Step Up! escrita por Neline


Capítulo 2
Uma melhor segunda impressão...


Notas iniciais do capítulo

... mas será que a primeira prevalecerá?

Enjoy ;*



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Andávamos pelas ruas escuras de um bairro de classe média. Eu apenas olhava para minhas mãos. O que eu não faço pela minha bolsa de estudos?

- Estamos chegando. - Chuck falou do meu lado. 

- Que bom. Achei que estivéssemos indo para o fim do mundo. - Ele sorriu para mim. Eu suspirei. - Blair. - Ele me olho visivelmente confuso. - Eu me chamo Blair. 

- Olha só, eu já sei seu nome, é um começo. - Ele sorriu, começando a andar em direção a uma porta de metal, vermelha e bem enferrujada.

- Que lugar é esse? - Eu pedi, enquanto ele dava o primeiro passo para dentro.

- Vamos. - Ele falou, entrando. Olhei para os lado, um pouco atordoada. - Bem-vinda a minha casa. - Era apenas um cubiculo de um metro por um metro.

- Legal. Meio pequeno, não é? - Falei em tom de deboche, mas ele sorriu. Apertou um botão e tudo começou a se mover. Era um tipo de... elevador.

- Meus pais converteram esse lugar há alguns anos. Todos vivemos e treinamos lá encima. Trabalhamos em um clube lá em baixo para conseguir dinheiro. É tipo em esconderijo secreto. - A elevador parou. -  Bom, é isso. - Ele falou, abrindo outra porta. O lugar era no minímo estranho. Parecia um ninho de ratos cheio de classe. Havia grafitte nas paredes e gente dançando por todos os lado. 

- Uau. - Murmurei, mas ele não pareceu escutar.

- Por aqui, os dançarinos se identificam. - Ele falava, andando, e eu o seguia. ele parecia mais maduro ali dentro, como se algo naquele lugar fizesse ele se sentir mais responsável. - Vivemos juntos, trabalhamos juntos... batalhamos juntos. - Ele olhou para mim com um pequeno sorriso. - Mas como é normal, temos estilos diferentes. Achei todo mundo pela cidade. Muito talento, nenhum lugar para morar. Viramos um tipo de familia. - Eu olhei em volta.

- Nada mal para um lugar que você comanda. - Falei, olhando para o lado. Um grupo vinha ao nosso encontro. Cinco garotas, com a minha idade, ou um pouco mais, e oito garotos.

- Hey, quem é ela? - Um garoto loiro falou, bem animado.

- Reforço. - Chuck disse com um meio sorriso e eu bufei.

- Reforço? Muito mais para Chantageada. - Eu falei, mal humorada. - Meu nome é Blair. Blair Waldorf. - Eu falei, estendendo a mão.

- Ah, aquela dançarina, da escola que esses dois destruíram, não é? - Uma linda garota de cabelos dourados falou lançando um olhar mortal para ambos.  - Desculpe por isso, Chuck e Nate agem como crianças de vez enquando. Me chamo Serena, bem vinda ao Barco. - Ela falou, me abraçando. Uma garota, com um top branco e calças largas, se aproximou. Ela era morena e tinha olhos claros. Me olhou de cima abaixo.

- O que uma bailarina faz aqui? - Ela pediu debochada, trazendo algumas gargalhadas a tona.

- Vim ensinar você a dançar. - Eu falei, dando um passo para frente.

- Vai abriu espacato? Não é muito seguro abrir as pernas perto do Chuck. - Revirei os olhos.

- Tenho certeza que flexibilidade e leveza não estão na sua gama de habilidades. Se você não sabe, homens costumam adorar. Por que não tenta? Assim como uma hidratação de cabelo. - Ele gargalhou, mas a garota me olhava como se quisesse me matar, porém olhou para mim, desafiadoramente. 

- E onde você pretende enfiar toda essa leveza e flexibilidade? - Ela perguntou.

- Georgie, pega leve. - Nate interrompeu. Peguei meu player e seu cabo USB, ligando a um rádio que havia ali. Programei a música.

- Você já vai ver. - Chuck sorriu. Ele parecia se divertir com aquela situação. Me posicionei, ouvindo a batida de She Wolf ao fundo e sorrindo para mim mesma, enquanto começava com minha coreografia¹. Andei lentamente, olhando paras trás, encarando a face surpresa de "Georgie" e uma linda face de satisfação de Chuck. Completei minha coreografia e me virei, vendo todos pasmos, o que era insultante.

- Garota, você é boa! - Alguém dos fundos gritou para mim e eu sorri.

- Obrigado. - Respondi sorrindo, enquanto olhava para a garota com um olhar soberbo. - Aprendeu, "Georgie"? - Ela estava pronta para saltar encima de mim, mas Chuck se colocou na minha frente.

- Certo pessoal, vamos ensaiar. - Chuck falou com autoridade, enquanto eu assistia o ensaio de todos, procurando pegar os passos.

