Bleeding Love Life Lies Ii escrita por Amy Moore


Capítulo 1
Prólogo e Capítulo 1




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Prólogo
Monólogo

Juntar os pedaços de meu coração. Era essa a tarefa que eu agora tinha. Meus dias, contados ou não, seriam como enfrentar o deserto com roupas de inverno, ou talvez uma nevasca com roupas de verão. Eu não podia cair agora. 
Não agora. 
Olhei para a bela pulseira dourada com lágrimas nos olhos. A dor... tão grande... 
Havia uma ferida que sangrava. Sangrava amor, vida e mentiras. 
Sangrava amor por aquele que me deu as costas em meio à batalha. Por aquele que me deixara para trás, sozinha e desamparada. 
Sangrava vida, pois minha vitalidade nunca fora tão perfeita. Nunca esbanjei tanta vida. Eu tinha uma tarefa e a resistência necessária para completá-la. Pelo menos fisicamente. 
Sangrava mentiras que eu contava para mim mesma. Nada ia ficar bem. Ele não ia voltar. 
Para que fechar os olhos se não consigo dormir? Para que chorar se minhas lágrimas não o trarão de volta? Para que lamentar se isso não irá resolver nada? 
Eu não posso estar inteira, mas posso fingir. Posso criar uma nova face, posso me esconder. 
Então é isso o que farei. Mas não posso esconder meu desejo de sobreviver para vislumbrar aqueles olhos uma vez mais. 


Capítulo 1
Minha última despedida?

Agosto. Mais uma vez agosto. Faltava pouco para as aulas retomarem seu curso em Hogwarts, e eu ainda estava em casa, sem saber o que fazer. 
Tornara-se algo comum eu sair para caminhar sozinha pelas ruas, assim como eu fazia nos corredores da escola. Aquele ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts me mudara profundamente. Meu hábito apenas tornou-se mais intenso depois de uma carta que recebi, através do correio bruxo, por meio de corujas. Era uma carta de Minerva McGonagall. 

**** 

Gabriela, 

Escrevi-lhe à pedido de Dumbledore. Ele pediu-me que lhe enviasse o documento anexo, mas não faço a mínima ideia do que possa ser. 

Conte comigo para o que for necessário, 
Minerva McGonagall. 


**** 

McGonagall sabia o quanto tudo estava sendo difícil para mim, e certamente este fora o motivo do "conte comigo para o que for necessário". Eu senti uma afeição ainda maior por ela. 
Dumbledore enviara uma certidão de nascimento que alegava que eu era sua neta. Juntamente, havia uma carta, que explicava que aquele documento era a maneira mais viável para que eu retornasse à Hogwarts, e que era crucial que eu voltasse. Era um documento falso, porém só eu podia saber disso. E isso era o pior: ter que guardar sozinha um segredo como este. 

