fixamente e sorriram.

- Eu amo muito o Shaoran, Yelan. E desde que ele voltou, passei a vê-lo de forma diferente... Simplesmente aconteceu e o coração não escolhe quem vai amar. Mas confesso que se pudesse escolher, não seria diferente. Afinal, nós não temos laços sangüíneos, mesmo.

- Olha, - Yelan compreendeu – eu acredito em vocês, pra mim não tem problema vocês ficarem juntos. Acontece que será muito difícil ver vocês dois como namorados, principalmente para Fujitaka. Eu te criei como uma filha, Sakura, te amo como uma filha e isso não vai mudar... Só que terei que passar a te ver como nora também. Será difícil, mas diante da situação, tenho que fazer isso. Eu já andava desconfiada faz algum tempo, de que algo acontecia entre vocês, só que eu achava que não era nada, que era coisa da minha cabeça e fiquei quieta, porém preparada para o que podia vir. Agora para seu pai e seu irmão, Sakura, é que vai ser um choque.

- Eu sei, Yelan, por isso a gente precisa da sua ajuda...

- Tudo bem, eu vou tentar preparar pelo menos Fujitaka, comentar algum assunto parecido e depois disso, vocês falam. Mas quanto ao Touya, não poderei ajudar vocês.

- A gente pensou em pedir ajuda a Kaho e Yukito, mãe.

- Sim, acho que são as duas únicas pessoas, depois de você e papai, que o Touya respeita e escuta sempre.

- E vocês ainda terão outra ajudinha.

- Qual? – perguntou Sakura.

- Bom, estive conversando com Kaho e ela me contou uma coisa. Ela disse que antes de contar para Touya e para todos da família, queria contar pra mim. Meus queridos, vocês serão titios.

- Quêêê?? Que demais! – se empolgou Sakura.

- Sakura, como isso fica tudo muito mais fácil. Com a idéia de ser pai, Touya nem vai se preocupar tanto com a gente.

- Eu não sei não, mas que vai ajudar, isso vai!

Os três riram.

- Obrigada pela força, Yelan!

- Ah, meu amores! Venham cá. – e se abraçam – mas me diz, a quanto tempo vocês guardaram esse segredo?

- Bastante tempo, mãe.

- É, faz mais de 5 meses.

- Isso tudo? E como começou?

- Ah, Yelan, começou tão de repente, foi assim...

Os três almoçaram e conversaram. Depois Sakura foi estudar, enquanto Yelan e Shaoran saiam para trabalhar.

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Já havia anoitecido, Yelan terminava de se preparar para dormir e Fujitaka lia um livro na cama.

- Sabe, meu amor. – Yelan falou enquanto se deitava - Eu estava pensando, Sakura nunca namorou, não é? Ela já deveria estar namorando pela sua idade...

- É verdade, - fechou o livro e olhou para sua esposa - mas Sakura é muito madura, nenhum garoto de sua idade serviria para ela.

- Ela poderia procurar por garotos mais velhos, então. – falou cautelosamente.

- Também não é por aí, nem tão velhos assim. Ela está muito bem assim, sem se interessar por ninguém e nenhum rapaz a magoando. Vamos dormir? Já está ficando tarde. – tentou mudar de assunto.

- Mas algum dia isso vai acontecer, você nunca parou pra pensar?

- Sim, mas isso será daqui a muito tempo, ela agora está focada no vestibular, meu bem.

- Espero que quando isso aconteça, seja alguém que conheçamos e confiamos, não concorda?

- Concordo. E tem que respeitá-la muito. Mas agora vamos dormir.

- Sim, boa noite, querido.

- Boa noite.

No dia seguinte Yelan comentou com Sakura e Shaoran que não foi fácil falar com Fujitaka sobre esse assunto de ‘namorado para Sakura’. Ela contou como foi a conversa e achou melhor eles esperarem mais um pouco para contar, enquanto isso ela ia ‘preparando’ Fujitaka.

Durante a semana, Yelan procurava puxar o assunto de namoro ou sobre Sakura com Fujitaka, falaram até sobre Shaoran. E Fujitaka começou a ficar desconfiado.

- Querida, você sabe de algo que eu não sei? Sakura por acaso está namorando? – ele finalmente perguntou.

- Eu não sei não, mas acho que Sakura está namorando sim. Você não reparou que ela está muito alegre ultimamente? Se isso for verdade, essa pessoa está fazendo muito bem para ela.

- Hum... – Fujitaka ficou quieto, pensativo.

O final de semana chegou e Yelan contou pra Sakura e Shaoran que conversou bastante com Fujitaka durante a semana e percebeu que ele não tem idéia do que está acontecendo. A opinião dele sobre algum envolvimento de Sakura com algum garoto é de que ele seja de família, um cara decente e que goste de verdade de sua filha. Ele falou também que Shaoran já tem que arrumar alguém, pois ele é como um filho e deseja toda a felicidade do mundo pra ele, assim como para Sakura também.

Os dois jovens perceberam que não seria fácil falar com Fujitaka, mas isso tinha que ser dito o mais rápido possível. Resolveram que contariam no domingo, afinal, os dois já estão juntos há muito tempo e querem assumir para todos, esse amor tão bonito e sincero.

-xXx-

DICIONÁRIO:

- surippa: tipo de chinelo ou pantufa japonesa utilizada para andar nos ambientes interiores das residências japonesas, já que os mesmos têm por tradição não usar os sapatos que pisaram na rua dentro de casa, deixando-os no genkan ( área de entrada tradicional para casas e prédios japoneses constituída de uma varanda, ou uma sala, com um tapete).


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer mais uma vez a todos que acompanham, que comentam, que opinam... Isso deixa uma autora muito feliz! ;D
Hahahaha

Beijinhos

—X-

“- I-isso na-não é verda-dade!”
“- Eu estou tão feliz de estar contigo.”
“- Calma aí vocês dois... esse assunto ainda é cedo para se falar...”
“- ...vou acabar com a raça desse sujeito...”
“- Espera ai... Então quer dizer que naquele dia...”

Capítulo final: A verdade em pratos limpos