[Tom’s POV]

Eu nunca imaginei que Bill sentiria isso por mim. Foi como se meu chão desaparecesse, não me restava escolhas. Ou eu ficava ali e fingia que nada tinha acontecido, ignorando o sentimento de Bill, ou eu ia embora, e tentava tira-lo da minha vida, e quem sabe saia da dele também. Eu só queria o seu bem, e eu espero que um dia ele entenda isso.

Uma das minhas composições veio como um flash em minha mente descrevia perfeitamente o dia de hoje, e toda minha dor súbita.

Today is a winding road

That's taking me to places that I didn't want to go,

whoa

Today in the blink of an eye

I'm holding on to something and I do not know why I

tried

I tried to read between the lines

I tried to look in your eyes

I want a simple explanation; what Im feeling inside

I gotta find a way out

Hoje estou numa estrada ventosa.

Que está me levando a lugares que eu não queria ir,

whoa.

Hoje, em um piscar de olhos,

Estou me segurando em algo e eu não sei por que eu

tentei...

Eu tentei ler nas entrelinhas,

Eu tentei olhar em seus olhos,

Eu quero uma explicação simples, o que eu estou sentindo por dentro.

Tenho que achar uma saída,

Your voice was the soundtrack of my summer

Do you know you're unlike any other?

You'll always be my thunder, and I said

Your eyes are the brightest of all the colors

I don't wanna ever love another

You'll always be my thunder

So bring on the rain

And bring on the thunder

Today is a winding road

Tell me where to start and tell me something I don't

know, whoa

Today I'm on my own

I can't move a muscle and I can't pick up the phone, I

don't know

And now I'm itching for the tall grass

And longing for the breeze

I need to step outside, just to see if I can breathe

I gotta find a way out

Sua voz foi a trilha sonora do meu verão.

Você sabe que você é diferente das outras?

Você sempre será meu trovão, e eu digo:

Seus olhos são os mais brilhantes de todas as cores.

Eu não quero amar mais ninguém,

Você sempre será meu trovão.

Então traga a chuva

E traga o trovão.

Hoje está uma estrada ventosa.

Diga-me onde começar e me diga algo que não

sei, whoa.

Hoje estou sozinho.

Não consigo mexer um músculo e eu não consigo pegar o telefone, eu

não sei.

E agora eu estou me coçando por causa da grama alta.

E desejando uma brisa.

Eu preciso ir na rua, só para ver se eu consigo respirar.

Tenho que achar uma saída,

Quando não se sabe para onde ir, qualquer estrada vai te levar para lá, portanto seguindo esse raciocínio cheguei a um hotel. Não prestei atenção na sua aparência, apenas pedi um quarto, e a recepcionista também não fez muitas perguntas, percebendo meu estado de debilitação. Eu precisava dormir, quem sabe uma noite de sono, não posse minha cabeça em ordem?!

Tomei um banho frio, o que me deu uma acordada. Liguei para Georg e Gustav e numa voz fraca pedi que eles viessem até mim, eles na hora toparam percebendo algo de errado comigo.

Quando chegaram foram logo me enchendo de perguntas ao verem meus olhos inchados pelo choro e meu nariz vermelho. Expliquei-lhes a situação e eles ouviram a tudo com paciência. Nos final da conversa, tentaram me acalmar dizendo que tudo ficaria bem, mas não me dei por convencido. Quando já saiam do quarto me apressei:

- Ei G’s! ... Obrigado pelo apoio. – sorri torto, e eles voltaram para um abraço.

- Posso pedir um favor? – apenas assentiram, provavelmente com dó de mim.

- Se fosse possível, eu queria que vocês visitassem Bill, só pra ver se ele esta bem, se ele não fez alguma besteira, e também caso ele precise de alguma coisa. Mas ele não pode saber que vocês sabem onde estou, ou como estou, finjam que foi pura coincidência aparecerem lá nessa hora. Se façam de desentendidos... Okay?

- A gente faz isso por você amigo. – deram alguns tapinhas nas minhas costas.

E assim se foram, eu gostaria que tivessem levado toda a dor junto com eles, mas quando me vi só, sem meus amigos, sem Bill, a dor pareceu triplicar de tamanho, me consumiu e até meus sonhos esta noite pareciam tristes, sem vida, assim como eu a partir desse dia.

Acordei com uma grande dor de cabeça na manha seguinte. O dia continuava chuvoso, e tedioso, fiquei na cama, pensando em como seria minha vida sem Bill, em como eu suportaria cada dia sem ele, sem seu afeto, que apesar deu nunca ter percebido até o momento, me completava.

Não tinha vontade de levantar, de dar bom-dia para as pessoas na rua, de viver. Não hoje. Não agora. Não sem Bill na minha vida.

Pensei várias vezes em ligar para ele, em voltar para casa, imaginei diversas formas de me desculpar, mas aquilo só me machucaria mais, só o machucaria mais, e eu o queria bem, não queria o ver chorar mais uma vez, não queria causar mais dor em sua vida, assim como não queria sofrer mais na minha vida, apesar de sinceramente, isso parecer impossível.

Eu sempre fui o tipo de pessoas, que não suporta mentiras. Que nunca perdoa os que mentem. E saber, descobrir que Bill esteve mentindo pra mim, aquilo... Aquilo me magoou profundamente. Eu nunca esperei isso de Bill, pensei que ele fosse... Eu não sei o que pensar. Não sei se deveria acreditar nele, ou não. Se deveria relevar todas suas mentiras, mas posso afirmar que se eu voltasse pra casa agora, e fingisse que nada aconteceu, eu nunca mais o trataria da mesma forma.

Mais uma vez lágrimas molhavam minhas maças e escorriam até minhas têmporas. Pude ouvir sua voz calma e aveludada, pude ver seu rosto sereno sorrir para mim, sem perceber sorri também ao me lembrar de nossas risadas, nossos dias, nosso beijo, nosso corpos mais próximos do que o normal.

Senti sua falta, mais do nunca, precisei dele.