Como de costume, fui dar uma volta pelo quarteirão. Havia uma praça ali perto, e eu gostava de ir até lá para caminhar a esmo, sem direção, tomar um pouco de ar e luz solar. Certamente nunca esperava ver o que vi; não ali, tão distante daquele mundo. Não ali, onde nada parecia real. 
— Olá, Gabriela. 
Parei imediatamente, me virando, incrédula. Não conseguia acreditar. 
— Draco? 
Draco Malfoy, no Brasil? Atrás de mim? Como é? 
Rapidamente, procurei por minha varinha, mas eu a deixara em casa. 
Merda, pensei. 
— O que você quer? – perguntei. – O que te fez vir até o Brasil? 
— Eu... preciso de sua ajuda – disse. 
Mentira. Ele está armando alguma coisa para cima de mim. 
— Hm. Fale o que houve. 
— O... Você-Sabe-Quem, ele... Gabriela, você disse que podia me ajudar. Eu... preciso disso agora. 
— Claro que precisa. Não deve ser nada agradável dividir sua casa com um bando de bruxos sádicos.
— O que você disse, sangue ruim? – perguntou Lestrange, desfazendo o Feitiço da Desilusão. – Como soube disto? 
Eu sabia. Perfeito. 
Atrás de Lestrange e Draco, surgirem mais quinze Comensais. Sim, eu contei. 
— Precisa de ajuda, Draco? – eu disse, com repulsa. – Você irá se arrepender disto, eu prometo. 
Eu precisava fugir, o quanto antes melhor. E só tinha uma saída. 
— Bombarda Maxima
O som da explosão foi alto, mas foi simples, como o de um bruxo comum com sua varinha comum. Comigo não devia ser assim. Eu era incomum, capaz de fazer feitiços que os outros não podiam sem a varinha. Mas com minha varinha, eu tinha o dobro do poder. 
Ou seja, eu tinha as mesmas chances que Harry Potter teria para escapar daquilo. Ou talvez ele tivesse mais chances que eu – nunca enfrentei basiliscos e afins. 
Aparatei até minha casa, sem pensar duas vezes, mas já era tarde demais. Draco certamente me espionara nos últimos dias, pois eles já estavam lá quando cheguei. E Bellatrix segurava minha mãe, varinha na jugular dela. 
— Não! – gritei. – Não, Lestrange, por favor, não! Eu faço o que quiser, mas não os envolva nisto! 
Lestrange sorriu; era um sorriso debochado. 
Eu dei um passo e ela apertou a varinha no pescoço de minha mãe. 
— Melhor ficar quieta se quer que a Sra. Muniz sobreviva, Gabriela
— Não faça nada – pedi. – Por favor. 
— Infelizmente, querida, este não é seu dia de sorte. – Bellatrix sorria como se o Natal tivesse sido antecipado e ela visse o presente que mais desejara. – Tenho minhas ordens. 
E então ela gargalhou, ao mesmo tempo em que uma luz verde e forte saía de sua varinha em direção à minha mãe. E depois, ela estava no chão, os olhos arregalados de pavor vazios. 
Estava morta
— SUA VACA! – gritei, ao mesmo tempo em que saltava para cima dela e metia-lhe um soco no rosto. Foi um erro. Eu devia tê-la matado enquanto tive chance, pois antes mesmo de cair ao chão, minha casa estava em chamas; eu devia me lembrar bem que não se brinca com Bellatrix Lestrange. Era Fogo Maldito. Eu jamais poderia passar por ele; não aprendera ainda como lidar com aquilo ainda. 
