Projeto D escrita por anyonedmcg


Capítulo 3
Capítulo 2 — O Projeto D




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Passaram-se algumas horas enquanto eu e Victor conversávamos. Retomamos o ensaio em boa parte desse tempo, logo depois almoçamos e continuamos a conversar, tentando relembrar fatos da festa e tentando compor mais algumas músicas. Conseguimos até terminar algumas que gravamos no meu estúdio mesmo, sem o Matt. Ele havia acabado de ligar para Vic dizendo que já estava em sua casa então pediu que nós dois fôssemos até lá.

Rapidamente chegamos, a casa dele não era tão grande quanto a minha e era bagunçada. Ele mora com seu o irmão mais velho, Ronald. Os dois são muito parecidos, principalmente pelo gosto musical. Dava pra perceber pelos pôsteres, ambos tinham cabelos grandes e lisos. Ronald era pra ser de nossa banda, mas prefere ficar fora da turma dos “pirralhos” como ele costuma nos chamar, nesse dia ele não estava em casa.

— E aí? — Matt nos cumprimentou e nos trouxe refrigerante. Ainda bem que não era nada alcoólico, eu já fiquei enjoado só de pensar. Nós sentamos no sofá da sala dele e começamos a conversar. Falamos sobre as composições que eu e Victor fizemos, e depois sobre a festa até o assunto chegar à Stephenie. Ele não disse muita coisa sobre ela, apenas que não falava muito, mas costumava se expressar bem fisicamente.

— A Steph mal falava sobre si mesma quando eu perguntava, mas ela era quente. — ele abriu um sorriso e deu um gole no refrigerante quando disse isso. — Sempre me decepcionava quando parava no meio de tudo e pedia desculpas por ter se empolgado.

— Ela realmente parece tímida. — comentei sobre a descrição que Matt fez. — E por que terminou com ela? — perguntei imediatamente.

— Não sei, já tinha me cansado dela. Sabe como é, tem sempre uma Dakota por aí. Não é mesmo? — ele sorriu e eu balancei a cabeça em sinal negativo enquanto bebia o refrigerante.

Victor do nada arrotou o refrigerante, todos riram e ele começou a falar:

— Ei Matt, lembra o que o Chris bebeu ontem?

— Não me lembro. Por quê? — Matt respondeu a pergunta de Victor e fez outra olhando para mim.

— Tive um sonho bem típico dos seus filmes. — olhei para a prateleira que fica bem em cima da TV da sala dele.

Contei sobre o sonho, exatamente como contei para o Victor e logo eles me interromperam com risadas. Tive que rir junto, apesar de ser um sonho de terror tudo que havia acontecido nele na realidade era engraçado, mas eu fiquei com aquilo na cabeça.

— Legal. — comentou Matt, mas continuava a rir.

— Lembrei de um filme que eu tenho guardado em alguma prateleira aqui, é mesmo um dos meus favoritos. — Victor olhou pra mim e riu mais ainda, ele havia comentado isso antes e se confirmou.

Olhei pro relógio e vi que horas eram.

— Galera, tô precisando ir agora. Falo com vocês depois, ok? — falei para todos, depois olhei para Matt, falando somente para ele. — O Vic vai te mostrar as músicas que a gente terminou de gravar lá em casa. Ficaram ótimas e pra mim só falta o baixo que é a minha parte. Ouve aí e me fala o que você achou depois. — entreguei um CD com as gravações que fizemos e despedi-me deles. Victor ficou por lá para explicar as idéias e melodias que fizemos.

Quando cheguei a minha casa não havia muito que fazer, resolvi praticar um pouco sozinho, tocando os instrumentos que ficam no meu estúdio.

Depois de algum tempo a governanta da casa, Janet, veio me chamar. Disse que meu pai havia ligado e queria que eu levasse para ele uns documentos que ele esqueceu em casa devido à pressa e também queria conversar comigo.

Fui até o escritório dele e peguei uma pasta com uns papéis, eu abri por curiosidade e vi na capa dos documentos que estava escrito: “Projeto D — Confidencial” abaixo o nome de meu pai “Sr. Christensen Followay“ e o logo da corporação onde ele trabalha mais embaixo. Não me importei muito e os guardei na pasta novamente, apesar de curioso eu consegui me controlar. Seria melhor eu mesmo perguntar a ele do que se tratavam os documentos.

Fui de carro até a corporação. O prédio é muito alto, ainda me admira como meu pai trabalha num dos andares mais altos e também como conseguiu esse emprego.

