A Loba e o Frio escrita por JubaDAzvdo


Capítulo 21
Vinte


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora gente.
Mas como eu já falei várias vezes no meu blog, sou uma crítica muito dura daquilo que escrevo, só posto quando acho que ficou realmente bom.
Este capítulo já deveria ter saído há muito tempo, mas ainda bem que não o postei antes. Consegui deixá-lo muito melhor do que a primeira vez que o escrevi.
Novas ideias foram surgindo, não somente para o capitulo como para toda a trama.
Sintam-se convidados a visitar e seguir meu blog: http://overdosedebeladona.blogspot.com.br/
Em breve, estarei postando textos sobre o nosso universo de Ficwriters.
Farei o meu melhor para postar o próximo capitulo o mais rápido possível.
Ok?!
Divirtam-se!



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Vinte

            Leah se remexeu, despertando para a escuridão de um quarto desconhecido.

            -- Onde estou? – perguntou a si mesma, afastando as cobertas para se levantar da cama, assim que pôs os pés no chão se deu conta que estava descalça e também percebeu que sua jaqueta também havia sumido.

            Tateando as paredes ela se afastou da cama a procura de um interruptor ou uma porta, qualquer um dos dois seriam bem vindos naquele momento de confusão. Tudo o que se recordava era de sentir os braços fortes de Aidan lhe segurando, o cheiro dele impregnando seu olfato e uma paz de espírito há muito desaparecida tomar conta de seu corpo novamente. “Onde está ele?”, pensou.

            Mal o pensamento havia se formado em sua mente quando viu uma porta se abrir no outro extremo do quarto e a luz ser ligada expurgando a escuridão que antes dominava o cômodo cegando-lhe momentaneamente, mas não antes de reconhecer a silhueta dele e o ambiente ficar saturado por seu doce perfume.

            -- Leah. – ouviu chamar seu nome surpreso. – Está acordada há muito tempo?

            A loba podia senti-lo muito perto agora, aos poucos ela foi abrindo os olhos, adaptando-os a claridade e a primeira coisa que viu foram os olhos azuis celestes de Aidan que a distancia fitavam-na preocupados.

            -- Você está bem? – perguntou ele. – Está com fome?

            -- Estou. – respondeu.

            -- Está bem ou está com fome? – Perguntou ele, dando um leve sorriso.

            Leah não conseguiu reprimir o sorriso ao ouvir a pergunta dele. – Ambos.

            -- Fique aqui enquanto pego algo para você comer. – disse a guiando de volta a cama, onde sentada ela o assistiu deixar o quarto.

            A loba voltou a se deitar fechando os olhos e um sorriso largo se formou em seus lábios. Ela fechou os olhos sentindo-se extasiada por aquela paz de espírito que somente ele era capaz de lhe dar, simplesmente por estar ao redor. Seria tão errado, sentir que era certo estar perto dele?

            Ela o ouviu, o sentiu retornar ao quarto minutos depois: “Tão rápido.”, pensou a loba abrindo os olhos.

            -- Não sabia o que você gostava, então... – disse o vampiro sentando-se em frente a ela e depositando uma bandeja atulhada com uma variedade de pratos sobre a cama. – Espero que goste.

            -- Obrigada. – sussurrou um agradecimento antes de começar a devorar todas as guloseimas que ele lhe trouxera. Haviam torradas, pedaços generosos de pudim e de mais dois bolos diferentes, biscoitos, uma tigela com variadas frutas cortada em pedaços e cobertas com mel, geleia de morango, de framboesa, algumas fatias de pão e dois copos de suco, um de laranja e outro de uva. - Não sabia que vampiros tinham tanta comida... – disse entre uma garfada e outra.

            -- Se esqueceu de que não moram somente vampiros aqui? – disse Aidan assistindo-a – Myridan come e Jean... come o suficiente por todos nós. – falou o vampiro conseguindo risos abafados de Leah. – Seu desjejum é parte do dele.

            Leah não se lembrava de um dia ter estado tão feliz, que havia se sentido tão relaxada na presença de outra pessoa e nunca na presença de um vampiro. No entanto, ali com Aidan a observando consumir todo o generoso conteúdo da bandeja ela sentia-se livre, libertada de um imenso peso que viera com o ressurgimento dos lobos entre seu povo, que lhe acabou levando não só Sam, como também, sua própria jovialidade.

            -- Quanto tempo eu dormi? – perguntou a loba após terminar de beber o segundo copo de suco.

            -- Algumas horas. – respondeu o vampiro. – Está satisfeita?

            -- Sim, muito obrigada. – respondeu. – Talvez, devamos conversar...

            -- Claro! Só me deixe levar a bandeja para cozinha e lhe trazer um pouco de água. – disse Aidan se apressando em equilibrar os pratos e copos vazios na bandeja, quando tudo estava devidamente empilhado deixou o cômodo novamente.