— Não vai salvar o Sr. Muniz e a cadelinha... como é mesmo o nome dela? Mel? – Bellatrix mantinha o mesmo tom debochado, porém agora mais anasalado devido ao soco que levara no nariz. 
— NÃO! – gritei, enquanto tentava passar pela enorme serpente de fogo, que me atacou e mordeu meu braço. Não desisti. Levei várias mordidas de outras criaturas de fogo enquanto tentava milhares de feitiços que eu sabia; até tentar passar por sobre o fogo usando levitação eu tentei, mas é claro que os monstros de fogo não me deixaram passar. Em poucos minutos, a casa explodiu pelos ares. 
— NÃO! – Eu continuava a gritar, mas era tarde demais. 
Minha família estava morta.
Tremendo de ódio e dor, com o cabelo destroçado pelas chamas do Fogo Maldito que ainda queimavam os restos daquilo que há minutos fora meu lar, as vestes destroçadas e o corpo ensanguentado, virei-me para Draco, Bellatrix e as outras quinze figuras encapuzadas. Não iria perder tanto sem levar muitos comigo. 
— Accio Varinha! – Evoquei minha varinha e ela surgiu dos escombros, completamente intacta. De repente, lembrei-me de algo que eu não podia deixar para trás de modo algum. – Accio Documento! – A certidão de nascimento falsa veio parar em minha mão, parcialmente queimada. Lestrange ria descontroladamente, de modo similar àquele a atrizHelena Bonham Carter, que fez no filme Harry Potter e a Ordem da Fênix depois de matar Sirius Black, só que ainda mais detestável e revoltante. – Sectumsempra! – No ar, agitei a varinha de um lado para o outro, e, de uma vez, feri profundamente quatro dos Comensais que ali estavam. Eu precisava agradecer Snape por esse feitiço; era realmente útil. Eles sangravam descontroladamente, com cortes horrendos. 
Agora faltava derrubar mais onze deles. 
Travamos uma batalha injusta e sangrenta, onde eu machuquei muitos deles. De um modo doentio, aquilo me acalmava e me dava conforto. Alguém estava pagando pelo que Bellatrix fizera aos meus pais. Mas quem deveria pagar não o fez. Assim sendo, com os quinze Comensais no chão, machucados, uns até inconscientes, encarei Bellatrix. Draco, vi pela visão periférica, me olhava como se eu fosse Jacob Black e tivesse acabado de me transformar num monstro na frente dele. 
— Você vai me pagar pelo que fez, Bellatrix Rosier Black Lestrange. – Isso só fez com que gargalhasse mais alto. 
— Acredito que hoje não, sujeitinha de sangue ruim imunda! Crucio! 
Fui pega de surpresa, e caí ao chão, completamente desnorteada e sentindo aquela dor excruciante. Lestrange se aproximou, varinha à postos, rindo. 
— Vamos embora, tia – disse Draco. Parecia agitado, pelo tom de sua voz. 
— Assim que eu terminar com ela, querido. 
— Mas... era só para... – balbuciou ele. – Não era para fazer nada a ela, tia. 
— Você vai me pagar, Malfoy – eu disse, olhando-o nos olhos. – Vou me vingar por ter feito isso comigo. 
E antes que pudessem fazer algo, desapareci no ar. Meu rumo? A Toca, é claro. 