Cheguei até a sala dele. Parece que não havia nenhuma reunião, ele era um chefe importante lá acho que por isso conseguiu adiá-la. Coloquei a pasta sobre a mesa dele.

— A pasta está aqui, pai.

— Obrigado, filho. Esses documentos tem me dado certa dor de cabeça, não sei como pude esquecê-los. — ele sorriu de lado e pediu para que eu me sentasse.

— Preciso conversar contigo. — ele ficou sério e eu respondi

— Sobre a festa de ontem, foi aquela festa da Dakota, pai. Eu tenho certeza que não fiz ou falei algo demais a não ser beber.

— Tudo bem. Você é jovem e queria se divertir, eu entendo. O que eu quero conversar é sobre outra coisa.

— Hmm, o que é então, pai?

— Bom, eu estou ficando velho e... Certas atitudes que ando tomando me levam a crer que eu posso acabar me afastando desse trabalho na corporação. Você é meu único herdeiro e você sabe como o pai da Dakota confia em nós. — meus olhos ficaram estreitos quando ele disse “nós”.

— Eu estava pensando em começar a treinar você para trabalhar aqui.

Surpreendi-me por ele dizer que queria me treinar para trabalhar junto dele, mas fiquei atento sobre as tais atitudes que ele disse.

— Essas atitudes são os tais projetos confidenciais?

— Você leu algo? — ele me olhou demonstrando ansiedade na pergunta.

— Não, eu só vi o nome na capa do projeto. “Projeto D”. Sobre o que se trata?

Ele respirou fundo e apoiou as mãos sobre a pasta ainda sem abri-la.

— Bem, como você é meu filho e tenho a absoluta certeza de que guardará segredo eu vou lhe contar um pouco. — fiquei atento as suas palavras, queria mesmo saber do que se tratava esse projeto.

— O Projeto D é um projeto antigo que eu retomei por conta própria. Eu tenho alguns sócios comigo, mas está tudo sobre minha conta. O que mais eu posso lhe dizer é que se ele tivesse sido concluído teria faturado muito dinheiro e seria muito útil para todas as pessoas — seus olhos brilharam de uma forma que eu nunca tinha visto. Meu pai era realmente ambicioso e nunca havia demonstrado. — Pena que as cobaias foram sacrificadas. — ele deixou escapar essa parte, eu arqueei as sobrancelhas e o olhei com os olhos arregalados depois.

— Imagino que esse projeto parece perigoso, acho que é por isso que você anda tendo dores de cabeça e lapsos de memória, não é? — ele sorriu concordando.

— Se houver algum problema comigo lhe deixarei instruções e pessoas que lhe ensinarão tudo sobre a administração do meu cargo. Não vou confiar ele diretamente a outra pessoa que não seja você para me substituir. — eu o olhei incrédulo, como ele pensava tanto que poderia morrer? Quero dizer, ter algum problema se ele tinha uma boa saúde e poucos sinais de velhice? E ele não tinha nenhum inimigo que pudesse atrapalhar seus negócios, até onde eu sabia. Eu acho mesmo que ele queria que alguém ficasse no lugar para que esse seu projeto não pesasse tanto sobre suas costas caso algo desse errado.

— Tá, pai. Não vai acontecer nada com você, eu garanto. Se por acaso acontecer, eu vou estar preparado. Eu andei pensando antes e sobre o treinamento aqui na corporação eu acho uma boa idéia porque eu preciso mesmo retomar os planos que você e a mamãe fizeram pra mim. Eu não posso ficar o tempo todo sem fazer nada e apenas indo a festas.

Meu pai sorriu enquanto me ouvia.

— Muito bom, meu filho. Mas não tenha pressa, apesar de tudo que eu lhe disse, seu treinamento vai ser feito bem aos poucos. Você vai se acostumando rapidamente e não se esqueça sobre esse tal projeto, não conte a ninguém. Nem mesmo a sua mãe, mesmo que eu tenha dito poucas coisas sobre ele, você vai ficar sabendo sobre ele quando a hora certa chegar.

— Ok, pai. Eu não direi nada a ninguém. — sorri para meu pai que parecia satisfeito comigo.

— Acho que você precisa ir agora. Vou tentar refazer a reunião, agora que tenho o projeto em mãos. Obrigado por trazê-lo.

Fui embora para casa. Fiquei pensando sobre o que conversei com meu pai. Eu estava curioso sobre o projeto, mas ainda não sabia como poderia descobrir mais sobre ele, será que o pai de Dakota sabia algo ou ela mesma sabia? Único jeito era se eu me aproximasse dela, mas vontade eu não tinha.


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