“How did we get here,

When I used to know you so well?

But how did we get here!?

Well, I think I know.”

Isso me corroia, me atormentava.

Havia se passado dois meses que nossa mãe estava fora, e nós tínhamos a casa para fazermos o que bem entendíamos... Secretamente é claro.

Esconder tudo o que sentíamos, por pura... Insegurança? Sim, insegurança. Nós éramos grandes o suficiente para admitir algo, e depois arcar com as conseqüências. Então porque continuávamos com esse joguinho?

- Bill, você anda pensativo ultimamente. O que foi? – perguntou Tom.

-Mamãe vai chegar hoje a tarde. – só falei ainda remoendo tudo aquilo, que me afligia.

- E qual o problema? Nós vamos fazer o sempre fizemos agir como sempre agimos quando ela está presente.

-Esse é o problema. – Sentei-me na cama, para poder encará-lo. Enrolei o lençol sobre meu corpo coberto apenas por uma Box preta. Ele estava com os braços cruzados atrás da cabeça, e assim como eu apenas com o lençol cobrindo suas pernas. Se cenho estava franzido, indicando sua confusão típica de quando eu demorava a chega ao ponto principal da conversa.

-O que você quer dizer?

- Eu quero dizer que... - minha voz falhou, e eu abaixei o olhar.

- Bill, você não precisa esconder nada de mim. Você sabe que acima de tudo eu te amo. Você pode confiar e contar sempre comigo. – disse se sentando frente á frente comigo, e com as pontas dos dedos levantando meu queixo.

-Eu sei Tom, eu também te amo. – respondi enquanto ambos sorriamos sinceramente, e uma lágrima de amor fina e magricela, traçava um percurso sobre minha face.

-Então me diga, porque você anda longe quando está comigo? –perguntou descendo suas mãos pelos meus braços, e finalmente segurou forte minha mão.

- Tom, é certo o que nós estamos fazendo? É correto, tudo isso que estamos vivendo? Juntos? Nós não deveríamos estar fazendo isso. Somos irmãos, gêmeos. E já que chegamos a tal ponto... Não devíamos contar pra mamãe? Não devíamos deixar claro a situação? Não é indigno escondermos isso?

-Bill, não me diga que você está pensando em acabar com tudo. Por favor, não diga que você se importa com o que é certo ou o que é errado... – sua voz foi ficando embargada a cada palavra, e no final da frase era quase um sussurro.

-Não, Tom! Eu nunca faria isso. Eu nunca lhe deixaria, pelos conceitos sociais. Só acho que devemos falar com Simone. Esclarecer tudo. Hoje, devemos conversar com ela hoje. Você sabe que o nosso amor, supera tudo isso, não sabe? – indaguei apertando mais suas mãos.

-Sei Bill, sei. E tudo bem, já chegou, digo, passou da hora de revelarmos tudo. Eu só temo um dia, perder você. Eu não sei o que faria sem você. Eu não quero passar por isso de novo. –disse enquanto lágrimas molhavam suas maças.

- O que? Porque de novo?

-Eu não sei Bill. Desculpe-me. Tudo está tão confuso. Eu ando tendo sonhos, e sensações. É como se fossem flash de um filme, um trailer, que eu temo. Bill, eu tenho medo dessas coisas que eu vejo, porque nelas nós simplesmente não somos “nós”. É eu e você, separados.

- Tom, do que você esta falando?Eu não entendo.

- Bill, me perdoe. Mas eu acho que estou enlouquecendo! – disse brincalhão e depois sorrimos abertamente.

-Pensando de tal forma, talvez eu também esteja louco. – nossos sorrisos e risadas cessaram. Ele entendeu onde eu queria chegar.

-Você também vê essas coisas? – perguntou me olhando nos olhos.

-Sim. –confirmei tímido

-Bill, me conte tudo, e eu lhe contarei tudo. Quem sabe não devemos procurar ajuda?

-Você acha necessário Tom?- perguntei quando ele me puxava para um abraço.

-Bill, isso me incomoda. Porque eu não entendo essas sensações e visões. E justamente por não entender os seus motivos e lógicas, que eu as temo. Não sei o que tudo isso significa.

-Eu também não. E se elas não forem simples flashes?

-Nós descobriremos isso logo, eu prometo. Se houver algo de errado com elas, nos ficaremos sabendo.

- Promete? Eu não quero conviver com isso Tom.

-Eu prometo por tudo que é mais sagrado. Prometo pelo nosso amor. Você acredita em mim? –perguntou perto a minha têmpora.

-Confio minha vida nas suas palavras Tommy. –cochichei em seu ouvido.

-Você sabe o quão perigoso é confiar uma vida? – perguntou sexy e debochado.

-Eu estou disposto a descobrir se for ao teu lado. – falei roçando meus lábios no seu lóbulo.

Ele me puxou para um beijo. Nós nos encaixávamos perfeitamente como se tivéssemos sido feitos um para o outro. Quem sabe realmente essa expressão fosse verdadeira. Talvez nós fossemos almas gêmeas. Posso afirmar que tenho completa certeza disso.

Nada poderia nos separar, ou acabar com o nosso amor. Esse sentimento é muito forte, e não se dissiparia por nada.

Seu toque, seu cheiro, seu olhar, seu sorriso. Era tudo como uma droga, que me viciava, me deixava em êxtase. E uma coisa eu lhe digo, eu nunca lutei, não luto, nem vou lutar contra esse vicio meu. Ele é o causador da minha sobrevivência. É para alimentar esse vicio que eu acordo todas as manhas. É por ele, por Tom, que eu vivo. E por ele também eu morreria, sem pensar duas vezes, daria minha vida para tê-lo em segurança, em paz.