Quando desaparatei, caí de costas numa superfície plana (o chão, provavelmente), tonta e sem forças. Todo o meu corpo doía demais. 
— Gabriela? – Quem me chamou foi Harry, mas várias vozes lhe fizeram coro. 
Abri meus olhos, mas a visão era turva. Pela quantidade de pessoas que vi e a claridade do céu, deduzi que eu tinha "invadido" a festa de Harry. A festa a qual me esqueci de ir. Antes tivesse ido; minha família estaria viva. 
— Harry... 
— Ela se estrunchou – ouvi Hermione dizer. 
— Vou cuidar disso. – Essa certamente era a voz da Sra. Weasley. 
— O que houve? – perguntou Harry, segurando minhas mãos. 
— Comensais... Quinze Comensais... Draco... Bellatrix... – Eu não conseguia falar direito. Caí no choro. 
— Ela precisa ir para um quarto – disse Sra. Weasley, num tom urgente. 
— Eu levo – disse Fred. 
Ele me pegou em seus braços e eu me vi gritando de dor e chorando ao mesmo tempo. Quando minha cabeça tombou no travesseiro, adormeci quase que imediatamente. Tive diversos pesadelos diferentes, mas todos envolviam quem eu perdi e os culpados da perda. 

Era noite quando despertei. Ainda sentia dores no corpo. Alguém certamente me limpara, pois lembrava-me de estar muito suja graças aos destroços de minha casa. Meus machucados eram horríveis. 
Minha casa, minha família. Destruídas
Levantei e me olhei no espelho que ali havia, pendendo na parede. Eu estava num vestido que ia até pouco acima dos joelhos, e que era lilás. Não era meu. A maior parte de meu cabelo era um caso perdido; destroçado e chamuscado. Usando a varinha, cortei-o até estar bem curto. Ficou um Chanel, mas deixei duas mechas na frente um pouco maiores. Era como um corte em V invertido, por assim dizer. 
Eu odiava cabelos curtos. 
Desci as escadas e me deparei com uma sala cheia. Era hora de responder perguntas e mentir. 
— Gabby! – Hermione veio para meu lado. 
— Mione – murmurei, abraçando-a. Logo Harry, Rony e Fred vieram me abraçar também. 
— Agora pode nos contar o que houve? – perguntou Gina, abraçando-me. 
— Aham – murmurei. 
Eles se sentaram e eu fiz o mesmo, sentando numa cadeira disponível. Encarei os Weasley e meus amigos. 
— Draco Malfoy foi me procurar – comecei. – Eu não estava em casa. Ele levou Bellatrix Lestrange e mais quinze Comensais. 
Todos arfaram. 
— Quando eu o encontrar... Ele vai se arrepender de ter nascido. Vou torturá-lo até a morte. 
Eu tremia de ódio e uma lágrima me escapou, seguida de outras. Fred parecia deprimido. 
— Gabby... acredito que isso não irá resolver nada – disse Hermione. - Entendemos que foi um risco enorme, mas você está bem. Já passou. 
— Você não entende! – Eu estava gritando. – Lestrange matou minha mãe com a Maldição da Morte na minha frente. Eu pude VER o pânico nos olhos dela enquanto aquela filha da puta lhe tirava a vida! E, como se não bastasse, ateou Fogo Maldito à minha casa e meu pai estava lá! Tudo por culpa dele
Ninguém disse nada. 
— Ele fez com você o mesmo que Pettigrew fez com meus pais – disse Harry, com a voz rouca. 
— Ele disse que precisava de ajuda, e depois ficou olhando enquanto a tia destruía minha família. Ele ficou paradoquando ela ia me matar
— O que aconteceu foi horrível, mas você não deve querer vingança – disse o Sr. Weasley. 
Era hora de mentir. Precisava fazer isso. 
— O que Dumbledore iria pensar se soubesse que nem capaz de proteger seu filho eu fui? 
— O quê? – perguntou Rony, chocado. 
— Não sou nascida trouxa – eu disse, invocando minha certidão de nascimento falsa. – Veja. 
Harry tomou-a de mim, e leu. Depois, disse: 
— Dumbledore. Gabriela Dumbledore. 
Choque. Basicamente isto. 
— Por que escondeu isto de nós? – perguntou Harry. Parecia traído. – Por que nunca disse que seu pai era bruxo, e ainda por cima filho de Dumbledore? 
— Dumbledore se casou algum dia? – Rony parecia ofensivamente chocado. 
— Eu e Dumbledore combinamos que passar por uma simples nascida trouxa seria mais seguro, uma vez que ninguém sabia que ele havia sido pai. Essa descoberta ia causar alvoroço, colocando toda a atenção dos bruxos sobre a neta de Dumbledore, um dos maiores magos de todos os tempos, pai de um bruxo abortado. Meus pais não esperavam que eu tivesse poderes; cresci como uma garota trouxa comum, porém à par de tudo no mundo bruxo. Dumbledore ficou chocado quando eu demonstrei meus poderes pela primeira vez. Eu era... muito pequena. Quase matei meus pais. E agora estão mortos, e a culpa é minha. Eles só tentavam me proteger... mas... eu devia protegê-los, e... 
— Não é assim, Gabriela – disse Gui. – Não pense isso. 
— O que aconteceu non foe sua culpa, querrida. – Me surpreendeu ver Fleur dizendo isso. 
Suspirei. 
— Bem, não importa. Não posso mudar o que houve. 
— Oh, querida. – Sra. Weasley me agarrou num abraço apertado. – Pode contar conosco. Vamos cuidar de você. 
— E agora? Como serão as coisas? – perguntou Rony. 
— Vou voltar para Hogwarts, como eu disse no ano passado – eu disse. – Desculpe mais uma vez, Harry... Dumbledore deixou bem claras as consequências de eu ir com vocês. 
— Nós entendemos, Gabby – disse Harry. – Lamento pelo que houve. 
Harry me puxou para um abraço reconfortante. Eu escondi meu rosto, chorando silenciosamente enquanto o apertava. 
— Sei bem como se sente – disse Harry, ao meu ouvido. 
— Ele... eu confiava nele, Harry. Eu o amava
— Isso deve tronar tudo muito pior. 
— Aham. 
Seria difícil eu conseguir superar aquilo. Eu precisava de uma dose de vingança. 


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