            De repente o pânico tomou conta de Leah, não sabia por onde começar essa conversa ou o que falar. Tudo era tão estranho, tão incomum, mas tinha certeza de que sentia alguma coisa por Aidan, algo muito forte, poderoso, mais até do que um dia sentiu por Sam.

            Seria isso o imprinting? Essa sensação de que não importa para onde se vá ou o quanto corra nunca se estará longe o suficiente do outro, pois ele está dentro de você, sob sua pele;

Sim, foi loucamente apaixonada por Sam Ulley, porém de alguma forma o que sentia pelo vampiro superava qualquer sentimento que já houvesse sentido e não sabia como nomear tal emoção que se apoderava de seu ser quando ele estava por perto não era somente paz de espírito, não era simples desejo ou paixão. Era algo mais complexo, mais profundo, pois mesmo que parte dela ainda fosse um pouco resistente em admitir: Aidan, de maneira irreversível, transformou seu mundo desde que o vira pela primeira vez. O vampiro tomara conta de seus pensamentos e quando não pensava nele era porque estava dormindo e consequentemente sonhando com ele.

            Aidan estava em tudo e em todos os lugares, onde quer que olhasse tinha a ilusão de avistá-lo, seu cheiro era uma lembrança constante em seu olfato, alguns momentos tinha a impressão de ouvi-lo chamar seu nome fazendo-a se sentir há poucos passos da completa insanidade.

            Aidan entrou no quarto novamente trazendo com ele um grande copo cheio de água que entregou a Leah sentando-se na cama a vários centímetros dela. Logo a loba esvaziou o conteúdo do copo abandonando o recipiente vazio na mesa de cabeceira para encarar o vampiro que não havia tirado os olhos dela nem por um segundo.

            -- Sinto inveja. – sussurrou ele antes que ela falasse qualquer coisa.

            -- Do quê?

            -- Comer, beber água... – disse com um meio sorriso. – De uma alimentação variada.

            Leah sorriu nervosa e não conseguindo mais manter sua curiosidade para si. – Desde quando você...? – Algo dentro dela impediu-a de completar a pergunta.

            -- Eu, o quê? – pressionou Aidan.

            -- Desde quando você é o que é? – perguntou sem jeito, evitando a palavra vampiro.

            -- E o que eu sou? – Aidan percebeu e não gostou de ela estar evitando dizer vampiro. Talvez, ele estivesse sendo um pouco insistente, mas não seria possível eles iniciarem nada se a loba não começasse a se sentir bem quanto ao que ele era. Ele estava bem com o que ela era. – Diga!

            -- Aidan... – Leah começou.

            -- Não. Quero que diga! – insistiu Aidan.

            -- Vampiro. – a palavra pareceu arranhar a garganta de Leah ao sair num sussurro quase inaudível, ela fechou os olhos, respirou fundo e completou com a voz mais firme encarando os olhos azuis de Aidan. – Você é um vampiro. Desde quando você é um vampiro?

            -- E você é uma loba. – disse Aidan se aproximando para suavemente passar a ponta de seus dedos frios pela bochecha de Leah, enviando um arrepio por todo o corpo da quileute. O leve contato foi tão devastador quanto breve, logo ela lamentou a perda daquele toque. Aidan parecia estar tentando manter certa distância, apesar de a loba não ter dúvidas de que ele queria fazer o contrário.

            -- Dezessete. Sou vampiro desde o século XVII.- falou de repente quebrando o tenso silêncio que havia ficado entre eles depois que ele a tocara.

            -- Como aconteceu? Quem te transformou? Gostaria de saber. – Perguntou interessada.

            -- Antes de começar minhas memórias... – Ainda disse olhando nos olhos de Leah. – Quero que saiba que sempre estive longe de ser perfeito. Minha história não é bonito quanto a dos Cullen... Fiz muitas coisas que não me orgulho... No entanto, hoje sou uma pessoa muito melhor se comprado a quem já fui. Na verdade... – O vampiro deu uma pequena gargalhada sem humor. - Nem em minha vida humana fiz muitas coisas louváveis, temo que a única coisa que sempre foi boa em mim foi minha arte. – e antecipando a pergunta de Leah. – Gosto de pintar. Ali tem algumas telas... – disse apontando para o material de pintura cuidadosamente empilhado num canto do quarto que ela até aquele momento não havia notado, as telas viradas para parede escondendo seu conteúdo.

            -- O que você fazia antes de ser transformado em vampiro? – perguntou Leah fazendo questão de dizer a palavra vampiro dessa vez.

            -- Muito bem... – começou Aidan, se deitando na cama, braços cruzados abaixo da cabeça, desviando seu olhar pela primeira vez de Leah para encarar o teto, seu rosto perdendo o sorriso que estivera oferecendo a loba o tempo todo, seu belo semblante assumindo uma expressão distante, pensativa. – Nasci em Londres, ano de 1630...

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez convido vocês a conhecerem e seguir meu blog, Overdose de Beladona.
http://overdosedebeladona.blogspot.com.br/
Bjuxxx