Quando Felipe Conheceu Johnnie escrita por Zoombie_Misora


Capítulo 11
Hospital Bed


Notas iniciais do capítulo

Esse chappie está muito querido
Eu vi o Lipe novamente!
Peguei onibus com ele...
Estava tão lindinhu!



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Fritz chegou ao hospital e encontrou o amigo sentado. A camisa de Balthazar estava completamente rosa e vermelha, seus olhos estavam profundos e ele parecia não dormir a dias.

O alemão se aproximou do moreno, o abraçou e segurou seu rosto, tentando parar as lágrimas dele. Nunca tinha visto Balthazar assim, nem quando a mãe de Johnnie havia morrido.

-Com quem as crianças estão? –Perguntou Fritz.

-Eu não sei... –Balthazar estava chorando. –Ele não voltou ainda! Porque não volto ainda?

-Calma. Acho que o Hans vai vir pra cá e ele vai cuidar das crianças, ok? Agora nós vamos tomar um banho...

-NÃO! EU QUERO O MEU FILHO!

Ele caiu novamente no chão e começou a chorar. Apesar da briga de manhã, Balthazar iria até o bar admitir que precisava da sua ajuda. Tarde demais.

Já eram oito horas da manhã, quando um médico veio aos dois. Ele tirou a máscara e não tinha uma cara muito boa.

-Ele vai ficar em coma induzido. –Disse para Balthazar. –Encontramos grande quantidade de álcool e rebite no sangue dele. Ele teve praticamente um avc durante a cirurgia. Vai ficar em coma por alguns dias.

-Vai ficar bem? E quando vai se recuperar? –Perguntou Fritz.

-Creio que ele não terá seqüelas, é um menino forte. Mas não estará 100% durante uns 3 meses.

-Brigado doutor. –Agradeceu o loiro. –Podemos visitá-lo?

Charqueadas – Casa do Lipe

Felipe acordou com o carinho de sua irmã Samira no rosto. Sorriu de leve e sentou na cama. Estava um pouco zonzo.

-Bom dia bela adormecida. –Disse a irmã com um sorriso. –Espero que tenha gostado da noite de sono, deu um puta susto em nós.

-Desculpa. Eu não sei o que aconteceu. –Falou Lipe. –Tu não perdeu o trabalho pra vir pra cá né?

-Não se preocupe com isso. –Samira segurou a mão do irmão mais novo e sorriu um pouco sem jeito. –Aconteceu... uma coisa.

-O que?

-O Johnnie... Levou um tiro.

-Eu quero vê-lo...

-Nós não sabemos como ele está, o papai não ligou ainda, ele tinha falado pro Hans mandar a Cris ir pra lá...

-EU QUERO VÊ-LO! –O loirinho estava vermelho e quase chorando novamente. –Deixa eu ir com a Cris.

Hans entrou no quarto. Foi até o irmão e lhe deu um tapa, corando a maçã direita do menino. Samira segurou o irmão mais velho, mas ele a jogou para lado, quase a fazendo cair da cama.

-Sua bicha, se controla! –Disse Hans. –Tu não vai ver aquele idiota! Depois vai pegar uma doença e não sabe como!

-EU TÔ APAIXONADO PELO JOHNNY! –Gritou Lipe. –E você só tá com ciúmes! Eu nunca te fiz mal Hans, porque anda agindo como um idiota comigo? Quase machuco a Samira! Acha que eu to roubando a tua atenção de novo? Fica com a atenção, eu só quero ver o Johnny! Entendeu?

Cris entrou no quarto. Ajudou a irmã gêmea a se recompor novamente, pegou a mão de Lipe e saiu sem falar uma palavra.

-Toma um banho, pega umas roupas, ok? –Falou a mais velha. –Vou te dar dinheiro pra comprar algo pra comer lá, mas guarda sempre o dinheiro da passagem.

-Tá... –O mais novo abraçou a outra e foi tomar banho.

Não passava das onze quando eles chegaram ao hospital. Cris não gostava muito de hospitais, por isso ficou na sala de espera e pediu para que Lipe avisasse o pai de que ela queria conversar com ele.

