As semanas se arrastaram, lentas, quase parando. Já fazia uns dois meses que eu vivia sob o mesmo teto de Tom. Todas as noites, eu juntava coragem, juntava e juntava, mas quando ficava de frente á Tom, ela esvaia. Como brisa, sumia no ar, desaparecia como se fosse uma decisão tomada no momento.

Eu era um fraco. Fraco incapaz, e eu odiava ser isso. Gostaria tanto de poder, chegar a ele, e sem receio falar tudo. Tudo que escondo, tudo que ele não faz idéia, tudo que eu pretendo mais não consigo expressar.

Segundo o telejornal que eu assistia, hoje era um sábado, ás 19h00min horas em ponto, Tom desceu as escadas e atrás do sofá em que eu estava, sussurrou rouco no meu ouvido:

- Bill, nós precisamos... Conversar.- falou sexy.

Quando me virei para perguntar sobre o que, ele selou nossos lábios, num toque rápido, foi o suficiente para arrepiar os pelos finos da minha nuca. Virou-se e subiu as escadas como se nada tivesse acontecido.

Toquei meus lábios com as pontas dos meus dedos, me dando conta do que acabara de acontecer. Pouco importava, o segui e adentrei seu quarto, iluminado apenas pelo abajur.

-Tom?- chamei fechando a porta atrás de mim.

- Estou aqui Bill... – falou baixo no meu ouvido.

Virei-me e ele me abraçou, enterrando sua face na minha clavícula. Depositou beijos úmidos na região e subindo para meu pescoço, sugou-o como um vampiro, aquilo deixaria a marca. Sem querer gemi seu nome tentando o afastar. Ele só poderia estar bêbado. Era a única explicação lógica.

Ele apenas intensificou a força de suas mãos, sobre a minha cintura e com meu corpo, fez pressão contra o seu. Beijou-me com fervor e paixão. Ele tinha o melhor gosto do mundo,seus lábios carnudos e quentes, sugavam os meus, os fazendo vermelho. Novamente aquela maldita língua brincava com a minha, se fosse um concurso de dança, nossas línguas ganhariam. Mordi e suguei seu piercing gelado, o fazendo gemer alguma coisa baixa.

Ele com cuidado me encostou na parede e segurou meus pulsos ao lado da minha cabeça, novamente descobrindo meus pescoço com suas caricias. Subia aos meus lábios, e os silenciava quando eu mencionava dizer algo. Meu maxilar travado, relaxava aos poucos com seus toques. Aquilo estava se tornando perigoso e consequentemente excitante e prazeroso. Ainda prensado contra a parede em seu ouvido sussurrei:

- Tom, nós precisamos... - pois um dedo em meus lábios, calando-os.

- Eu sei do que nós precisamos... –fez uma pausa e entre um chupão, completou- Suprir nossos desejos.

- Tom... - murmurei.

- Shiiiiiiii! Bill, eu te quero... Agora. – falou me jogando na cama gigante.

Assim subiu sobre mim e com uma perna de cada lado de meu corpo, começou a tirar minha camiseta. A jogou em um canto qualquer do quarto mal iluminado dei graças á Deus, por não podermos nos enxergar, eu deveria estar muito corado!

Digamos que Tom fez “uma expedição” por todo o local. Aquilo era torturante. Voltou a me beijar desta vez verozmente. Tirou sua camiseta também e fez o mesmo, a jogou num canto. Eu com certeza era o passivo, então deixei que ele continuasse sua sessão de “Descobrindo Cada Centímetro do Bill”.

Ele abaixou um pouco minha calça, até a minha estrela ficar completamente visível, beijou-a e depois passou a língua em seu contorno, me fazendo gemer seu nome novamente, minhas unhas grandes arranhavam suas costas. Ele sorriu satisfeito ao ver minha aprovação.

Rápido, tirou sua calça e a minha sem mal perceber estávamos quase nus. Tom fazia pressão com seu corpo, com o meu, e... Aquilo estava me excitando, mas sobre tudo, o excitando. Eu podia senti-lo quente e e cheio de desejo sobre mim.

Sorriu malicioso para mim, e ainda roçando seu corpo contra o meu, lambeu meus pescoço ao maxilar. Parando de novo selou nossos lábios. Nossas respirações ficavam mais ofegantes, meus pulmões supriam por oxigênio. Nossos movimentos também se intensificaram, suas mãos apertavam meus pulsos fortemente.

Eu estava gostando muito de tudo isso, e confesso estar muito feliz por Tom ter tido a iniciativa. Mas, lá no fundo, eu sabia que aquilo não era amor verdadeiro, que seus toques, eram cheios de desejo e não amor. Tom não queria me amar, ele queria apenas me ter. Me ter por uma misera noite, enquanto eu me iludia,pensando ser amor verdadeiro.

Estávamos nos pegando! Rezei tanto por esse dia, mas agora um medo tomou conta de mim. Eu não sabia o que falar, o que fazer, nunca havia feito isso antes porra! Essa vertigem deve ser normal, afinal aquela seria minha primeira vez.

Estava tudo muito bem, tudo muito bom, finalmente estava me acostumando com tudo aquilo de ser agarrado e jogado contra uma parede como uma largaticha, mas então com um baque de consciência, o impedi, de continuar nossa aventurinha. Uma voz quase inaudível sussurrou em minha mente: “Você acha isso certo? Acha que esta sendo honesto, o enganando?”Sem parecer rude o afastei e me sentando na cama, o olhando.

- Bill, você sabe que eu nunca ti machucaria... Você pode confiar em mim.

-Tom... – falei preparando minhas palavras

- Eu não vou fazer nada que você não queira. - jurou selando nossos lábios demoradamente, eu retribui o gesto e por fim falei.

- Nós, antes de tudo, precisamos conversar.