Eram quase oito da noite. Todos estavam conversando, animados, e eu decidi sair lentamente, sem ser percebida. Peguei o elevador apertado, com minha bolsa no  ombro, descendo até a porta de metal e a abrindo sem dificuldade. Lá fora, as luzes de Nova York já estavam mais fortes e evidentes. Podia ver a ponte do Brooklyn iluminada a poucos quilômetros dali, então deduzi que estava em Brooklyn Beach. Comocei a andar, com calma pelo beco escuro, quando algo cisculou minha cintura.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH - Uma mão se pôs na minha boca, e um rosto pareceu na pouca claridade.

- Boa Blair, acorde toda a vizinhança. - Não precisei ser nenhum gênia para reconhecer a voz sussurrada e irritante do Chuck.

- Quer me dar um ataque cardiaco para não ter que fazer a coreografia de conclusão comigo? Não é um plano muito intêligente. - Eu falei, começando a andar novamente. Mesmo não escuro, conseguia ver ele revirando os olhos.

- Não posso te matar. - Ele respondeu, completando logo depois. - Já que você vai nos ajudar na batalha. - Mordi o lábio inferior, contendo um sorriso largo sem nenhum motivo. - Você já vai para casa? Poderia dormir conosco. - Olhei para a face dele procurando um sorriso malicioso que eu tinha certeza que ele ostentava, mas não podia confirmar isso no escuro.

- E correr o risco de encontrar baratas no meu cabelo quando acordar? Não, obrigada. - O som da gargalhada dele quase me fez parar. Era como música. Parecia ter uma harmonia. No meio daquilo, uma câmera de bolso caiu no chão. Mais rápida que ele, ajuntei ela e abri o visor. - O que você grava aqui? Videos pornos? - Eu falei, com um sorriso maroto enquanto ele tentava desesperadamente tirar a camera das minhas mãos. 

- Exatamente. Material pesado demais para uma garota doce como você. - Ele disse, enquanto pulava tentando seu sucesso pegar o objeto de volta. 

- Algo me diz que se realmente fosse isso você não me diria. - Conclui, dando o play.

"-Por que você dança? - A voz de Chuck falava suavemente no video, mostrando uma mulher sentada.

- Porque é como andar, respirar para mim. - Ela responde sorrindo. A cena muda para dois irmão.

- Eu não estou fingindo quando eu danço. - Uma mulher aparece, de cabelos vermelhos.

- Eu me sinto mais eu mesma dançando do que em qualquer outra parte do dia. - Mais pessoas falavam, como ela chegaram a Nova York, e algo realmente era um consensso geral.

- A dança me salvou. - A primeira mulher falou.

- A dança definitivamente me salvou. - O homem falou. A imagem mudava. Uma sequencia de dançarinos, em coreografias. Mas uma voz continuava soando.

- Se não fosse pela dança, eu não sei o que eu estaria fazendo. - Alguém ainda falava, mas eu parei de prestar atenção. A imagem que estava no visor agora era eu, com o meu solo, no dia em que ele me observava firmemente. Eu o encarei, fechando a tela da câmera. Pigarrei, completamente envergonhada.

- Você tem talento. Deveria fazer uma faculdade de cinema. - Eu disse, desesperada para mudar de assunto e ele suspirou.

-Tenho que cuidar disso, sabe. Negócios de familia. - Ele falou encarando o chão. Uma música começou a soar de um beco mais distante. Eu conhecia. Puxei Chuck pelo braço, me aproximando do som. Uma cantora, com o estojo do violaão no chão cantava Halo, da Beyonce. Não resisti. A melodio da fundo soava de um rádio. Me aproximei, e Chuck me puxou pelo braço. - O que você está fazendo?

- Estou em Blooklyn Beach. O que seria minha passagem se não dançasse ao som de um cantor de rua. - Eu disse, seguindo para a multidão logo depois e começando a dançar². Enquanto eu fazia meus movimentos, sutilmente, vi Chuck se infiltrar no meio da multidão. Assim que a música acabou, ele me puxou, e nós começamos a correr, rindo como loucos.

- Você é inacreditável. - Eu sorri.

- Alguém já me disse isso. - Eu falei, orgulhosa, enquanto ele me mirava. Seus olhos eram como imãs. Eles me prendiam e me puxavam. Aos poucos, nossaas testas se colaram.

- Como você pode ser tão docemente sexy? - ele perguntou, com a respiração pesada.

- E como você pode ser tão pervertidamente meigo? - Sem mais, nossos lábios nos uniram. O beijo mais marcante de toda a minha vida, ao som de Halo, em um beco úmido de Brooklyn Beach.


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Notas finais do capítulo

Então, querem os links das coreografias?

She Wolf - Shakira: http://www.youtube.com/user/alelozanooo#p/u/2/UyjUlv4_pWw
Halo - Beyoncé: http://www.youtube.com/user/alelozanooo#p/u/1/qUZXyYL7e3Y

Créditos a Academia Miguel Sahagun e ao coreografo de Angel Esparza.

Deixem reviews!

XOXO. Neli ;*