Felipe entrou no elevador e estava quase morrendo de raiva. Tinha raiva de Hans, do ladrão e de si mesmo. Estava sendo tão frágil! Um alemão puro não agiria assim, faria uma torta e levaria para o hospital sem grandes alarmes.

Entrou no quarto e viu o pai sentado ao lado de Johnnie. Balthazar não estava ali.

O seu moreno dormia profundamente, demorando um pouco para esvaziar o pulmão. Usava um tubo de oxigênio e um tipo de jarro estava ao seu lado, no chão do quarto. Como um tiro poderia ser tão cruel ao ponto de deixar uma pessoa como um anjo?

Johnnie estava tão bonito. Parecia que a qualquer minuto, ele iria se levantar, retirar o tubo e dizer ‘Surpresa! Pegadinha do Malandro’. Como Lipe estava torcendo para isso.

O loirinho foi até o pai e deu o recado de Cris.

-Eu vou lá. –Fritz olhou para Johnnie. –Vai ficar tudo bem se eu for?

-Claro. –Disse o loirinho. –Onde está o Balthazar?

-Um dos irmãos mais velhos do Johnnie o levou para casa. –O pai abraçou o filho e o apertou contra o seu peito. –Eu te amo Lipe. Nunca se esquece disso.

-Eu também te amo pai.

Fritz saiu do quarto. Felipe sentou onde o pai estava e segurou a mão de Johnnie, não conseguindo conter as lágrimas. Apertava forte aqueles dedos dão fortes e protetores. Os acariciava e deixou um leve beijo em um deles.

Brincou nas mechas negras por um leve instante, as botando para trás e sorrindo ao tocar na pele tão pálida que ele tinha. Olhou para a janela. Debruçou-se sobre o corpo do moreno e lhe beijou a testa.

-Tu vai ficar melhor não é? –Disse sorrindo. –Nós vamos sair para comemorar! Podemos ir naquele lugar comer a torta de chocolate... Era realmente muito boa. Sei que está em coma induzido, então não faz sentido dizer ‘acorde’. Mas eu posso falar ‘melhore’. –O loiro suspirou e sorriu. –Melhore. Pelo teu pai. Pelos teus irmãos. Pelos teus amigos. E... Por mim.

Era de tarde quando Balthazar chegou. Era hora de Lipe tomar um ar. O loiro sentou em um dos bancos na sala de espera e viu o pai se aproximando com dois copos de café.

-Tu precisa se cuidar, se não vai virar um zumbi. –Disse o pai com um sorriso.

-Brigado. –Lipe pegou a xícara e sorveu um pouco do líquido quente.

-Eu vou voltar com a Cris. Preciso cuidar do Hans. O Balthazar te ofereceu a casa dele pra ti ficar.

-Ele não vai ficar brabo pelo filho do maior arquiinimigo dele estar cuidando do filho dele?

-A bandeira branca está hasteada Lipe... Quando aquele menino sair dali, com certeza a guerra irá continuar.

-Tá.

-Te cuida filho, papai te ama.

-Tu também pai. Te cuida.

Os dois se abraçaram e Fritz foi embora. Lipe encarou por um bom tempo o café até se tocar que deveria bebê-lo. Estava se sentindo péssimo, como se não conseguisse ser feliz até sair dali. Odiava hospitais.

Voltou para o quarto de Johnny quando já eram um pouco mais de duas horas. A noite chegou num piscar de olhos para o loirinho, que estava lendo um mangá, ou tentando, enquanto escutava Balthazar embalar o moreno.

A porta se abriu revelando um cara muito grande. Ele era praticamente do tamanho da porta, tanto em altura, quanto largura. Tinha tatuagens tribais pelos braços e uma cara de mau.

Possuía cabelos negros e cacheados, cortados rentes à cabeça e um piercing no nariz.

-Vamos pra casa pai. –Disse o homem com uma voz grossa.

-Felipe, esse é o Jimmy. –Disse Balthazar. –Ele é o anterior ao Johnny. Jimmy, esse é o filho mais novo do Balthazar.

O homem quase quebrou o pescoço para olhar para baixo. Felipe quase deslocou o pescoço para conseguir olhar para cima. Nenhum dos dois disse algo, apenas um leve aceno de cabeça estava bom.

-Eu vou ficar com dor nas costas se eu dormir aqui. –Falou Balthazar se levantando. –Vai dormir aqui?

-Sim. –Disse Lipe com um sorriso.

-Ótimo, eu volto às oito. –Falou o moreno mexendo no cabelo do loiro e saindo acompanhado pelo outro filho.

Felipe olhou o moreno. Foi para o seu lado, sentou e sorriu ao segurar a mão dele novamente. Foi pegando num sono, deitando a cabeça na cama, ficando mais perto do corpo do outro...

Acordou num susto, pois poderia jurar que Johnnie havia apertado sua mão.

-Johnnie? –Falou.

Não houve resposta. Apenas deitou a cabeça novamente e dormiu.

Já havia se passado quase uma semana e o médico não queria deixar Johnnie sair do coma. Felipe já havia emagrecido quase quatro quilos, não comia, não bebia. Quase parou em uma maca também.

Balthazar já não estava mais indo ao hospital. Não falava com ninguém. Fritz não pode voltar, pois estava cuidando de Hans. Nando e Kazu iam para o quarto e ficavam até a hora das visitas acabar. Levaram flores, pão de sakura e balões desejando a melhora do moreno.

Felipe nunca havia se sentido tão cansado na sua vida. Estava atento às trocas de roupa de Johnnie, banhos, medicamentos e até, estava domando a barba do maior, que estava já crescida.

O médico retirou o medicamento de Johnny e finalmente ele iria acordar. Mas por conta própria. Se não, voltaria ao coma induzido e talvez passaria por uma biópsia no cérebro.

-Ele só está esperando o melhor momento. –Disse o médico. –Esse rapaz tem cara de ser muito esperto.

-É... –Disse Lipe.

-Já vamos retirar os pontos depois dele acordar. –O médico se aproximou de Lipe. –Está destruindo a sua coluna dormindo de mau jeito. Durma na maca com ele.

-COMO?! –O loirinho corou.

-Deite do lado que a bala não pegou. Tem espaço pra ti, é bem magrinho...

-Tá... Doutor.

Realmente, o loirinho estava sentindo a coluna reclamar de dormir naquela posição. Mas o que podia fazer? Deitar na cama do outro? E se Balthazar ou o seu pai chegasse, o que iriam pensar?

Mas parecia tão bom dormir com o moreno do seu lado...

Com todo o desajeito que possuía, foi para o lado direito da maca. Ajeitou-se para que o moreno não entrasse muito em contato consigo. Deitou no cantinho que conseguiu e sentiu um alívio nas suas costas.

Segurou o braço do moreno e começou a acariciá-lo, já pegando no sono.

Quando a noite já estava a tempo na rua, os olhos de Johnnie se abriram. Num suspiro, ele respirou, sentindo um pouco de dor no peito, mas nada muito aterrorizante. Tentava entender onde estava.

Não conseguia nenhuma resposta, até sentir um corpo ao seu lado. Mexeu com dificuldade o braço esquerdo e tocou o rosto alheio. Quando sentiu os cabelos macios e percebeu a sua cor, não acreditou.

Seu anjinho estava ali, dormindo consigo.

-Lipe. –Falou rouco.

Sorriu tossindo um pouco, sentiu a garganta um pouco seca. Lembrou do barulho do tiro, a cara do ladrão e da sua estupidez. Da próxima vez que bancar o herói, deveria morrer mesmo.

Sentiu-se um pouco cansado. Tentou deixar o corpo na mesma altura que o loirinho e pendeu a cabeça para a direita, encostando-se nos fios loiro cevada.

-Eu te amo. –Disse apertando a mão do menino.


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Notas finais do capítulo

>.>
Não sei quando postarei
acho que dia 24, ok?
beijos